sexta-feira, 9 de julho de 2010

RAIZ DA INSEGURANÇA

Texto: Gênesis 37
Introdução: Alguém por acaso ao desejar construir um lar o fez pensando em ter como hóspede a raiz da insegurança deitando e acordando como companheira fiel? Insegurança em tudo na vida é fator de doença no espírito, na alma e até mesmo no corpo. Em todos os setores da sociedade hoje se reclama, se espera por segurança. E às vezes nós aferimos a nossa família com a família do outro pensando que a nossa é a pior. Falta segurança no lar.

Quais são os fatores ou elementos geradores de insegurança para o comportamento de cada membro desta família? Porque tanto ressentimento, ódio, orgulho, ingenuidade e até desejo de morte?

1. O primeiro fator Pode ser o Favoritismo. Jacó ou Israel já trouxe consigo em sua própria estrutura mental e emocional o de inclinar ou pender para alguém. “Gn 25:28. E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó”. Infelizmente Jacó não conseguiu discernir o mal que isto lhe trouxe e repetiu o mesmo pecado. E infelizmente Jacó fazia questão de demonstrar seu favoritismo ao fazer para o moço uma túnica toda colorida. (v.3,4).
Devemos Cuidar irmãos para que nossos filhos sejam tratados de maneira igual. E saber que cada um tem uma maneira de se comunicar, de ser. Gênesis 25:28. Vemos que nós podemos fazer de geração em geração se não tratarmos de maneira igual nossos filhos.

2. O segundo fator Pode ser a Vangloria. Alimentado pelo pai o imaturo José se sentia o maioral. Ele desfrutava de favores especiais. Se tivesse guardado consigo os sonhos que tivera e a preferência do pai à situação seria diferente. Ele tinha sonhos de grandeza e os irmãos ao ouvirem enraivecidos ficavam. (v.2). Como dotes ou dons que recebemos de alguém ou de Deus tornar-se para nós motivo de dor, inimizades, divisões, mágoa no meio da família e da igreja. Filipenses 2:3. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Filipenses 2:4 Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.

3. O terceiro fator Pode ser a da inveja. Nós vemos que um abismo puxa outro abismo. Não era certo a inveja e muito menos deixar que infeccione e se torne em ódio. E com ódio no coração o homicídio físico já estava a caminho. A inveja é resultado de um sentimento por aquilo que outro tem e eu não. A cobiça é o desejo de possuir o que é do outro. A inveja é sentimento que por se tornar em desejo de fazer o mesmo em razão de parecer que quem pratica o mal nada lhe sobrevém.
Jacó, José e bem como os irmãos cada um deles estava errado em sua própria maneira de ser, qual era a raiz disso tudo? Insegurança em buscaram refúgio ou compensação.

1a. Causa – O pai procurou segurança no filho predileto quando não podia mais direcionar seu amor à esposa. A perda da esposa foi um golpe duro na vida do patriarca e José tornou-se o seu escape. José tornou-se uma válvula de escape um ponto de segurança para o vazio deixado pela esposa predileta. Vemos que Jacó direcionou sua vida de maneira errada, ou seja, buscou segurança e tornou-se inseguro. Com isto tornou-se cativo do sentimento de medo.
José era uma lembrança viva de tudo o que ela significava para ele. Em sua idade avançada, Jacó precisou em que se apegar, e encontrou na pessoa de José. Tanto que quando ele foi informado pela falsa morte de José a vida perdeu para ele de vez o significado – (v. 35).

Segurança mal direcionado gera mais ou mais tarde um fator de desespero, de desesperança e de perda do futuro. E os sonhos que ouvira o filho contar e que ele mesmo os guardada no coração (v. 11 – guardar, vigiar, prestar atenção – ele não falou nada diante dos demais, mas considerou intimamente.

Nós vemos quanto os sofrimentos e perdas nos faz descer as sepulturas do desânimo, do não tem mais jeito é o fim para mim é só esperar a morte. Não se deixe sucumbir mesmo diante de situações que humanamente é final.

2a. Causa --- José encontrou segurança no status que seu pai lhe havia conferido e usou isto contra seus irmãos. Era o protegido do papai. Com isto ele adquiriu um hábito não aceitável para sua época e idade “falar mal dos seus irmãos”. Sua certeza de que seu pai estaria do seu lado mesmo praticando tal ato.
As vezes é um mal que assola não só o ambiente familiar, mas também trabalho, escola e igreja. A pessoa procura segurança e aceitação através de ser uma espécie de “informante da vida alheia”.
Devemos tomar cuidado com este tipo “de segurança” que só atrairá mais dissabores para sua vida. Entregar os outros pelo simples fato de alcançar aprovação ou aceitação é um caminho perigo e escorregadio. José sofreu em razão não de sua piedade e sim pela sua ingenuidade e vangloria.

