terça-feira, 12 de março de 2024

GIDEÃO MAIS DO QUE TREZENTOS (Série sobre Juízes - 5)

TEXTO: Jz 6-8

INRODUÇÃO:

·      Israel passou por um período longo de 40 anos de paz em Israel, com a conquista da juíza Débora e Baraque sobre o rei Jabim II e Sísera ambos cananeus que oprimiam Israel. A paz foi interrompida após os israelitas se voltarem contra Deus e adorarem os deuses pagãos dos povos vizinhos, como Baal e Aserá. Devido essa apostasia, o Senhor permitiu que Seu povo caísse sob o domínio e exploração dos midianitas, que auxiliados amalequitas e outros povos a leste de Israel como os amonitas e moabitas, invadiam as terras israelitas, saqueavam as plantações, roubavam o gado e rebanho. Com isso Israel empobreceu e sua população ficou vulnerável, foi necessário criarem esconderijos nas montanhas, cavernas e fortalezas para se protegerem e esconderem os alimentos/riquezas.

·      Os midianitas eram um povo nômade que viviam entre as nações/povos de Canaã. Eram descendentes de Midiã, filho de Abraão com Quetura. Habitavam o deserto e se dedicavam ao comércio e criação de animais. Eles eram inimigos de Israel desde os tempos de Moisés, quando tentaram seduzir os israelitas à idolatria e à imoralidade, seguindo o conselho de Balaão.

·      Deus envia um profeta ao povo Jz 6:8, pra lhes explicar o porquê estavam subjugados pelos Midianitas, e então veio o Anjo do Senhor. 

·      A história de Gideão se inicia quando ele estava malhando trigo em um lagar nas terras de seu pai, Joás um homem idólatra, que adorava e conduzia o culto a Baal e Aserá na cidade de Ofra que ficava na tribo de Manassés. Gideão viveu os primeiros anos de sua vida durante um período de 40 anos de paz, conquistados após a vitória da juíza Débora e Baraque sob o rei cananeu Jabim II de Hazor.

ð Gideão é descrito como sendo um abriezita, ou seja, alguém do clã de Abiézer, da tribo de Manassés. Apesar de seu clã ser o menor de toda sua tribo, sua família era considerada influente e de posses, pois possuíam terras, tinham prestígio entre os moradores da cidade, possuíam servos e se relacionavam com concubinas, uma prática comum de famílias ricas.

ð Ele malhava o trigo escondido, pois tinha medo dos midianitas aparecerem e roubarem toda sua colheita. Enquanto ele trabalhava, o Anjo do Senhor lhe apareceu e disse que o Senhor estava com ele, e que Gideão seria o libertador de Israel.

Ele, porém, duvidou e pediu ao anjo um sinal. O anjo o atendeu e ele entendeu que o Senhor o chamava para libertar seu povo e liderar os guerreiros em batalha.

·      A primeira missão que Deus deu a Gideão foi a de destruir o altar de Baal e o poste-ídolo de Aserá que se encontravam na cidade de Ofra, e levantar em seu lugar um altar ao Senhor. Temendo ser interrompido por sua família, ou pelos moradores da cidade, durante a noite levou consigo dez homens e juntos eles derrubaram o altar de Baal e o poste-ídolo de Aserá. Em seguida, pegaram os pedaços de madeira dos ídolos e os queimaram no fogo do altar. Após a destruição dos ídolos em Ofra passaram a chamá-lo de “Jerubaal”, que significa “contendor com Baal” ou “adversário de Baal”.

·      Por volta de 1150 a.C. os exércitos dos midianitas, amalequitas e demais povos do leste, se uniram em um região ao entorno Vale de Jezreel, próximo do rio Jordão, para novamente invadir Israel e tomar sua plantações. Gideão reuniu todos os clãs de Manassés, assim como os israelitas das tribos de Aser, Zebulom e Naftali, para a batalha.

·      Apesar do Anjo do Senhor ter aparecido a Gideão e lhe dado os sinais que ele o havia pedido. Ele ainda se encontrava inseguro quanto ao chamado que Deus o havia lhe dado, novamente ele pede sinais ao Senhor.

ð Primeiro com o pedaço de lã na eira e depois o sonho contado no acampamento dos midianitas sobre o pão de cevada rolava sobre a tenda dos midianitas e a derrubava.

·      Depois dos sinais dados a Gideão, ele reuniu os guerreiros em Harode e começou a formar um exército para enfrentar os inimigos, cerca de 22 mil homens. O Senhor mandou Gideão dispensar os homens que estavam com medo, reduzindo o exército para 10 mil homens. Deus ordenou que o exército fosse levada para beira d’água na fonte de Harode. Os homens que pegassem água com as mãos, fazendo uma concha, e levassem a boca, seriam levados para a batalha. Assim, o exército foi reduzido para apenas 300 homens.

