quinta-feira, 29 de novembro de 2018

COMO VIVER NA DIMENSÃO DA ETERNIDADE


TEXTO: 2 Co 4:16-18.
INTRODUÇÃO:
·      Paulo nesse capítulo quatro da segunda epístola aos coríntios, está dando continuidade do que estava falando no capitulo três, ele está se defendendo de seus acusadores e na sua defesa apostólica, apresenta o glorioso ministério da nova aliança que oferece às pessoas vida, salvação, justificação e tem poder para transformar vidas.
·      Nessa defesa ele aborda quatro verdades benditas no texto em relação ao ministério da nova aliança.
1.    O ministério da nova aliança tem sua base em um evangelho glorioso (4:1-6).
2.    O ministério da nova aliança proporciona um tesouro valioso (4:7-12).
3.    O ministério da nova aliança requer uma fé vitoriosa (4:13-15).
4.    O ministério da nova aliança nos da uma convicção maravilhosa (4.16-18).
Paulo nesses três últimos versículos do capítulo quatro faz uma síntese de nossa convicção abordando três verdades, que nos direcionam na caminhada rumo à glória.

1.             TEMOS UM CORPO FRACO, MAS UM ESPIRITO REVOVADO.

*   v.16 “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia”.
*   Os dois verbos (corromper e renovar) estão no presente, indicando um processo contínuo. Na mesma proporção que o corpo se enfraquece, o espírito se fortalece. Enquanto um caminha para a morte, o outro deslancha em direção da vida plena.
*   No verso 7 Paulo faz uma comparação sugestiva. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”. A palavra “tesouro”, refere-se àquilo que é valioso e muito caro, enquanto que “vasos de barro”, fala da cerâmica, aquilo que é feito de barro. A cerâmica coríntia era famosa no mundo antigo, e Paulo pode ter se referido às pequenas lamparinas de barro que eram baratas e frágeis ou, então, a vasos ou urnas de cerâmica. A idéia é de que o tesouro valioso é contido em recipientes frágeis e sem valor.
*   Todo vaso tem um propósito, uma finalidade e uma função. Ele é feito para conter algo e para transportar algo.
*   Temos que entender as necessidades do vaso, não espiritualizando o que é matéria e não materializando o que é de necessidade espiritual (Elias no deserto de Berseba).

*   Nossa fraqueza física é notória e indisfarçável. O tempo esculpe em nossa face rugas profundas. Nossas pernas ficam bambas, nossos joelhos trôpegos e nossas mãos descaídas. Cada fio de cabelo branco que surge em nossa cabeça é a morte nos chamando para um duelo. Estamos aqui de passagem, somos transitórios.
*   Nosso homem exterior, ou seja, nosso corpo enfraquece-se progressivamente. Ao mesmo tempo em que o nosso corpo se enfraquece, nosso espírito se fortalece. Na mesma proporção que o exterior se corrompe, o interior se renova.
*   A igreja de Corinto, influenciada pela cultura grega, estava vivendo uma crise de fé, pensando que os mortos em Cristo não tinham esperança de ressurreição.

·      No capítulo 5 dando continuidade Paulo diz no verso primeiro que se esse corpo fraco tombar, temos um edifício preparado nos céus.
·      Paulo está usando uma figura de linguagem Ele menciona a tenda temporária para falar do corpo físico, transitório, temporário, que se debilita, enfraquece, adoece e morre e menciona o edifício permanente para falar do corpo glorioso da ressurreição, que é permanente e eterno. Enquanto a tenda é apenas uma moradia transitória para um viajante ou peregrino, a casa ou edifício é uma residência permanente.
·      Um dia precisaremos afrouxar as estacas dessa tenda e levantar acampamento.

