sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

SUCOTE A FESTA DA VIDA

TEXTO: Jo 1:14
INTRODUÇÃO:
As Sete Festas de Israel têm um significado profético, pois além de apontar para Cristo como o Cordeiro Pascal, elas também falam da ‘parousia’ que é a Segunda Vinda do Senhor Jesus. Dessa forma, além de um significado contextual para o povo que a celebrava no Antigo Testamento, elas passam a assumir um significado mais abrangente na história tipificando alguns aspectos da obra salvífica de Jesus.

1.    Páscoa. Festa instituída quando o povo de Israel foi libertado da escravidão do Egito. Um cordeiro era morto. Cumpriu-se de forma precisa numa sexta-feira ao pôr-do-sol quando Cristo foi morto como um cordeiro.
2.    Pães Asmos. No dia seguinte à Páscoa, começava um período de sete dias onde o povo deveria comer pão sem fermento e oferecer oferta queimada ao Senhor, nesse dia o povo não poderia trabalhar. Essa festa se cumpriu a partir do dia seguinte à morte de Cristo, quando em Lucas 23:54 a 56 diz que as mulheres na sexta-feira de Páscoa embalsamaram o corpo de Jesus e então no Sábado (dia seguinte) descansaram. Começa então o período de consagração daqueles que eram povo de Deus, na esperança da ressurreição de Cristo, que morreu sem pecado, tipificado pelo pão sem fermento.
3.    Primícias. Acontecia no dia imediato à festa dos pães asmos e festejava o início da colheita. Assim como o povo dedicava ao Senhor os primeiros frutos da colheita, Jesus dedica ao Pai os primeiros frutos da salvação, quando na Sua morte muitos ressuscitaram e depois foram levados ao Céu com Ele. 
4.    Pentecostes ou Festa das Semanas. Essa festa comemorava o fim da colheita, uma espécie de segunda festa das primícias. O Pentecostes cumpriu-se cronologicamente em tempo exato e com a descida do Espírito Santo, os seguidores de Deus entregaram "quase três mil pessoas" como frutos da grande colheita desde a morte e ressurreição de Jesus.

è Depois da Festa do Pentecostes havia um intervalo até a próxima festa. (O tempo em que estamos vivendo).

5.    Trombetas. As trombetas são tocadas para anunciar o primeiro dia do ano civil, ou ano novo. Seu cumprimento profético se dará quando a igreja for arrebatada.
6.    Dia da Expiação "Yom Kippur”. Segundo a tradição judaica o dia estabelecido para que cada judeu "acerte as suas contas com Deus, jejuando por 24 horas para receber o perdão de seus pecados. Este era biblicamente o dia em que Israel se deveria reconciliar com Deus como nação serva do Senhor. A grande tribulação.
Tabernáculos. Os israelitas, em memória ao tempo em que eram errantes no deserto e viviam em tendas, deviam voltar a morar em barracas durante sete dias. Ao contrário da contrição da festa anterior, havia muito júbilo e alegria nesta ocasião. O juízo havia passado e o perdão dos pecados estava garantido.

W   TRANSIÇÃO: O QUE APRENDEMOS ESCRITURISTICAMENTE COM A FESTA DOS TABERNÁCULOS? A ordenança de Deus para que o povo habitasse em tendas traz conotações de caráter moral, social, histórico e espiritual.



1.             A FESTA DAS CABANAS TEM UM SIGNIFICADO HISTÓRICO.

·      A palavra “tabernáculo” significa “uma cabana, um abrigo temporário”. No original hebraico a palavra equivalente é Sucá, cujo plural é Sucot.
W   A Festa dos Tabernáculos durava uma semana e durante este período habitavam em tendas construídas com ramos. A fragilidade das tendas que o povo construía era uma lembrança da fragilidade do povo quando peregrinava os 40 anos no deserto a caminho da Terra Prometida.

