TEXTO: Mt 7:7-11
INTRODUÇÃO:
·
O Sermão do
Monte revela a ética do Reino de Deus que forma o caráter do cristão. Nestes discursos, Jesus Cristo profere lições de conduta
e moral, ditando os princípios que normatizam e orientam a
vida cristã. Estes discursos podem ser considerados por isso como um
resumo dos ensinamentos de Jesus a respeito do Reino de Deus, do
acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz. Para quem deseja ser
chamado discípulo de Jesus, não há alternativa senão praticá-lo.
·
Não é a primeira
vez que no sermão do monte Jesus vai falar sobre a oração, no capítulo seis Jesus ensinou sobre como se deve orar nos versos 5 à
8, logo após ele nos deu um modelo de oração (a oração do Pai nosso), nos versos
9 à 13 Jesus incita a todos a orar e ele aqui nestes versos 7 à 11 Jesus vai ensinar sobre os níveis da oração.
Por isso e para isso temos que
observar três contextos pra entendermos os versos lidos:
ð O contexto da
audiência é a hipocrisia judaica em ir às praças e esquinas
para orar em voz alta para que todos vissem e as rezas ou vãs repetições na
oração.
ð O contexto
imediato, não julgar, ansiedade pela vida.
ð O contexto maior
começa no 5:17 quando Jesus diz que não veio para abolir a Lei,
mas para cumprir. Tudo que estava na Lei ele cumpriria e capacitaria seus
seguidores para cumprir. Mas, o
cumprir seria fruto de uma relação com Deus e não um processo para chegar a
Deus.
·
A audiência
estava cansada de uma religião falsa e focada apenas no exterior e em regras. Jesus queria liberta-los deste jugo religioso e prover a liberdade
interior que eles nem entendiam que poderiam experimentar. Os Fariseus e
escribas procuravam viver uma vida apenas externa e tinha ali mesmo a
recompensa. Os da audiência haviam sido ensinados a orar de uma forma externa
(orações prontas, longas, jejum de aparência). Ensinados a orar baseados na
repetição, eles ainda carregam o livrinho da oração até hoje.
·
Jesus queria
ensinar um modelo e conceito de vida, como
ter uma vida de oração que produz satisfação em qualquer tipo de estação.
·
Orar não envolve
mais nada do que permitir que Jesus tenha livre acesso às nossas necessidades. Orar é dar a Jesus a permissão de empregar seus poderes para conceder
alívio em meio às nossas angústias. Orar
é deixar Jesus glorificar seu nome nas necessidades que nos cercam.
·
Contudo o texto
não é uma receita secreta para que consigamos ter tudo o que queremos e sim um
chamado para que busquemos a Deus e creiamos em sua providência. O texto não só fala para pedirmos, buscarmos e batermos, mas fala que Deus
é o nosso pai, o pai não é alguém que dá de tudo ao seu filho, mas que supre do
que ele precisa. Ele nos convida a
pedir, mas também a confiar que como um bom pai, ele nos dará o melhor.
·
O que Jesus está
dizendo é que tudo que pedirmos a Deus e Ele considerar como bom e em harmonia com sua vontade
para nós, Ele nos dará.
·
Há orações que
nunca serão respondidas, há buscas que nunca serão encontradas e há portas que
nunca serão abertas. Deus só responderá, te fará encontrar e abrirá o que nos farão o bem e que
contribui para os propósitos de Deus em nossas vidas.
·
Todos os “nãos” de
Deus é uma demonstração de Seu amor e cuidado paternal.
TRANSIÇÃO: Nesse conceito quais são os níveis da oração?
1.
ORAR É UMA EXPERIENCIA DE INTIMIDADE COM
DEUS (6:5-8).
·
Orar é uma
relação de intimidade a dois v.6 Mas quando você orar vá para seu quarto,
feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em
secreto, o recompensará.
