TEXTO: Jz 4-5
INTRODUÇÃO:
· CONTEXTO HISTÓRICO DOS DIAS DE DÉBORA.
a)
Idolatria e
paganismo.
Débora foi convocada para julgar seu povo num dos piores momentos da vida
nacional. Jz 4:1,2 Não havia unidade
espiritual no país. A idolatria e a apostasia assolavam a nação. A
circunstância era tão difícil que Débora fez questão de registrá-la em seu
cântico (Jz 5:8). Certamente o que provocou esta situação foram os
longos 80 anos de paz e relativa prosperidade sob a liderança de Eúde. A Bíblia
afirma que “os filhos de Israel tornaram
a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR, depois de falecer Eúde” (Jz
4.1). Por conta disso, “Entregou-os o
SENHOR nas mãos de Jabim, rei de Canaã” (Jz 4.2 – ARA).
b)
Progresso da
civilização pagã.
No tempo dos juízes, a Palestina era uma região muito próspera. Havia grandes e
pomposas cidades, resultado do crescimento de uma civilização milenar. Jabim,
rei de Canaã (Jz 4:1-3), dominava as principais rotas comerciais da região.
Os cananeus eram bem superiores a Israel, especialmente no que tange às armas
de guerra. Possuíam novecentos carros de ferro (alguns eruditos dizem ser isso uma hipérbole
ou exagero pra mostrar o poder do adversário). Os cananeus recebiam treinamento
militar especializado. Dominavam a indústria e o comércio bélicos,
armavam seus vizinhos contra Israel, e não permitiam que ninguém vendesse armas
aos judeus: “não se via escudo nem lanças
entre quarenta mil em Israel” (Jz 5:8).
c)
Esse foi um
tempo de transição. A era do bronze e Jabim estava junto aos ferreiros
se equipando com armas de ferro bem superior e mais forte que o bronze. No fim
do século XII a.C, aproximadamente 1240 a.C., o rei cananeu Jabim, da cidade de
Hazor, atacou as tribos ao norte de Israel, juntamente de seu comandante Sísera. Após a derrota, os
israelitas foram oprimidos durante 20 anos por Jabim e seu exército
· Observação histórica sobre a cidade de Hazor. Durante a tomada da terra liderada por Josué, a cidade de Hazor foi destruída e incendiada (Js 11:13) após o exército israelita derrotar os reis locais. A cidade de Hazor se localizava no meio do território de Naftali, e anos após sua destruição foi reconstruída, fortificada e habitada pelos cananeus. Essa cidade reconstruída é onde viveu o rei Jabim dos relatos de Débora.
Vale
ressaltar que durante os relatos de Josué capítulo 11, o rei de Hazor que
batalhou contra os israelitas também se chamava Jabim. É provável que o nome
Jabim fosse comum entre os cananeus na época, ou que fosse um título passado
entre os líderes, e por conta disto a cidade possuiu dois governantes com o
mesmo nome.
Ao
longo da história de Israel, a cidade foi diversas vezes fortificada pelos reis
israelitas. Sua localização era estratégica para a defesa do país. Atualmente a
cidade está em ruínas e não é mais habitada, servindo apenas como sítio
arqueológico.
ð O rei cananeu, prevalecia até que a profetiza Débora foi levantada para Funções e responsabilidades. Matthew Henry comenta que o nome “Lapidote”, do esposo de Débora, significa lâmpada, e que rabinos ensinam que Débora fabricava pavios para as lâmpadas do tabernáculo.
a)
Liderança Espiritual: Sendo uma
profetisa, Débora exortava o povo a se manter fiel a Deus e não seguir a
idolatria dos povos vizinhos. Ela não apenas orientava o povo, mas também
orientou a Baraque dizendo que Deus o havia escolhido pra estar à frente da
guerra e este se acovardou, mas Debora o encorajou, mas a honra foi dada a Jael
esposa de Heber. Jael era uma mulher nômade, acostumada a montar e desmontar
sua tenda, já que isto era tarefa das mulheres, portanto, tinha um bom manejo
ao bater uma marreta numa estaca.
b)
Administração da Justiça: Como juíza,
ela era responsável por resolver disputas e aplicar a lei dada por Deus, por intermédio
de Moisés.
c)
Liderança Militar: Uma de suas
ações mais notáveis foi liderar as forças israelitas na batalha contra Sísera e
Jabim, demonstrando coragem e determinação. Deus deu ordens a Baraque, um naftalita, para convocar
10 mil guerreiros das tribos de Naftali e Zebulom para enfrentarem o inimigo.
