quarta-feira, 8 de novembro de 2023

A ORAÇÃO COMO MEIO DA RESPOSTA

TEXTO: Jr 33:3

INRODUÇÃO:

·      Antes de qualquer coisa precisamos fazer algumas observações quanto à origem de Jeremias que tiveram certo impacto sobre a formação de seu pensamento:

a)   Sendo de uma linhagem sacerdotal, Jeremias certamente cresceu em meio a sacrifícios e outros procedimentos sacerdotais. Dessa forma, estava bem familiarizado com eles e com o discurso religioso relacionado à função sacerdotal.

b)   Sendo de Anatote, Jeremias conhecia a mensagem dos profetas enviados a Israel, Isaías e Miqueias haviam profetizado no século 8 a.C., enquanto Amós e Oseias, Naum e Sofonias antecederam Jeremias, Habacuque provavelmente foi seu contemporâneo. Certamente aprendeu bastante sobre as tradições mais valorizadas no Norte: o Êxodo, a aliança do Sinai e o fracasso de Israel em guardar os mandamentos de Deus, o qual resultou em sua subsequente conquista e deportação pelos assírios um século antes.

c)    Sendo um profeta ativo desde o 13º ano do reinado de Josias, acompanhou de perto as suas reformas após a triunfante redescoberta do “Livro da Lei” no templo. Também experimentou o posterior fracasso dessa reforma.

d)   Sendo (provavelmente) da linhagem de Eli, ele conhecia a história do santuário de Siló, fato que usou mais tarde como advertência a Judá. Por outro lado, a mensagem que Jeová lhe deu era dura de pregar e de ser ouvida, com os seguintes resultados na vida de Jeremias:

1.    Houve constantes problemas com seus inimigos. Os líderes de Judá o perseguiram, castigaram e aprisionaram como um traidor (por sua mensagem de que Israel deveria se submeter à Babilônia) e como falso profeta (por sua profecia de juízo, ao invés de paz).

2.    Experimentou profunda angústia pessoal, expressa em suas “confissões”.

3.    Investiu suas economias em sua mensagem (32:1-15). Jeremias foi desafiado a agir conforme cria, ou seja, comprando um terreno em coerência com seu discurso de restauração futura.

4.    Foi proibido de se casar e ter filhos, devido ao iminente juízo sobre Jerusalém.

 

·      Durante seu ministério, Jeremias trouxe palavras envoltas de juízo. Por isso não foi benquisto nem popular, mas considerado um traidor. Tanto os nobres como os reis, e até mesmo o povo, buscavam matá-lo.

·      Esse é o décimo ano de reinado de Zedequias, o Império Babilônico dominava o mundo. Jeremias havia profetizado que o rei de Babilônia, Nabucodonosor, haveria de conquistar Jerusalém, estava aconselhando o povo a se entregarem a Nabucodonosor e como o rei Zedequias não gostou da mensagem, mandou prendê-lo no pátio da guarda.

·      É precisamente em um momento de guerra, quando a cidade de Jerusalém estava cercada e os judeus prestes a serem conquistados e levados para o cativeiro, que veio a palavra de Deus a Jeremias, pela segunda vez.

·      Embora envolvido nesse cenário tenso, esse texto do capítulo 33 está inserido num bloco que traz consolação ao povo, sendo por isso chamado de “livro das consolações”. Assim, esse capítulo e o contexto apresentam uma linda mensagem de perdão, cura e restauração, bem como a esperança de um reinado da linhagem Davídica através de Cristo Jesus em sua segunda vinda.

 

TRANSIÇÃO: Há situações que só orar parece não fazer efeito. Dependendo da circunstância, é preciso clamar a Deus, bradar em alta voz, suplicar, implorar, pedir veementemente, derramar-se e prostrar-se Diante Dele. Ele irá nos responder e mesmo que a resposta Dele seja negativa, é uma resposta. 

O mesmo Deus que no capítulo 7 disse a Jeremias para não orar pelo povo de Judá, pois ele não ouviria agora encarcerado no pátio do Rei, com a cidade cercada pelos inimigos, tendo a fúria do rei Zedequias e as outras autoridades contra ele, Deus lhe diz “clama a mim, responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que tu não sabes”. Recorrendo ao contexto há algumas verdades a serem aprendidas aqui sobre a resposta a um clamor.

1.                  NOSSAS ORAÇÕES NÃO IMPEDEM A DISCIPLINA DIVINA QUANTO A CORREÇÃO, MAS NOS AJUDA A PASSAR POR ELA.

 

·      Deus não disse clama a mim e te livrarei do cativeiro, Deus disse clama a mim e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes pra pós-cativeiro. A resposta do céu não tem haver com livramento das consequências de uma vida distante da vontade de Deus, mas tem haver com o que viria a seguir. A oração me capacita a usufruir da graça mesmo em tempo de disciplina divina.

·      Afirmar, porém, que Deus não cumprirá o seu eterno propósito se não orarmos é incorrer em grande erro, porque o mesmo Deus que decretou o fim também decretou que suas finalidades sejam alcançadas pelos meios que ele mesmo determinou. Em primeiro lugar, diríamos que a oração não tem a finalidade de alterar os desígnios de Deus, nem de movê-lo a formular novos propósitos. De fato nossas orações não mudam o conselho eterno de Deus, mas contribuem para o seu cumprimento. De uma forma misteriosa, a Bíblia diz que a oração muda à forma de Deus agir no tempo e no espaço.  

