sexta-feira, 26 de abril de 2024

AINDA HÁ ESPERANÇA QUEBRADAS

TEXTO: Ed 10:4

INTRODUÇÃO: 

·      O povo de Israel estava no exílio da Babilônia há setenta anos quando o rei Ciro tocado por Deus passa um pregão em todo o seu reino, dizendo que Deus o mandara edificar uma casa ao Senhor Deus em Jerusalém de Judá, (Ed 1:1-2), Esdras era um escriba encarregado dos negócios judaicos na corte da Pérsia, ele é o encarregado dessa reforma, junto a ele mais de 7 mil dos judeus obedeceram à voz de Deus e regressaram a Jerusalém. Em Ed 7:6-9 está o registro acerca da ida de Esdras para Jerusalém. Por isso que o capítulo nove inicia dizendo: “Acabadas, pois, estas coisas”, isto é, quatro meses e meio após a chegada. Esdras fora enviado a Jerusalém justamente para ensinar a Lei que Deus havia dado a Moisés, a cidade estava em total ruína, debaixo de vergonha, miséria e desprezo, foram longos anos de trabalhos intensos e de resistência à oposição dos samaritanos, arábios, amonitas e os asdoditas e a obra vai parar por 16 longos anos (Ed 4).

ð Em 587 Jerusalém cai, o Templo e destruído e o povo deportado.

ð Em 458: Esdras chega em jerusalém (Esdras 7,8).

ð Em 445: Neemias chega em Jerusalém (13 anos depois de Esdras - Neemias 2,1).

·      A obra só dará continuidade após a visita de Neemias, pois os muros seriam edificados, as cidades fortificadas, logo, os inimigos teriam dificuldades para entrar na cidade, pois, uma cidade destruída, sem muros, os inimigos, não se importam com ela, pois na hora que quiserem, eles entram sem maiores problemas, mas quando resolvemos fechar as brechas, restaurar os muros, restaurar o templo do Senhor, os inimigos se levantam, foi assim com Esdras e Neemias, os inimigos tentaram de tudo para impedir a reconstrução da cidade, e quando a cidade estava edificada, os muros erguidos, o templo restaurado, seria uma festa, mas os filhos de Israel se misturaram, se casando com outros povos, coisa esta que lhes não era licita, todo o povo, sacerdotes e levitas, haviam se misturado com os povos de outras nações. Ed 9:1.2 O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios, e dos amorreus. Porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a linhagem santa com os povos dessas terras; e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão.

 

·      Deus não queria que seu povo se misturasse, mas, aconteceu, Deus não abençoaria, Deus os havia entregado nas mãos de seus inimigos, no exílio da Babilônia, por causa dos mesmos pecados, Idolatria, prostituição, falta de justiça ao direito social, mistura com a cultura pagã cananéia, paganismo no templo, culto divorciado de quebrantamento, quebra das leis e ordenanças divinas, morte e perseguição aos profetas de Deus, entre outras coisas.

·      E agora de novo faziam e praticava o que trouxe o cativeiro, o que provocou as lágrimas pelas perdas de vida por ocasião do cativeiro. Sl 137 Eles se assentam, choram, lamentam e recordam. Agora livres voltam às mesmas práticas.

·      Pra quem lê o texto sem observar o contexto histórico vai ficar até irado ou confuso com a decisão, de mandar embora sem carta de divórcio as mulheres de relacionamento misto com seus filhos. Todavia isso representa voltar a estar debaixo do juízo de Deus.

 

ð No texto sagrado (9:3,4b,5;10:1,9), notamos as reações que Esdras teve o saber do pecado do povo, assim como alguns irmãos mais piedosos:

a)   Ficou muito chocado ao saber do que se passava na vida daquele povo.

b)   O temor invadiu o seu coração piedoso, e inicialmente ele agiu com muita tristeza e amargura de coração (vs.3).

c)    Os mais piedosos se ajuntaram a ele tremendo perante as Palavras do Senhor (4a).

d)   Esdras ficou atônito, isto é, pasmo, assombrado, espavorido, confuso e perturbado, sentou-se e permaneceu assim até a hora do sacrifício da tarde.

e)    Esdras se humilhou perante o Senhor, pois após o sacrifício ajoelhou-se e ergueu as mãos para orar a Deus.


