segunda-feira, 26 de abril de 2010

PORTAS ABERTAS, GRAÇA RESTAURADORA

• O contexto da atuação de Neemias
I. Contexto político. Desde o exílio de Sedecias (587 a.C.), Jerusalém não abrigava o governo e, conseqüentemente, não mais possuía força politica.
Neemias recebe, do rei Artaxerxes I, a missão de:
1. fortalecer a comunidade de Jerusalém e prepará-la para reconstrução;
2. reorganizar o povo - assentá-lo na terra e na cidade;
3. disciplinar o povo sob a Tora;
4. detectar abusos na administração política, na prática religiosa; na economia.

II. Contexto social.
A. Injustiça e exploração entre os próprios judeus (Ne 5.1-13):
1. crescia a desigualdade entre as famílias;
2. aumentava o desejo de lucro pessoal;
3. a volúpia do lucro também contaminava os sacerdotes.
4. o cenário de Jerusalém era desolador:
Miséria, Humilhação, Muralhas em ruínas, Portas incendiadas.

III. Contexto religioso
O povo está confuso. A Pérsia imprimiu um novo ritmo administrativo e cultural: os valores religiosos dos judeus estão sendo questionados. A prática comercial dos persas prejudica a reconstrução e formação sócio-cultural do povo judeu. Por outro lado, há um conflito entre o povo da terra (os que não foram para o exílio) e os exilados que retornaram da Babilônia. Por isso,
A. Entre o povo, havia falta de identidade de fé:
1. assimilação de outras práticas religiosas;
2. dificuldades com os casamentos mistos;
3. alianças por interesses econômicos;
4. radicalismos na prática religiosa: exigência da guarda do sábado, exigência quanto a prática do jejum, obrigatoriedade quanto ao dízimo.
Surge a questão: para que serve ser crente javista e israelita?
B. A solução encontrada foi a edição da Tora (o Pentateuco).

IV. Contexto internacional.
O século de Neemias (séc. V a.C.) foi denominado pelo historiador Karl Jasper como o "tempo-eixo" da história. A Grécia e sua cultura começam a expandir-se para o mundo. Esse é o século de Sólon, Anacreonte, Tales, Pitágoras, Lao-Tse, Buda, Confúcio, Zoroastro, entre outras figuras importantes.

É neste contexto de vida que Deus levanta a Neemias para cumprir seus propósitos.
O livro de Neemias mostra que não é necessária uma visão ou uma voz do céu para se começar algum trabalho para o Senhor. A maioria das pessoas passa a vida toda esperando uma revelação de Deus para fazer a obra. Neemias usou sua mente, seu corpo e seu coração para o bem da obra de Deus sem, contudo, ter tido uma revelação divina.
Os obstáculos eram enormes: os muros, os portões queimados, os inimigos declarados, os traidores infiltrados e o povo abatido e desanimado, vivendo graves injustiças sociais e, principalmente, expressando uma queda espiritual. Contudo, o ponto de partida para a reconstrução dos muros e dos portões era à busca da unidade e da cooperação. Tal busca seria o início da reconstrução do caráter, da cidadania, do orgulho nacional, da justiça social e de um elevado nível espiritual.

Veremos que duas medidas importantes foram tomadas que possibilitaram a reconstrução dos muros.

1. Para poder erguer os muros foi preciso tirar os escombros, e encontrar os
alicerces antigos (Ne. 4:10).

O que havia caído eram os muros não o alicerce, e como vimos então muitos entulhos ficaram pelo chão.
a) o primeiro trabalho a se fazer era tirar o lixo que cobria o alicerce, isso não foi uma tarefa fácil, diz o nosso texto que os homens ficaram exaustos, chegaram até a desanimar dizendo: "nunca iremos conseguir reconstruir os muros pois existe muito lixo pesado sobre o alicerce".
Remover lixo não é uma tarefa fácil nem gostosa de se fazer, mas para se reconstruir alguma coisa é preciso tirar o lixo, não se faz uma construção sobre um monte de entulhos. Como é fácil guardar lixo. Quem tem porão em casa? Quem tem sótom? Quem tem um quartinho nos fundos?
b) Encontrar os alicerces antigos.

2. Para que os muros tivessem efeito era preciso restaurar as portas (Ne. 6:1).

As portas eram muito mais do que simples lugar de entrada e saída, era também um lugar de jurisdição, onde as autoridades se encontravam para tratar de negócios. tanto é que para mostrar a vitória da sua igreja Jesus declara: "as portas do inferno não prevalecerão contra ela". É possível existir portas sem muros, mais aí as portas perdem sua função
Também por mais fortes que sejam os muros eles perderão sua função se não houverem as portas, e Neemias nos conta outro fato (Ne. 3:3; 6; 13; 14; 15), as portas deveriam ser trancadas.
As portas também deveriam ser guardadas (Ne. 7:1-3), é preciso colocar guardas leais, tementes a Deus para guardas as portas.

