terça-feira, 21 de março de 2017

CASAMENTO E DIVÓRCIO (Série sobre Família)

TEXTO: Mc 10:1-12

Aqui em Marcos 10.1, o que é enfatizado não são as curas, mas o ensino de Jesus. A cura e o ensino caminham juntos em sua atividade. Os fariseus, como inimigos de plantão, mais uma vez, estão maquinando contra Jesus, para apanhá-lo em alguma falha. Desta feita, eles trazem uma questão sobre o divórcio. Em vez de cair na armadilha deles, Jesus aproveita o ensejo para ensinar sobre o casamento e o divórcio.

I. UMA PERGUNTA DESONESTA – (10.2).

Os fariseus já tinham uma opinião formada sobre a questão do divórcio. Eles não buscavam uma resposta, mas armavam uma cilada para Jesus. Diz Marcos: “E, aproximando-se alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe: É lícito ao marido repudiar sua mulher?”  Os fariseus não estavam focados nos princípios de Deus sobre o casamento, mas nas filigranas da concessão mosaica para o divórcio.                                                                    
O que os fariseus intentavam com essa pergunta?
Em primeiro lugar, colocar Jesus contra Herodes.                                                                

Foi nessa mesma região que João Batista foi preso e degolado por denunciar o divórcio ilegal e o casamento ilícito de Herodes com sua cunhada Herodias.
Em segundo lugar, colocar Jesus contra Moisés.                                                                   

Os fariseus queriam colocar à prova a ortodoxia de Jesus, para poderem acusá-lo de heresia. Se Jesus dissesse que era lícito, ele afrouxaria o ensino de Moisés sobre o divórcio. Mateus registra essa mesma pergunta acrescentando um dado importante: “É lícito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo”? (Mt 19.3). Moisés havia ensinado que se o homem encontrasse alguma coisa indecente na mulher, lavraria carta de divorcio e a despediria. A grande questão é entender o que significa essa “coisa indecente”.
Em terceiro lugar, colocar Jesus contra o povo.                                                                       

Se a resposta de Jesus fosse sim, eles acusariam Jesus de estar promovendo a desintegração da família e atentando contra os direitos da mulher. Se Jesus respondesse não, eles acusariam Jesus que contrariar a concessão dada por Moisés e ainda o colocariam numa situação de extremo perigo em relação ao inconsequente rei Herodes.

II. UMA RESPOSTA ESCLARECEDORA – (9.3-5)
Jesus não caiu na armadilha dos fariseus. Ele respondeu a pergunta deles com outra pergunta, abrindo a porta para a verdadeira interpretação sobre a concessão de Moisés acerca do divórcio.

Três verdades são destacadas aqui:
1. O divórcio não é uma instituição divina – (v.4).

Deus instituiu o casamento, não o divórcio. O casamento é a expressa vontade de Deus, não o divórcio. No princípio, quando Deus instituiu o casamento (Gn 1.27; 2.24), antes da queda humana, não havia nenhuma palavra sobre divórcio. Ele é fruto do pecado. Ele é resultado da dureza do coração (10.5). Enquanto o casamento é digno de honra entre todos (Hb 13.4), Deus odeia o divórcio (Ml 2.16).
2. O divórcio não é um mandamento divino – (v.4,5).

Jesus como supremo intérprete da Escritura diz que Moisés não mandou divorciar por qualquer motivo, ele permitiu por um único motivo, a dureza de coração (10.4,5; Mt 19.8). 

3. O divórcio não é compulsório – (v.5).
O casamento foi instituído por Deus, o divórcio não. O casamento é ordenado por Deus, o divórcio não. O casamento agrada a Deus, o divórcio não. Deus ama o casamento, mas odeia o divórcio. Deus permite o divórcio, mas jamais o ordena. Ele jamais foi o ideal de Deus para a família. Diferentemente do casamento, o divórcio é uma instituição humana. O divórcio é uma inovação humana.
O divórcio embora legítimo no caso de infidelidade conjugal (Mt 19.9) ou abandono irremediável (1Co 7.15), ele não é compulsório nem obrigatório. O divórcio só floresce no deserto árido da insensibilidade e da falta de perdão. Ele é uma conspiração contra os princípios de Deus. O divórcio é conseqüência do pecado e não expressão da vontade de Deus. Deus odeia o divórcio (Ml 2.16). Ele é uma profanação da aliança feita entre o homem e a mulher da sua mocidade, uma deslealdade, uma falta de bom senso, um ato de infidelidade (Ml 2.10-16). O divórcio é a apostasia do amor. O exercício do perdão é melhor do que o divórcio. O perdão traz cura e a restauração do casamento é um caminho preferível ao divórcio.

III. UMA EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA – (10.6-9)  
                                                           
Enquanto os fariseus estavam inclinados a mergulhar no tema divórcio, Jesus estava focado no tema casamento. Se nós entendêssemos mais as bases bíblicas do casamento, teríamos menos divórcios. 

Nesse texto Jesus lança os quatro grandes pilares do casamento como instituição divina:                                                                                                              
1. O casamento é heterossexual – v. 6.

