terça-feira, 11 de dezembro de 2018

A MENSAGEM MISSIONÁRIA DA CRUZ


TEXTO: Rm 1:16 - 1Co 1:18
INTRODUÇÃO:

·      O apóstolo Paulo plantou a igreja de Corinto no final de sua segunda viagem missionária. Ele passou um ano e seis meses pregando a Palavra de Deus naquela grande cidade (At 18.11) e, nesse tempo, ele gerou esses crentes em Cristo (4.15). Depois, Paulo foi para a cidade de Éfeso, na Ásia Menor. De lá mandou essa carta para a igreja de Corinto.
·      A problemática que a igreja estava vivendo chegou ao conhecimento de Paulo em Éfeso, por intermédio de uma irmã da igreja de Corinto chamada Cloe. E quando Cloe visitou Paulo em Éfeso, ela levou a ele a informação de que, na igreja de Corinto, havia muita coisa que estava em desacordo com o que ele ensinara, pois havia divisões e contendas na igreja. Então, Paulo, escreve esta carta, como que trazendo resposta e solução de Deus para os problemas que a igreja estava vivenciando.

Por que Paulo resolveu plantar uma igreja em Corinto?

Paulo era um missionário estrategista. Ele escolhia as cidades para as quais se dirigia com muito critério e cuidado.

1.    Em primeiro lugar, a razão geográfica. Corinto era uma cidade grega, de grande importância. Ela ficava bem próxima de Atenas, a grande capital da Grécia e a capital intelectual do mundo. Corinto era uma cidade cosmopolita. O mundo inteiro estava dentro dela. Evangelizar Corinto era um plano estratégico, pois o evangelho a partir de Corinto poderia se espalhar e alcançar o mundo inteiro.
2.    Em segundo lugar, a razão social. Corinto era riquíssima, em virtude do seu intercâmbio comercial com outras cidades importantes do mundo. Não apenas o comércio era robusto, mas, também, Corinto era uma cidade florescente com respeito à cultura. Havia um grande auditório musical (odeon) localizado em Corinto, com capacidade para dezoito mil pessoas sentadas. Todo o tráfego da Grécia passava por ela.
3.    Em terceiro lugar, a razão cultural. Corinto era uma das cidades mais importantes do mundo, naquela época, e isso por três razões:
a)   Pelo seu comércio. Corinto, por ser uma cidade marítima tinha um porto, e, naquela época, era uma rota comercial importante e o comércio do mundo passava por ali. Plantar uma igreja em Corinto era abrir janelas de evangelização para o mundo. Pessoas entravam e saíam de Corinto todos os dias. Essa cidade fazia conexão com o mundo inteiro.
b)   Pela sua tradição esportiva. Corinto era, também, uma cidade importantíssima na área dos esportes. A prática dos jogos ístmicos de Corinto só era superada pelos jogos olímpicos de Atenas. Corinto era uma cidade que atraía gente do mundo inteiro para a prática esportiva. E, então, Paulo entendeu que aquela era uma cidade que precisava ser alcançada pelo evangelho da graça de Deus.
c)    Pela sua abertura a novas idéias. Corinto era uma cidade altamente intelectual. O principal hobby da cidade era ir para as praças e ouvir os grandes filósofos e pensadores
exporem suas idéias. Era uma cidade que transpirava cultura e conhecimento. Paulo entendia que o evangelho poderia chegar ali e mudar a cosmovisão da cidade. O evangelho não é anti-intelectualista, ao contrário, ele é dirigido à razão. O evangelho precisa entrar nas universidades, influenciar a imprensa e alcançar os formadores de opinião da sociedade.
4.    Em quarto lugar, a razão moral. Embora Corinto fosse uma cidade acentuadamente intelectual, era ao mesmo tempo profundamente depravada moralmente.
·      A cidade de Corinto era corrompida por algumas razões:
a)   A prostituição. Em Corinto se confundia religião com prática sexual. Naquela cidade, a deusa Afrodite era adorada e tinha o seu templo sede na Acrópole, uma montanha com mais de 560 metros de altura, na parte mais alta da cidade. Afrodite era considerada a deusa do amor. Aproximadamente mil sacerdotisas trabalhavam como prostitutas cultuais nesse templo de Afrodite.
b)   O homossexualismo. Corinto era a cidade onde ficavam os principais monumentos de Apolo. A adoração a Apolo induzia a juventude de Corinto bem como a juventude grega em geral a se entregar ao homossexualismo.
c)    A carnalidade. Havia na igreja de Corinto divisões e práticas sexuais desregradas. A igreja tinha conhecimento, mas não amor; tinha carisma, mas não caráter. Na verdade, era uma igreja infantil e carnal.
5.    Em quinto lugar, a razão espiritual. Corinto era uma cidade com muitos deuses e muitos ídolos. Paulo entendeu que eles estavam precisando do Deus verdadeiro.