Portas na Bíblia nos fala de acesso, segurança, proteção, abertura, caminho, entrada e passagem.
A apalavra porta na Bíblia aparece cerca de 350 vezes, no sentido bíblico é apontada como símbolo ou tipo de alguma coisa, as vezes fala de cuidado ou vitória, as vezes representa pessoas.
* No V. T. vemos alguns exemplos:
a) Porta da Arca Gn 7:16  simb. Da porta da graça.
b) Porta da Tenda Gn 15:5  simb. Da porta da promessa.
c) Porta de Jacó Gn 28:17  simb. Da porta da revelação.
d) Porta do Mar Vermelho Ex 14:21  simb. Do sobrenatural.
Em Neemias temos 12 portas restauradas que simbolizam a graça de Deus em Cristo por nós.
1) Porta da ovelha. Encontro com o cordeiro de Deus. É o lugar de rendição a Cristo e da experiência de conversão quando somos lavados pelo sangue de Jesus.
2) Porta do Peixe. Crescimento, prosperidade.
3) Porta Velha. Libertação do passado. Coisas velhas que precisam ser removidas.
4) Porta do Vale. O milagre da salvação, havia em Jerusalém um lindo vale chamado Hinom, mas os filhos de Israel passou a sacrificar ao Deus Moloque e ele foi amaldiçoado e passou a ser o vale da matança, onde jogavam os cadáveres.
5) Porta do Monturo. Remoção do lixo. Tudo quanto não se enquadra dentro do fruto do Espírito é lixo e deve ser removido.
6) Porta da Fonte. O Espírito Santo.
7) O pátio do Cárcere  Livres de prisões.
8) Portas das águas  Palavra de Deus. Que limpa refrigera e que santifica.
9) Portas dos Cavalos. Livres de Cargas.
10) Porta Oriental. O regresso de Jesus.
11) Porta da atribuição. Ordem mandato, comissão divina.
12) Porta de Efraim. Porção dobrada. Tudo o que é de Cristo é nosso.

* O V. T começa com uma porta sendo fechada Gn 3:23,24  a posta do Jardim do Éden e termina com uma porta sendo aberta no céu. Ml 3:10.
Na cruz Jesus estava bradando com uma atitude de entrega Eu Sou a Porta.
* No N.T vemos portas desde os Evangelhos até o apocalipses. As portas mais conhecidas são:

1) Porta do templo (Formosa também conhecida como Portão de Nicanor) At. 3
Porta do Milagre.
O que vou propor é esquisito, mas é bíblico. Pedro ofereceu milagre porque
tinha fé para realiza-lo. Quero dizer: Se a Igreja já desenvolveu fé para oferecer milagres, deve dar aos que estão do lado de fora milagres, não deve reter Milagres.
a) A Igreja que tem uma boa Palavra deve dar aos de fora uma boa palavra.
b) Igreja que desenvolveu comunhão deve ensinar ao mundo amor perdão, etc.
c) A Igreja que alcançou uma comunhão de oração deve dar intimidade com Deus
Fp 3:16 Paulo diz isto: “Devemos andar de acordo com o que já alcançamos”.
A Igreja deve oferecer o que já alcançou na sua caminhada com Deus, não deve inventar nada, invencionismo frustram os homens e traz a ira de Deus.
A Bíblia diz se crer verás a glória de Deus – se a igreja crer deve mostrar a glória do pai ao mundo, se não crer deve buscar crer primeiro e depois mostrar essa glória.
O que temos de concreto do céu para oferecer?

2) Pedro na Prisão At. 12 (Porta do Livramento).
3) Paulo e Silas At. 16 (Porta do Cativeiro).
4) Porta do Adorador Ap 3:7. (a chave de Davi é o louvor).
5) Porta do Arrebatamento Ap. 4. (João é chamado a ir ao céu).

Conclusão: Estamos vivendo no tempo de portas abertas precisamos tomar duas posições para q elas sejam abençoadoras.
1) Trancar as portas com o sangue de Jesus.
2) Guardar as portas com as armas que Deus nos deu.

Um comentário:

  1. Ola pr.Nilton,muito boa esta mensagem,como sempre Deus o usa muito na palavra,Deus o abencoe em todo o tempo,grande abraco............

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