quarta-feira, 26 de julho de 2023

VIDA MODERADA COMO FRUTO DO ESPÍRITO

TEXTO: Gl 5: 22

INTRODUÇÃO:

·      Mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento, incluindo talvez até mesmo Romanos, a carta de Paulo aos Gálatas tem sido a fonte de ensino teológico para a igreja no meio de suas mais profundas crises.

·      Todas as cartas de Paulo foram escritas para lidar com problemas específicos, mas no caso de Gálatas, a situação era particularmente urgente. A crise era tão grande que Paulo começa a carta, não com o tipo de agradecimento que ele normalmente utilizava, mas com uma expressão de espanto, de que as igrejas da Galácia estavam sendo persuadidas por alguns professores a seguir um falso evangelho (1:6). Mestres judaizantes estavam cerceando com cerimonia da lei aos crentes não judeus, a se circundar-se praticar todas as cerimonias que a lei judaica mandava, para serem salvos.

·      Paulo inicia a terceira e última parte da carta aos Gálatas, apresentando conselhos práticos no intuito de não destruirmos a liberdade que temos em Jesus. Por isso ele declara: Gl 5:1 Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.

·      Neste capítulo a grande ênfase do Apóstolo Paulo é que em Cristo estamos em verdadeira liberdade. Antes, estávamos escravizados pelo pecado, mas agora somos filhos de Deus.

ð A idéia de libertação vem do mercado de escravos romanos. Após o fim de uma guerra, os cativos eram levados ao mercado, onde podiam ser examinados e comprados. Nós éramos escravos do pecado e Jesus foi ao mercado das trevas e nos comprou, promovendo a nossa redenção 1Pe 1:18,19 Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.

·      O conceito bíblico de liberdade espiritual possui três idéias básicas:

a)   O homem é escravo do pecado e totalmente impotente de libertar-se;

b)   A verdadeira liberdade se acha na vida com Deus e é oferecida ao homem, por meio da fé em Jesus;

c)    E, o homem livre demonstra a sua liberdade no serviço a Deus e ao próximo.


·      Há dois perigos no texto que ameaçam a liberdade do cristãoo legalismo e a licenciosidade.

·      Paulo inicia a segunda parte do capítulo cinco, revelando que o segredo para desfrutarmos a plenitude da liberdade e vencermos a licenciosidade é andarmos no Espírito SantoO verso 16 nos ensina três verdades:

1) Todo crente tem o Espírito Santo, o qual foi recebido no ato da sua conversão.                        

2) Todo crente é pecador e tem impulsos para pecar.

3) O Espírito Santo capacita o crente a vencer a carne e as tentações.

·      No texto em apreço, Paulo fala do conflito entre a carne e o Espírito, mostra-nos ainda que o Espírito Santo é o nosso santificador, e o único que pode se opor à nossa carne e subjugá-la.

·      Sabemos que é Jesus Cristo que nos liberta. Mas sem a obra contínua, orientadora e santificadora do Espírito Santo, a nossa liberdade é deturpada.

Então, veremos que o texto referido pode ser dividido em duas partes: A realidade do Conflito (vs. 16 – 23). O Caminho da Vitória Cristã (vs. 24, 25). 

·      Cada natureza em conflito se evidencia por um tipo de comportamento ou inclinação. A lista tem quinze elementos que podem ser classificados em quatro áreas:

1) Vida sexual: prostituição, impureza e lascívia.

2) Vida Religiosa: idolatria e feitiçarias.

3) Relacionamento humano: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções e invejas.

4) Alimentação: bebedices e glutonarias (farras ou orgias).

·      A solução para o conflito

1) Ser guiados pelo Espírito (Gl 5:18).

2) Crucificar a carne ou a velha natureza (Gl 5:24). 

3) Andar no Espírito (Gl 5:25). 

ð Se a origem da nossa vida é o Espírito, devemos permitir que o Espírito conduza os nossos passos. Ser guiado pelo Espírito é uma submissão passiva. Andar no Espírito é uma decisão ativa e proposital. Precisamos tomar a atitude de andar com Deus.

ð O Espírito Santo reinando em nós produzirá o caráter cristão. Ele produzirá em nós as virtudes do caráter de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo chama estas virtudes de o "Fruto do Espírito Santo". O fruto do Espírito são qualidades morais divinamente implantadas. São resultados da ação do Espírito em nosso caráter.


·      HÁ TRÊS OBSERVAÇÕES A SEREM FEITAS:

1)   Quanto a sua origem é sobrenatural: "do Espírito". Enquanto as "obras da carne" são atos que-praticamos naturalmente, o "fruto do Espírito" é de responsabilidade do próprio Espírito. Precisamos ter humildade, pois não podemos produzir este fruto.

2)   O seu crescimento é natural. O "fruto" faz parte da "lei da semeadura e da colheita": Gl 6:7 "aquilo o que o homem semear, isso também ceifará". O nosso interior é como um campo onde estamos semeando diariamente. Aquilo que você semear você irá colher.

ð Semeie um pensamento, e você colherá uma ação.

ð Semeie uma ação, e você colherá um hábito.

ð Semeie um hábito e você colherá um caráter.

ð Semeie um caráter e você colherá um destino.

3)   A sua maturidade é gradual. Antes de ser um fruto maduro, há etapas que precisam ser cumpridas. Isto demanda tempo: primeiro a flor, depois o embrião e por fim, o fruto. O Espírito Santo não tem pressa e um caráter cristão maduro é resultado de uma vida inteira.