Deus criou o homem e a mulher, o macho e a fêmea. O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, entre um macho e uma fêmea biológicos. Um foi feito para o outro e é adequado ao outro física, emocional, psicológica e espiritualmente. Somente a relação heterossexual pode cumprir os propósitos de Deus para a família.                                                                              

A relação homossexual não é uma união de amor, mas uma paixão infame, um erro, uma abominação para Deus. Essa união degrada a família, destrói a sociedade e atrai a ira de Deus. O homossexualismo é uma prática condenada por Deus nas Sagradas Escrituras. Os cananitas foram eliminados da terra pela prática abominável do homossexualismo (Lv 18.22-29). Da mesma forma, a cidade de Sodoma foi destruída por Deus por causa da prática vil da homossexualidade (Gn 29.5; Jd 7). O ensino bíblico é claro: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher, é abominação” (Lv 18.22). O apóstolo Paulo afirma que o homossexualismo é uma imundícia e uma desonra (Rm 1.24); é uma paixão infame e uma relação contrária à natureza (Rm 1.26); é uma torpeza e um erro (Rm 1.27). Paulo ainda afirma que o homossexualismo é uma disposição mental reprovável e uma coisa inconveniente (Rm 1.28). Quem o pratica recebe em si mesmo a merecida punição do seu erro (Rm 1.27) e não pode entrar no Reino de Deus (1Co 6.9,10).

2. O casamento é monogâmico – v. 7. 

Diz o texto bíblico: “Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe [e unir-se-á a sua mulher]” (9.7). Não diz o texto que o homem deve unir-se às suas mulheres. Deus não criou mais de uma mulher para Adão nem mais de um homem para Eva.
Essa norma não foi apenas estabelecida na criação, mas também foi reafirmada na entrega da lei moral. A lei de Deus ordena: “... não cobiçarás a mulher do teu próximo...” (Ex 20.17). O uso do singular é enfático. Moisés não deu provisão à questão da poligamia. Os casamentos poligâmicos sempre foram marcados por muitos prejuízos e grandes desastres. O apóstolo Paulo afirma: “Cada um [singular] tenha a sua própria esposa, e cada uma [singular], o seu próprio marido” (1Co 7.2). Ao mencionar as qualificações do presbítero, Paulo adverte: “É necessário, portanto, que o bispo seja... esposo de uma só mulher...” (1Tm 3.2).

3. O casamento é monossomático – v. 8.
Jesus prossegue, e diz: “e, com sua mulher, serão os dois uma só carne” (9.8). O propósito de Deus é que no casamento, o homem e a mulher se tornem uma só carne, numa intimidade tal que não pode ser separada. A união entre marido e mulher não é apenas emocional e espiritual, mas também e, sobretudo, física. O sexo que é fora do casamento é uma proibição divina (1 Ts 4.3-8), no casamento é uma ordenança (1 Co 7.5). O que é uma proibição para os solteiros, é um mandamento para os casados. O sexo é bom, é santo e puro (Hb 13.4). Deus nos criou sexuados. O sexo nos foi dado como uma grande fonte de prazer (Pv 5.15-19) e não apenas para a procriação (Gn 1.28).
                                                                                                                                                        

4. O casamento é indissolúvel – v. 9.
Jesus concluiu o assunto com os fariseus, afirmando que o casamento não é apenas heterossexual, monogâmico e monossomático, mas também indissolúvel. O evangelista Marcos registra: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (10.9). O casamento deve ser para toda a vida. É uma união permanente. No projeto de Deus o casamento é indissolúvel. O divórcio é uma conspiração contra Deus e contra o cônjuge. O divórcio é atentado contra a família. Quem mais sofre com ele são os filhos. As conseqüências amargas do divórcio atravessam gerações. 

O casamento é indissolúvel porque foi Deus quem o instituiu e o ordenou. Porém, o casamento tem sido cada vez mais ultrajado em nossos dias. Nenhum ser humano tem competência nem autoridade para desfazer o que Deus faz. Mesmo que um juiz lavre uma certidão de divórcio e declare uma pessoa livre dos vínculos do casamento, aos olhos de Deus, essa relação não é desfeita.
O casamento é uma aliança entre um homem e uma mulher e Deus é a testemunha dessa aliança (Ml 2.14). O adultério é a quebra da aliança conjugal (Pv 2.16,17). O divórcio é a quebra do nono mandamento da lei de Deus, ou seja, um falso testemunho, a quebra de um juramento feito na presença de Deus.
Algumas pessoas tentam justificar o divórcio, afirmando que não foi Deus quem os uniu em casamento. É importante enfatizar que mesmo que um casal não tenha buscado a orientação de Deus para o casamento, uma vez firmada a aliança, Deus a ratifica (Js 9.1.27).

IV. UM ALERTA SOLENE – (10.10-12)

A conversa que se desenrola agora não é mais com os fariseus, mas com os discípulos; não mais em um lugar aberto, mas dentro de casa. O contexto nos indica que os discípulos tinham uma visão bastante liberal sobre a questão do divórcio, pois quando Jesus falou sobre a infidelidade conjugal como a única cláusula de exceção para o divórcio, os discípulos reagiram com uma profunda negatividade em relação ao casamento: “Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar” (Mt 19.10).
O evangelista Marcos omite a cláusula de exceção que legitima o divórcio, registrada em Mateus 5.32; 19.9. Mas certamente, essa omissão não muda o conteúdo do ensino de Jesus sobre o assunto. 

A grande ênfase de Jesus é que o divórcio e o novo casamento, sem base bíblica, constituem-se em adultério.

CONCLUSÃO:
Não existem famílias fortes, sem casamentos bem estruturados. Não existem igrejas saudáveis sem famílias fortes. Não existe sociedade bem-estruturada onde as famílias que a compõem estão se desintegrando.

Nenhum sucesso compensa o fracasso do casamento e da família. Não fomos chamados para imitar o mundo, mas para ser um referencial de Deus no mundo. O povo de Deus precisa mostrar ao mundo casamentos sólidos, famílias unidas e regadas pelo amor.


Contatos com o Pr. Nilton Jorge
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