TEXTO: Jr 33:3
INRODUÇÃO:
· Antes de qualquer coisa precisamos fazer
algumas observações quanto à origem de Jeremias que tiveram certo impacto sobre
a formação de seu pensamento:
a)
Sendo de uma linhagem sacerdotal, Jeremias
certamente cresceu em meio a sacrifícios e outros procedimentos sacerdotais.
Dessa forma, estava bem familiarizado com eles e com o discurso religioso relacionado
à função sacerdotal.
b)
Sendo de Anatote, Jeremias
conhecia a mensagem dos profetas enviados a Israel, Isaías e Miqueias haviam
profetizado no século 8 a.C., enquanto Amós e Oseias, Naum e Sofonias antecederam
Jeremias, Habacuque provavelmente foi seu contemporâneo. Certamente aprendeu bastante
sobre as tradições mais valorizadas no Norte: o Êxodo, a aliança do
Sinai e o fracasso de Israel em guardar os mandamentos de Deus, o qual resultou
em sua subsequente conquista e deportação pelos assírios um século antes.
c)
Sendo um profeta ativo desde o 13º ano do reinado de
Josias,
acompanhou de perto as suas reformas após a triunfante redescoberta do “Livro
da Lei” no templo. Também experimentou o posterior fracasso dessa reforma.
d)
Sendo (provavelmente) da linhagem de Eli, ele conhecia a
história do santuário de Siló, fato que usou mais tarde como advertência a Judá.
Por outro lado, a mensagem que Jeová lhe deu era dura de pregar e de ser
ouvida, com os seguintes resultados na vida de Jeremias:
1.
Houve constantes problemas com seus inimigos. Os líderes de
Judá o perseguiram, castigaram e aprisionaram como um traidor (por sua mensagem
de que Israel deveria se submeter à Babilônia) e como falso profeta (por sua
profecia de juízo, ao invés de paz).
2.
Experimentou profunda angústia pessoal, expressa em
suas “confissões”.
3.
Investiu suas economias em sua mensagem (32:1-15).
Jeremias foi desafiado a agir conforme cria, ou seja, comprando um terreno em
coerência com seu discurso de restauração futura.
4.
Foi proibido de se casar e ter filhos, devido ao
iminente juízo sobre Jerusalém.
·
Durante
seu ministério, Jeremias trouxe palavras envoltas de juízo. Por isso não
foi benquisto nem popular, mas considerado um traidor. Tanto os nobres como os reis, e até mesmo o povo, buscavam matá-lo.
·
Esse é o décimo ano de reinado de Zedequias, o
Império Babilônico dominava o mundo. Jeremias havia profetizado
que o rei de Babilônia, Nabucodonosor, haveria de conquistar Jerusalém, estava
aconselhando o povo a se entregarem a Nabucodonosor e como o rei Zedequias não
gostou da mensagem, mandou prendê-lo no pátio da guarda.
·
É
precisamente em um momento de guerra, quando a cidade de Jerusalém estava
cercada e os judeus prestes a serem conquistados e levados para o cativeiro,
que veio a palavra de Deus a Jeremias, pela segunda vez.
·
Embora envolvido nesse cenário tenso, esse
texto do capítulo 33 está inserido num bloco que traz consolação ao povo,
sendo por isso chamado de “livro das consolações”. Assim, esse
capítulo e o contexto apresentam uma linda mensagem de perdão, cura e restauração,
bem como a esperança de um reinado da linhagem Davídica através de Cristo
Jesus em sua segunda vinda.
TRANSIÇÃO: Há situações que só orar parece não
fazer efeito. Dependendo da circunstância, é preciso clamar a Deus,
bradar em alta voz, suplicar, implorar, pedir veementemente, derramar-se e
prostrar-se Diante Dele. Ele irá nos responder e mesmo que a resposta Dele seja
negativa, é uma resposta.
O mesmo Deus que no capítulo 7 disse a Jeremias para não orar pelo povo de Judá, pois ele não ouviria agora encarcerado no pátio do Rei, com a cidade cercada pelos inimigos, tendo a fúria do rei Zedequias e as outras autoridades contra ele, Deus lhe diz “clama a mim, responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que tu não sabes”. Recorrendo ao contexto há algumas verdades a serem aprendidas aqui sobre a resposta a um clamor.
1. NOSSAS ORAÇÕES NÃO IMPEDEM A DISCIPLINA DIVINA QUANTO A CORREÇÃO, MAS NOS AJUDA A PASSAR POR ELA.
· Deus não disse clama a mim e te livrarei do
cativeiro, Deus disse clama a mim e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes pra pós-cativeiro. A resposta do céu não tem haver com livramento das consequências de uma
vida distante da vontade de Deus, mas tem haver com o que viria a seguir. A oração me capacita a usufruir da graça
mesmo em tempo de disciplina divina.
· Afirmar, porém, que
Deus não cumprirá o seu eterno propósito se não orarmos é incorrer em grande
erro, porque o mesmo Deus que decretou o fim também
decretou que suas finalidades sejam alcançadas pelos meios que ele mesmo
determinou. Em primeiro lugar,
diríamos que a oração não tem a finalidade de alterar os desígnios de Deus, nem
de movê-lo a formular novos propósitos. De fato nossas orações não mudam o conselho eterno
de Deus, mas contribuem para o seu cumprimento. De uma forma misteriosa, a Bíblia diz que a oração muda à forma de
Deus agir no tempo e no espaço.