·      Gideão dividiu os guerreiros em três grupos, e lhes deu trombetas, cântaros vazios e tochas acesas dentro dos cântaros. Eles cercaram o acampamento dos midianitas, e, no meio da noite, tocaram as trombetas, quebraram os cântaros e levantaram as tochas, gritando. Os midianitas se assustaram com o barulho e a luz, e se puseram a fugir em confusão, matando uns aos outros. Desse modo o Senhor deu vitória para os israelitas, apesar de toda improbabilidade numérica.

·      Após essa primeira vitória, os moradores da tribo de Efraim foram chamados para auxiliar nas batalhas. Os efraimitas cercaram parte do exército midianita nas cidades de Bete-Sita, perto de Zererá, e Abel-Meolá, perto de Tabate. Onde capturaram e executaram Orebe e Zeebe, dois comandantes de Midiã. Sucote e Peniel se recusam a auxiliar Gideão.

·      Gideão e seus 300 guerreiros continuaram a perseguição do restante do exército midianita e seus últimos reis, Zeba e Zalmuna. Essa parte do exército midianita se reorganizou na cidade de Carcor. Durante a perseguição pararam nas cidades de Sucote e Peniel, pedindo pão, água e suprimentos para continuarem a batalha, visto que as tropas estavam cansadas. Ambas as cidades se recusarem e dar apoio. Diante disso Gideão jurou que, quando voltasse vitorioso, ele os castigaria com espinhos e abrolhos do deserto, e que derrubaria a torre de Peniel.

·      Ao fim da perseguição, o exército israelita derrotou o restante do exército midianita e capturou Zeba e Zalmuna, perto das cidades de Noba e Jogbeá. Gideão mata seus inimigos, pondo fim a guerra. Ao voltar para Israel ele cumpriu o seu voto, e castigou severamente os homens de Sucote, e matou os homens de Peniel, por causa da sua ingratidão e rebeldia.

·      Após a derrota dos midianitas, os israelitas ficaram tão agradecidos a Gideão que o pediram para se tornar o seu rei sobre ele. Ele, sabiamente, se recusa a governar sobre Israel e estabelecer uma monarquia, dizendo que apenas Deus poderia governar sobre o povo.

·      Apesar disto, ele cometeu um erro ao coletar diversos despojos em ouro dos israelitas e fazer um manto sacerdotal. Pois Israel passou a adorar aquele manto e torná-lo um ídolo.

Disso, aprendemos 14 lições de como Deus nos trata, a despeito das nossas circunstâncias:

1ª lição: Deus enxerga a nossa realidade de um modo diferente do que a vemos.

2ª lição: Deus nos observa e está conosco, embora as circunstâncias pareçam dizer o contrário.

3ª lição: Deus conhece o nosso potencial, mesmo que não saibamos ainda que o possuímos.

4ª lição: Sem Deus, os obstáculos são intransponíveis; porém, quando Deus entra em cena, transforma não somente a sua vida, mas também todo o seu contexto.

5ª lição: Enquanto o mundo cultua o poder e a força, Deus usa os fracos para aniquilar os fortes, porque o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

6ª lição: A autoridade de Gideão no trato com o grupo despreparado que liderava dependia da sua fidelidade a Deus e da clareza com que transmitia ao povo as orientações recebidas Dele.

7ª lição: “Mudou dentro, mudou fora”.

8ª lição: Deus não chama ociosos para trabalharem na Sua Seara.

9ª lição: Quando decidimos erigir um altar para Deus, temos de assumir o compromisso de derrubar todos os outros altares primeiro.

10ª lição: Para Gideão realizar “uma obra para Deus”, foi preciso primeiramente confiar em Deus, que o chamou.

11ª lição: Temos de cuidar para que o nosso sucesso não seja a porta de trás do nosso fracasso.

12ª lição: O líder jamais deve se impressionar muito com massa ou multidão, como se o número de apoiadores fosse prenúncio de vitória.

13ª lição: O líder deve evitar o culto à personalidade, assim como o culto ao poder da organização que lidera.

14ª lição: O líder deve ter cuidado com a vaidade e o orgulho, evitando cair na tentação de valorizar sua habilidade pessoal acima da dependência de Deus, assim como esquivar-se de exaltar suas técnicas e métodos, sacralizando-os como se fossem divinos.

APLICAÇÃO: Juízes 8:4 “Vindo Gideão ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam cansados, mas ainda perseguindo”.

·      A Bíblia nos mostra lições surpreendentes nestes três textos quanto aos recursos de Deus. Descobri que uma destas lições é o quando Deus nos traz Seus incríveis recursos somente após termos exaurido nossos limites.