Baraque temeu ir sozinho e exigiu a companhia de Débora para realizar a vontade
do Senhor, por conta disto as honras das batalhas e vitórias foram dadas a ela
e não a ele. Baraque, junto da companhia de Débora, se dirigiu a cidade de Quedes, nas terras mais ao
norte do território de Israel, para reunir os soldados de Zebulom e Naftali
para a guerra. Com o exército formado se movimentaram até o Monte Tabor para a batalha.
· Sísera, general
do exército de Jabim, reuniu seus 900 carros de guerra para batalha. A batalha
aconteceu e Baraque obedeceu ao mandado de Deus, e a vitória lhe foi dada. De
acordo com Flávio Josefo, Deus fez chover granizo, de tal forma que os cananeus
tiveram seu poder de fogo reduzido, e foram derrotados pelos israelitas. Os
carros de ferro de Sísera em nada puderam ajudar, pois a tempestade transformou
em lama o solo daquele local, deixando os carros inoperantes.
· A tempestade não
foi, uma coincidência, mas uma providência. Não era tempo
de chuvas, por isso Sísera mobiliza as carruagens para a área ao longo do
ribeiro de Quisom, onde sobrava espaço para alinhá-las. Deus mandou a chuva. As
rodas dos equipamentos atolavam na lama das planícies. Isto impossibilitava aos
cananeus de tirar vantagem de seu maior trunfo. Na lama, carro de ferro é
problema, não solução. A lentidão dos veículos era tal que se dava preferência
a fugir a pé. Enquanto seus soldados eram perseguidos e dominados, Sísera fugiu
a pé até a região dos queneus, onde pediu abrigo para Jael. Ela o acolheu e lhe
oferecendo comida e leite para beber, cansado e de estomago cheio dormiu.
· Durante seu
sono, Jael o matou com uma
estaca e martelo lhe atravessando a tempera e o crânio. Os historiadores dizem que
Sísera usava as mulheres como objeto e agora vai morrer com um objeto que as
mulheres usavam. Com a morte de Sísera e a derrota dos cananeus, os
israelitas de fortaleceram e seguiram batalhando contra Jabim, até o derrotarem
completamente. Após a derrota do rei Jabim, houve 40 anos de paz em Israel. Nos
quais não ocorreram guerras e intrigas políticas com os povos vizinhos.
· Essa é uma história contada duas vezes, capítulo 4
como um fato histórico, no capítulo 5 como um poema cantado. Em seu cântico, Débora cita o juiz Sangar, dando a entender que
ambos viveram no mesmo período da história. Entende-se que Deus a tenha
levantado para libertar o povo dos inimigos cananeus ao norte de Israel,
enquanto Sangar foi levantado para libertar dos filisteus que
atacavam as terras próximas a Judá e Simeão.
APLICAÇÃO E LIÇÕES PRA VIDA.
· A palavra Débora
ou nome no hebraico , DEVORAH, que significa “abelha”. Se tivéssemos
que escolher alguns sinônimos para conceituar nossa valente Débora classificaria
assim: DISCIPLINADO, LEAL, GOSTO PELO TRABALHO, SOLIDEZ E EFICIÊNCIA,
ORGANIZADA, PRONTA, DECIDIDA. Assim como as abelhas.
1) COMO SÃO AS ABELHAS? À primeira instância, são seres enaltecidos nas escrituras por causa de sua organização social. A abelha é um inseto que vive em sociedade, cuja sobrevivência é impossível de modo isolado.
· Elas vivem em
colonias, as “colmeias”, que têm cerca 80.000 abelhas. Todas guiadas por uma
única rainha, a abelha fêmea, com a capacidade de reprodução. As abelhas
polinizam flores de cores monótonas, escuras e pardacentas (todos os tipos de
flores).
· Uma abelha
visita dez flores por minuto em busca de pólen e do néctar. Ela faz, em média,
quarenta voos diários, tocando em 40 mil flores. Com a língua, as abelhas
recolhem o néctar do fundo de cada flor e guardam-no numa bolsa localizada na
garganta. Depois voltam à colmeia e o néctar vai passando de abelha em abelha.
Desse modo a água que ele contém se evapora, ele engrossa e se transforma em
mel. A maioria das abelhas transporta uma carga eletrostática, que as ajuda na
aderência ao pólen.
· A abelha tem
cinco olhos. São três pequenos no topo da cabeça e dois olhos compostos, maiores,
na frente. Uma abelha produz cinco gramas de mel por ano, para produzir um
quilo de mel, as abelhas precisam visitar 5 milhões de flores e consomem cerca
de 6 a 7 gramas de mel para produzirem 1 grama de cera.
2) O QUE APRENDER COM AS ABELHAS?