1)        Os rabinos falam da sucá como um símbolo de proteção e provisão divina. Salmo 27.5 em momentos de aflição pedimos ao Todo-Poderoso que nos “abrigue em sua tenda”. 
2)         De acordo com a Lei, a cobertura da sucá deve ser feita de tal forma que através dela se possam ver as estrelas. Um lembrete que nosso socorro vem do Eterno. Também que um lar deve ter espiritualidade, deve ter uma vista para o céu.
3)        A sucá é um abrigo temporário, improvisado, construído às pressas. É tão frágil, tão precária, tão instável e, no entanto, sobreviveu a tantos impérios, tantas revoluções porque na verdade seu sustento é divino. Ela aponta para nosso corpo terrestre.
4)        A sucá é uma construção rústica cuja cobertura é feita de produtos da terra. Inclui ramos, arbustos, palha e mesmo ripas de madeira. Levítico 23.40: ”… tomareis fruto de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeira…”. As autoridades judaicas deduziram e a tradição consagrou que “a fruta de árvore formosa” significa a cidra; “ramos de palmeiras” seriam ramos da tamareira“ramos de árvores frondosas” referindo-se ao mirta; e “salgueiros de ribeira”. 
W   Essas quatro espécies formam o molho de sucot. Diariamente, os sacerdotes rodeavam o grande altar de sacrifícios, os ramos eram seguros juntos na mão direita, e a cidra, na mão esquerda e agitavam o molho para todos os lados, para cima e para baixo indicando que a presença de Deus está em toda a parte.

è Uma parte da festa era consagrada ao louvor e ações de graça. Os levitas se faziam acompanhar por músicos em instrumentos de corda, sopro e percussão durante a recitação do Salmo 118:25,26:Ó Senhor, salva, Te pedimos! Ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.
Foi nessa ocasião em João 7.37 que Jesus chamou os que tivessem sede para irem a ele e beber.

2.             A FESTA DAS CABANAS TEM UM SIGNIFICADO PROFÉTICO.

·      A Bíblia nos dá algumas "pistas" para que, por inferência, cheguemos aproximadamente à possível data do nascimento de Jesus. Primeiramente ressalto que, para chegarmos a tal data, devemos "lançar mão" do Calendário Judaico, que é lunar (baseado nos ciclos da Lua), diferente do nosso, o Calendário Gregoriano, que é solar (baseado nos movimentos terrestres em relação ao Sol). Além disso, o Calendário Judaico é, grosso modo, dividido em dois, um religioso e outro civil; o religioso começa no mês de Nissan (ou Abib), já o civil no mês de Tishrei (ou Etanim). Outrossim, os meses são truncados com relação ao nosso calendário. 

