TEXTO: Jo 1:14
INTRODUÇÃO:
As
Sete Festas de Israel têm um significado profético,
pois
além de apontar para Cristo como o Cordeiro Pascal, elas também falam da ‘parousia’ que é a Segunda Vinda do
Senhor Jesus. Dessa forma, além de um significado contextual para o
povo que a celebrava no Antigo Testamento, elas passam a assumir um significado
mais abrangente na história tipificando alguns aspectos da obra salvífica de
Jesus.
1.
Páscoa.
Festa instituída quando o povo de Israel
foi libertado da escravidão do Egito. Um cordeiro era morto. Cumpriu-se de
forma precisa numa sexta-feira ao pôr-do-sol quando Cristo foi morto como um
cordeiro.
2.
Pães
Asmos.
No dia seguinte à Páscoa, começava um período de sete dias onde o povo deveria
comer pão sem fermento e oferecer oferta queimada ao Senhor, nesse dia o povo
não poderia trabalhar. Essa festa se cumpriu a
partir do dia seguinte à morte de Cristo, quando em Lucas 23:54 a 56 diz que as
mulheres na sexta-feira de Páscoa embalsamaram o corpo de Jesus e então no
Sábado (dia seguinte) descansaram. Começa então o período de consagração
daqueles que eram povo de Deus, na esperança da ressurreição de Cristo, que
morreu sem pecado, tipificado pelo pão sem fermento.
3.
Primícias.
Acontecia no dia imediato à festa dos
pães asmos e festejava o início da colheita. Assim como o povo dedicava ao
Senhor os primeiros frutos da colheita, Jesus dedica ao Pai os primeiros frutos
da salvação, quando na Sua morte muitos ressuscitaram e depois foram levados ao
Céu com Ele.
4.
Pentecostes
ou Festa das Semanas. Essa festa comemorava o fim
da colheita, uma espécie de segunda festa das primícias. O Pentecostes
cumpriu-se cronologicamente em tempo exato e com a descida do Espírito Santo,
os seguidores de Deus entregaram "quase três mil pessoas" como frutos
da grande colheita desde a morte e ressurreição de Jesus.
è
Depois da Festa do Pentecostes havia um intervalo até a próxima festa.
(O tempo em que estamos vivendo).
5.
Trombetas. As
trombetas são tocadas para anunciar o primeiro dia do ano civil, ou ano novo.
Seu cumprimento profético se dará quando a igreja for arrebatada.
6.
Dia
da Expiação "Yom Kippur”.
Segundo a tradição judaica o dia estabelecido para que cada judeu "acerte
as suas contas com Deus, jejuando por 24 horas para receber o perdão de seus
pecados. Este era biblicamente o dia em que Israel se deveria reconciliar
com Deus como nação serva do Senhor. A
grande tribulação.
Tabernáculos.
Os
israelitas, em memória ao tempo em que eram errantes no deserto e viviam em
tendas, deviam voltar a morar em barracas durante sete dias. Ao
contrário da contrição da festa anterior, havia muito júbilo e alegria nesta
ocasião. O juízo havia passado e o perdão dos pecados estava garantido.
W
TRANSIÇÃO: O QUE APRENDEMOS ESCRITURISTICAMENTE COM A FESTA DOS
TABERNÁCULOS?
A ordenança de Deus para que o povo habitasse em tendas traz conotações de
caráter moral, social, histórico e espiritual.
1.
A
FESTA DAS CABANAS TEM UM SIGNIFICADO HISTÓRICO.
·
A
palavra “tabernáculo” significa “uma cabana, um abrigo temporário”.
No original hebraico a palavra equivalente é Sucá, cujo plural é Sucot.
W
A Festa dos Tabernáculos
durava uma semana e durante este período habitavam em tendas construídas com
ramos. A fragilidade das tendas que o povo construía era
uma lembrança da fragilidade do povo quando peregrinava os 40 anos no deserto a
caminho da Terra Prometida.
1)
Os
rabinos falam da sucá como
um símbolo de proteção e provisão divina. Salmo 27.5 em momentos de aflição
pedimos ao Todo-Poderoso que nos “abrigue em sua tenda”.
