Lc 15: 11-32
INTRODUÇÃO:
· Quero começar a minha ministração a partir de
algumas definições de família.
· O escritor F. Bastos de
Ávila em seu livro “Introdução à Sociologia” diz: “A família é
o único fenômeno social, além do fenômeno religioso, que se encontra em todos
os tempos e em todas as culturas”.
1.
No plano de Deus a família é uma
ordem da criação (Gn
1:26-31; 2:18-25).
2.
A família é uma economia sócio
comportamental ideal. Não existe outra que se possa comparar, ou seja, ela é a origem de
tudo o que se possa pensar sobre relacionamento interpessoal.
3.
Para os judeus, a família sempre
foi o agente integrador de grupo, o estabilizador emocional, e
o corretivo psicológico. Eis a razão porque para eles, preservar a
família, era preservar a pureza do seu povo, da sua nação.
4.
A família é o lugar privilegiado
em que se inicia a educação e o exercício da fraternidade e da solidariedade em
suas múltiplas formas. Aquilo que se aprende na experiência familiar, permanece por toda
a vida. Não existe uma outra oficina, que se possa comparar à família, na
modelagem do caráter do individuo.
5.
Além desta função, a família
também serve como moderadora da ordem social. É nela que todos são chamados
para servir. É nessa convivência que aprendemos que: “quem não serve
não serve”.
6.
A família também é o centro de
promoção e laboratório do desenvolvimento cultural, social e humano pela sua
própria vocação. Observe
que tudo começa a partir da família. No caso da família cristã, sua função é
desenvolver as virtudes do homem em sua tríplice dimensão: cultural,
espiritual e material.
ð Deus criou a família com propósitos bem
claros, procriação, recreação, unificação e glorificação. Quando a família vive para
cumprir os propósitos de Deus, ela se torna o lugar da manifestação da sua
glória. Isso nos ajuda a compreender o porquê a presença de Deus na família é
imprescindível. O salmista escreveu Salmo
127:1a: “Se o Senhor não edificar a
casa, em vão trabalham os que a edificam…”.
TRANSIÇÃO: Se a família é um projeto de Deus e existe para a sua glória, qual a
resposta que daremos às pessoas que frequentemente perguntam: Por
que famílias de pessoas boas fracassam? Por que bons casamentos terminam em
divórcio? Como prevenir o adoecimento do relacionamento familiar? Quais são os
sintomas que revelam que a família está doente?
· Na parábola do filho pródigo
Jesus desenhou uma família que precisava de cura.
ð Quando a família precisa de
cura?
1.
QUANDO EM NOSSO CORAÇÃO HÁ UMA DESVALORIZAÇÃO DAQUILO QUE ONTEM ERA
PRECIOSO E DE MUITO VALOR.
· O pai se torna descartável. O lar
perde sua importância. O irmão se torna dispensável
· Os valores que enriquecem um lar: Amor, Harmonia,
Companheirismo, Respeito, Diálogo, Carinho, Afeto, Alegria, Paz, Vida
Espiritual, Fidelidade, Honra, Reputação, Dignidade.
· O filho pródigo vendeu barato
tudo isso, o pai, o irmão, o lar etc. Eis a razão porque o divórcio é a
apostasia do amor. Porque é a rejeição daquele(a) que um dia foi
apaixonadamente desejado. Eu preciso sempre estar fazendo um autoexame para
conferir se o que tinha muito valor para mim ontem continua tendo o mesmo
sentido, o mesmo valor hoje.
· O lar não construído de pedra, areia e
cimento apenas, mais de pequenos detalhes. Existem pessoas
que valorizam mais as coisas do que o cônjuge.
· Os pequenos detalhes são inegociáveis,
intransferíveis, inadiáveis.
· Às vezes o que sua família quer são
pequenas coisas como: Atenção,
diálogo, gentilezas, tempo, elogio, valorização, interessado por aquilo que o
outro faz e gosta, essas pequenas coisas nutrem o relacionamento. Como o não
observar, sufoca e faz com que o relacionamento caia na rotina.
·
Não
relativize aquilo que é absoluto. Não ande nos passos da sociedade.
Para a sociedade o casamento não passa de um contrato, para Deus o casamento é
um pacto.
