TEXTO: João 17:21-23)
INTRODUÇÃO:
· No capítulo
dezessete do evangelho de João, Jesus oferece a oração mais extensa registrada
para nós no Novo Testamento. É uma oração de intercessão na qual ele
orou por seus discípulos e por todos aqueles que haveriam de crer por meio do
testemunho de seus discípulos. Essa oração é chamada de a Oração
Sacerdotal de Jesus.
· Um dos temas
centrais dessa oração é o pedido de Cristo ao Pai para que seu povo possa ser
um. Era uma oração pela unidade cristã. Contudo, aqui
estamos nós, no século vinte e um, e a igreja provavelmente se encontra mais
fragmentada que em qualquer outro período da história da igreja.
· Historicamente, por
meio do Concílio de Niceia da igreja primitiva, a igreja foi definida por
quatro palavras chave, a saber: 1) una, 2) santa, 3)
católica, 4) apostólica.
· Essas quatro
categorias descritivas sobre a igreja definem a natureza da igreja. O tema da unidade
está tão presente no texto que podemos vê-lo expresso por três vezes:
a)
v. 21 “para que todos sejam um”.
b)
v. 22 “para que eles sejam um”.
c)
v. 23 “Que eles sejam levados à plena unidade”.
· Estas declarações
expõem os princípios essenciais da unidade espiritual. Aqui estão
revelados os pormenores da natureza da unidade da Igreja.
ð O objeto da oração
de Jesus são pessoas específicas. Ele fala sobre “estes”, “eles”,
fazendo referência aos discípulos. E fala também sobre “aqueles”,
fazendo referência a todos os cristãos das gerações futuras os que ainda haviam
de crer. Todavia, quando Jesus faz a afirmação “para que todos sejam
um”, Ele junta “estes” e “aqueles” em um único processo histórico,
ligando-os como um só corpo a Igreja universal.
· É importante
observar, também, que tanto “estes” quanto “aqueles” são pessoas
que “receberam” a Palavra de Deus e conheceram quem é Jesus. São pessoas
regeneradas, nasceram de novo. Portanto, é deste tipo de pessoas que Jesus
espera a prática da unidade.
· E mais: Jesus
afirma que sem a unidade com o Pai e o Filho, a unidade na Igreja não é
possível. É neste ponto que encontramos o maior desafio para
vivenciarmos a verdadeira unidade cristã. Jesus compara a unidade do
Seu povo, a Igreja, com a unidade que Ele tem com o Pai: “…
para que eles sejam um, assim como nós somos um”.
a)
Isto significa primeiro, que a unidade da qual Jesus
está tratando em João 17 não se restringe à reciprocidade e comunhão uns com os
outros.
b)
Isto significa em segundo lugar, que não se trata de
uma unidade estrutural ou organizacional e externa, não é unidade
denominacional. Não é ecumenismo.
c)
Terceiro também não significa conformidade ou
uniformidade, fazer todas as pessoas pensarem exatamente iguais. Não é uma
questão de amizade ou fraternidade.
· Então, que tipo de
unidade é esta? É a unidade
de essência: “Esse é todo o mistério da Trindade. Há três pessoas e,
contudo, unicamente um Deus. A mesma essência e, contudo, há distinções nas
pessoas, mas o que faz dElas um só ser é a unidade de essência”.
·
A oração de Jesus por unidade do Seu povo
demonstra que a unidade não é automática, mas algo que deve ser buscado e
desenvolvido com empenho e esforço. Na prática, a unidade é uma
relação familiar. Numa família, os membros até podem discordar de algum ponto,
porém jamais irão se livrar da relação de sangue, da essência que lhes une. Neste
sentido a unidade da igreja é sobrenatural, tangível e evangelizadora.
Os discípulos, porém, mostraram um espírito de egoísmo, competitividade e
desunião.
·
As escrituras revelam alguns fatores
quanto a unidade da igreja, precisamos ver o contexto em que se apresenta pra
entender de que tipo de unidade está se falando.
a)
Por exemplo há dois textos relacionados, o de Gn 11
e At 2, a unidade dos povos ao redor de uma torre a porta do céu, e a
unidade de uma igreja em oração para receber o que viria dos portais do céu, o
batismo com o Espírito Santo. Esses dois textos abordam sobre a
Sinergia da unidade, essa unidade trás poder e revelam a conquista de um povo.
No primeiro texto as línguas se confundem pra crescer. No outro as línguas trás
entendimento pra fundir uma igreja pra crescer.
b)
Em 1 Co 12 Paulo aborda a unidade no aspecto
de Corpo e seus membros unidos a ele. Aqui a unidade é orgânica, e cada membro
faz a sua parte pra que haja vida no corpo.
c)
Em Efésio 2 e 4 Paulo vai abordar outro
tipo de unidade da igreja, como um edifício que está sendo edificado. Nesse aspecto a
unidade está relacionada ao crescimento e maturidade pela ministração dos dons
que cada um possui.
d)
Mais o texto de Jo 17 é uma unidade que
tem haver com Jo 15, e com o salmo 133. Ela tem como referência
a unicidade da trindade, ela tem como marca o caráter do Deus uno. Ela está
timbrada em essência.