2)
De
acordo com a Lei, a cobertura da sucá deve
ser feita de tal forma que através dela se possam ver as estrelas. Um
lembrete que nosso socorro vem do Eterno. Também que um lar deve ter espiritualidade,
deve ter uma vista para o céu.
3)
A sucá é um abrigo temporário,
improvisado, construído às pressas. É tão frágil,
tão precária, tão instável e, no entanto, sobreviveu a tantos impérios, tantas
revoluções porque na verdade seu sustento é divino. Ela aponta para nosso corpo
terrestre.
4)
A sucá é uma construção
rústica cuja cobertura é feita de produtos da terra.
Inclui ramos, arbustos, palha e mesmo ripas de madeira. Levítico 23.40: ”…
tomareis fruto de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores
frondosas e salgueiros de ribeira…”. As autoridades judaicas deduziram e a
tradição consagrou que “a fruta de árvore formosa” significa a cidra; “ramos
de palmeiras” seriam ramos da tamareira; “ramos de árvores frondosas”
referindo-se ao mirta; e “salgueiros de ribeira”.
W
Essas
quatro espécies formam o molho de sucot.
Diariamente, os sacerdotes rodeavam o grande altar de sacrifícios, os ramos
eram seguros juntos na mão direita, e a cidra, na mão esquerda e agitavam o
molho para todos os lados, para cima e para baixo indicando que a presença de Deus está em toda a parte.
è Uma parte da festa era consagrada ao louvor e
ações de graça. Os levitas se faziam acompanhar por músicos em instrumentos de
corda, sopro e percussão durante a recitação do Salmo 118:25,26: “Ó
Senhor, salva, Te pedimos! Ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade.
Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.
Foi nessa ocasião em João 7.37 que Jesus chamou os que tivessem sede para irem a ele e
beber.
2.
A FESTA DAS
CABANAS TEM UM SIGNIFICADO PROFÉTICO.
·
A Bíblia nos dá algumas
"pistas" para que, por inferência, cheguemos aproximadamente à
possível data do nascimento de Jesus. Primeiramente ressalto que, para
chegarmos a tal data, devemos "lançar mão" do Calendário Judaico, que
é lunar (baseado nos ciclos da Lua), diferente do nosso, o Calendário
Gregoriano, que é solar (baseado nos movimentos terrestres em relação ao Sol).
Além disso, o Calendário Judaico é, grosso modo, dividido em dois, um religioso
e outro civil; o religioso começa no mês de Nissan (ou Abib), já o civil no mês
de Tishrei (ou Etanim). Outrossim, os meses são truncados com relação ao nosso
calendário.
·
Exemplificando: o mês de Abib inicia na segunda quinzena de Março
e finda na primeira quinzena de Abril. Pois bem, para continuarmos a "contagem"
faremos menção à concepção de João Batista. A Bíblia diz que Zacarias (pai de
João Batista) era sacerdote: Lc 1.5 "Existiu,
no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote, chamado Zacarias, da ordem de
Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o nome dela era Isabel”.
·
Os sacerdotes foram
divididos pelo rei Davi em 24 turnos ao ano (1Cr 24, o ano usado nessa passagem
é o religioso), ou seja, cada sacerdote deveria ministrar no Templo de
Jerusalém durante 15 dias no ano, 2 turmas por mês, uma a cada quinzena, 24 no
total dos 12 meses, sendo a turma de Abias a oitava: 1Cr 24.10 "a sétima, a Hacoz; a oitava, a
Abias;"
·
Fazendo a conta a partir
do início do ano (lembrando que o primeiro mês do ano religioso hebreu é Abib,
da segunda quinzena de Março à primeira quinzena de Abril), pode-se afirmar que
Zacarias ministrava na segunda metade do mês de Tamuz, na primeira quinzena de
Julho. Quando o anjo Gabriel aparece a Zacarias e anuncia-lhe que sua esposa
iria engravidar, Zacarias estava ministrando no Templo, exercendo o sacerdócio
no período destinado à sua ordem (na primeira quinzena de Julho).
