quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

UM MILAGRE NO TANQUE

TEXTO: Jo 5:1-14

INTRODUÇÃO:

·      Os três primeiros evangelhos são chamados sinóticos porque têm grandes semelhanças entre si. João, porém, distingue-se dos demais em seu conteúdo, estilo e propósito.

·      Charles Swindoll diz que não temos quatro evangelhos, temos apenas um evangelho, escrito de quatro pontos de vista diferentes. Temos uma biografia elaborada por quatro testemunhas, cada escritor provendo uma perspectiva peculiar.

·      O apóstolo João era irmão de Tiago, filho de Zebedeu, empresário de pesca do mar da Galileia. Sua mãe era Salomé, a qual contribuiu financeiramente com o ministério de Jesus e pode ter sido irmã de Maria, mãe de Jesus. Se essa interpretação for verdadeira, então João e Jesus eram primos.

·      Junto com Pedro e Tiago, João formou o grupo mais íntimo dos três discípulos que estiveram com Jesus na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração e na sua angústia no jardim de Getsêmani. Dos três, João era o mais íntimo de Jesus. Ele é conhecido como o discípulo amado. Foi João quem se inclinou sobre o peito de seu mestre durante a ceia pascal, foi ele quem acompanhou seu Senhor ao julgamento, quando os demais discípulos fugiram. De todos os apóstolos, foi ele o único que esteve ao pé da cruz para receber a mensagem do Senhor antes de expirar e cuidou de Maria, após a morte de Jesus. Depois da ascensão de Cristo, João tornou-se um dos grandes líderes da igreja de Jerusalém.

·      De acordo com a tradição, João mudou-se para Éfeso, capital da Ásia Menor, onde viveu os últimos anos de sua vida, como líder da igreja na região.  Foi banido para a ilha de Patmos, no governo de Domiciano, onde escreveu o livro de Apocalipse. Com a ascensão do imperador Nerva, João recebeu permissão para retornar a Éfeso, onde morreu aos 98 anos, no início do reinado de Trajano. João foi o único apóstolo de Jesus que teve morte natural

·      Mateus escreveu para os judeus, Marcos escreveu para os romanos e Lucas escreveu pa­ra os gregos. O evangelho de João, porém, é endereçado ao público geral, a judeus e gentios.  O evangelho de João possui abrangência universal.

·      O evangelho de João tem um propósito específico: apre­sentar Jesus como o Verbo divino que se fez carne, o criador do universo, revelador do Pai, o Salvador do mundo, por meio de quem recebemos, pela fé, a vida eterna.

·      SEGUNDO O QUE JOÃO ESCREVE EM O CAPÍTULO 20:31 o objetivo de João era tanto apologético, “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, como evangelístico, e que crendo  tenhais  vida  em  seu  nome”.

·      Diferentemente dos evangelistas sinóticos, João não trata da vida e do ministério de Jesus, nem faz um acompanha­mento minucioso de sua trajetória na Galileia e Pereia. Não registra as parábolas nem as muitas curas operadas por Jesus. Antes, foca sua atenção em provar que Jesus é o Filho de Deus e que, crendo nele, recebemos a vida eterna. Isso porque nos dias de João uma doutrina herética chamada gnosticismo que negava a realidade da encarnação e a deidade de Jesus. Os gnósticos ensinavam que somente eles podiam ensinar sobre a salvação, pois haviam adquiridos a excelência do conhecimento e só através do conhecimento é que se salvavam.

·      Para o Gnosticismo toda a matéria era má, atingindo assim a doutrina da criação e da encarnação de Jesus.

·      Portanto todo este texto mais uma vez João está ressaltando a divindade de Jesus.

·      Antes de qualquer coisa precisamos trazer luz sobre este texto:

1.    Sobre a localização do evento da cura: Entre as descobertas arqueológicas nas montanhas de Qumran, havia um rolo do Evangelho de João, conhecido como Rolo de Cobre, datado do primeiro século d.C, que de maneira surpreendente trouxe luz ao nome do lugar da cura. Neste rolo, havia uma lista de endereços de tesouros escondidos em Jerusalém e na Palestina. A lista levou arqueólogos a escavar o subsolo de um lugar em Jerusalém, chamado em hebraico de Bet Chesed “casa da misericórdia”. A transcrição grega é Bethesda, cuja tradução é "casa de dois córregos", ou "casa de duas bocas" em referência aos dois tanques que lá se encontram cuja profundidade chega a até treze metros chegando a uma rua de seis metros dos dias de Jesus e não existem escadas para descer ao interior delas.