·      Vejo quatro grandes lições para nós hoje na história de Gideão

 

1.             Os recursos limitados jamais limitam Deus. Se estivéssemos no lugar de Gideão poderíamos pensar, “Senhor, Tu tens de nos livrar agora mesmo. Precisamos de reforços, armas melhores, mais suprimentos – caso contrário, não temos chance”. Mas Deus fez exatamente o oposto. Ele diz a Gideão e seus homens, “Algum de vocês está confuso ou desencorajado? Vá então para casa. Imagine o que passou na mente de Gideão quando ouviu isso. “Puxa Senhor! Tu deverias nos aumentar e não diminuir”.

·      Os midianitas tem armas e aliados, Eu lhes darei algo que os midianitas não têm.

·      Deus muitas vezes limita propositalmente os nossos recursos para assegurar que Ele receba toda a glória

2.             O desencorajamento pode retardar, mas jamais deter o plano final de vitória de Deus. Na manhã seguinte Gideão e seus homens chegaram a uma cidade israelita onde encontraram um grupo de homens. Em vez de se congratular com os vitoriosos, estes homens se chocaram com Gideão: Então, os homens de Efraim disseram a Gideão: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste quando foste pelejar contra os midianitas?

·      Gideão tinha acabado de derrotar 85.000 soldados com um exército de 300 e estava sendo criticado pelos acomodados que ficaram em casa!

·      Às vezes as experiências mais consternadoras, que nos esgotam a alma e esvaziam a energia chegam não nas batalhas da vida, mas de nossa própria família espiritual. Esperamos críticas dos inimigos, mas somos pegos desprevenidos quando isso vem de nossos irmãos e irmãs. Gosto de ver como Gideão reagiu a essa afronta. Ele se recusa a ser desencorajado. No momento em que ele poderia deixar cada grama da gloriosa vitória esvair de seu espírito, fez o oposto. Ele na verdade enalteceu os homens, dizendo, “Que mais fiz eu, agora, do que vós?” (8:3). Gideão então enumerou as antigas vitórias daqueles homens contra grandes inimigos.

·      Aqui está um grande perigo a distração. É tão fácil gastar energia em guerra com a família e perder o foco da missão ordenada por nosso Deus.

·      Gosto do que as escrituras dizem que aconteceu a seguir 8:4: “Vindo Gideão ao Jordão, passou”. Ele deixou a briga para trás e continuou em frente. Que lição para nós: quando resistimos às distrações de guerras menores, estamos verdadeiramente desenvolvendo nossa missão.

3.             A graça pela vitória é estendida aos cansados. O que mais ouço diante das batalhas a ser travadas é: Agora não dá para descansar, apesar de estar cansado. O Senhor me chamou para essa luta.

·      Que dia tremendamente exaustivo havia sido para Gideão e seus homens. Tudo tinha acontecido num período de 24 horas: a escolha gradual dos homens para o exército, a intensa preparação para o conflito, uma batalha a noite inteira contra 100.000 guerreiros. Na manhã seguinte Gideão teve um embate emocional com irmão de tribo. Mas ainda assim lemos que Gideão e os 300 estavam “cansados, mas ainda perseguindo”. O seu foco estava na missão de Deus!

·      Mas Gideão tinha mais exaustão para enfrentar. Ele e seus homens estavam perseguindo os midianitas quando chegaram à cidade de Sucote com muita fome. “(Gideão) disse aos homens de Sucote: Daí, peço-vos, alguns pães para estes que me seguem, pois estão cansados, e eu vou ao encalce... (dos) reis dos midianitas” (8:5).

O pedido de Gideão foi negado. Então Gideão foi forçado a prosseguir exausto à cidade seguinte Penuel, mas de novo as pessoas rejeitaram seu pedido de alimentos. Gideão reagiu dizendo “Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre” (8:9).

4.             Deus não para deixando a vitória pela metade. Quando seguimos Jesus, não podemos nos acomodar com vitória parcial por estarmos exaustos. Deus não vai permitir isso. Depois de todos estes desapontamentos, Gideão poderia ter dito, “Pois é homens, vocês já conseguiram muito mais do que podíamos imaginar. Vivemos tudo que se poderia viver em um dia só. Por enquanto vamos voltar pra casa. Amanhã a gente começa de novo”.

·      Creio que ele ouviu Deus dizendo, “Prossiga Gideão. Lute por seus filhos. Sim, Eu já predeterminei tua vitória, mas te chamo para que confie em Mim indo à frente”.

·      Talvez você esteja em um casamento tenso que você acha não vá durar nem mais um dia. Talvez depois de toda oração por seus filhos, às coisas pareçam estar piores. Talvez o futuro pareça desanimador. Deus está falando com você como falaria aos 300: “Quero que você disponha seu coração e mente para guerrear um inimigo dez vezes maior do que você. Você não consegue superar esse inimigo na sua própria força. Mas vou lhe dar algo que teu inimigo não tem”.



Pr. Nilton Jorge - Contatos para agendas (22) 998746712 Whatsapp

 

 

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