·
Acabando o tempo de
exercer o seu sacerdócio, Zacarias volta para casa (Lc 1.23), poucos dias
depois Isabel, sua esposa, engravidou (Lc 1.24). Isso ocorreu na segunda
quinzena de Julho (primeira metade do mês Ab), 9 meses depois nasceu João
Batista, entre a segunda quinzena de Março e a primeira quinzena de Abril (no
mês de Abib). Jesus era 6 meses mais novo que João, é o anjo Gabriel quem
confirma isso quando aparece a Maria para anunciar que ela iria conceber a
Jesus: Lc 1.36 "E eis que
também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto
mês para aquela que era chamada estéril."
·
Sendo assim, 6 meses após o
nascimento de João, nasce Jesus, entre a segunda quinzena de Setembro e a
primeira quinzena de Outubro (no mês de Tishrei).
·
Continuando nossa
"busca" pela real data do nascimento de Jesus, encontramos outra
"pista" que a Bíblia nos dá. É a forma como o Apóstolo João se
expressa ao falar sobre a encarnação de Cristo: Jo 1.14 "E o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e
de verdade."
W
O termo que João usou para
"habitou", deriva da palavra grega σκηνή (skené), que significa
tabernáculo, ou seja, Cristo
"tabernaculou" habitou num tabernáculo (um corpo humano). Paulo, o
apóstolo dos gentios, se refere ao nosso corpo físico como um tabernáculo: 2Co
5.1,2 "Sabemos que, se a nossa
casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um
edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste
tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação
celestial."
W
A metáfora do tabernáculo
em relação ao corpo humano faz menção à transitoriedade do corpo. No caso de
Cristo, o fato Dele assumir temporariamente uma forma humana (encarnação): Fp
2.7 "antes, a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e,
reconhecido em figura humana".
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Em Israel comemorava-se a
Festa dos Tabernáculos (ou Sucot) período onde o povo habitava em tabernáculos (um tipo de tenda) durante 7 dias, para lembrar dos
40 anos do êxodo no deserto (Lv 23.34,42).
W
Tipologicamente, a Festa dos
Tabernáculos apontava para a habitação do Verbo temporariamente em um
tabernáculo, ou seja, a encarnação de Cristo.
W
Interessante é que essa
festa começava no dia 15 de Tishrei, o mesmo mês que de acordo com a nossa
"conta" Jesus teria nascido. Podemos deduzir então, que provavelmente
Jesus nasceu durante uma celebração da Festa dos Tabernáculos, entre a última
semana de Setembro e a primeira semana de Outubro.
W
Este argumento tem coerência,
por 3 motivos.
1.
A obrigatoriedade
de todo homem comparecer no Templo na Festa dos Tabernáculos: Dt 16.16 "Três vezes por ano todos os seus homens se apresentarão ao
Senhor, seu Deus, no local que ele escolher, por ocasião da Festa dos Pães
Asmos, da Festa das Semanas e da Festa dos Tabernáculos...". José
(esposo de Maria) pode ter aproveitado a circunstância de ter que recensear-se,
para também participar da festa, pois Belém é próxima de Jerusalém (apenas 10
km de distância).
2.
A Festa dos
Tabernáculos é uma das 3 festas essenciais de Israel (Dt 16.16). Provavelmente existiu um propósito divino no fato
das principais festas judaicas serem justamente essas três, época em que havia
um número maior de pessoas transitando em Jerusalém, para presenciarem tais
acontecimentos. Jesus morreu na Páscoa (Festa dos Pães Asmos), o Espírito Santo
desceu no Pentecostes (Festa das Semanas), restando a dos Tabernáculos, o que
indica que Jesus nasceu nesta festa.
3.