3a Causa --- Em razão do status do irmão eles se sentiram mais inseguros , amedrontados e não demorou para chegarem num consenso de que a única forma de resolver o problema era se livrarem de quem ameaçava a segurança deles. Conspiraram para eliminar José de suas vidas. E eles não somente ficaram no plano, mas executaram vendendo José como escravo para uma caravana que ia para o Egito.

Qual foi a perda que cada um sofreu?

1. Jacó perdeu tudo o que tinha, pois José significava tudo para ele.
2. José perdeu seu status de filho predileto. Perdeu sua liberdade, tornou-se um escravo comum. Ele também perdeu tudo que significava segurança para ele: seu pai, seu lar, o status de predileto.
3. Seus irmãos que pensaram que saíram ganhando com o ato hediondo também saíram perdendo. Eles mentiram para o pai, eles assistiram o ato de desespero do pai ao saber da falsa morte do filho e não podiam na verdade consolar quando sabiam que a historia era outra.

Tiveram que carregar a culpa, como companheira. Vinte anos mais tarde, lembraram o que haviam feito como se fosse o dia que cometeram o ato. Gênesis 42:21. Eles perderam a paz de espírito.
Deus, entretanto não havia perdido o controle dos eventos turbulentos da família de Jacó. As promessas de Deus dadas a Abraão estavam de pé e Ele as faria tornar-se realidade dentro de Seu propósito.

As etapas do crescimento de José

1a Etapa --- José na casa de Potifar – Ali José vive sem a presença do pai terreno mas cuidado pelo Pai Celestial. Gênesis 39:2-4 . De filho predileto ele agora conhece a segurança de escravo predileto e recebe até promoção. Será que pessoas e posições são lugares seguros para o homem ? E se estes vierem a faltar ? Caso seja despedido ou rebaixado ou os amigos se vão , morrem etc.

2A Etapa --- José na prisão – Dado como culpado por assédio sexual ele perde seu lugar de conforto e é lançado em uma prisão. Você já teve que lidar com uma falsa acusação ? Mateus 5:11,12. E como prisioneiro ? v. 21,22. De escravo predileto ele tornou-se o preso predileto a tal ponto de tornar-se encarregado dos demais presos. Mesmo já por anos longe de casa e num lugar não favorável para se sonhar José não entregou a um sentimento de derrota.

3a Etapa --- José torna-se abandonado e esquecido --- Por dois anos José esteve esquecido do copeiro-mor. A isto podemos chamar de desilusão, decepção. Talvez você esteja nesta etapa da vida de abandonado, esquecido , desiludido e decepcionado.

Em todas estas etapas da vida de José Deus estava trabalhando nos bastidores de cada evento para levar José Ele (Deus ) havia escolhido. Salmo 138:8. Em todos estes anos Deus ensinou José lições preciosas e aplicáveis em nossas vidas.

1a Lição – A dor precede o poder.

Antes de exercer o poder ele experimentou a dor. Salmo 105:18,19. Que tipo de pessoa José se tornou-se ? Ele era se sombra de dúvida um homem transformado. Ele expressou através das lágrimas. O oposto da dor é o poder. O poder nos faz esquecer que somos humanos. Pensamos que somos deuses. A dor nos lembra que somos humanos e podemos ser machucados.
Infelizmente não queremos a dor porque sofrer parece um lado cruel da vida, mas se Deus a utiliza para nos burilar é o melhor caminho a passar e não evitar. Buscar atalho é uma tentativa tola e que atrasa o processo de Deus em nossa vida. A dor tem o poder de nos moldar para a obediência. Hebreus 5:8 ; Mateus 16:21-23. Filipenses 2:8-11.
As lágrimas de José nos momentos de sua vida já no poder demonstra sua vulnerabilidade e sua humanidade. A dor pode nos transformar em pessoas dóceis ou amargas dependendo da nossa reação à ela. José não se tornou um casca dura ou grossa e sim um homem sensível e acolhedor.
A sabedoria de provérbios declara “ que a soberba precede a ruína”. O poder nos torna surdos aos conselhos que nos livrarão da ruína ou da queda mas, a dor tem o poder de fazer o que o poder não faz o de reconhecer que “ Deus reina de maneira absoluta “ – Daniel 4:27,28,32-37.
Ele poderia se dar ao luxo de esquecer o passado e começar vida nova, do zero. Ma será que José realmente esqueceu? Será que ele queria realmente esquecer? Se ele quisesse esquecer, porque dar a um filho um nome que o lembraria? Não, José não se esqueceu das pessoas e dos eventos do passado. O que ele esqueceu foi à dor que a lembrança daqueles eventos trouxe a ele. Ele conseguira lembra-se deles sem qualquer sentimento de amargura. Deus havia curado José.
No grego, perdoar significa liberar. A figura é instrutiva: Perdoar é soltar. Não perdoar é não soltar --- como quando dizemos a uma pessoa “ Jamais esquecerei o que você fez! Você não sairá dessa fácil”. Quando dizemos isso, estamos, na realidade, amarrando a pessoa a nós, atando-a como um fardo pesado em nossas costas. Tornamos carregadores do fardo de nossa falta de perdão, prisioneiros de nossa própria amargura. Ao não soltarmos a pessoa, estamos nos auto-sentenciando a anos de hostilidade , do carregar de rancor e todo tipo de emoções destrutivas.