·
A ênfase no “quarto secreto” No grego mais antigo, o termo
significava o depósito ou dispensa do administrador da casa. Lugar
onde ninguém suspeitaria encontrar alguém orando. Só o administrador tinha acesso a este lugar, sendo
assim o local era um lugar privativo.
·
Aprenda isso
primeiro Jesus está fazendo um convite a entrar na dispensa de Deus. Segundo
Ele está dando ênfase não no local mais na atitude. É entre eu e Deus. Deus conhece o nosso coração.
·
Em Isaías 22:22 lemos: E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; e abrirá, e
ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá. Eliaquim, filho de Hilquias,
foi um homem que serviu ao rei Ezequias como
um mordomo fiel. Ele viveu num contexto histórico de turbulência no
cenário político internacional. O Reino de Judá estava sendo ameaçado pela
Assíria. Então ao invés de confiarem em Deus, líderes judeus estavam buscando
aliança com o Egito. Um desses
líderes era um homem chamado Sebna. Ele fazia uso de sua posição
para propósitos egoístas e não para o bem do povo.
Sebna ensoberbeceu e quis eternizar o seu nome bem
como seu titulo escrevendo em Pedras de sua Lápide sobre seu legado. E Deus o
abateu colocando Eliaquim em seu Lugar.
ð Eliaquim foi exaltado e recebeu distintivos reais
que identificavam sua autoridade sobre o reino de Judá. Ele foi vestido com o manto e o cinturão do mordomo real e recebeu a
chave da casa de Davi sobre seus ombros. Como
mordomo-chefe da casa real, Eliaquim cuidava dos negócios da dinastia de Judá.
Ele também tinha autoridade para admitir ou negar acesso ao rei.
ð Ap 3:7 a igreja
de Filadélfia, a Bíblia revela que Jesus é aquele que tem a chave de Davi, que
abre e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abrirá. A chave de Davi significa o acesso ao Reino de Deus
e à vida eterna. Nesse sentido, a figura da chave é símbolo de poder e
autoridade.
·
Deus sabe o que
precisamos, mas se alegra conosco quando oramos. Ele sabe antes mesmo que expressemos, mas como Pai se alegra quando
vamos a ele.
·
Mais do que
bênçãos materiais e emocionais, Deus quer revelar a intimidade que só é
encontrada no secreto.
·
Não pode haver
intimidade sem conhecimento do que existe na alma, no coração, nos
compartimentos secretos. Isso reflete
nossos medos, tentações, seduções, fraquezas, pecados, impotências. Por isso a
oração é um caminho de intimidade com Deus, Ele já sabe mais quer que você fale
a Ele.
· Somente Deus pode ver o que existe dentro do nosso coração e sem escândalo tratar do nosso coração.
2.
ORAR COLOCA-NOS EM CONTATO COM UM DEUS
SENSÍVEL AOS SEUS FILHOS (7:7-11).
·
Orar é uma
atitude contínua de busca por Deus Mt 7:7,8
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o
que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.
·
Pedir, buscar e
bater não constitui um processo, mas uma ênfase de continuidade. Os verbos estão no presente contínuo. Sl 62:8 Confie nele em todos os momentos, ó povo;
derrame diante dele o coração, pois ele é o nosso refúgio.
·
Jesus não está
falando de uma ação de postura 24 horas, mas uma mente, uma atitude de estar
continuamente na presença de Deus. Não
para repetir a oração, mas para crescer na intimidade com Deus.
·
Fomos exortados a orar sem cessar em 1 Tess 5:17,
a ter uma mente permeada por oração. Isto afetará a forma como vemos televisão
ou navegamos na Internet. Isto afeta como nos dirigimos às pessoas quando
estamos com raiva, usaríamos palavrão na presença de Deus. Isto afeta com nos
comportamos no namoro, ou quando estamos fazendo negociações com clientes, etc.
·
Quando oramos
interagimos com Deus em um contexto de uma relação de um Pai amoroso com seu
filho, isto é graça. Deus interage conosco como um pai interage
com seus filhos. Na oração
aprendemos a experimentar o melhor de Deus para conosco.