·      Qual, pois, é o propósito da oração? A resposta deve ser: Esse é o meio e o método que Deus ordenou para transmitir a seu povo as bênçãos de sua própria bondade.

·      Então não devemos deixar de orar porque Deus é soberano, mas devemos orar justamente porque Deus é soberano. A soberania de Deus não significa o fracasso das nossas orações, mas garante que pelo Seu poder nossas orações se tornam eficazes. 

·      Quando Deus nos manda orar e diz que vai nos atender, isso não é uma ilusão. Ele vai responder as nossas orações e atender aos nossos pedidos, mas no final a vontade dEle será feita. As nossas orações são meios secundários pelos quais Deus obtém os Seus propósitos.

ð Há um céu aberto dentro de um quarto fechado quando começo a orar.

Lc 22:31,32 Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. Quem já teve a oportunidade de assistir à ciranda do trigo talvez tenha uma noção mais clara do que Jesus ilustrou a Pedro: pega-se uma braçada de pés de trigo ceifado e bate-se violentamente contra a peneira (ciranda), seguidas vezes. A cada novo golpe, alguns grãos atravessam a trama da peneira, caindo sobre um pano estendido, até que nas mãos do cirandeiro reste apenas a palha do trigo e sobre o pano, apenas grãos.

·      Pedro sequer sabia do que se passava nas esferas espirituais a seu próprio respeito. Antes mesmo que viesse a saber, Jesus já havia providenciado a intercessão por seu discípulo.

·      É muito interessante notar que Jesus não intercede para que Pedro não seja cirandado, mas para que a sua fé não desfaleça enquanto passa pela prova.

2.                  DEUS RESPONDERÁ E ANUNCIARÁ COISAS GRANDES QUANDO A GEOGRAFIA DO CORAÇÃO FOR MUDADA.


·      Parece contrastante, mas a nação está prestes a sucumbir por causa de seu pecado de rebeldia contra o Senhor, e Jeremias fala-lhe das mais elevadas promessas. O povo irá para o cativeiro, mas ainda continuará a ser o povo de Deus, e Deus não se esquecerá dele, ao contrário, elevá-lo-á com um Novo Pacto.

·      Há uma expressão típica que tem cinco ocorrências dentro dos contextos anterior e posterior: "eis que vêm dias” (30:3; 31:21, 31, 38; 33:14). Essas referências sempre abrem um parágrafo, referindo-se ao futuro promissor de Israel. Em Jr 30:3, a promessa é para o retorno do cativeiro babilônico. E é na terra de Israel que o povo sofrerá a "angústia de Jacó". Mas haverá libertação do jugo dos povos de uma forma definitiva após a grande Tribulação.

·      Israel permanecerá (Jr 31:35-37). O texto é seguido pela promessa da seguridade de Israel como nação. Este texto nos diz que há apenas duas maneiras impossíveis de cancelar a existência de Israel:

a)   Primeiro, se as leis naturais, que regem o dia e a noite, puderem ser anuladas.

b)   Segundo, se os céus e a terra puderem ser medidos em suas extremidades.

·      Obviamente, Deus está desta forma, declarando que, assim como são imutáveis as leis e impossíveis de serem medidos os céus e a terra, ele também não deixará que Israel deixe de existir como nação.

·      A conclusão do Livro da Consolação está em Jr 33. Este capítulo apresenta a tríplice restauração. Primeiro, a restauração do povo à sua terra; em segundo lugar, a restauração da propriedade do povo; finalmente, a restauração do reino à família davídica na pessoa de Jesus em sua segunda vinda.

·      Isso só é possível por causa da promessa da segurança que Deus deu a Israel, Jr 31:31 Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não uma aliança escrita em Pedra como no Sinai, mas escrita no coração pelo Espírito Santo.

ð Os pecadores precisam de um novo coração, de uma nova disposição interior, algo que somente a nova aliança pode oferecer. Ao crer em Jesus o pecador recebe uma nova natureza, a Palavra de Deus é escrita no coração e na mente, tornando o cristão submisso e cada vez mais semelhante a Jesus Cristo.

ð A graça é a essência da salvação e da nova aliança. A graça é a maneira de Deus tratar com o homem independente deste merecer ou não. Na Cruz Cristo pagou toda a pena do pecado, pois levou consigo os certificados contendo todos os pecados de toda a humanidade, e de uma vez por todas resolveu o problema do pecado, eliminando a barreira por ele levantada nas relações entre o homem e Deus. 

ð Portanto a graça proporciona um coração, transformado, regenerado e santo.

·     

A resposta ao clamor de Jeremias era que Deus iria mudar a geografia do coração do seu povo. O seu coração já foi aplanado, nivelado, sem tortuosidade?  

·      Isto significa o seguinte: Só muda a situação do lado de fora da vida, quem já mudou a situação do lado de dentro.

ð Amado: É a situação do coração que determina a situação da vida. Portanto, é impossível mudar a história que nos envolve, sem que primeiro mudemos a história do nosso coração.

ð Quem traz dentro de si essa geografia do coração transformado é capaz de transformar qualquer cativeiro em um lugar de bênçãos.

 

CONCLUSÃO:

Um convite para clamar pela família, estado, igreja, pais e Israel.


Pr. Nilton Jorge - Contatos: (22) 998746712 Whatsapp

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