A SEGURANÇA DE NOSSA SALVAÇÃO

TEXTO: Jo 17:1ª

INTRODUÇÃO:

·      Jesus acabara de dar o discurso do cenáculo que segundo os eruditos durou cinco horas, do capitulo 13 até o 16, em uma conversa a mesa. E nela Jesus:

a)   Lava os pés dos discípulos. 13.1-20

b)   Indica o traidor. 13.21-30

c)    Da um novo mandamento. 13.31-3

d)   Pedro é avisado que o negaria. 13.36-38

e)    Jesus fala sobre o céu. 14.1-15

f)    Promete outro consolador. 14.16-31.

g)   Fala sobre a produtividade espiritual. 15.1-26

h)   Jesus fala sobre a missão do consolador. 16.1-24

i)     Jesus se despede dos discípulos. 16.25-33

·      O discurso do cenáculo é concluído nesta “oração sacerdotal”, essa é a oração mais magnífica feita aqui na terra e registrada em todas as Escrituras.

ð A guisa de introdução, destacamos quatro pontos a respeito dessa passagem.

1.    Em primeiro lugar, a circunstância dessa oração. Jesus acabara de pregar um sermão falando aos discípulos sobre o Pai. Agora, ele fala ao Pai sobre os discípulos. No ministério de Cristo, pregação e oração sempre andaram juntos. Aqueles que pregam devem também orar. Aqueles que falam às pessoas sobre Deus devem falar a Deus sobre as pessoas. Somente têm poder para falar às pessoas aqueles que primeiro falam com Deus.

2.    Em segundo lugar, o conteúdo dessa oração. Jesus fez três súplicas distintas nessa oração: v.1-5 ele orou por si mesmo, dizendo ao Pai que havia concluído sua obra aqui na terra, v.6-19 orou por seus discípulos, pedindo ao Pai que os guardasse e os santificasse e v. 20-26 orou por sua igreja, para que possamos ser unidos nele e, um dia, participarmos de sua glória.

3.    Em terceiro lugar, a ênfase dessa oração. Jesus concentra sua oração no eterno propósito do Pai na vida dos seus discípulos e na sua relação com eles. Todas as petições de Jesus nessa oração são por bênçãos espirituais e celestiais. O Senhor não pede riquezas e honras, nem mesmo influência política no mundo, para seus discípulos. O pedido de Jesus resume-se a pedir ao Pai que os guarde do mal, que os separe do mundo, os qualifique para a missão e os traga salvos para o céu.

4.    Em quarto lugar, o contexto imediato dessa oração. Jesus estava no prelúdio do seu sofrimento. No cenáculo, com os discípulos, já havia instituído a ceia e partido o pão. Já havia alertado que Judas Iscariotes o trairia e que os demais se dispersariam. Já estava mergulhando nas sombras daquela noite fatídica, quando seria preso e condenado à morte. Jesus ora como Sacerdote se consagrando como o sacrifício por quem ele está orando.

TRANSIÇÃO: Jesus tem como sombra imediata a crucificação, sua oração está a margem da cruz. É nisso que temos que pensar, Jesus ora com o pensamento pós cruz.

 

JESUS ORA PELA SEGURANÇA DO CRENTE QUANTO A SALVAÇÃO.

 

·      No v.1 Jesus começa a sua oração dizendo, Pai é chegada a hora. O nascimento, a vida e a morte de Cristo não foram acidentes, mas faziam parte de uma agenda traçada na eternidade. Muitas vezes, Cristo disse que sua hora ainda não tinha chegado; mas, agora, sua hora de ir para a cruz havia chegado, e ele irá não como um derrotado, mas como um rei caminha para o trono.

ð É na cruz que ele cumpre o plano da redenção. É na cruz que ele esmaga a cabeça da serpente. É na cruz que ele despoja os principados e potestades. E na cruz que ele revela ao mundo o imenso amor de Deus.

ð Cristo não foi para a cruz como uma vítima arrastada ao altar do holocausto. Ele disse Jo 10:18: Ninguém a tira [a minha vida] de mim, mas eu a dou espontaneamente. Paulo acrescentou G1 2:20: [Cristo] me amou e se entregou por mim.

·      A salvação não é um caminho que abrimos da terra para o céu, mas o caminho que Deus abriu do céu para a terra. Temos a salvação pela completa obediência de Jesus e pelo seu sacrifício vicário. Na cruz ele bradou: Está consumado! Não resta mais nada a fazer. Ele já fez tudo. Essa expressão significa três coisas:

1) Quando um pai dava uma missão ao filho e este a cumpria, o filho dizia Tetélestai.

2) Quando se pagava uma nota promissória, batia-se o carimbo Tetélestai.

3) Quando se recebia a escritura de um terreno, escrevia-se: Tetélestai.

 

1.             NA ORAÇÃO SACERDOTAL JESUS ASSEGURA QUE A SALVAÇÃO ESTÁ FUNDAMENTADA NA ELEIÇÃO DO PAI (Jo 17:2,6,8,9,11,12,24).

Sete vezes Jesus afirmou que os discípulos lhe foram dados pelo Pai. Não apenas Jesus é o presente de Deus para a igreja; a igreja é o presente do Pai para Jesus.

·      Não fomos nós que encontramos Deus; foi ele que nos encontrou.

·      Não fomos nós que inicialmente amamos a Deus; foi ele que nos amou primeiro.