·      Esdras representando o povo diante de Deus ora como se ele tivesse pecado, ainda que ele não tivesse participação naqueles pecados, ainda assim ele se identificou com o povo de Deus e assumindo uma postura de compromisso perante Deus, orou confessando os pecados do povo de Deus.

 

·      A oração de Esdras passa por alguns pontos:

a)   Abrir o coração a Deus (vs.6);

b)   Reconhecimento dos pecados cometidos (vs.6-7,10,15);

c)    Confiança na graça de Deus (vs.8);

d)   Exaltar a bondade e da soberania de Deus (vs.9,13,15);

e)    Lembrar-se da Palavra de Deus (vs.10);

f)     Pedido de uma solução para essa situação (vs.14).

 

·      Esdras chorar e intercede pelo povo na Casa de Deus, mas não chora sozinho, pois v. 1 ajuntou-se a ele de Israel mui grande congregação de homens, de mulheres e de crianças; pois o povo chorava com grande choro”. Todos estavam envolvidos nesta confusão criada por eles mesmos.

·      A solução para o problema era drástica e causaria muito sofrimento. Eles teriam que despedir tanto as mulheres pagãs quanto os filhos que com elas tiveram. Que dias terríveis eles devem ter enfrentado! Como esposo e pai, não consigo imaginar a intensa angústia que certamente sentiram. Também não tenho como lhes dizer que entendi esta atitude, mas, certamente, Deus não permitiria que os Seus filhos enfrentassem algo que não pudessem suportar.

·      Apesar de tudo, aquela correção severa foi encarada como uma fonte de esperança (v. 2). O fato de despedirem as mulheres não judias com os filhos gerados destes relacionamentos também gerou um sentimento de genuíno arrependimento (v. 12).

ð Meus irmãos, o que foi realizado naquele tempo não pode ser aplicado como um princípio hoje. A Bíblia não está dizendo que quem tem marido ou esposa incrédulos devem abandoná-los. De forma alguma! Para tanto, você pode ler ICo 7:10-14 e IPd 3:1 e 2, e perceberá que o princípio bíblico predominante é que o cristão deve se unir a uma cristã, mas caso já esteja casado(a) com um(a) descrente, que o seu procedimento seja um instrumento de Deus para alcançá-lo(a).


·      A aplicação deste texto é evite erros, decisões precipitadas e erradas, evite os pecados domésticos e as repetições dos mesmos e evitará arrependimentos.

·      E aqui há duas coisas a serem pensadas.

a)   A teologia determina a vida. Os sacerdotes e lideres deixaram de ensinar a Palavra e pecaram e o povo se corrompeu. Práticas erradas é fruto de princípios errados.

b)   A família determina a igreja. Os casamentos mistos estavam pondo em risco a teocracia judaica, a integridade espiritual da nação. Famílias desestruturadas e quebradas desembocam em igrejas fragilizadas.


TRANSIÇÃO: Temos que entender o casamento via bíblia da seguinte forma:

a)   O casamento é uma união heterossexual. O casamento é a união entre um homem e uma mulher. Este é o princípio da criação. Todo o resto é arranjo.

b)   O casamento é uma união monogâmica. A monogamia foi instituída na criação, sancionada na lei, reafirmada na graça. A incidência da poligamia foi fruto da desobediência e trouxe graves consequências.

c)    O casamento é uma união monossomática. O sexo no casamento é ordem, é bom, é santo, é puro, é deleitoso. A deslealdade à aliança implica na infidelidade sexual.

d)   O casamento é uma união indissolúvel. A quebra da aliança conjugal é deslealdade. Jesus reafirmou Mt 19:6 que “o que Deus uniu não o separe o homem”.

 

·      O CASAMENTO MISTO É UMA VIOLAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS

 

a)   O casamento misto é uma deslealdade à paternidade de Deus. Deus é o Pai do seu povo e chamou Israel para ser o seu povo particular. Nós pertencemos à família de Deus. Fomos adotados e também somos gerados do Espírito. Deus fez conosco uma aliança de ser o nosso Deus e nós o seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade.

·      O casamento misto levava a idolatria e a adoração de outros deuses era uma espécie de infidelidade conjugal com o Deus da aliança. Era uma traição e uma quebra da aliança. O apóstolo Paulo 2 Co 6:15-16 pergunta: Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?