· Qual, pois, é o propósito da oração? A resposta deve ser: Esse é o meio e
o método que Deus ordenou para transmitir a seu povo as bênçãos de sua própria
bondade.
· Então não
devemos deixar de orar porque Deus é soberano, mas devemos orar justamente
porque Deus é soberano. A
soberania de Deus não significa o fracasso das nossas orações, mas garante que
pelo Seu poder nossas orações se tornam eficazes.
· Quando Deus nos manda orar e diz que vai nos
atender, isso não é uma ilusão. Ele vai
responder as nossas orações e atender aos nossos pedidos, mas no final a vontade dEle será feita. As nossas orações são meios
secundários pelos quais Deus obtém os Seus propósitos.
ð Há um céu aberto dentro de um quarto fechado quando começo
a orar.
Lc 22:31,32 Disse também o Senhor: Simão,
Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei
por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma
teus irmãos. Quem já teve a oportunidade de assistir à ciranda do trigo
talvez tenha uma noção mais clara do que Jesus ilustrou a Pedro: pega-se uma
braçada de pés de trigo ceifado e bate-se violentamente contra a peneira
(ciranda), seguidas vezes. A cada novo golpe, alguns grãos atravessam a trama
da peneira, caindo sobre um pano estendido, até que nas mãos do cirandeiro
reste apenas a palha do trigo e sobre o pano, apenas grãos.
· Pedro sequer sabia do que se passava nas esferas
espirituais a seu próprio respeito. Antes mesmo que viesse a saber, Jesus já
havia providenciado a intercessão por seu discípulo.
· É muito interessante notar que Jesus não intercede para que Pedro não
seja cirandado, mas para que a sua fé
não desfaleça enquanto passa pela prova.
2. DEUS RESPONDERÁ E ANUNCIARÁ COISAS GRANDES QUANDO A GEOGRAFIA DO CORAÇÃO FOR MUDADA.
· Parece contrastante, mas a nação está prestes a sucumbir por causa de seu
pecado de rebeldia contra o Senhor, e Jeremias fala-lhe das mais elevadas
promessas. O povo irá para o cativeiro, mas ainda continuará a ser o povo de
Deus, e Deus não se esquecerá dele, ao contrário, elevá-lo-á com um Novo Pacto.
· Há uma expressão típica que tem cinco ocorrências
dentro dos contextos anterior e posterior: "eis que vêm dias”
(30:3; 31:21, 31, 38; 33:14). Essas
referências sempre abrem um parágrafo, referindo-se ao futuro promissor de
Israel. Em Jr 30:3, a promessa é para o retorno do cativeiro
babilônico. E é na terra de Israel que o povo sofrerá a "angústia de Jacó". Mas haverá libertação
do jugo dos povos de uma forma definitiva após a grande Tribulação.
· Israel
permanecerá (Jr 31:35-37). O texto é seguido pela
promessa da seguridade de Israel como nação. Este texto nos diz que há apenas duas maneiras impossíveis de cancelar
a existência de Israel:
a)
Primeiro, se as leis
naturais, que regem o dia e a noite, puderem ser anuladas.
b)
Segundo, se os céus e
a terra puderem ser medidos em suas extremidades.
· Obviamente, Deus está
desta forma, declarando que, assim como são imutáveis as leis e impossíveis de
serem medidos os céus e a terra, ele também não deixará que Israel deixe de
existir como nação.
· A conclusão do Livro da Consolação está em Jr 33. Este capítulo apresenta a tríplice restauração. Primeiro, a restauração
do povo à sua terra; em segundo lugar, a restauração da propriedade do povo;
finalmente, a restauração do reino à família davídica na pessoa de Jesus em sua
segunda vinda.
· Isso só é possível por causa da promessa da
segurança que Deus deu a Israel, Jr 31:31 Estão chegando os dias,
declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a
casa de Judá. Não uma aliança escrita em Pedra como no Sinai, mas
escrita no coração pelo Espírito Santo.
ð Os pecadores precisam de um novo coração, de uma
nova disposição interior, algo que somente a nova aliança pode oferecer. Ao crer em Jesus o pecador recebe uma nova natureza, a Palavra de Deus
é escrita no coração e na mente, tornando o cristão submisso e cada vez mais
semelhante a Jesus Cristo.
ð A graça é a
essência da salvação e da nova aliança. A
graça é a maneira de Deus tratar com o homem independente deste merecer ou não.
Na Cruz Cristo pagou toda a pena do pecado, pois levou consigo os certificados
contendo todos os pecados de toda a humanidade, e de uma vez por todas resolveu
o problema do pecado, eliminando a barreira por ele levantada nas relações
entre o homem e Deus.
ð Portanto a graça
proporciona um coração, transformado, regenerado e santo.
·
A resposta ao clamor de Jeremias era que Deus iria mudar a geografia do coração do seu povo. O seu coração já foi aplanado, nivelado, sem tortuosidade?· Isto significa o
seguinte: Só muda a situação do lado de fora da vida, quem já mudou a situação do
lado de dentro.
ð Amado: É a situação do coração que determina a
situação da vida. Portanto, é impossível
mudar a história que nos envolve, sem que primeiro mudemos a história
do nosso coração.
ð Quem traz dentro de
si essa geografia do coração transformado é capaz de transformar qualquer
cativeiro em um lugar de bênçãos.
CONCLUSÃO:
Um
convite para clamar pela família, estado, igreja, pais e Israel.
Pr. Nilton Jorge - Contatos: (22) 998746712 Whatsapp
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