·      Exemplificando: o mês de Abib inicia na segunda quinzena de Março e finda na primeira quinzena de Abril. Pois bem, para continuarmos a "contagem" faremos menção à concepção de João Batista. A Bíblia diz que Zacarias (pai de João Batista) era sacerdote: Lc 1.5 "Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote, chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o nome dela era Isabel”.
·      Os sacerdotes foram divididos pelo rei Davi em 24 turnos ao ano (1Cr 24, o ano usado nessa passagem é o religioso), ou seja, cada sacerdote deveria ministrar no Templo de Jerusalém durante 15 dias no ano, 2 turmas por mês, uma a cada quinzena, 24 no total dos 12 meses, sendo a turma de Abias a oitava: 1Cr 24.10 "a sétima, a Hacoz; a oitava, a Abias;"
·      Fazendo a conta a partir do início do ano (lembrando que o primeiro mês do ano religioso hebreu é Abib, da segunda quinzena de Março à primeira quinzena de Abril), pode-se afirmar que Zacarias ministrava na segunda metade do mês de Tamuz, na primeira quinzena de Julho. Quando o anjo Gabriel aparece a Zacarias e anuncia-lhe que sua esposa iria engravidar, Zacarias estava ministrando no Templo, exercendo o sacerdócio no período destinado à sua ordem (na primeira quinzena de Julho).
·      Acabando o tempo de exercer o seu sacerdócio, Zacarias volta para casa (Lc 1.23), poucos dias depois Isabel, sua esposa, engravidou (Lc 1.24). Isso ocorreu na segunda quinzena de Julho (primeira metade do mês Ab), 9 meses depois nasceu João Batista, entre a segunda quinzena de Março e a primeira quinzena de Abril (no mês de Abib). Jesus era 6 meses mais novo que João, é o anjo Gabriel quem confirma isso quando aparece a Maria para anunciar que ela iria conceber a Jesus: Lc 1.36 "E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril."
·      Sendo assim, 6 meses após o nascimento de João, nasce Jesus, entre a segunda quinzena de Setembro e a primeira quinzena de Outubro (no mês de Tishrei).
·      Continuando nossa "busca" pela real data do nascimento de Jesus, encontramos outra "pista" que a Bíblia nos dá. É a forma como o Apóstolo João se expressa ao falar sobre a encarnação de Cristo: Jo 1.14 "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade."
W   O termo que João usou para "habitou", deriva da palavra grega σκηνή (skené), que significa tabernáculo, ou seja, Cristo "tabernaculou" habitou num tabernáculo (um corpo humano). Paulo, o apóstolo dos gentios, se refere ao nosso corpo físico como um tabernáculo: 2Co 5.1,2 "Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial."
W   A metáfora do tabernáculo em relação ao corpo humano faz menção à transitoriedade do corpo. No caso de Cristo, o fato Dele assumir temporariamente uma forma humana (encarnação): Fp 2.7 "antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana".
W   Em Israel comemorava-se a Festa dos Tabernáculos (ou Sucot) período onde o povo habitava em tabernáculos (um tipo de tenda) durante 7 dias, para lembrar dos 40 anos do êxodo no deserto (Lv 23.34,42).
W   Tipologicamente, a Festa dos Tabernáculos apontava para a habitação do Verbo temporariamente em um tabernáculo, ou seja, a encarnação de Cristo.
W   Interessante é que essa festa começava no dia 15 de Tishrei, o mesmo mês que de acordo com a nossa "conta" Jesus teria nascido. Podemos deduzir então, que provavelmente Jesus nasceu durante uma celebração da Festa dos Tabernáculos, entre a última semana de Setembro e a primeira semana de Outubro.
W   Este argumento tem coerência, por 3 motivos.
1.    A obrigatoriedade de todo homem comparecer no Templo na Festa dos Tabernáculos: Dt 16.16 "Três vezes por ano todos os seus homens se apresentarão ao Senhor, seu Deus, no local que ele escolher, por ocasião da Festa dos Pães Asmos, da Festa das Semanas e da Festa dos Tabernáculos...". José (esposo de Maria) pode ter aproveitado a circunstância de ter que recensear-se, para também participar da festa, pois Belém é próxima de Jerusalém (apenas 10 km de distância).
2.    A Festa dos Tabernáculos é uma das 3 festas essenciais de Israel (Dt 16.16). Provavelmente existiu um propósito divino no fato das principais festas judaicas serem justamente essas três, época em que havia um número maior de pessoas transitando em Jerusalém, para presenciarem tais acontecimentos. Jesus morreu na Páscoa (Festa dos Pães Asmos), o Espírito Santo desceu no Pentecostes (Festa das Semanas), restando a dos Tabernáculos, o que indica que Jesus nasceu nesta festa.
3.     A Festa dos Tabernáculos é comemorada em Tishrei, o mês do Ano Novo civil para os judeus (Lv 23.24), e também nesse mês (no dia 10) é celebrado o Dia da Expiação (Lv 23.27). Simbolizando que o nascimento de Cristo seria um novo começo para o mundo e que Ele traria expiação à humanidade. Então, Jesus nasceu no mês de tishrei, o sétimo mês do calendário judaico lunar, em um período em que o povo se preparava para a festa de Sucót (Festa das Cabanas). Tshirei é o mês que em nosso calendário daria entre o mês de setembro e outubro. Ele nasceu em período de festa, só que foi na Festa das Cabanas, a chamada Hag Sucot, em hebraico. Acontece cinco dias após a festa de Yom Kipur, com duração de sete dias.