TRANSIÇÃO: Paulo, no verso 18, levanta um dos grandes temas desse capítulo, a cruz de Cristo. A cruz ocupa um lugar central na proclamação do evangelho. Paulo introduz um contraste entre o poder do evangelho e a fraqueza da sabedoria humana.

·      Ele mostra que os grupos que existiam dentro da igreja olharam para a cruz em três perspectivas diferentes. Paulo diz: “[...] mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus”.
·      Paulo está dizendo que alguns tropeçaram na cruz.
a)   Os judeus (1.23a). Porque eles aguardavam um milagre. Nos evangelhos, os judeus estão sempre chegando perto de Jesus pedindo milagres. E Jesus nunca fez milagre para agradar a ninguém. A ênfase deles era em milagres poderosos e a cruz era um sinal de fraqueza. Eles aguardavam um Messias vencedor e Jesus veio como o Messias sofredor.
b)   Os gregos (1.23b). Para os gregos, a cruz era uma tolice, porque eles enfatizavam a sabedoria. O tempo áureo dos gregos e dos romanos, e a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles não lhes trouxeram iluminação espiritual. A sabedoria deles não os habilitou a conhecer a Deus nem a receber a salvação.
c)    Alguns, porém, creram e eles experimentaram o poder e a sabedoria da cruz (1.24,25). Cristo crucificado é o poder de Deus para os judeus e a sabedoria de Deus para os gregos.
·      Não sabedoria humana e conhecimento que nos levou a Cristo, não foi manifestação de milagres e sinais que nos levou a Cristo, mas o evangelho dissipou as trevas e nos fez ver a Cristo. Rm 1:16 “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”.  

1.             PARA PAULO A MENSAGEM MISSIONAL É QUE O EVANGELHO DA CRUZ É O PODER DE DEUS 1Co 1:18.

·      Temos frequentemente uma má compreensão bíblica sobre o evangelho. No meio missionário ouvimos que o “evangelho está se expandindo”, que o “evangelho está crescendo”, que o “evangelho está sofrendo oposição”, pois compreendemos evangelho como Igreja, ou como movimento missionário. Paulo sempre alterna suas ênfase evangelizadora, ora dizendo que prega o evangelho, ora dizendo que prega a Cristo.
·      Não estamos com isto afirmando que Jesus é o conteúdo do Evangelho, mas que Jesus é o próprio Evangelho. Quando Paulo afirma que o evangelho “é o poder de Deus” ela deseja comunicar que “Jesus é o poder de Deus”. Quando ele categoricamente destaca que o evangelho é poderoso para “salvar a todo aquele que crê” refere-se a Cristo: Jesus é poderoso para salvar a todo aquele que crê.
·      Assim, se nos envergonharmos do evangelho, estamos nos envergonhando de Jesus.
·      Se deixarmos de pregar o evangelho, deixamos de pregar a Jesus. Se não cremos no evangelho, não cremos em Jesus.
ð O mundo da época era imperialista humanista e triunfalista. O evangelho, porém, contendia com todas estas idéias e, assim, colocava Paulo em situação altamente desconfortável ao apresentar Jesus como a verdade de Deus para salvação de todo homem.
1.    Em um mundo imperialista Roma era o centro do universo e César o único capaz de organizar a sociedade de forma justa. Qualquer outra solução social que não passasse por Roma seria vista  politicamente como uma afronta. A pregação do evangelho, assim, afrontava os pilares sociais e políticos.
2.    Em um mundo humanista, sob influência grega, o homem habitava o centro do universo e qualquer ideologia ou filosofia só faria sentido se glorificasse o próprio homem. A pregação do evangelho, desta forma, afrontava também a filosofia da época.
3.    Em um mundo triunfalista o universo era definido entre os conquistadores e os conquistados. Vencer batalhas e conquistar novas terras era o equivalente ao progresso. Ao falar sobre a cruz, Paulo é visto como um derrotado. Desta forma a pregação do evangelho afrontava também a maneira do homem enxergar a vida.

v Gostaria de destacar algumas implicações desta nossa convicção missional, de que o evangelho é o poder de Deus.