A Festa dos Tabernáculos é comemorada em
Tishrei, o mês do Ano Novo civil para os judeus (Lv 23.24), e também nesse mês
(no dia 10) é celebrado o Dia da Expiação (Lv 23.27). Simbolizando que
o nascimento de Cristo seria um novo começo para o mundo e que Ele traria
expiação à humanidade. Então, Jesus nasceu no mês de tishrei, o sétimo mês
do calendário judaico lunar, em um período em que o povo se preparava para a
festa de Sucót (Festa das Cabanas). Tshirei é o mês que em nosso calendário
daria entre o mês de setembro e outubro. Ele nasceu em período de festa, só que
foi na Festa das Cabanas, a chamada Hag Sucot, em hebraico. Acontece cinco dias
após a festa de Yom Kipur, com duração de sete dias.
Concluo, ressaltando que toda a argumentação deste
texto está no campo das possibilidades, entretanto, fundamentada somente em
versículos bíblicos.
3.
A
FESTA DAS CABANAS TEM UM SIGNIFICADO ESCATOLÓGICO.
W
João
1.14 “O verbo se fez carne e habitou entre nós”.
A palavra “habitou” no grego é “Skeneseii” e significa tabernaculou entre nós.
Isto é, Jesus veio na sua 1a. vinda para fazer morada no coração
daquele que confessa e o recebe como Senhor e Rei, o Salvador!
W
O
centro da Festa de Tabernáculo é Jesus, o Messias.
Chegará sua 2a. vinda, quando se cumprirá integralmente o profeta
Zacarias 14.16-21.
·
Todas as nações, todos os anos, subirão a Jerusalém
para celebrarem a Festa de Tabernáculo com o dono da Festa, o Rei Jesus.
·
É
interessante notar no texto de João 7.37-38,
quando Jesus deixou para falar no último dia da festa, que era o ápice da
comemoração, sobre a tremenda e gloriosa mensagem que Ele era a Fonte Eterna de
água viva, na qual ninguém teria mais sede. O sétimo dia é também um sinal do milênio. Podemos imaginar
com base na tradição judaica em se jogar água sobre o altar de sacrifício do
Templo, simbolizando não só a purificação, mas também as preces para que
houvesse abundância de chuvas no ano novo. A Bíblia diz que Jesus clamou,
isto é, gritou em alta voz: “Se alguém tem sede venha a mim e beba”.
Apocalipse 21:3-4
"E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: ‘Eis que o tabernáculo
de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e
Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não
haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as
primeiras coisas são passadas”.
·
A Festa dos Tabernáculo é a 7ª e última Festa
instituída por Deus e ao contrário de Yom Teru'ah e Yom Kippur, trata-se de uma
Festa alegre e de gratidão pela colheita realizada. O Sucot representa o
reinado Milenar de Cristo e aponta para as duas vindas do Senhor, a
primeira em seu nascimento e a segunda em seu retorno para estabelecer o seu
Reino.
O Senhor escolheu as colheitas para explicar seu
plano profético. Em Israel havia 3 épocas de colheitas:
1ª da cevada (Primícias/HaBikurim),
2ª do trigo (Pentecoste/Shavuot) e
3ª de frutos (Tabernáculos/Sucot).
·
JESUS
BREVE VIRÁ.
1ª colheita (cevada) foi cumprida com a
ressurreição de Cristo;
2ª colheita (grão de trigo) deu início a
era da Igreja que será encerrada com o Arrebatamento;
3ª (últimos grãos e frutos) será a dos
"rabiscos", a última e grande colheita de almas e estarão
incluídas nesta colheita os salvos durante a Grande Tribulação (uvas) e o
remanescente de Israel (azeitona). Isaías 17:5-6 Porque será como
o segador que colhe a cana do trigo e com o seu braço sega as espigas; e será
também como o que colhe espigas no vale de Refaim. Porém ainda
ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira:
duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos seus
ramos mais frutíferos, diz o SENHOR Deus de Israel."

·
Nota:
A azeitona (fruto da oliveira) representa Israel e a uva (fruto da vinha), além
de representar também Israel, pode representar os povos em geral.
Contatos com Pr. Nilton Jorge:
Email. niltondalani@gmail.com
Telefones: Vivo (22) 998746712
Whatzapp – Tim (22) 981358547
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