Concluo, ressaltando que toda a argumentação deste texto está no campo das possibilidades, entretanto, fundamentada somente em versículos bíblicos.

3.             A FESTA DAS CABANAS TEM UM SIGNIFICADO ESCATOLÓGICO.

W   João 1.14 “O verbo se fez carne e habitou entre nós”. A palavra “habitou” no grego é “Skeneseii” e significa tabernaculou entre nós. Isto é, Jesus veio na sua 1a. vinda para fazer morada no coração daquele que confessa e o recebe como Senhor e Rei, o Salvador!
W   O centro da Festa de Tabernáculo é Jesus, o Messias. Chegará sua 2a. vinda, quando se cumprirá integralmente o profeta Zacarias 14.16-21.
·      Todas as nações, todos os anos, subirão a Jerusalém para celebrarem a Festa de Tabernáculo com o dono da Festa, o Rei Jesus.
·      É interessante notar no texto de João 7.37-38, quando Jesus deixou para falar no último dia da festa, que era o ápice da comemoração, sobre a tremenda e gloriosa mensagem que Ele era a Fonte Eterna de água viva, na qual ninguém teria mais sede. O sétimo dia é também um sinal do milênio. Podemos imaginar com base na tradição judaica em se jogar água sobre o altar de sacrifício do Templo, simbolizando não só a purificação, mas também as preces para que houvesse abundância de chuvas no ano novo. A Bíblia diz que Jesus clamou, isto é, gritou em alta voz: “Se alguém tem sede venha a mim e beba”.  
Apocalipse 21:3-4 "E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: ‘Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”. 
·      A Festa dos Tabernáculo é a 7ª e última Festa instituída por Deus e ao contrário de Yom Teru'ah e Yom Kippur, trata-se de uma Festa alegre e de gratidão pela colheita realizada. O Sucot representa o reinado Milenar de Cristo e aponta para as duas vindas do Senhor, a primeira em seu nascimento e a segunda em seu retorno para estabelecer o seu Reino.

O Senhor escolheu as colheitas para explicar seu plano profético.  Em Israel havia 3 épocas de colheitas:
1ª da cevada (Primícias/HaBikurim),
2ª do trigo (Pentecoste/Shavuot) e
3ª de frutos (Tabernáculos/Sucot).  

·      JESUS BREVE VIRÁ.

1ª colheita (cevada) foi cumprida com a ressurreição de Cristo;
2ª colheita (grão de trigo) deu início a era da Igreja que será encerrada com o Arrebatamento;
3ª (últimos grãos e frutos) será a dos "rabiscos", a última e grande colheita de almas e estarão incluídas nesta colheita os salvos durante a Grande Tribulação (uvas) e o remanescente de Israel (azeitona). Isaías 17:5-6 Porque será como o segador que colhe a cana do trigo e com o seu braço sega as espigas; e será também como o que colhe espigas no vale de Refaim. Porém ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos seus ramos mais frutíferos, diz o SENHOR Deus de Israel."

·      Quando o grão de trigo (a Igreja) for completamente colhido, ainda restarão os rabiscos: sobras de grãos, cachos de uvas e azeitonas, que certamente serão colhidos pelo Senhor.
·      Nota: A azeitona (fruto da oliveira) representa Israel e a uva (fruto da vinha), além de representar também Israel, pode representar os povos em geral.


Contatos com Pr. Nilton Jorge:

Telefones: Vivo (22) 998746712 Whatzapp – Tim (22) 981358547

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