·      O casamento misto era uma porta de entrada para o desvio da fé:

ð A decadência da geração ante-diluviana foi devido ao casamento entre uma geração piedosa com uma geração que não temia a Deus.

ð Os casamentos mistos foram o fator principal da apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato.

ð O casamento misto foi duramente reprovado por Esdras (Es 9:1-2), Neemias (Ne 10:30; 13::23-27) e Malaquias (Ml 2:10-16).


b)   O casamento misto é a quebra da aliança feita pelos Pais. Quando o povo recebeu a lei de Deus no Sinai, eles prometeram a Deus que não dariam seus filhos ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Ex 34:16; Dt 7:3).

·      A questão não era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de deuses estranhos. O problema não era racial, mas religioso. Raabe casou-se com Salmon, Boaz casou-se com Rute, uma moabita. Hoje, quando uma pessoa se casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito bíblico.


c)    O casamento misto implica em infidelidade a Deus.

a) Porque atenta contra o propósito da família viver para a glória de Deus. O casamento é uma demonstração do casamento de Cristo com a Igreja. O lar precisa ser uma igreja santa, adorando ao Deus santo. Uma casa dividida não pode prevalecer. Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo.

b) Porque conspira contra a criação dos filhos no temor do Senhor. Um casamento misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Os filhos passam a falar meio asdodita (Ne 13:24).

c) Porque é uma aberta desobediência ao mandamento de Deus. Tanto no Antigo como no Novo Testamento a ordem de Deus é clara: o casamento misto não faz parte do projeto de Deus para o seu povo.

d)   O casamento misto é um alvo certo do juízo de Deus. A desobediência traz juízo. Deus não premia a desobediência. As consequências podem ser amargas para aqueles que entram na contra-mão da vontade de Deus.

CONCLUSÃO:

·      Esdras é um exemplo de valentia de coragem, ele e os lideres que com ele estavam não se apequenaram, não fingiram estar tudo bem, não camuflaram o erro, nem aplaudiram os pecados. Eles oraram, confessaram, se arrependeram e como exemplos reuniram o povo debaixo de chuva pesada pra fazerem o mesmo. Porque o arrependimento muda o destino.

·      Mas no tocante a isto, ainda há uma esperança para Israel. Secanias emerge como uma figura chave, propondo o pacto para renovação espiritual. Sua liderança moral inspira o povo a seguir um caminho de arrependimento e renúncia, marcando um momento de unidade e determinação coletiva para corrigir os erros passados. 

·      A proposta de Secanias destaca a importância de enfrentar os pecados de forma direta, sugerindo que a comunidade deve fazer um acordo diante de Deus para repudiar o que Deus reprova.

·       Saímos de debaixo do juízo, quando entramos debaixo do arrependimento e oração.

·      Disse Secanias ainda há Esperança. Esperança quer dizer expectativa, ato de ter confiança em algo. Muitos já perderam as suas esperanças, em qualquer coisa que se possa imaginar, nas pessoas, nos relacionamentos, na vida e até mesmo em Deus.

·      No livro de Jó 14:7-9 lemos, Ainda há esperança para a árvore cortada. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó. Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.



Pr. Nilton Jorge

 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

UM LAR OU UMA REPÚBLICA

TEXTO: Fl 1:2

INTRODUÇÃO:

·      A instituição que Deus estabeleceu, ainda no jardim do Éden, que ajuntou duas pessoas em maneiras especifica para ser uma unidade é o que chamamos de família. O ambiente que é formado pelo amor exercitado entre todos da família cria o que chamamos de o lar. O lar tem suma importância na vida humana, pois é o berço de costumes, hábitos, caráter, crenças e morais de cada ser humano, seja no contexto mundial, nacional, municipal ou familiar. Então, podemos dizer, como vai o lar vai o mundo, e também, o que é bom para a família é bom para o mundo.

·       O lar é muito mais do que de um resultado de duas pessoas entrando numa união socialmente contratada. É algo misterioso e glorioso, criado pôr Deus e permanente que se realiza melhor dentro da estrutura que AQUELE, que o instituiu, estabeleceu. Como casamento não é acasalamento, o lar não é só ajuntamento de duas pessoas que consentem.

