TEXTO: Jo 5:1-14
INTRODUÇÃO:
· Os três
primeiros evangelhos são chamados sinóticos porque têm grandes semelhanças
entre si. João, porém, distingue-se dos demais em seu conteúdo, estilo e
propósito.
· Charles Swindoll
diz que não temos quatro evangelhos, temos apenas um evangelho, escrito de
quatro pontos de vista diferentes. Temos uma biografia elaborada
por quatro testemunhas, cada escritor provendo uma perspectiva peculiar.
· O apóstolo João
era irmão de Tiago, filho de Zebedeu, empresário de pesca do mar da Galileia.
Sua mãe era Salomé, a qual contribuiu financeiramente com o ministério de Jesus
e pode ter sido irmã de Maria, mãe de Jesus. Se essa interpretação for
verdadeira, então João e Jesus eram primos.
· Junto com Pedro
e Tiago, João formou o grupo mais íntimo dos três discípulos que estiveram
com Jesus na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração e na sua
angústia no jardim de Getsêmani. Dos três, João era o mais íntimo de Jesus.
Ele é conhecido como o discípulo amado. Foi João quem se inclinou sobre o peito
de seu mestre durante a ceia pascal, foi ele quem acompanhou seu Senhor ao julgamento,
quando os demais discípulos fugiram. De todos os apóstolos, foi ele o único que
esteve ao pé da cruz para receber a mensagem do Senhor antes de expirar e
cuidou de Maria, após a morte de Jesus. Depois da ascensão de Cristo, João tornou-se
um dos grandes líderes da igreja de Jerusalém.
· De acordo com a
tradição, João mudou-se para Éfeso, capital da Ásia Menor, onde viveu os
últimos anos de sua vida, como líder da igreja na região. Foi banido para a ilha de Patmos, no governo
de Domiciano, onde escreveu o livro de Apocalipse. Com a ascensão do imperador
Nerva, João recebeu permissão para retornar a Éfeso, onde morreu aos 98 anos,
no início do reinado de Trajano. João foi o único apóstolo de Jesus que teve
morte natural
· Mateus escreveu
para os judeus, Marcos escreveu para os romanos e Lucas escreveu para os
gregos. O evangelho de João, porém, é endereçado ao público geral, a judeus
e gentios. O evangelho de
João possui abrangência universal.
· O evangelho de João tem um propósito
específico:
apresentar Jesus como o Verbo divino que se fez carne, o criador do universo, revelador
do Pai, o Salvador do mundo, por meio de quem recebemos, pela fé, a vida eterna.
· SEGUNDO O QUE JOÃO ESCREVE EM O CAPÍTULO
20:31
o objetivo de João era tanto apologético, “para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, como evangelístico, e que
crendo tenhais vida
em seu nome”.
· Diferentemente
dos evangelistas sinóticos, João não trata da vida e do ministério
de Jesus, nem faz um acompanhamento minucioso de sua trajetória na Galileia e Pereia.
Não registra as parábolas nem as muitas curas operadas por Jesus. Antes,
foca sua atenção em provar que Jesus é o Filho de Deus e que, crendo nele,
recebemos a vida eterna. Isso porque nos dias de João uma doutrina
herética chamada gnosticismo que negava a realidade da encarnação e a deidade
de Jesus. Os gnósticos ensinavam que somente eles podiam ensinar sobre a
salvação, pois haviam adquiridos a excelência do conhecimento e só através do
conhecimento é que se salvavam.
· Para o
Gnosticismo toda a matéria era má, atingindo assim a doutrina da criação e da
encarnação de Jesus.
· Portanto todo
este texto mais uma vez João está ressaltando a divindade de Jesus.
· Antes de qualquer coisa precisamos trazer luz sobre
este texto:
1.
Sobre a localização
do evento da cura:
Entre as descobertas arqueológicas nas
montanhas de Qumran, havia um rolo do Evangelho de João, conhecido como Rolo de
Cobre, datado do primeiro século d.C, que de maneira surpreendente
trouxe luz ao nome do lugar da cura. Neste rolo, havia uma lista de endereços
de tesouros escondidos em Jerusalém e na Palestina. A lista levou arqueólogos a
escavar o subsolo de um lugar em Jerusalém, chamado em hebraico de Bet Chesed “casa
da misericórdia”. A transcrição grega é Bethesda, cuja tradução é
"casa de dois córregos", ou
"casa de duas bocas" em
referência aos dois tanques que lá se encontram cuja profundidade chega a até
treze metros chegando a uma rua de seis metros dos dias de Jesus e não existem
escadas para descer ao interior delas.
