domingo, 4 de dezembro de 2022

AS BENÇÃO DA UNIDADE

TEXTO: João 17:21-23)

INTRODUÇÃO:

·      No capítulo dezessete do evangelho de João, Jesus oferece a oração mais extensa registrada para nós no Novo Testamento. É uma oração de intercessão na qual ele orou por seus discípulos e por todos aqueles que haveriam de crer por meio do testemunho de seus discípulos. Essa oração é chamada de a Oração Sacerdotal de Jesus.

·      Um dos temas centrais dessa oração é o pedido de Cristo ao Pai para que seu povo possa ser um. Era uma oração pela unidade cristã. Contudo, aqui estamos nós, no século vinte e um, e a igreja provavelmente se encontra mais fragmentada que em qualquer outro período da história da igreja.

·      Historicamente, por meio do Concílio de Niceia da igreja primitiva, a igreja foi definida por quatro palavras chave, a saber: 1) una, 2) santa, 3) católica, 4) apostólica.

·      Essas quatro categorias descritivas sobre a igreja definem a natureza da igreja. O tema da unidade está tão presente no texto que podemos vê-lo expresso por três vezes:

a)   v. 21 “para que todos sejam um”.

b)   v. 22 “para que eles sejam um”.

c)    v. 23 “Que eles sejam levados à plena unidade”.

·      Estas declarações expõem os princípios essenciais da unidade espiritual. Aqui estão revelados os pormenores da natureza da unidade da Igreja.

 

ð O objeto da oração de Jesus são pessoas específicas. Ele fala sobre “estes, “eles”, fazendo referência aos discípulos. E fala também sobre “aqueles”, fazendo referência a todos os cristãos das gerações futuras os que ainda haviam de crer. Todavia, quando Jesus faz a afirmação “para que todos sejam um”, Ele junta “estes” e “aqueles” em um único processo histórico, ligando-os como um só corpo a Igreja universal.

·      É importante observar, também, que tanto “estes” quanto “aqueles” são pessoas que “receberam” a Palavra de Deus e conheceram quem é Jesus. São pessoas regeneradas, nasceram de novo. Portanto, é deste tipo de pessoas que Jesus espera a prática da unidade.

·      E mais: Jesus afirma que sem a unidade com o Pai e o Filho, a unidade na Igreja não é possível. É neste ponto que encontramos o maior desafio para vivenciarmos a verdadeira unidade cristã. Jesus compara a unidade do Seu povo, a Igreja, com a unidade que Ele tem com o Pai“… para que eles sejam um, assim como nós somos um”.

a)   Isto significa primeiro, que a unidade da qual Jesus está tratando em João 17 não se restringe à reciprocidade e comunhão uns com os outros.

b)   Isto significa em segundo lugar, que não se trata de uma unidade estrutural ou organizacional e externa, não é unidade denominacional. Não é ecumenismo.

c)    Terceiro também não significa conformidade ou uniformidade, fazer todas as pessoas pensarem exatamente iguais. Não é uma questão de amizade ou fraternidade.

·      Então, que tipo de unidade é esta? É a unidade de essência: “Esse é todo o mistério da Trindade. Há três pessoas e, contudo, unicamente um Deus. A mesma essência e, contudo, há distinções nas pessoas, mas o que faz dElas um só ser é a unidade de essência”.

·      A oração de Jesus por unidade do Seu povo demonstra que a unidade não é automática, mas algo que deve ser buscado e desenvolvido com empenho e esforço. Na prática, a unidade é uma relação familiar. Numa família, os membros até podem discordar de algum ponto, porém jamais irão se livrar da relação de sangue, da essência que lhes une. Neste sentido a unidade da igreja é sobrenatural, tangível e evangelizadora. Os discípulos, porém, mostraram um espírito de egoísmo, competitividade e desunião.

·      As escrituras revelam alguns fatores quanto a unidade da igreja, precisamos ver o contexto em que se apresenta pra entender de que tipo de unidade está se falando.

a)   Por exemplo há dois textos relacionados, o de Gn 11 e At 2, a unidade dos povos ao redor de uma torre a porta do céu, e a unidade de uma igreja em oração para receber o que viria dos portais do céu, o batismo com o Espírito Santo. Esses dois textos abordam sobre a Sinergia da unidade, essa unidade trás poder e revelam a conquista de um povo. No primeiro texto as línguas se confundem pra crescer. No outro as línguas trás entendimento pra fundir uma igreja pra crescer.

b)   Em 1 Co 12 Paulo aborda a unidade no aspecto de Corpo e seus membros unidos a ele. Aqui a unidade é orgânica, e cada membro faz a sua parte pra que haja vida no corpo.

c)    Em Efésio 2 e 4 Paulo vai abordar outro tipo de unidade da igreja, como um edifício que está sendo edificado. Nesse aspecto a unidade está relacionada ao crescimento e maturidade pela ministração dos dons que cada um possui.

d)   Mais o texto de Jo 17 é uma unidade que tem haver com Jo 15, e com o salmo 133. Ela tem como referência a unicidade da trindade, ela tem como marca o caráter do Deus uno. Ela está timbrada em essência.