Não se esquecer a dor precede o Poder - 2 Timóteo 2:12 se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Lucas 24:26 Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?

2a Lição --- A segurança precede o sucesso.

É uma ironia, pois as pessoas mais bem sucedidas são também as mais inseguras. Quando atingimos o topo, estamos num lugar perigoso. Um pequeno escorregão e caímos e caímos lá para baixo. O pináculo do sucesso, alguém já disse, é um lugar solitário. Também é um lugar inseguro. A menos que atinjamos a segurança antes que alcancemos o sucesso, nossa insegurança será amplificada.

No lar onde José cresceu todos sem exceção eram pessoas inseguras. E duas décadas mais tarde, os irmãos continuavam inseguros, como sempre “... certamente estamos sendo punidos pelo que fizemos a nossos irmãos (Gênesis 21:21).

A culpa gera insegurança – O sábio declara : “ O ímpio foge, embora ninguém o persiga (Pv 28:1). O salmista diz a mesma coisa com relação ao ímpio: “ Olhem! Estão tomados de pavor, quando não existe motivo algum para temer ! (Sl 53:5). José já os havia perdoados mas eles ainda estavam sendo açoitados pela chibata da culpa do que haviam feito a José 20 anos atrás.

Mesmo após a morte do pai eles mesmo já perdoados e reconciliados com José viviam ainda inseguros – Gn 50:15-17. A questão agora é que eles ainda não haviam perdoado a si mesmos. Eles viviam sempre esperar o pior da parte de José. Como eles seriam capazes de crer que José os havia perdoado. Como eram capazes de crer nos noutros sobre o perdão se eles mesmos não conseguiam perdoar a si mesmos;

Quantas pessoas que vivem numa verdadeira prisão de insegurança e culpa. Eles vivem sempre preocupadas e pensando o que as pessoas estão pensando ou falando delas de coisas que já fazem anos.

E quanto a José ? Durante aquele tempo todo, José cresceu, tornando-se uma pessoa madura e segura. Ele pensava apenas no bem-estar deles e os encheu de grãos e prata. Depois deu a eles um lugar para morar e viver todos os anos de suas vidas.

Como José encontrou a segurança no sucesso --- através da dor – da etapas que sua vida foi submetida ao Divã divino em cada etapa de sua vida desde sua venda como escravo até o dia que compareceu diante de Faraó.

3a Lição – A humildade precede a honra.

Pv 15:33. 18:12 ; -- José quando chamado para a interpretação do sonho atribuiu a Deus não a sua própria sabedoria em interpretar sonhos. Antes da abundância , antes esplendor , antes da exaltação , antes da riqueza vem a humildade. Quando chamado para interpretar os sonhos do Faraó , ele revela grandeza de coração, de caráter e dependência de Deus dizendo “ Não está isso em mim, mas Deus dará resposta favorável a Faraó “. Um direção de Deus para nos livrar pode nos levar ao céu ou ao inferno. Pode ser a porta de ouro que nos conduzirá a benção que enriquece ou a maldição que traz tristeza e pesar. José em momento algum gaba-se da posição que chegou como resultado de sua própria força, capacidade ou sabedoria. A honra acompanhada de humildade não rancorosa e vingativa. Gn 45:1-9. É bom que se diga humildade é uma atitude do coração , do coração que não se deixou aprisionar pelos males sofridos , não se tornou um homem cativo do desejo de vingança
“ mesmo sabendo disto não te humilhantes “ “ pesado foste na balança e achado em falta , de tu passou o teu reino . E naquela mesma noite “. Daniel 5

Conclusão: A segurança não é encontrada em uma pessoa, nem mesmo em uma posição de vida; ela é encontrada em Deus, e somente nEle. Quando tivermos aprendido isso, estaremos verdadeiramente livres.

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