· Os arqueólogos em
1888 fizeram outras descobertas ao escavarem em direção ao fundo do templo
bizantino de Santa Maria construído nos dias de Constantino. Eles
descobriram debaixo da igreja e ao seu redor instalações complexas, e bastante
prejudicadas pelos construtores da igreja. No local, foram encontrados objetos de
culto a Asklépio (grego) Serápis ou Esculápio (latim), o deus grego
da medicina e da cura, cuja forma egípcia é Esculápio. Estatuetas em forma de
uma cobra entrelaçada em uma espiga de trigo, símbolo de Serapis-Asclepius. Em
todo império Romano havia 400 templo a esse deus grego e em Jerusalém junto à
porta das ovelhas havia um templo a Serapis-Asklépio denominado Casa da
Misericórdia. Esse era um lugar de domínio gentio e pagão. Os
arqueólogos descobriram que este local serviu de santuário a Esculápio entre o
século II a.C. até o início do IV d.C.
· O Tanque de
Betesda não era um reservatório de água em Jerusalém, a palavra grega para Tanque
aqui é kolumbetra que significa piscina ou seja ali era um lugar para banho,
segundo os arqueólogos o tanque inteiro em seus 5 pavilhões tem 50 por 100
metros era uma espécie de Piscina pública para banho de purificação.
No primeiro templo ali era um lugar para limpar as ovelhas para purifica-las
antes de entrega-las ao sacerdote para serem sacrificadas, nos dias do segundo
templo se tornou um lugar para imersão ou banho dos judeus que ia as festas
judaicas para se purificarem. Nos dias do terceiro templo o imperador Adriano
estabeleceu ali como um para purificação ao culto a Eskulápio. Agora
nos dias de Jesus era uma piscina utilizada para o misticismo ímpio e pagão.
2.
A situação do homem enfermo.
Precisamos entender que os escritos mais antigos que chegam mais próximo aos
originais não dizem que ele estava ali a 38 anos e sim que estava enfermo a 38
anos. A outra coisa é que este homem não era paralítico. O
verso 5 diz que havia ali muitos enfermos, cegos, coxos e paralíticos. E a expressão grega para indicar a
condição do homem é A/sthenós. A
significa não ter e sthenós significa vigor, então esse homem estava
doente, enfermo sem vigor. Sua enfermidade pode ser entendida como em estado
terminal por estar em uma cama ou maca. A oura evidência é que no v.7
ele disse a Jesus, pois quando eu vou, Erqomai-ego eu vou até lá, eu vou andando. Então
ele esta doente e não paralítico. No v.14 diz o texto, Não
peques mais, para que não te sucedas coisa pior, sua enfermidade era consequências dos seus pecados.
3.
O verso 4 nos diz que um Anjo uma vez
por ano descia e agitava as águas. Discutir se um anjo descia ou não
no Tanque de Betesda não é um ataque à inerrância da Bíblia, no
entanto, em nenhum dos melhores e mais antigos manuscritos do Evangelho de João
possuem essa informação, o verso quatro foi um erro do copista que descreve uma
crendice greco-romana e não faz parte da religiosidade judaica.
Isso significa que as palavras do v. 4
não aparecem nas fontes mais confiáveis. Por causa disso, as revisões mais
recentes das traduções bíblicas colocam esse versículo com um colchete [].
Segundo
a tradição judaica tudo não passava de uma crendice popular, a agitação das
águas do Tanque de Betesda poderia ser explicada pela ação de uma nascente de
água que alimentava o tanque. Pois as aguas para a purificação não
podia ser de reservatórios e sim de águas correntes. De fato, um movimento
diferente nas águas devia ser notado, para que os doentes começassem a se
lançar em busca da cura. Entretanto, muitas razões naturais podem ser sugeridas
para esse movimento intermitente das águas, sem necessariamente admitir a
presença de um anjo agitador.
· Mas mais importante do que toda essa discussão é a percepção da mensagem principal do texto. O paralítico não foi curado por um anjo ou pelas águas movimentadas do Tanque de Betesda. Ele foi curado pelo poder de Jesus Cristo.
TRANSIÇÃO: HÁ ALGUMAS VERDADES A SEREM DESTACADAS AQUI:
1. PRIMEIRO AQUI SE REVELA A GRAÇA DA PROVIDENCIA DIVINA.
v. 6 “Jesus vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo…”. O interesse de Jesus por você esta evidenciado no total, amplo, profundo e detalhado conhecimento que ele tem de você. A palavra providência tem um prefixo, pro, que significa “antes” ou “em frente de”. A raiz vem do verbo latino videre, que significa “ver”; de onde temos a nossa palavra vídeo. Portanto, a palavra providência significa, literalmente, “ver de antemão”. Ou uma visão antecipada. Só existe Um QUE TEM O CONHECIMENTO ANTECIPADO PORQUE JÁ VIU, ANTES DE ACONTECER.