ð A singularidade desse tipo de unidade está no cheiro que ela tem e na marca que ela produz. A União dos Crentes em Cristo está relacionada ao amor e ao relacionamento para com Deus.

 

TRANSIÇÃO: Quais são as essências que unidade produz.


1.             A UNIDADE MELHORA O AMBIENTE AO NOSSO REDOR.

Sl 133:1,3 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. …porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.

·      É difícil concebermos que um ambiente tenso, hostil, desunido, desarticulado, onde falte o amor solidário e a graça perdoadora, possa ser visitado pelo óleo, pelo orvalho, pela bênção e pela vida de Deus. 

·      A bênção do Senhor não está no óleo sobre a cabeça (não é ter vida ungida), nem no orvalho que cai do céu sobre o monte que molha os montes menores e vales prosperando por escorre.

·      A benção está na unidade do povo. (a unção sobre a cabeça, e prosperidade nos lugares altos depende e é reflexo de unidade.

·      A unidade do povo trás óleo sobre a cabeça e prosperidade nos lugares altos.

 

2.             A UNIDADE LEGITIMA NOSSO CULTO.

Mt 5:23,24 Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.

·      Jesus vincula nosso relacionamento horizontal (irmãos) com nosso relacionamento vertical (Deus). A verdadeira espiritualidade pressupõe comunhão com Deus e com os irmãos. 

·      Jesus intercede pela unidade da igreja com três grandes objetivos:

A evangelização do mundo, a manifestação da glória de Deus, por intermédio da igreja, e o aperfeiçoamento dela.

·      A unidade fraternal está relacionada ao ato de fazer derramar sobre a cabeça de forma cultual a aprovação do céu com óleo que unge.

 

3.             A UNIDADE É A MARCA DE UMA COMUNIDADE VENCEDORA.


a)   A comunhão entre os irmãos é como medicina para os relacionamentos (Sl 133:2). É como o óleo precioso…”. O óleo tinha três finalidades nos tempos bíblicos: era cosmético, remédio e símbolo da unção do Espírito Santo. A união entre os irmãos é como o óleo, que embeleza vida, cura as feridas e traz a bênção do Espírito Santo sobre os relacionamentos. Onde há união entre os irmãos aí há terapia para a alma, cura para as emoções, ânimo para o enfrentamento das dificuldades e força para caminhar.

b)   A comunhão entre os irmãos é restauradora (Sl 133:3a). É como o orvalho…”. O orvalho é um símbolo da própria presença de Deus entre o seu povo.

ð O orvalho cai para restaurar a relva castigada pelo calor do sol.

ð O orvalho cai quando está pra raiar o dia, no período mais escuro das noites.

ð O orvalho é frequente e constante.

ð O orvalho produz todo nutriente na relva tornando logo pela manhã o melhor alimento. 

c)    A comunhão entre os irmãos atinge os de perto e os de longe (Sl 133.3a). “… o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião…”. O Hermom é o monte mais alto de Israel. Fica no extremo norte do país. Seu cume é sempre coberto de gelo. Os ventos gelados que sopram na cumeeira dessa montanha levam uma brisa refrescante para os montes de Jerusalém há mais de cento e cinquenta quilômetros ao sul. A comunhão entre os irmãos é como essa brisa refrescante que leva vida por onde passa, atingindo pessoas de perto e de longe. A comunhão entre os irmãos é abençoadora e sua influência reverbera até em lugares distantes.  

d)   A comunhão entre os irmãos abre o caminho para a salvação de Deus e vitória divina (Sl 133.3b). “… ali ordena o Senhor a sua vida…” “… a sua bênção para sempre”. Uma igreja onde os irmãos vivem em união, aí há conversões genuínas e abundantes. A comunhão é a base da evangelização.  A bênção de Deus flui onde há comunhão e não onde há contenda. Uma igreja onde os irmãos vivem em união, a presença de Deus é real. Ali a bênção de Deus é notória. É nessa geografia que Deus ordena a sua bênção e é através dessa igreja que a bênção divina flui e impacta o mundo.  

CONCLUSÃO:

Quando se arranca um pé de batatas, há muitas batatas em cada pé. Elas estão juntas, mas não são uma unidade. Há batatas maiores e outras menores. Há batatas mais lisas e outras mais ásperas. Depois de colhê-las, o agricultor as coloca num saco e as vende no mercado. Elas estão comprimidas num vasilhame, mas não são uma unidade. O comprador escolhe as que mais lhe apetece e as leva para casa, onde as coloca numa gaveta da geladeira, mas elas ainda não são uma unidade. A cozinheira, então, pega as batatas, cozinha-as, corta-as e faz delas um purê. Aí, sim, elas se tornam uma unidade. Agora é impossível distinguir umas das outras, separar umas das outras. Elas são uma unidade. Essa unidade em amor é que deve existir entre os filhos de Deus!


Pr. Nilton Jorge












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