Nada a
não ser minha eternidade e vida com Deus é maior do que minha família.
2.
QUANDO O DESEJO DE IR EMBORA É MAIOR DO QUE O DESEJO DE FICAR, MESMO SEM
TER MOTIVO APARENTE.
· O que o filho pródigo tinha?
ð Ele tinha um campo v.25. Estava cheio de novilho v.30, tinha uma casa para qual ele
voltava no final do dia v.25, ele
tinha amigos v.29, ele tinha empregados v.26, ele tinha acesso a boa música v.25.
ð Ele tinha proteção,
conforto, amor, segurança, perdão, festa, mesa farta, carinho…
ð Por que ele saiu? Por que ele foi
embora? E porque tantos vão embora sem um motivo certo? A
Bíblia, diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o
conhecerá? Quando
Jesus disse vigiai, era para vigiar o coração.
ð Nada é tão perigoso como o nosso próprio coração. O filho pródigo foi traído pelo
próprio coração. Sansão foi traído pelo seu coração. Davi foi traído pelo seu
coração. Está escrito em Pv 4:23 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o
teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
Obs: O
Filho pródigo trocou uma realidade por aquilo que era aparente, por aquilo que
era uma aventura. Foi viver uma vida dissoluta.
Obs: Algumas pequenas coisas se não forem tratadas rápidas podem trazer
destruição a família.
ð Gálatas 5:9 “Um
pouco de fermento leveda toda a massa”. A palavra “Fermento” na maioria das vezes é usada na Bíblia no
sentido de maldade, no sentido de influência contrária à santidade,
ou coisa que estraga o ambiente espiritual. A natureza do fermento, tanto literal quanto figurativamente, tem o poder
de aumentar o tamanho de algo. Guarde o seu coração.
ð Ct
2:15 “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam
os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor”. As raposinhas são animais
pequenos e aparentemente dóceis por sua beleza, mas são vorazes em destruir um
vinhedo. Quando as parreiras já estão floridas para dar uvas, as raposinhas
vinham e comiam as flores, os brotos e não davam mais fruto. Guarde o seu
coração.
ð Ec 10:1 “Qual a mosca morta faz o unguento do perfumador exalar mau cheiro,
assim é para a sabedoria e a honra um pouco de estultícia”. O texto usa como ilustração um
vaso de unguento cheiroso como o que Maria derramou aos pés de Jesus (João
12.1-3), mas se o perfumador, pessoa que prepara o unguento, deixa-lo exposto e
uma mosca cair ali, faz o óleo cheirar mal em vez de ser agradável. Os mosquitos são insetos que perturbam
apesar de sua pequenez e insignificância.
3.
QUANDO COMEÇAMOS A DESEJAR A MORTE DO OUTRO Lc 15.12 “… pai, dá-me a parte a parte que
me cabe dos bens…”.
Pedir a herança antes da morte do
pai era desejar que ele morresse. Quantos maridos, esposas, filhos e pais vivem
pensando e até dizendo: “Que bom se ele(a) morresse”. Há pessoas que até ora,
Senhor prepara e leva meu cônjuge, meu pai, meu filho, meu irmão etc.
Ilustrações
Cristãs: Quero matar a minha esposa! (Lana)
Um casal
que já estava casado há cerca de dez anos estava em pé de guerra.
4.
QUANDO DENTRO DA FAMILIA A FESTA DO OUTRO INCOMODA Lc 15:28 “Ele se indignou e não queria entrar; …”.
ð No coração do irmão mais velho havia quatro
fortalezas que precisam ser derrubadas na família.
1)
A fortaleza da inveja. A inveja não me deixa entrar na
festa onde eu não sou o “centro das atenções”. A inveja é o mal de
muitos líderes que não aceitam o sucesso na vida do outro. Há pessoas que só
valorizam a “festa” que ela promove ou que promovem para ela.
ð A inveja nos leva a amar o irmão
quando o mesmo está na “pior”, mas, passamos a odiá-lo quando ele esta
celebrando uma grande vitória. Há pessoas que são capazes de chorar com os que
choram, mas não são capazes de se alegrar com os que se alegram. Você sabia que
há aqueles que “amam” você quando você está sofrendo, e que o
“odeiam” quando você está feliz? (Ilustrar
com o vaga-lume e a cobra).