·      Não fomos nós que escolhemos Deus; foi ele que nos escolheu.

·      Não fomos nós que chegamos a Cristo; foi o Pai que nos levou até ele.

·      A segurança da nossa salvação não está fundamentada no nosso caráter, mas no caráter de Deus e na obra perfeita de Cristo. É ele quem nos guarda. É ele quem nos livra. É ele quem nos salva, nos conduz e nos leva para o céu. Jesus deixou claro em Jo 6:37 que aqueles que o Pai lhe dá, esses é que vêm a ele, e aqueles que vêm a ele, de maneira alguma os lançará fora.

·      Nossa eleição tem como base o sacrifício de Cristo e não na predestinação, aliás somos predestinados a salvação porque fomos eleitos e não o contrário.

·      O calvário é a base da Eleição, a Eleição é a base da predestinação. É em Cristo que fomos e somos eleitos por Deus e de Deus.

 

2.             NA ORAÇÃO SACERDOTAL JESUS ASSEGURA QUE A NOSSA SEGURANÇA DE SALVAÇÃO ESTÁ PROTEGIDA NO CUIDADO DE CRISTO. (Jo 17:12).

Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas. Ele cuida das suas ovelhas e as conduz ao céu. Jesus guardou e protegeu seus discípulos, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição e isso não é predestinação.

·      Por que Jesus não guardou Judas? Pelo simples motivo de que Judas nunca pertenceu a Cristo.

1)   Judas não cria em Jesus Cristo (Jo 6:64-71) a incredulidade me coloca fora do céu.

2)   Judas não havia sido purificado (Jo 13:11) não foi lavado pelo sacrifício de sangue.

3)   Jesus conhecia Judas por dentro (Jo 13:18).

4)   Judas não havia se entregado a Cristo (Jo 18:8,9).

·      Judas não é, de maneira alguma, um exemplo de cristão predestinado. Antes, ele exemplifica um incrédulo que fingiu ser salvo e, no final, foi desmascarado.

·      Se ele pôde guardar seus discípulos enquanto viveu na terra, quanto mais pode nos guardar entronizado à destra do Pai em seu trono de glória!

·      Jesus intercedeu e continua intercedendo pela nossa salvação. Rm 8:34 assevera que Jesus está à destra de Deus e intercede por nós. E ainda diz Hb 7:25 que podemos ter segurança de salvação, porque ele vive para interceder por nós no céu. Jesus tem um ministério hoje o de intercessor sacerdotal no céu.

 

3.             NA ORAÇÃO SACERDOTAL JESUS ADVERTIU QUE A NOSSA SEGURANÇA QUANTO A SALVAÇÃO REQUER UM CARÁTER SANTO.

·      A nossa entrada no céu será inteiramente pela graça, e não pelas obras, mas o céu em si mesmo não será conquistado para nós sem um caráter santo. Nosso coração deve estar sintonizado no céu antes de nos deleitarmos nele. Somente o sangue de Cristo nos capacita a entrar no céu, mas sem a santidade não tem como regozijar-nos nele.

 

ð A esse respeito, destacamos dois pontos importantes.

1)   Em primeiro lugar, somos santificados pela Palavra de Deus (Jo 17:17). Dwight Moody escreveu na capa de sua Bíblia: “Este livro afastará você do pecado ou o pecado afastará você deste livro”. Jesus já havia ensinado Jo 15:3: Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.

2)   Em segundo lugar, somos santificados pelo correto relacionamento com o mundo.

a)   Jo 17:14,16 Não somos do mundo. Jesus disse: Jo 15:18,19 Se o mundo vos odeia, sabei que primeiramente odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu. Mas o mundo vos odeia porque não sois do mundo; pelo contrário, eu vos escolhi do mundo.

b)   Jo 17:14 Somos odiados pelo mundo. O mundo nos odeia porque pertencemos a Cristo. A Bíblia afirma Tg 4:4 que quem se faz amigo do mundo constitui-se em inimigo de Deus. l Jo 2:15 Diz ainda que quem ama o mundo, o amor do Pai não está nele.

·      A palavra “santificar” significa “separar”. Essa separação não é geográfica, mas moral e espiritual. Santidade não equivale a isolamento. Não é isolar-se entre quatro paredes ou em guetos e perder o contato com as pessoas. Precisamos estar presentes no mundo como sal e luz. Precisamos influenciar, pois somos o perfume de Cristo.

·      Precisamos estar presentes, pois somos a carta de Cristo lida por todos os homens. Contudo, estamos no mundo como luzeiros. Estamos no mundo a fim de apontar o rumo para Deus.

·      John Stott está certo ao dizer que a igreja tem uma dupla responsabilidade em relação ao mundo a seu redor. Por um lado, devemos viver, servir e testemunhar no mundo. Por outro, devemos evitar nos contaminar por ele. Assim, não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a ele.

c)    Jo 17:18 Somos enviados de volta ao mundo. Jesus nos deu uma missão e uma estratégia. Devemos ir ao mundo como Cristo veio ao mundo. Ele “tabernaculou” conosco. Fez-se carne. Ele foi amigo dos pecadores. Recebeu os escorraçados, abraçou os indignos de ser abraçados, tocou os leprosos, hospedou-se com publicanos. Sua santidade não o isolou, mas atraiu os pecadores para serem salvos.

Pr. Nilton Jorge

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