TRANSIÇÃO: O fruto do Espirito tem nove virtudes ou gomos divido em 3 grupos de relacionamentos:

1.    Virtudes ligadas ao nosso relacionamento com Deus: amor, alegria e paz;

2.    Virtudes ligadas ao nosso relacionamento com o próximo: longanimidade, benignidade e bondade;

3.    Virtudes ligadas ao nosso relacionamento com nós mesmos: fidelidade, mansidão e domínio próprio.

·      O domínio próprio (temperança, autocontrole, autodisciplina), como último gomo do fruto do Espírito, no grego “enkráteia”, que significa: “moderação, temperança, equilíbrio, autocontrole, disciplina, domínio próprio”. A palavra grega vem de uma raiz que significa “pegar, segurar”, designa uma pessoa que segura a si mesma, que se mantém no pleno controle de si mesmo sobre os próprios desejos e paixões.

·      O crente, que aceita que o Espírito Santo o transforme segundo a imagem de Jesus, desenvolverá esta virtude em todas as áreas da vida. O fruto da temperança, domínio próprio ou autocontrole como é conhecido, não é simplesmente natural ou aprendido por meios de cursos, mas somente é concedido através da presença real do Espírito Santo na vida da pessoa. Paulo afirma 1Co 9:25 que “todo atleta em tudo se domina” quando está treinando.


1.             O DOMÍNIO PRÓPRIO É O FREIO DO ESPÍRITO NAS OBRAS DA CARNE.


·      Em contraste com as obras da carne, o fruto do Espírito possibilita uma vida dígna e honrosa diante de Deus e da sociedade: Sf 2:3 “buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, buscai a mansidão”.

a)   A temperança implica dominar os desejos e moderar os hábitos diários. O domínio próprio do grego enkráteia aplica-se à virtude de um imperador que jamais permite que seus interesses privados influam no governo do povo. É a virtude que faz ao homem tão dono de si, que é capaz de ser servo de outros. A moderação baseia-se no autocontrole e nas moderações encontradas naqueles que vivem para a Glória de Deus.

b)   O domínio próprio é a capacidade de governar nossos próprios desejos. As três últimas qualidades do fruto do Espírito dizem respeito ao ser interior:

a) fidelidade (confiabilidade);

b) mansidão (o uso correto de poder e autoridade);

c) domínio próprio (autocontrole).

·      Paulo adverte que o fruto precisa do ambiente certo para se desenvolver  Gl 5: 25, 26 Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não nos tornemos vangloriosos, provocando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Assim como determinado fruto na natureza não cresce em todo tipo de clima, também o fruto do Espírito não pode se desenvolver na vida de todos os cristãos.

c)    A temperança realiza no cristão o inverso das maquinações e obras iníquas da carne. A velha natureza é até capaz de simular algum fruto do Espírito, mas a carne jamais será capaz de produzir esse fruto. Uma das diferenças é que, quando o Espírito produz fruto, Deus é glorificado, mas quando é a carne que opera, a pessoa orgulha-se interiormente e se sente realizada com os elogios de outros.

·      O propósito divino é que os cristãos tenham uma vida equilibrada espiritual, físico e emocional.


2.             A TEMPERANÇA DEVE ESTAR SOB O CONTROLE DO ESPÍRITO.


·      Essa temperança, autocontrole ou domínio próprio não é algo natural, é uma ação do Espírito Santo em nossas vidas como um delimitador para nós, é deixar ser controlado pelo Espírito Santo.

·      O domínio próprio neutraliza os desejos da carne. O desejo de Deus é que todos vivam de modo correto, exercendo o autodomínio, não cedendo às tentações, procurando ter um coração mais puro e santo. Ter o pensamento voltado nas coisas de Deus é indispensável para sufocar os desejos da carne. Pois, são tantos os meios que podem nos distanciar da presença de Deus. Quando não há domínio próprio nos pensamentos, nas palavras e ações, logo aparecerá o mau testemunho.

·      O domínio próprio conduz a santificação. A santificação é uma obra de Deus, com a cooperação do homem. Para cumprir a vontade de Deus quanto à santificação, o crente deve participar da obra santificadora do Espírito Santo, ao se purificar “de toda imundícia da carne e do espírito” e ao se guardar da corrupção do mundo.

·      O domínio próprio conduz a transformação. A santificação requer que o crente mantenha profunda comunhão com Cristo, mantenha comunhão com os crentes, dedique-se à oração, obedeça à Palavra de Deus, tenha consciência da presença e dos cuidados de Deus, ame a justiça e odeie a iniquidade, mortifique o pecado, submeta-se à disciplina de Deus, continue em obediência e seja cheio do Espírito Santo.

CONCLUSÃO:

·      A temperança pode significar virtude pela qual o homem consegue refrear a sua língua como também a moderação no comer e no beber. A temperança é uma necessidade para o bom viver do cristão e uma demonstração de que realmente provamos o novo nascimento.

·      O fruto da temperança suscitado pelo Espírito Santo opõe-se a todas as obras da natureza pecaminosa carnal e humana. Ao longo da vida terrena, precisamos exercer o governo disciplinado sobre os desejos da carne. O melhor antídoto contra as obras da carne é estar cheio do Espírito Santo, porque desta maneira estaremos sob o seu controle.


Pr. Nilton Jorge - Contatos: (22) 998746712 Whatsapp


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