2.             TEMOS UM PRESENTE DOLOROSO, MAS UM FUTURO GLORIOSO.

v.17 “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação”.
Não há vida cristã indolor. A vida cristã não é uma estufa espiritual nem uma sala vip. Ser cristão não é pisar tapetes aveludados, mas cruzar desertos abrasadores. As aflições são pesadas e contínuas, mas vistas sob a perspectiva da eternidade são leves e momentâneas.
ð O princípio geral enunciado no versículo 7 é ilustrado aqui numa série de quatro declarações paradoxais de um contraste profundo. Elas refletem de um lado a vulnerabilidade de Paulo e de seus companheiros, e de outro lado, o poder de Deus que os sustenta. “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos”.
a)   Atribulados, mas não angustiados (4:8). A tribulação é uma prova externa, enquanto a angústia é um sentimento interno. A tribulação produz angústia. Quais as tribulações que Paulo enfrentou? Ele foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado de Tessalônica e Beréia, chamado de tagarela em Atenas, de impostor em Corinto. Enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém, acusado em Cesaréia, enfrentou um naufrágio a caminho de Roma e foi picado por uma cobra em Malta. Sofreu prisões, açoites, apedrejamento, fome, frio e pressão de todos os lados. Contudo, Deus o assistiu não o deixando sucumbir diante de tantas adversidades.
b)   Perplexos, mas não desanimados (4:8). A perplexidade é uma encruzilhada mental que nos exige uma decisão pronta e imediata.
c)    Perseguidos, mas não desamparados (4:9). Paulo se descreve como um fugitivo caçado por seus adversários, contudo, na última hora Deus lhe dava um escape. Foi perseguido pelos judeus e pelos gentios, pelo poder religioso e pelo poder civil. No entanto, jamais se sentiu desamparado.
d)   Abatidos, mas não destruídos (4:9). “abatidos”, significa lançar abaixo, derrubar
violentamente. A palavra era usada para falar da derrubada de um oponente na luta ou de derrubar uma pessoa com a espada ou qualquer outra arma.
ð O propósito final da nossa existência, do nosso trabalho, do nosso sofrimento e da própria igreja é a glória de Deus.
·      Aqui pisamos estradas juncadas de espinhos, cruzamos vales escuros e atravessamos desertos tórridos. Aqui nossos olhos ficam empapuçados de lágrimas e nosso corpo geme sob o látego da dor. Aqui enfrentamos ondas encapeladas, rios caudalosos e precisamos atravessar fornalhas ardentes. Aqui sofremos, choramos e sangramos. Porém, em comparação com a glória por vir a ser revelada em nós, nossas tribulações são leves e passageiras.
·      O presente é doloroso, mas o futuro é glorioso. Nosso destino final não é um corpo caquético, mas um corpo de glória. Nossa jornada não termina num túmulo gélido, mas na Jerusalém celeste. Nosso fim não é a morte, mas a vida eterna.
·      O nosso futuro de glória deve encorajar-nos a enfrentar com alegria a nossa presente tribulação. Vivemos na dimensão da eternidade!
3.             TEMOS AS COISAS VISÍVEIS QUE SÃO TEMPORAIS, MAS AS COISAS INVISÍVEIS QUE SÃO ETERNAS.

·      v.18 “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”.
ð O visível e tangível que enche nossos olhos e tenta seduzir nosso coração é aquilo que não vai permanecer. Tem prazo de validade e não vai durar para sempre. Mas, as coisas que não vemos são as que têm valor e vão permanecer para sempre.
ð Investir apenas naquilo que é terreno e temporal é fazer um investimento insensato, pois é investir naquilo que não permanece. Investir, porém, nas coisas invisíveis e espirituais, é investir para a eternidade.
ð Jesus diz que devemos ajuntar tesouros lá no céu, pois o céu é nossa origem e nosso destino. O céu é nosso lar e nossa pátria. Nosso Senhor está no céu. Muitos dos nossos irmãos já foram para o céu e nós, que fomos remidos e lavados no sangue de Jesus estamos a caminho do céu. Lá está o nosso tesouro. Lá está a nossa herança. É lá que devemos investir o melhor do nosso tempo e dos nossos recursos.
ð Atentar apenas nas coisas que se veem e que são temporais é viver sem esperança no mundo; mas buscar as coisas que os olhos não veem nem as mãos apalpam é viver na dimensão da eternidade, com os pés na terra, mas com o coração no céu!
·      Não vivemos pelo que vemos, mas pela fé, e a fé é a certeza de que nossa cidade permanente não é daqui. Foi por isso que Abraão não se encantou com a planície de Sodoma, porque via uma cidade superior. A Palavra de Deus diz Hb 11:9,10: “Pela fé [Abraão], peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador”.
ð Foi por isso que Moisés abandonou as glórias do Egito para receber uma recompensa superior. Diz a Escritura Hb 11:27: “Pela fé, ele [Moisés] abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível”.
*   Os versículos 17 e 18, de 2 Coríntios Capítulo 4, estabelecem uma clara e gloriosa antítese, contrastando nosso estado futuro com nosso estado presente
·       Aqui há "aflição" Jo 16:33 "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo".
·       Lá há "glória" I Pd 5:10 "E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer".
·       Aqui há uma "leve aflição" Tg 1:12 "Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam".
·       Lá uma "glória mui excelente".
·       Em nossa "aflição" há brevidade; é uma "aflição leve", é apenas por um momento.
·       Em nossa "glória futura" haverá solidez e eternidade.
 
CONCLUSÃO: Como temos nos comportado diante da "leve e momentânea tribulação" por que temos passado? Será que temos confiado e descansado por termos a certeza da "glória mui excelente" que nos espera? Ou será que os "sofrimentos momentâneos" têm tirado a nossa paz, a nossa confiança e a certeza da nossa vitória no Senhor?  
Que possamos aprender com a palavra de Deus a olhar para as aflições do tempo presente (leve e momentânea), sob a luz e a ótica da eternidade. Que Deus nos abençoe!


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