terça-feira, 6 de novembro de 2018

O PREÇO E O PRÊMIO DE SER DISCÍPULO


TEXTO: Lucas 9: 23-24
INTRODUÇÃO:

*   O pensador cristão John Maxwell, ao falar sobre a liderança de Jesus, diz que “Ele nos chamou não para sermos seus seguidores, mas para sermos seus discípulos”.
*   J. Vernon MacGdee, comentarista bíblico, afirma que os evangelhos apresentam três tipos de chamados: para a salvação (João 1:35-51), para o apostolado (Mateus 10:1) e para o discipulado (Mateus 4:18-22).
*   O discipulado é um imperativo bíblico Mt 28:19 Ide, portanto, fazei discípulos...”, ou seja, é uma ordem e não uma opção. Mas para realizarmos ou falarmos de qualquer coisa na vida, precisamos primeiramente entender o que isso é.  
*   Primeiramente o significado do discipulado é aprendizado (didaktikos = grego), enquanto o discípulo é o aprendiz (mathétés = grego). Assim, a partir da bíblia, temos como discipulado o processo de ensino a partir da vida e dos assuntos que dela provém.
ð No Hebraico a expressão é talmidim (aprendizes, discípulos). A mera tradução da palavra TALMIDIM não é suficiente para esclarecer sua relevância nos dias de hoje.
ð Precisamos conhecer sua história e seu contexto mais remoto para sabermos exatamente o que ela significa. Na Galiléia do tempo de Jesus, os meninos em Israel iniciavam seus estudos da Torah aos seis anos de idade. Aos 10 anos já tinham a Torah decorada. O ensino era geralmente oferecido por um rabino nas sinagogas. A partir dos 10 anos de idade, quando encerravam os estudos na escola primária (Beit Sefer) apenas os melhores e mais destacados alunos eram selecionados para a escola secundária (Beit Talmud). Os meninos que não prosseguiam os estudos eram ensinados na profissão da família.
Os que haviam sido selecionados para dar seguimento aos seus estudos, aos 14 anos já sabiam de cor todas as Escrituras: além da Torah (a Lei de Moisés, composta pelos cinco primeiros livros da Bíblia, chamados de Pentateuco), também os livros históricos, de sabedoria e todos os profetas. Com essa idade eram também iniciados na tradição oral, a sabedoria dos rabinos acumulada ao longo da história de Israel, e passavam a discutir as interpretações e aplicações da Lei de Moisés.
Aos 14 e 15 anos, somente os melhores entre os melhores estavam estudando, geralmente aos pés de um rabino famoso e respeitado. Esses pouquíssimos meninos da elite intelectual de Israel eram chamados talmidim (trad. discípulos). Os rabinos daquela época se distinguiam na maneira de interpretar e ensinar como aplicar a Lei de Moisés. Cada rabino possui seu conjunto de regras e interpretações. Por exemplo, discutiam o que poderia ou não ser feito para guardar o shabat.
Esse conjunto de regras e interpretações era chamado de “o jugo do rabino”. Hillel e Shamai, por exemplo, eram dois rabinos famosos no tempo de Jesus. Cada um deles tinha seus talmidim, e muitos seguidores que se colocavam sob seu jugo.

A relação entre um rabino e seus talmidim era intensa e pessoal. Em Israel havia uma recomendação aos talmidim: “Cubra-se com a poeira dos pés do seu Rabi”. Isso significava que um talmidim deveria observar tudo quanto seu rabino dizia, fazia e a maneira como vivia, pois sua grande ambição não era meramente saber o que seu rabino sabia, mas principalmente se tornar semelhante ao seu rabino.

·      Jesus, o Cristo de Deus, escolheu o sistema rabino/talmidim para se relacionar com os seus seguidores com duas diferenças.

1.    A primeira é que Jesus criticou os rabinos, afirmando que colocavam um jugo pesado demais sobre seus seguidores, e que eles mesmos não conseguiam suportar. Eram rabinos do tipo “faça o que digo, mas não faça o que eu faço”. Jesus, além de viver de modo absolutamente coerente com seu ensino, oferece descanso aos talmidim dos outros rabinos, que viviam cansados e sobrecarregados, e promete aos seus talmidim “um jugo suave e um fardo leve”.
2.    A segunda diferença é que os talmidim em Israel eram meninos extraordinários, uma elite intelectual e privilegiada. Mas Jesus convida a todos, indistintamente, para que se tornam seus talmidim. Pessoas comuns, como você e eu, podem seguir a Jesus e viver sob a promessa de que um dia se tornarão exatamente iguais a ele.