·       Quando equiparamos o lar com a república estudantil, verificamos que procurar uma república significa colocar-se debaixo de regras, respeito mútuo quanto às diferenças sociais e entender que ali não é a sua casa.

a)   Uma república é um lugar para descansar e dormir depois de um dia cansativo de trabalho para alguns e estudo para outros.

b)   Uma república é um lugar de relacionamento raso, de amizades que algumas não serão consolidadas, sem costuras, sem comprometimentos. Raramente vai dar continuidade depois de terminado os períodos.

c)    Uma república é um lugar de curta direção, você não voltará a ele depois que cumprir o seu propósito pra estar ali.

·      Diferente de uma república, a família é uma unidade social básica constituída por um conjunto de pessoas relacionadas entre si por laços de sangue, casamento, aliança ou adoção, que compartilham da atribuição primária de reprodução e de cuidador dos membros mais novos e mais velhos do grupo convivendo, em geral, no mesmo ambiente físico (casa, apartamento, barraca, etc.), por um período não estipulado.

·      A família também deve ser compreendida como um conjunto de regras e padrões de comportamentos, que podem sofrer mudanças. Para que a família se constitua enquanto grupo social é necessário levar em consideração duas características importantes:

1)   A formação de vínculos de parentesco por laços de sangue, por casamento ou adoção;

2)   O estabelecimento de posições de autoridade dos seus membros, bem como a existência de uma autoridade no grupo.

·      Sociologicamente falando há três tipos de família:

a)   Família nuclear, que é definida por um grupo formado por pai, mãe e filhos

b)   Família estendida, quando é formada por pais e seus filhos, avós, tias ou tios ligados por laços consanguíneos, habitando a mesma residência.

c)    Família composta, que se forma quando homens e mulheres casados e com filhos se divorciam (separam-se) e se casam novamente, constituindo nova família com os filhos da família anterior ou tendo outros.

·      Vida cristã é relacionamento. Relar/cionar e pra isso tem que haver compartilhar, estar junto, carregar o jugo, viver a mesma milha, ter os mesmos sonhos e objetivos.

·      Esta carta é um manual de relacionamento. Trata de amor, perdão, restituição e reconciliação. Vejamos o contexto e as circunstâncias em que esta carta foi escrita.

ð A carta de Filemon foi escrita em aproximadamente 60-62 d.C. durante o primeiro encarceramento de Paulo em Roma. O apóstolo Paulo estava preso aguardando julgamento diante do imperador romano. O contexto histórico revela as complexas relações sociais da época, quando a escravidão ainda era uma instituição dominante no império romano. A carta ilumina princípios do evangelho relevantes para essa estrutura social injusta.

ð Na introdução a carta Paulo vai saudar não apenas uma pessoa mais a uma família a quem a carta é dirigida.

a)   A Filemom, nosso amado cooperador: Paulo escreveu a Filemom, um irmão cristão que vivia em Colossos. Este é o único lugar no Novo Testamento onde Filemom é mencionado pelo nome, mas sabemos que ele era um amado cooperador de Paulo.

b)   À irmã Áfia, a Arquipo. Áfia era esposa de Filemom, e Arquipo era seu filho. Ter como destinatário membros de uma família é algo único entre as cartas de Paulo, mas faz sentido considerando o conteúdo da carta a Filemom. Nesta carta, Paulo apelará a Filemom a respeito de um escravo fugitivo que conheceu Jesus e encontrou refúgio com Paulo. Segundo os costumes daquela época, a esposa de Filemon Áfia era a supervisora dos escravos da casa. Em relação ao escravo fugitivo, ela é tão responsável na decisão quanto o marido porque, de acordo com o costume da época, ela tinha a responsabilidade cotidiana pelos escravos. Portanto a carta também dizia respeito a ela. Já Arquipo era o pastor da igreja que estava em Colossos, Cl 4:17 Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras. Paulo não estava repreendendo Arquipo, mas simplesmente o encorajando para a sequência de seu ministério. Arquipo estava desanimado e os textos tanto de Colossenses como Filemon não nos diz o porquê.

·      À igreja que se reúne em sua casa: Isso significa que a igreja ou parte da igreja em Colossos se reunia na casa de Filemom. Os primeiros cristãos não possuíam uma propriedade, como um prédio próprio para se reunir como igreja. Os judeus tinham suas sinagogas, mas os cristãos se reuniam nas casas de seus membros. Os cristãos de uma cidade se reuniam em diferentes “igrejas em casa” com um “bispo” da cidade supervisionando-as. Até o terceiro século, não temos nenhuma evidência da existência de prédios de igrejas com o propósito de adoração, todas as referências apontam para casas particulares com esse propósito. Em Roma, várias das igrejas mais antigas parecem ter sido construídas no lugar de casas usadas para o culto cristão.