·      Os arqueólogos em 1888 fizeram outras descobertas ao escavarem em direção ao fundo do templo bizantino de Santa Maria construído nos dias de Constantino. Eles descobriram debaixo da igreja e ao seu redor instalações complexas, e bastante prejudicadas pelos construtores da igreja. No local, foram encontrados objetos de culto a Asklépio (grego) Serápis ou Esculápio (latim), o deus grego da medicina e da cura, cuja forma egípcia é Esculápio. Estatuetas em forma de uma cobra entrelaçada em uma espiga de trigo, símbolo de Serapis-Asclepius. Em todo império Romano havia 400 templo a esse deus grego e em Jerusalém junto à porta das ovelhas havia um templo a Serapis-Asklépio denominado Casa da Misericórdia. Esse era um lugar de domínio gentio e pagão. Os arqueólogos descobriram que este local serviu de santuário a Esculápio entre o século II a.C. até o início do IV d.C.

·      O Tanque de Betesda não era um reservatório de água em Jerusalém, a palavra grega para Tanque aqui é kolumbetra que significa piscina ou seja ali era um lugar para banho, segundo os arqueólogos o tanque inteiro em seus 5 pavilhões tem 50 por 100 metros era uma espécie de Piscina pública para banho de purificação. No primeiro templo ali era um lugar para limpar as ovelhas para purifica-las antes de entrega-las ao sacerdote para serem sacrificadas, nos dias do segundo templo se tornou um lugar para imersão ou banho dos judeus que ia as festas judaicas para se purificarem. Nos dias do terceiro templo o imperador Adriano estabeleceu ali como um para purificação ao culto a Eskulápio. Agora nos dias de Jesus era uma piscina utilizada para o misticismo ímpio e pagão.

 

2.     A situação do homem enfermo. Precisamos entender que os escritos mais antigos que chegam mais próximo aos originais não dizem que ele estava ali a 38 anos e sim que estava enfermo a 38 anos. A outra coisa é que este homem não era paralítico. O verso 5 diz que havia ali muitos enfermos, cegos, coxos e paralíticos. E a expressão grega para indicar a condição do homem é A/sthenós. A significa não ter e sthenós significa vigor, então esse homem estava doente, enfermo sem vigor. Sua enfermidade pode ser entendida como em estado terminal por estar em uma cama ou maca. A oura evidência é que no v.7 ele disse a Jesus, pois quando eu vou, Erqomai-ego eu vou até lá, eu vou andando. Então ele esta doente e não paralítico. No v.14 diz o texto, Não peques mais, para que não te sucedas coisa pior, sua enfermidade era consequências dos seus pecados.

 

3.    O verso 4 nos diz que um Anjo uma vez por ano descia e agitava as águas. Discutir se um anjo descia ou não no Tanque de Betesda não é um ataque à inerrância da Bíblia, no entanto, em nenhum dos melhores e mais antigos manuscritos do Evangelho de João possuem essa informação, o verso quatro foi um erro do copista que descreve uma crendice greco-romana e não faz parte da religiosidade judaica. Isso significa que as palavras do v. 4 não aparecem nas fontes mais confiáveis. Por causa disso, as revisões mais recentes das traduções bíblicas colocam esse versículo com um colchete [].

Segundo a tradição judaica tudo não passava de uma crendice popular, a agitação das águas do Tanque de Betesda poderia ser explicada pela ação de uma nascente de água que alimentava o tanque. Pois as aguas para a purificação não podia ser de reservatórios e sim de águas correntes. De fato, um movimento diferente nas águas devia ser notado, para que os doentes começassem a se lançar em busca da cura. Entretanto, muitas razões naturais podem ser sugeridas para esse movimento intermitente das águas, sem necessariamente admitir a presença de um anjo agitador.

·      Mas mais importante do que toda essa discussão é a percepção da mensagem principal do texto. O paralítico não foi curado por um anjo ou pelas águas movimentadas do Tanque de Betesda. Ele foi curado pelo poder de Jesus Cristo.


TRANSIÇÃO: HÁ ALGUMAS VERDADES A SEREM DESTACADAS AQUI:

1.             PRIMEIRO AQUI SE REVELA A GRAÇA DA PROVIDENCIA DIVINA.

v. 6 “Jesus vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo…”. O interesse de Jesus por você esta evidenciado no total, amplo, profundo e detalhado conhecimento que ele tem de você. A palavra providência tem um prefixo, pro, que significa “antes” ou “em frente de”. A raiz vem do verbo latino videre, que significa “ver”; de onde temos a nossa palavra vídeo. Portanto, a palavra providência significa, literalmente, “ver de antemão”. Ou uma visão antecipada. Só existe Um QUE TEM O CONHECIMENTO ANTECIPADO PORQUE JÁ VIU, ANTES DE ACONTECER.