ð A singularidade
desse tipo de unidade está no cheiro que ela tem e na marca que ela produz. A
União dos Crentes em Cristo está relacionada ao amor e ao relacionamento para
com Deus.
TRANSIÇÃO: Quais são as essências que unidade produz.
1. A UNIDADE MELHORA O AMBIENTE AO NOSSO REDOR.
Sl 133:1,3 Oh!
quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. …porque ali o Senhor
ordena a bênção e a vida para sempre.
· É difícil
concebermos que um ambiente tenso, hostil, desunido, desarticulado, onde falte
o amor solidário e a graça perdoadora, possa ser visitado pelo óleo, pelo
orvalho, pela bênção e pela vida de Deus.
· A bênção do Senhor
não está no óleo sobre a cabeça (não é ter vida ungida), nem no orvalho que cai
do céu sobre o monte que molha os montes menores e vales prosperando por
escorre.
· A benção está na
unidade do povo. (a unção sobre a cabeça, e prosperidade nos lugares
altos depende e é reflexo de unidade.
· A unidade do povo
trás óleo sobre a cabeça e prosperidade nos lugares altos.
2.
A UNIDADE LEGITIMA NOSSO CULTO.
Mt 5:23,24 Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
· Jesus vincula
nosso relacionamento horizontal (irmãos) com nosso relacionamento vertical
(Deus). A
verdadeira espiritualidade pressupõe comunhão com Deus e com os irmãos.
· Jesus intercede
pela unidade da igreja com três grandes objetivos:
A evangelização do mundo, a manifestação da glória de
Deus, por intermédio da igreja, e o aperfeiçoamento dela.
· A unidade fraternal está relacionada ao ato de fazer derramar sobre a cabeça de forma cultual a aprovação do céu com óleo que unge.
3.
A UNIDADE É A MARCA DE UMA COMUNIDADE
VENCEDORA.
a) A comunhão entre os irmãos é como medicina para os relacionamentos (Sl 133:2). “É como o óleo precioso…”. O óleo tinha três finalidades nos tempos bíblicos: era cosmético, remédio e símbolo da unção do Espírito Santo. A união entre os irmãos é como o óleo, que embeleza vida, cura as feridas e traz a bênção do Espírito Santo sobre os relacionamentos. Onde há união entre os irmãos aí há terapia para a alma, cura para as emoções, ânimo para o enfrentamento das dificuldades e força para caminhar.
b) A
comunhão entre os irmãos é restauradora (Sl
133:3a). “É como o orvalho…”. O orvalho é
um símbolo da própria presença de Deus entre o seu povo.
ð O orvalho cai para restaurar a relva castigada pelo calor do sol.
ð O orvalho cai quando está pra raiar o dia, no período mais escuro das noites.
ð O
orvalho é frequente e constante.
ð O
orvalho produz todo nutriente na relva tornando logo pela manhã o melhor alimento.
c) A
comunhão entre os irmãos atinge os de perto e os de longe (Sl
133.3a). “… o orvalho do Hermom, que desce sobre os
montes de Sião…”. O Hermom é o monte mais alto de Israel.
Fica no extremo norte do país. Seu cume é sempre coberto de gelo. Os ventos
gelados que sopram na cumeeira dessa montanha levam uma brisa refrescante para
os montes de Jerusalém há mais de cento e cinquenta quilômetros ao sul. A
comunhão entre os irmãos é como essa brisa refrescante que leva vida por
onde passa, atingindo pessoas de perto e de longe. A comunhão entre os
irmãos é abençoadora e sua influência reverbera até em lugares
distantes.
d) A
comunhão entre os irmãos abre o caminho para a salvação de Deus e vitória divina (Sl
133.3b). “… ali ordena o Senhor a sua vida…”
“… a sua bênção para sempre”. Uma igreja onde os irmãos vivem em
união, aí há conversões genuínas e abundantes. A comunhão é a base da
evangelização. A bênção de Deus flui onde há comunhão e
não onde há contenda. Uma igreja onde os irmãos vivem em união, a presença de
Deus é real. Ali a bênção de Deus é notória. É nessa geografia
que Deus ordena a sua bênção e é através dessa igreja que a bênção divina
flui e impacta o mundo.
CONCLUSÃO:
Quando se arranca um pé de batatas, há muitas batatas em cada pé. Elas estão juntas, mas não são uma unidade. Há batatas maiores e outras menores. Há batatas mais lisas e outras mais ásperas. Depois de colhê-las, o agricultor as coloca num saco e as vende no mercado. Elas estão comprimidas num vasilhame, mas não são uma unidade. O comprador escolhe as que mais lhe apetece e as leva para casa, onde as coloca numa gaveta da geladeira, mas elas ainda não são uma unidade. A cozinheira, então, pega as batatas, cozinha-as, corta-as e faz delas um purê. Aí, sim, elas se tornam uma unidade. Agora é impossível distinguir umas das outras, separar umas das outras. Elas são uma unidade. Essa unidade em amor é que deve existir entre os filhos de Deus!
Pr. Nilton Jorge
Contatos com o pastor
(22) 998746712
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão lidos pelo autor, só serão respondidos os de grande relevancia teológica, desde já agradeço pela visita.