·      Isso sugere aos crentes que suas casas também devem ser uma igreja, e que cada casa pode ter as características de uma igreja saudável:

a)   Ser formada por vínculos de aliança.

b)   Unidos em adoração.

c)    Juntos, tendo um vínculo de unidade.

d)   Sob supervisão.

e)    O ensino sempre presente e vida de oração uns pelos outtros.

f)    Com um coração para ministrar aos de fora.

TRANSIÇÃO: Para pensarmos na família que mora em um lar funcional diferente de uma republica, temos que olhar para a casa de Filemon, Áfia e Arquipo a luz do que Paulo ensina em Colossenses 3:18-21. Paulo coloca a família em tela e nos ensina grandes princípios:

1.             PARA QUE LAR NÃO SE TRANSFORME EM UMA REPUBLICA, A ESPOSA DEVE SER ENTENDER E VIVER A SUA MISSÃO AO LADO DO SEU MARIDO COMO CONVÉM NO SENHOR v. 18.

 

·      Quem não é cristão verdadeiro no lar, dificilmente o será em outra parte. Não teremos igrejas santas nem uma sociedade justa se não tivermos lares bem estruturados. Neste texto, Paulo fala das relações humanas na família e no trabalho.

·      Diferente de ma republica a ética cristã não é recíproca. Não tem dois pesos e duas medidas. Não faz acepção de pessoas. Não é a ética de que todos os deveres estão de um lado só. Não há desequilíbrio nem injustiça. Há privilégios e responsabilidades para todos. Paulo não realça o dever das esposas à custa do dever dos maridos, dos filhos a expensas dos pais.

·      William Barclay diz que, sob as leis e costumes judeus e gregos, todos os privilégios pertenciam ao marido e todos os deveres à mulher; no cristianismo, contudo, temos pela primeira vez uma ética de obrigações mútuas.

ð A mulher não difere do homem em valor e dignidade. Porém, no casamento a mulher tem papel diferente do homem. Ela deve ser submissa ao seu marido. Submissão não é ser inferior, mas exercer uma missão sob a missão de outrem. Deus colocou o marido como cabeça da mulher.

É preciso compreender que a submissão não é uma questão de valor pessoal, mas uma questão de função. Pastor David Merck afirma com frequência a expressão: “iguais no ser, diferentes no fazer”. Precisamos compreender esta diferença de função na família, no casamento, para que as coisas funcionem. Deus estabeleceu o homem como cabeça da família e a mulher como submissa ao homem.

 

ð Rev. Hernandes diz que: A autoridade do marido não é um governo ditatorial ou tirano, mas sim uma liderança amorosa. Isso pode ofender muita gente em nossa cultura atual. Entendemos que o cristianismo está contra a cultura.

·      Quero, entretanto, mostrar que diferente de uma republica no cristianismo esse conceito de submissão está em tudo. Em Efésios 5:21 lemos sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. A submissão é algo que caracteriza o cristianismo, é, portanto, o nosso alvo.

a)   Devemos nos submeter a Deus nosso Pai (Hb 12:9; Tg 4:7).

b)   Devemos nos submeter a lei de Deus. (Rm 8:7).

c)    Devemos nos submeter a Cristo. (Ef 5:24)

Os primeiros três são fáceis, mas agora vai se tornar difícil:

d)   Devemos nos submeter ao governo. (Rm 13:1-5, Tt 3:1, 1Ped 2:13). É difícil, mas interessante. Os textos não dizem autoridades crentes, mas apenas autoridades.

e)    Devemos nos submeter aos ministros do evangelho (1Co 16:16 – Hb 13:17).

f)    Esposas submissas aos maridos. (Colossenses 3 e Efésios 5).

g)   Filhos aos pais.

h)   Aos mestres ou senhores ou patrões.

ð O que quero é que notem que a submissão está presente em todo cristianismo. E é com base nisto que Deus chama a esposa para submissão voluntária.

ð Submeter aos maridos, não significa que a esposa não tem voz. Sejamos honestos, às vezes as esposas sabem mais sobre algo do que o homem, ou até sabem de algo que o homem não sabe. Mas no casamento, estamos unidos, não estamos competindo.