ð A inveja pode nos levar a investir contra a festa
do outro. A
inveja sempre diz: “Se fosse eu seria muito melhor…” A inveja deforma, ela pode
fazer um “querubim ungido” se tornar “um anjo caído”, foi isso que aconteceu
com satanás.
ð A inveja não deixa o invejoso participar da festa
que Deus está patrocinando. Thomas Brooks disse: “A inveja
tortura as afeições, incomoda a mente, inflama o sangue, corrompe o coração,
devasta o espírito; e assim se torna, ao mesmo tempo, torturadora e carrasco do
homem”.
2)
A fortaleza da vingança. O grande problema do irmão mais
velho da parábola, era sua dificuldade para perdoar.
1- Ele não concordou com o
perdão do pai. Em sua opinião aquela era uma
oportunidade para o pai se vingar e não perdoar.
2- Ele
não estava disposto a perdoar. Para ele, aquele que afrontou o pai e saiu de casa,
já não merecia ser considerado seu irmão, por isso ele disse: “aquele seu filho…”.
3- Quem não perdoa sempre
fica para o lado de fora da festa. Faz da vida um funeral que nunca acaba.
3) A fortaleza da amargura. Quem não perdoa faz do coração um
poço de amargura.
1- Pessoas amarguradas são “tóxicas”. Elas sempre tentam estragar a
festa no coração do outro. O filho mais velho ao lançar no rosto do pai os
pecados do filho que voltou, tentou provocá-lo para estragar a festa. Lc 15:30”… vindo, porém, este teu
filho que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o
novilho cevado”.
2- Pessoas amarguradas passam a vida reclamando de um
“cabrito”, quando se tem um rebanho para usufruir. Lc 15:29 “… nunca me deste um cabrito…”. Os convidados
estavam comendo churrasco e celebrando a vitória e o moço lá fora falando do
“cabrito”. A amargura é a raiz que dá origem à toda murmuração. “Murmure e não
saia do lugar, louve e Deus te exaltará”.
3- Pessoas amarguradas são mal humoradas. Lc 15:28 “Ele se
indignou (ficou zangado) e não queria entrar… (na festa)”.
4- Pessoas amarguradas não conseguem enxergar o que tem, por isso vivem
como se não tivessem. Lc 15.31 “… tudo o que é meu é
teu…”.
CONCLUSÃO:
Quando a
cura aconteceu nesta casa.
1. Quando aquele que se perdeu se encontrou consigo
mesmo caindo em si. (Lc 15:17). Toda mudança
passa pelo reconhecimento, e o reconhecimento leva ao arrependimento. Reconhecimento. Reconheceu
que foi estúpido, precipitado, ingrato, desonrou, entristeceu, machucou, marcou
etc. Arrependimento: Tristeza
pelo pecado, confissão do
pecado e abandono do pecado.
2. Quando se tem a coragem de colocar para fora o que está envenenando
a alva. O filho mais velho colocou para fora o que estava o
matando dentro de casa. Na sua ignorância ele fez aquilo que pode desencadear
um processo de cura. Ele jogou para fora toda sua Inveja, Vingança, Amargura,
Descontentamento com o pai.
ð Será que nós pais sabemos como vai o coração de
cada filho? Será
que por detrás do silêncio dos nossos filhos não há uma alma em estado de
angustia, amargura e dor?
3. Quando alguém escolhe
ser o “agente de transformação” da casa.
– O pai não desistiu da família
como um projeto de Deus.
– O pai não desistiu do filho
que se rebelou e foi embora. (Esperou, recebeu, perdoou, restituiu e
celebrou).
– O pai não desistiu do filho mais
velho que estava cheio de amargura. Como o pai cura o filho infeliz:
Primeiro: Chama-o de filhos;
Segundo: Lembra a intimidade, tu sempre
estás comigo; ás comigo;
Terceiro: Ele mostra a herança – “… tudo o
que é meu é teu…”. Não viva como escravo sendo filhos.
– O pai escolheu ser o canal
da “graça” dentro daquela casa.
– O pai sabia que o perdão era o
caminho para curar a família. Não existe outro caminho que leva a cura de uma
família a não o do perdão.
Contatos com Pr. Nilton Jorge
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