A) A UNIDADE (4:6) “Ela mandou chamar Baraque, filho de Adinoão, que estava na cidade de Quedes no território da tribo Nafatali”. A ênfase deste versículo é a unidade;
· Poderia até
dizer sou profetisa, sou boca de Deus não dependo de ninguém. Mas, assim
como as abelhas que vivem dependendo umas das outras, na produção do melhor
mel, o néctar das flores vai passando de abelha em abelha, até a água evaporar
e transformar-se em mel. Assim Débora dependia de Baraque e de
seus soldados, pois, este tinha nas mãos a estratégia de guerra, ia à frente da
batalha. A união faz a força da colmeia. Baraque por sua vez precisava
reunir tropas, formar um exército.
· Dependemos
exclusivamente uns dos outros e juntos somos fortalecidos por Deus. hoje
vivemos em busca de independência constante. Desejamos ser independente dos
nossos pais, desejamos ter nosso próprio negócio para não depender de ninguém
(não ter patrão), as mulheres desejam ser independentes de seus maridos
financeiramente e os jovens querem ser independente de seus pais.
Com isso verificamos que temos uma sociedade que busca sua independência.
· Por sua vez a
igreja como um organismo vivo, não pode ser contaminada com este
pensamento.
Esquecendo-se que Deus através da palavra nos ensina a dependermos todos
os dias do nosso próximo e Dele mesmo. Assim, saiamos dessa caverna de solidão,
de egoísmo e voltemos para a essência de unidade, buscando sempre alguém para
compartilhar, ajudar e dividir todas as emoções, desejos e quando necessário,
até os bens. Nossas diferenças existem para precisarmos uns dos
outros e dependermos exclusivamente de Jesus.
B)
A DISPOSIÇÃO PARA TRABALHAR. As abelhas operárias visitam cerca de
dez flores por minuto, num total de 40 Voos diários. Com essa mesma disposição,
a protagonista da nossa historia, Débora, caminhava junto com o exército.
Baraque confiava em Débora e enxergou a vitória antes dela chegar, pelas
características espirituais demostradas por ela.
· Uma mulher de
visão amplificada da vontade de Deus, “Ajunte o povo disse ela a Baraque”, assim como a abelha que possui
cinco olhos para ver uma luz polarizada que os humanos não podem ver.
Fazendo um paralelo entre a abelha e a profetisa, sua visão é também ampliada por
Deus, o Senhor; já enxergava a vitória antes mesmo dela acontecer.
3) SISTEMA DE DEFESA DAS ABELHAS. As abelhas operarias ou obreiras são as agentes de defesa da colmeia. Quando uma abelha se sente ameaçada, ela utiliza o ferrão no animal que estiver por perto. Depois de dar a ferroada, ela tenta escapar e, por causa das farpas, a parte posterior do abdômen onde se localiza o ferrão na maioria das vezes fica presa na pele do animal e, em alguns casos, perde uma parte do intestino, morrendo logo em seguida. Já ao picar insetos, a abelha muitas vezes consegue retirar as farpas da vítima e ainda sobreviver.
· Juntamente com Baraque e o exército,
fica clara a disposição do trabalho. Em (Jz4:14), Débora ordena a Batalha.
Com uma visão espiritual, ela sabia que era chegado o momento da libertação de
Israel, ficando nítido no texto quando ela diz “Este é o dia que o Senhor entregara Sísera nas tuas mãos”.
· Da mesma maneira
o servo de Deus não deve “ferroar” ninguém. Quando você
lança uma palavra pesada, sobre a vida da pessoa o seu ferrão fica nela, ou
seja, o ódio, a ira, a vingança, a revolta o ciúme, tudo de ruim que você
pensa e fala. A abelha quando lança seu ferrão perde parte do intestino. O que
é o intestino? É aonde fica os alimentos, que não prestam, que precisa ser
liberado.
· Você tem
depositado seu intestino em alguém, ferroando pessoas com palavras e
sentimentos negativos? Lembre-se que a abelha quando deixa o
seu intestino, ela morre. Quantas vezes morremos por deixar nosso intestino em
alguém. Cientificamente, já foi comprovado, que o rancor, o ódio que sentimos
por alguém (pecado), nos leva a doenças físicas, emocionais, e espirituais. Marcos 11:26 “Mas, se não perdoardes também vosso pai
celestial não vos perdoará as vossas ofensas”.
· O senhor usou
seu ferrão contra o inimigo através das águas de Quisom, tendo Baraque e
seus soldados agindo de acordo com a orientação divina. Analise o
texto bíblico e verá o ferrão de Deus contra o inimigo (V: 15 “O
Senhor derrotou Sísera, e todos os seus carros, o todo o seu exército ao fio da
espada diante de Baraque”. Rm
12:19 A Mim pertence a vingança ; Eu que retribuirei, diz o Senhor.
Pr. Nilton Jorge - Contatos para agendas (22) 99874672 Whatsapp
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