ð Precisamos ouvir a voz de nossas esposas. Boa liderança pede isso. Ser cabeça não nos torna oniscientes. Deus é. Ele nos deu uma parceira. Deus viu que não era bom estarmos sozinhos. Uma boa liderança vai ouvir os pensamentos e ideias da esposa. E a esposa respeitará o marido. Poderá haver momentos que discordem, mas ela se coloca sob a autoridade dele e enquanto se submete a ele está confiando no Senhor, pois o marido pode cometer um erro.

ð Assim, a posição de liderança do homem sempre é funcional. Pastor Hernandes Dias Lopes destaca três pontos da submissão da esposa ao marido que eu gostaria de citá-los:

1.    A submissão da esposa ao seu marido é uma ordem divina. As ordens de Deus não são para nos escravizar, mas para trazer liberdade. Um bom exemplo disso é saber que temos liberdade para dirigir um carro pelas ruas apenas se fazemos isso respeitando as leis de trânsito. Assim, a mulher é livre quando cumpre a vontade de Deus e é submissa ao seu marido. O que não significa ser escrava dele.

2.    A submissão da esposa ao marido é uma atitude espiritualPaulo afirma: “mulheres estai sujeitas aos vossos próprios maridos, como convém no Senhor”. Submissão ao marido é prova de que a mulher está submissa ao Senhor, é consequência natural da sua obediência a Cristo. Sendo impossível que a mulher seja submissa a Cristo se ela não é submissa ao marido.

3.    A submissão da esposa ao marido não é absolutaA submissão de uma mulher ao seu marido vai até ao ponto em que esta submissão não venha transgredir a Palavra de Deus. A obediência a Cristo está acima da obediência ao marido. Atos 5:29 “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”. Se a vontade do marido for contrária à vontade de Deus expressa na Bíblia, a mulher não tem que se submeter à ele.

 

·      É necessário que entendermos o lugar da submissão para que permaneçamos andando em autoridade, porque essa foi a forma que Jesus andou nessa terra, e Ele é o nosso maior exemplo. Quando você está obstinado com uma ideia que lhe tira do lugar de obediência, você está adorando a um deus que não é o nosso Deus. Nós nos submetemos por causa do Senhor. Submissão é uma condição do coração que vai se externar em suas ações.

 

2.             PARA QUE LAR NÃO SE TRANSFORME EM UMA REPUBLICA, O MARIDO DEVE AMAR A ESPOSA E NÃO TRATÁ-LA COM AMARGURA v. 19. 


Se a mulher é desafiada a imitar a igreja quanto à submissão, o marido é ordenado imitar a Cristo quanto ao amor. Nenhuma mulher terá dificuldade de submeter-se a um marido que a ama como Cristo amou a igreja. O padrão deste amor, ágape, está claro em Ef 5:25: Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela. O amor do marido pela esposa deve ser perseverante, sacrificial, santificador e romântico. Ele deve cuidar da esposa e suprir suas necessidades físicas e emocionais, isso você não vai encontrar em um lar república, mas em um lar cristão. Em um lar república você encontra o amor Storge (amor de afetos familiares de filhos para pais), você vai encontrar o amor Philos (amor de afeto caloroso de amizades intimas), também encontrará o amor Eros (amor entre homem e mulher no sentido de desejo passional, sensual e sexual). Mas jamais encontrará o amor Ágape que só é traduzido ao amor divino e o que Cristo pede ao marido para com a esposa.

 

·      O apóstolo Paulo alertou o marido também para o perigo de tratar a esposa com amargura. O marido deve ser sensível, carinhoso, atencioso e meigo com a esposa, tratando com dignidade e respeito. Ele deve elogiá-la, valorizá-la e demonstrar de forma prática o seu amor por ela.

·      Há pelo menos dois pontos que os maridos devem observar aqui:

a)   O amor do marido pela esposa é uma ordem dada por Deus. As qualidades deste amor na Bíblia você encontra em 1Co 13. Será sempre um amor perseverante, santificador, cuidadoso, romântico e sacrificial. Um amor paciente, benigno e livre de ciúme. O amor verdadeiro não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Esse amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta e jamais acaba.