· Ele conhece
você, ele conhece seu passado, ele conhece suas dores, ele conhece os seus
dramas, ele conhece os seus sonhos, ele sabe da dor que pulsa, que lateja em
sua alma e ele se importa com você.
· O v.14 nos revela que Aquele
homem não estava preso apenas a sua cama, ele estava preso ao seu passado,
preso às suas memórias amargas, preso à sua culpa. O pecado havia jogado aquele
homem num leito existencial!
· O pecado é uma fraude: promete prazer
e paga com o desgosto; promete liberdade e escraviza; aponta um caminho de
vida, mas seu fim é a morte!
· Jesus esta
olhando para você nesta noite, ele conhece você, ele vê você, ele sabe quem é
você, ele conhece aquilo que ninguém conhece. Jesus sabia que aquele homem
estava doente há 38 anos, sabia que ele estava buscando alívio na fonte errada,
sabia a causa do seu sofrimento.
2. AQUI SE REVELA QUE ANTES DE JESUS TRATAR DO PROBLEMA ELE TRATA DA CAUSA.
· v.14 a
causa era o pecado, a consequência era a enfermidade. Nós temos a
tendência de colocar esparadrapo em canceres, de cuidar da estrutura ao invés
do alicerce. Precisamos identificar as raízes das áreas na vida que precisamos
de cura, de restauração de perdão.
· Jesus viu e sabia o porquê ele estava ali, mas não
apresentou uma lista de condenação ao rapaz.
· O maior dilema
do homem é ter uma mente culpada. A culpa é um carrasco que nos arrasta e nos
prende em cadeias nas masmorras de consequências intermináveis.
· Admita que você
foi ferido e que há uma ferida no seu coração, identifique a ferida, perdoe as
pessoas envolvidas nas suas feridas e entregue agora sua causa a Jesus.
· Nos v.6 há duas
palavras em grego que transmite uma ideia de obra completa na cura deste homem,
“therapeuō e hygiēs que literalmente significa curado e limpo ou purificado. Jesus resolveu
o problema a enfermidade e a causa o pecado.
3.
JESUS ME
ENCONTRA EM LUGARES IMPRÓPRIOS, MAS NÃO QUER QUE PERMANEÇAMOS NELES.
· No v. 14, consta
que “mais tarde, Jesus o encontrou no templo”. Isso quer dizer, em terceiro e último
lugar, que o cristianismo altera nossas crenças.
· Jesus entra na
vida deste homem e faz uma mudança radical. O fato da
mudança geográfica do poço para o templo reporta a mudança de conduta. E um
recomeço em sua adoração a Deus.
· Todo encontro com Jesus é confrontador porque não se trata apenas de uma mudança de crença, de hábitos de vida, de uma consciência moral ou de uma religião. Também não é simplesmente ter paz em decorrência da aceitação do perdão de Jesus e da certeza de que meu lugar está garantido no céu depois de morrer.
· O encontro com Jesus envolve um conflito
de vontades e desejos. Queres ser
curado e limpo? Então levante, toma o teu leito e saia do lugar que te
condiciona ao fracasso.
· O encontro com
Jesus é confrontador porque envolve um conflito de vontades e desejos porque deparamo-nos
com outra vontade que não a nossa, a vontade de Cristo. Por isso,
converter-se a Cristo implica viver sob outro senhorio e isso só é possível
quando estamos dispostos a abandonar nossa própria vontade e os outros
‘senhores’ que nos dominam e controlam.
· A vida de um
discípulo de Cristo não é apenas dizer não ao mau, mas dizer sim ao melhor, e
tudo isso é possibilitado pelo poder do Espírito. Deus não te entrega uma lista pra
não fazer, ele te molda pra não fazer. O legalismo diz: nossas ações
determinam o que somos. Mas a graça diz: o que somos determina nossas ações.
CONCLUSÃO:
· Em contraste com
os 38 anos de espera, a Bíblia diz que ele imediatamente voltou a andar. O
milagre de Jesus é imediato, completo e público. Jesus não oferece
meias soluções. Jesus não oferece paliativos.
· Quando Jesus
emitiu sua ordem, uma força e um vigor renovados tomaram conta do corpo daquele
homem
e ele, tomando o seu leito, pôs-se a andar.
·
Ele pode resolver o seu problema agora, nesta noite, neste lugar. Não importa qual o seu problema, Jesus é o senhor das causas perdidas.· Ele pode perdoar
os seus pecados, ele pode reconciliar você com Deus, ele pode trazer alivio
para a sua consciência, ele pode dar paz para sua alma. Ele pode curar você
fisicamente, emocionalmente, espiritualmente.
· Jesus está
dizendo: “levanta-te
toma o teu leito e anda”! Jesus está dizendo para você. Levante-se. Não
fique mais prostrado. O libertador da sua vida chegou.
Pr. Nilton Jorge - Contatos: (22) 998746712 Whatsapp

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