1.    Em primeiro lugar o evangelho jamais será derrotado, pois o evangelho é Cristo. Sofrerá oposição, seus pregadores serão perseguidos. Será caluniado, mas jamais derrotado.
2.    Em segundo lugar o evangelho não é o plano da Igreja para a salvação do mundo, mas o plano de Deus para a salvação da Igreja. O que valida a Igreja é o evangelho, não o contrário. Se a Igreja deixa de seguir o evangelho, de seguir a Cristo, se a Igreja passa a absorver o imperialismo, humanismo, triunfalismo, e esquecer-se de Jesus, deixa de ser Igreja. A Igreja só é igreja se for evangélica e se seguir o evangelho.
3.    Em terceiro lugar o evangelho não deve ser apenas compreendido e vivido. Ele se manifestou entre nós para ser pregado pelo povo de Deus. Paulo usa esta expressão diversas vezes. Rm 15.20 Aos Romanos ele diz que se esforça para pregar o evangelho. 1 Co 1.17 Aos Coríntios ele diz que não foi chamado para batizar mas para pregar o evangelho. 1 Co 9.16 Diz também que pregar o evangelho é sua obrigação.
Não importa mais o que façamos em nossas iniciativas missionárias, é preciso pregar o evangelho.

2.             PARA PAULO A NECESSIDADE MISSIONAL É QUE A HUMANIDADE É IMPIEDOSA E PERVERSA POR ISSO INDESCULPÁVEL 1Co 1:21.  

·      Em Rm 1:18 Paulo nos apresenta a um Deus irado contra a atitude humana dizendo: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”.
·      Notem que a “ira de Deus” não se manifesta contra o homem, mas contra a impiedade e perversão do homem.
ð A “impiedade” refere-se a termos rompido com os valores de Deus.
ð A “perversidade” refere-se a termos rompido com os valores dos homens.
·      Nem tudo o que é cultural é puro. O relativismo ético tem tentado moldar a presente geração convencendo-a de que toda prática humana é justificável desde que seja aceita por um grupo, ou seja, pelo próprio homem.
·      Paulo está aqui, com forte tônica teológica, descrevendo a necessidade humana. Precisamos de Deus. Podemos convencer alguém de que ele é pecador, mas apenas o Espírito Santo poderá convencê-lo de que está perdido. O homem natural não se enxerga perdido, mesmo se enxergando pecador, o que o pretere de buscar a salvação em Cristo.
·      Há aproximadamente 40 milhões de africanos falam mais de 1.200 línguas que ainda nada conhecem do evangelho de Cristo. Na América Latina 1 terço das línguas nada tem da Palavra de Deus. Há ainda bem mais de 100 etnias indígenas, no Brasil, sem presença missionária, e mais de 180 sem uma igreja local entre eles.
·      A Europa vive hoje uma fase pós-cristã onde pregar o evangelho é tarefa das mais árduas. Alguns dizem que verdadeiros missionários pregam o evangelho nos lugares menos desenvolvidos, mais pobres e isolados do planeta. Ledo engano. Na África e na Amazônia pessoas sentam-se ao seu redor para lhe ouvir, mas não na Europa. Ali o evangelho é ridicularizado como também o evangelizador.
·      O Islamismo, nos últimos 5 anos cresceu 500% no mundo. O Budismo 100%. O Hinduísmo 70%. O Cristianismo 45%.  O Islamismo não é apenas a religião que mais cresce no mundo hoje, mas é também a religião predominante em 43 países. 20% da população mundial é Islâmica. Os Islâmicos esperam se tornar a religião mais ativa na Suécia, França e Inglaterra dentro de 20 anos.
·      Há mais de 17.000 comunidades ribeirinhas e indígenas sem nada do evangelho no Norte do nosso país.  O sul continua sendo um desafio imensurável. Poucas igrejas, pouco avanço, grande necessidade. O nordeste, apesar do abençoado avanço missionário nos últimos 15 anos, ainda possui bolsões onde Jesus é totalmente desconhecido e jamais foi apresentado ao povo local.
·      Paulo em Rm 1 enumera alguns atos de perversão.
1.    No verso 20 ele nos fala da perversão filosófica, procuram alicerçar suas vidas com base em seus próprios pensamentos corruptíveis.
2.    No verso 23 fala-nos da perversão religiosa, mudaram a glória de Deus em idolatria.
3.    No verso 26 em diante nos fala a respeito da perversão ética  ou homossexualismo.
4.    No verso 28 a natureza humana é pecaminosa, e assim o homem se põe a cometer “atos inconvenientes, cheios de injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e misericórdia”.
v O homem, portanto, não é condenado por não conhecer a história bíblica. Ele é condenado por não glorificar a Deus.
v Os homens não são condenados por não ouvirem a Palavra. São condenados cada um por seu pecado.
v Se amenizarmos a mensagem do pecado contribuiremos para a incompreensão do evangelho, o sincretismo religioso e o esfriamento do movimento missionário.

CONCLUSÃO:
PARA PAULO A MANIFESTAÇÃO MISSIONAL É QUE DEUS NOS CONVIDA A CRER 1Co 1:21.

Contato com o Pr. Nilton Jorge
Telefone: (22) 998746712 Whatsapp


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