·      As escrituras não dizem que devemos mandar nossas esposas serem submissas, esta não é nossa tarefa. Nossa tarefa é ama-las como Cristo amou a igreja. É responsabilidade delas nos respeitarem, mas não cabe a nós tal cobrança. Mas o que é mais difícil, submeter ou amar como Cristo? Acho que os dois são difíceis. Mas só fazemos isso quando nos submetemos a Cristo. E vamos prestar contas a Deus pela forma como fazemos, como amamos as esposas, como nos sacrificamos por elas.

 

b)   O amor do marido à esposa o impede de agredi-la com palavras e atitudes (3:19). A versão da Bíblia Séc. 21 diz: Cada um de voz ame sua mulher e não as trate com aspereza. A NTLH traduz: não sejam grosseiros com ela. Alguém afirmou que se trata da impaciência, dos resmungos que criam tensão no relacionamento e que geram desânimo. Paulo está ensinando que não devemos ser duros com nossas esposas, mas devemos ser como Jesus. Jesus já foi duro com você? Não!

·      Em 1Co 7:33 Paulo disse que: o homem casado se interessa pelas coisas deste mundo porque quer agradar a sua esposa. Para este apóstolo, o marido deveria ter palavras boas para sua esposa.

·      A palavra grega usada para “irriteis” traz a ideia de amargo, chato, irritante. Fala do atrito causado pela impaciência e “falação” impensada. Se o amor está ausente, a submissão não estará presente por causa dessa perpétua irritação. Paulo exorta aqui o marido rabugento, irritadiço, que faz tempestade em copo d’água. O marido precisa ter palavras amáveis e atitudes generosas. Ele deve ser perdoador em vez de ter um arquivo vivo de lembranças doentias e amargas. Em vez de tratar a esposa com amargura, o marido precisa ser um bálsamo na vida dela, um aliviador de tensões, um amigo presente, um companheiro sensível que vive a vida comum do lar, servindo-a e protegendo-a.

·      Lares republica o outro muitas vezes é tolerado, pois o amor se esfriou.

 

3.             PARA QUE LAR NÃO SE TRANSFORME EM UMA REPÚBLICA, OS FILHOS DEVEM OBEDECER AOS SEUS PAIS EM TUDO PORQUE ISTO É GRATO DIANTE DO SENHOR v. 20.


·      Filhos bem-aventurados na vida são filhos obedientes aos pais. Em sua maioria o lar república a rebeldia rola solta, o proibido é liberado e os absolutos são quebrados.

·      Os filhos precisam obedecer aos pais porque isto é justo, porque isto é uma ordenança divina e também porque a obediência é abençoadora. Filhos obedientes recebem a promessa de uma vida bem sucedida e longeva. Resistir à autoridade dos pais é insurgir-se contra a própria autoridade de Deus. Os filhos devem obedecer a seus pais em tudo. Eles devem respeitar os pais e ouvir seus conselhos nas diversas áreas da vida. Os filhos devem cuidar dos pais e ser um refrigério para eles.

·       Geralmente quando se fala em filhos obedientes, pensamos em primeira instância nas crianças. Mas convido a todos os filhos aqui presentes, você que ainda não é pai de família e observarem o texto, veja o que ele diz. Está escrito, por acaso, Filhos, obedecei aos vossos pais de vez em quando ou quando faz sentido para você? É isso que diz? Não, o texto diz pra obedecermos aos pais em tudo.

·      Agora literalmente a palavra obedecer significa ouvir com atenção, é uma atitude e uma ação. Mas é importante identificar os dois. Porque um filho pode se submeter em ações, mas não em atitude. E, o que o texto sugere é a obediência voluntária.

·      Obediência pela metade é o mesmo que desobediência, e desobediência é rebelião

 

ð Os filhos que não aprendem a obedecer aos pais não obedecerão a nenhuma outra autoridade. A desobediência aos pais é um sinal da decadência do mundo, segundo Rm 1:30 que diz: Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães. Também é um sinal do fim do mundo conforme 2Tm 3:1-5.