·      Ele conhece você, ele conhece seu passado, ele conhece suas dores, ele conhece os seus dramas, ele conhece os seus sonhos, ele sabe da dor que pulsa, que lateja em sua alma e ele se importa com você.

·      O v.14 nos revela que Aquele homem não estava preso apenas a sua cama, ele estava preso ao seu passado, preso às suas memórias amargas, preso à sua culpa. O pecado havia jogado aquele homem num leito existencial!

·      O pecado é uma fraude: promete prazer e paga com o desgosto; promete liberdade e escraviza; aponta um caminho de vida, mas seu fim é a morte!

·      Jesus esta olhando para você nesta noite, ele conhece você, ele vê você, ele sabe quem é você, ele conhece aquilo que ninguém conhece. Jesus sabia que aquele homem estava doente há 38 anos, sabia que ele estava buscando alívio na fonte errada, sabia a causa do seu sofrimento.

2.             AQUI SE REVELA QUE ANTES DE JESUS TRATAR DO PROBLEMA ELE TRATA DA CAUSA

 

·      v.14 a causa era o pecado, a consequência era a enfermidade. Nós temos a tendência de colocar esparadrapo em canceres, de cuidar da estrutura ao invés do alicerce. Precisamos identificar as raízes das áreas na vida que precisamos de cura, de restauração de perdão.

·      Jesus viu e sabia o porquê ele estava ali, mas não apresentou uma lista de condenação ao rapaz.

·      O maior dilema do homem é ter uma mente culpada. A culpa é um carrasco que nos arrasta e nos prende em cadeias nas masmorras de consequências intermináveis.

·      Admita que você foi ferido e que há uma ferida no seu coração, identifique a ferida, perdoe as pessoas envolvidas nas suas feridas e entregue agora sua causa a Jesus.

·      Nos v.6 há duas palavras em grego que transmite uma ideia de obra completa na cura deste homem, “therapeuō e hygiēs que literalmente significa curado e limpo ou purificado. Jesus resolveu o problema a enfermidade e a causa o pecado.


3.             JESUS ME ENCONTRA EM LUGARES IMPRÓPRIOS, MAS NÃO QUER QUE PERMANEÇAMOS NELES.

 

·      No v. 14, consta que “mais tarde, Jesus o encontrou no templo”. Isso quer dizer, em terceiro e último lugar, que o cristianismo altera nossas crenças.  

·      Jesus entra na vida deste homem e faz uma mudança radical. O fato da mudança geográfica do poço para o templo reporta a mudança de conduta. E um recomeço em sua adoração a Deus.

·      Todo encontro com Jesus é confrontador porque não se trata apenas de uma mudança de crença, de hábitos de vida, de uma consciência moral ou de uma religião. Também não é simplesmente ter paz em decorrência da aceitação do perdão de Jesus e da certeza de que meu lugar está garantido no céu depois de morrer.

·      O encontro com Jesus envolve um conflito de vontades e desejos. Queres ser curado e limpo? Então levante, toma o teu leito e saia do lugar que te condiciona ao fracasso.

·      O encontro com Jesus é confrontador porque envolve um conflito de vontades e desejos porque deparamo-nos com outra vontade que não a nossa, a vontade de Cristo. Por isso, converter-se a Cristo implica viver sob outro senhorio e isso só é possível quando estamos dispostos a abandonar nossa própria vontade e os outros ‘senhores’ que nos dominam e controlam.

·      A vida de um discípulo de Cristo não é apenas dizer não ao mau, mas dizer sim ao melhor, e tudo isso é possibilitado pelo poder do Espírito. Deus não te entrega uma lista pra não fazer, ele te molda pra não fazer. O legalismo diz: nossas ações determinam o que somos. Mas a graça diz: o que somos determina nossas ações.


CONCLUSÃO:

·      Em contraste com os 38 anos de espera, a Bíblia diz que ele imediatamente voltou a andar. O milagre de Jesus é imediato, completo e público. Jesus não oferece meias soluções. Jesus não oferece paliativos.

·      Quando Jesus emitiu sua ordem, uma força e um vigor renovados tomaram conta do corpo daquele homem e ele, tomando o seu leito, pôs-se a andar.

·     

Ele pode resolver o seu problema agora, nesta noite, neste lugar. Não importa qual o seu problema, Jesus é o senhor das causas perdidas.

·      Ele pode perdoar os seus pecados, ele pode reconciliar você com Deus, ele pode trazer alivio para a sua consciência, ele pode dar paz para sua alma. Ele pode curar você fisicamente, emocionalmente, espiritualmente.

·      Jesus está dizendo “levanta-te toma o teu leito e anda”!  Jesus está dizendo para você. Levante-se. Não fique mais prostrado. O libertador da sua vida chegou.


Pr. Nilton Jorge - Contatos: (22) 998746712 Whatsapp

 

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