TODO DISCIPULADO É UM CHAMADO PARA ESTAR COM JESUS. Mt 11:28-30 Vinde a mim, todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. 
·      Vejamos sobre isto em Marcos 3:14 “Então escolheu doze homens para ficarem com ele…”. Esse verso deixa claro que muito mais do que obedecer a doutrinas, muito mais que cumprir rituais ou ter uma religião, a oportunidade de ser discípulo de Jesus consiste num chamado para “estarmos com Ele”.
·      Isso fala de relacionamento, fala de amizade, fala de uma intimidade com Ele. E isto é muito mais do que você ter uma religião ou participar de alguma igreja. Pessoas podem ter religião, ter objetos religiosos, hábitos religiosos, ações religiosas… e defenderem com paixão os princípios, as doutrinas, o nome da religião, mas o que Jesus quer são pessoas que estejam com Ele.
·      Jesus espera que Seus discípulos sejam agentes de impacto na sociedade. O v.14 mostra que os que ficam com Ele que são enviados para anunciar o Evangelho.
·      ANTES DE ANUNCIAR EXISTE UM TEMPO A SÓS COM JESUS, ANTES DO IDE VEM O FICAI, ANTES DO FICAI EXISTE O VINDE.
·      Em At 9:15 “Disse-lhe então o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido...”. Os irmãos sabem o que eu acho de mais bonito aqui neste versículo? O que eu acho de mais bonito é: PARA MIM.
·      Eis aqui o grande segredo do êxito espiritual. O discípulo é dado à Igreja em 2° lugar, porque em 1° lugar ele é dado ao próprio Deus.
·      Jesus estabeleceu um princípio espiritual: um discípulo é, em primeiro lugar, um escravo de Jesus, e em segundo, um servo da Igreja.

TODO DISCIPULADO NASCE DE UMA DECISÃO DE SEGUIR.
·      Jesus se volta à multidão e faz um convite pessoal: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me (v.23).
·      Quatro aspectos envolvem esta decisão: 
1)   É uma decisão pessoal e calculada: “Se alguém quer vir após mim”. A decisão de seguir a Jesus é pessoal e intransferível. “O chamado de Jesus ao discipulado faz do discípulo um ser solitário”. Lucas afirma que o discipulado é um empreendimento que também precisa ser calculado. Ele usa o exemplo de uma construção (Lc 14: 28-30). Certifique-se do custo da obra e tenha certeza de que você tem dinheiro suficiente antes de construir. Outro exemplo é o da guerra (Lc 14:31-33). Antes de partir para guerra verifique se o seu exercito é forte o suficiente para vencer o inimigo. Quando as pessoas iniciam um discipulado sem avaliar os custos, muitos se desviam e perecem pelo caminho. 
2)   É uma decisão que implicará em renunciar a si mesmo: “a si mesmo se negue”.
Negar-se a si mesmo significa renunciar o “eu”, numa atitude de autonegação. É abrir mãos da sua vontade pessoal e sujeitar-se totalmente a vontade de Deus. É renunciar a sua justiça pessoal, as suas opiniões contrarias a Bíblia e a sua amizade com mundo. Negar a si mesmo é abrir mão dos seus planos para viver a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Ninguém pode ser um discípulo de Jesus se não renunciar a tudo que toma o lugar de Deus em sua vida. Lc 14:33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”
3)   É uma decisão de tomar a sua cruz: “tome a sua cruz”. Essa cruz não é uma doença, um inimigo, uma fraqueza, uma dor, um filho rebelde, um casamento infeliz. Essa cruz fala da nossa disposição de morrer para nós mesmos, para os prazeres e deleites. É considerar-se morto para o pecado e andar com um atestado de óbito no bolso. Tomar a cruz é uma exigência universal para qualquer discípulo de Jesus. Tomar a cruz é algo permanente para o resto da vida, o que requer perseverança. Tomar a cruz é algo diário, penoso e mortal.
4)   É uma decisão de seguir a Jesus: “siga-me”. Após renunciar a sua vontade e tomar a sua cruz, o discípulo olha para Jesus e o segue. Trata-se de um desafio diário de viver como Cristo viveu. “Seguir a Cristo é imitá-lo”. É fazer o que ele faria em nosso lugar. É amar o que ele ama e aborrecer o que ele aborrece. É viver a vida na sua perspectiva.

·      Todo discípulo é um seguidor, mas nem todo seguidor é um discípulo. Sabe por quê?
* O seguidor espera pães e peixes; o discípulo é um pescador.
* O seguidor luta por crescer; o discípulo luta para reproduzir-se.
* O seguidor se ganha; o discípulo se faz.
* O seguidor gosta de elogios; o discípulo do sacrifício vivo.
* O seguidor entrega parte de suas finanças; o discípulo entrega toda a sua vida.
* O seguidor cai facilmente na rotina; o discípulo é um revolucionário.
* O seguidor precisa ser sempre estimulado; o discípulo procura estimular os outros.
* O seguidor reclama e murmura; o discípulo obedece e nega-se a si mesmo.
* O seguidor é condicionado pelas circunstâncias; o discípulo as aproveita para exercer a sua fé.
* O seguidor busca na Palavra promessas para a sua vida; o discípulo busca vida para receber as promessas da Palavra.
* O seguidor pensa em si mesmo; o discípulo pensa nos outros.
* O seguidor se senta para adorar; o discípulo anda adorando.
* O seguidor pertence a uma instituição; o discípulo é uma instituição em si mesmo.
* O seguidor vale porque soma; o discípulo vale porque multiplica.
* Os seguidores esperam milagres; os discípulos os fazem.
* O seguidor sonha com a igreja ideal; o discípulo se entrega para fazer uma igreja real.
* O seguidor necessita de festas para estar alegre; o discípulo vive em festa porque é alegre.
* O seguidor espera um avivamento; O discípulo é parte dele.
* O seguidor é sócio; o discípulo é servo.
* O seguidor responde "talvez..."; o discípulo responde "eis-me aqui".
* O seguidor espera recompensa para dar; o discípulo é recompensado porque dá.
* O seguidor espera que o mundo melhore; o discípulo sabe que não é deste mundo e espera o encontro com seu Senhor.

CONTATOS:
Pr: Nilton Jorge
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