 

·      Nos tempos atuais, há outra coisa que é preciso tratar aqui. Não é algo fácil de falar, mas é preciso, para que tenhamos orientação completa. Quando essa passagem fala de submissão ou obediência, é difícil falar disso, mas o texto não está falando sobre quando tem abuso físico ou sexual. Porque este tipo de abuso é satânico, no entanto, Infelizmente está acontecendo no mundo inteiro e este tipo de abuso enfurece a Deus pai. Creio biblicamente que haverá juízo pesado de Deus para aqueles que estão abusando de suas esposas e filhos. Quero que entendam isso, vivam e ensinem a Palavra, pois existem pessoas que ouvem a Palavra, mas que não a seguem como se fosse a Palavra vinda de Deus. Estes pegam os textos bíblicos, distorcem ou diminuem suas palavras e usam para seus propósitos. Isso é satânico. Não gosto de falar sobre isso, mas temos que lidar com esta realidade.

·      No lar república os filhos não respeitam a autoridade dos pais, vivem e fazem coisas como se os mesmos não morassem ali. O governo espiritual do lar também envolve proteção. Pais sábios protegem estabelecendo limites.

ð Quais as consequências de se negligenciar o governo espiritual em casa? Juízo divino para o cabeça, além da evidente rebeldia e frieza espiritual que se manifestará vida dos filhos.

·      A primeira palavra profética que Samuel proferiu foi contra alguém que ele certamente amava: o sacerdote Eli, que o criara no templo. E o que Deus disse envolvia a casa dele e sua negligência no sacerdócio familiar: 1Sm 3:13 Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa; começarei e o cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele não os repreendeu.

·      O Senhor trouxe advertências anteriores, mas Eli não deu ouvidos. Deus está falando de negligência, aqui. Diz que embora conhecesse bem o pecado dos filhos, Eli não os repreendeu. Toda omissão na vida espiritual do lar sempre trará consequências sérias. Davi teve problemas com vários de seus filhos, e se você estudar com calma a história dele perceberá o quanto ele era negligente em relação a seus filhos. Adonias, assim como Absalão, se exaltou querendo usurpar o trono. Mas por trás desta atitude de rebelião, a Bíblia mostra a negligência de Davi como líder espiritual em sua casa: 1Reis 1:6 Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?

·      Se não queremos sérios problemas futuros com nossos filhos, muito menos a qualidade do relacionamento deles com Deus comprometido, então precisamos ser sacerdotes dedicados em ministrar e cobrir suas vidas.

 

TRÁS SEU FILHO PRA PERTO DE VOCÊ VAMOS MINISTRAR UMA BENÇÃO PRA ELES.

 

CONCLUSÃO:

·      Nós lemos em Filemom sobre uma família que parece ter problemas como a minha família e a sua também tem. Mas encontramos princípios e verdades doutrinárias, que podem corrigir o curso dessa casa para ela não se tornar um lar república. O pai Filemom certamente cobrava da irmã Áfia sua esposa, pois foi dentro de sua supervisão que o escravo roubou e fugiu. A Irmã deve ter retrucado esse posicionamento afinal ela é crente e com isso o pastor da igreja Arquipo que é o filho do casal e vive dentro de uma cultura patriarcal fica na dúvida se exorta o pai e chama a atenção da mãe e se desanima como pastor.    

·      Paulo termina a exortação dentro do lar república dizendo que os pais não podem irritar nem desanimar os filhos v. 21.

 

ð Os pais irritam os filhos quando ensinam com palavras, mas não com exemplo; quando falam uma coisa e fazem outra; quando exigem dos filhos um comportamento exemplar, mas vivem de forma repreensível.

ð  Os pais irritam os filhos quando os tratam com rigor, com dureza, com palavras ásperas e apenas cobram, sem jamais encorajar e consolar.

ð Os pais irritam os filhos quando não têm tempo para eles, quando priorizam os amigos e o trabalho em vez da família. Deixar de ouvir, de encorajar e de acompanhar os filhos, não apenas os irritam, mas também os deixam desanimados

 

ð Precisamos tomar cuidado para não conduzir nossos filhos nos extremos, sendo pais tão passivos e liberais que nossos filhos acabem vivendo sem regras e de forma errada e imoral, mas também não podemos ser tão severos, tão rígidos que nossos filhos sejam cheio de apatia e revolta. O modelo de Deus Pai é disciplina com amor e perdão. Nossa casa não pode ser uma república.

ð Paulo nos afirma que se os filhos são irritados eles se tornam desanimados e, nesta condição ficam expostos aos ataques de Satanás e do mundo. Quando uma criança não é devidamente encorajada em casa, procura auto-afirmação em outros lugares. 

ESFORÇA-TE ARQUIPO, LEVANTA O TEU ANIMO.


Pr. Nilton Jorge