ð Deus promete
ouvir nossas orações. (receber, achar, será aberto).
a)
Em primeiro
lugar, para que alguém possa verdadeiramente pedir em
oração algo a Deus é necessário ter fé; não qualquer tipo de fé, mas fé num
Deus pessoal que ouve e responde a oração do crente.
b)
Em segundo lugar, é preciso ir além do estado de pedir; é preciso buscar. Buscar adiciona
ação ao pedido. Uma pessoa que busca não apenas pede, mas se empenha ativamente
na busca por seu objetivo.
c)
Em terceiro
lugar, é preciso bater. Neste ponto fica clara a lição
acerca da perseverança. É verdade que para pedir e para buscar, a perseverança
se faz necessária. Mas nesta última exortação, batam, isto fica ainda
mais intenso e explícito. O bater
inclui o pedir o buscar e o perseverar.
·
O que recebereis ao pedir, buscar e bater? Com base no texto do Evangelho de Lucas 11:13, fica claro que ao
dizer “pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e
abrir-se-vos-á” o que
Jesus promete é que o Pai dará aos seus filhos o Espírito Santo e
todos os seus benefícios. Ele suprirá as necessidades de seus
filhos e lhes concederá tudo o que lhe for pedido, desde que esteja de acordo
com sua soberana vontade. Devemos
pedir, buscar e bater sabendo que nosso Deus Soberano atenderá nossas orações
da melhor forma, não com base em nossos desejos pessoais e muitas vezes
egoístas, mas segundo os seu bom propósito.
3.
ORAR TAMBÉM RESULTA NUMA VIDA QUE
REFLETE DEUS
(7:12).
·
Observe a
transição no versículo “… assim…”, Ele vai aplicar o principio da oração num contexto surpreendente.
ð As dores da
audiência. Ansiedade, pressão financeira e religiosa,
problemas familiares, abandono físico e emocional.
·
O normal era
desistir, retaliar ou viver sem esperança. Ao mesmo
tempo em que Deus prometeu ouvir, Deus
promete capacitar para uma vida ativa em refletir o que Deus é. Oração
também resulta em um estilo de vida que reflete o que Deus é.
·
Quando andamos com Deus, passamos a parecer com
Deus, onde não comunicamos Deus em nossas vidas nessas áreas precisamos
concentrar em nossas orações, para que deixemos de causar dano em outros, para
que reflitamos Deus.
·
Durante a
peregrinação de Israel no deserto, Moisés mantinha contato regular com o
Senhor, na tenda da congregação. Sempre que
Moisés entrava para falar com o Senhor, sua face começava a brilhar, refletindo
a glória da presença de Deus. Quando
ele saía, tinha que cobrir seu rosto para que o povo não cegasse com o fulgor.
O brilho começava a desvanecer gradativamente, mas os israelitas não o
percebiam por causa do véu que Moisés usava. Quando ele retornava à
tenda da congregação, sua face começaria a luzir, novamente, com a glória do
Senhor. Este evento histórico, registrado em Êx 34:33-35.
2 Co 3:18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória
do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor. Deus nos comparou com espelhos, porque está à procura de pessoas que
reflitam a glória dEle nesta terra. Ele quer usar as nossas vidas
como instrumento para fazer maravilhas e testemunhar a respeito de Cristo para
este mundo!
·
Mc 9:2-8 oferece-nos um modelo de refletir a
glória de Deus. Jesus subiu o Monte da Transfiguração para orar. A
motivação de Jesus era estar com o Pai. A oração era o oxigênio da sua alma.
Todo o seu ministério foi regado de intensa e perseverante oração. Jesus está
orando, mas em momento nenhum os discípulos estão orando com ele. Eles não
sentem necessidade nem prazer na oração. Eles não têm sede de Deus. Eles estão
no monte a reboque, mas não estão alimentados pela mesma motivação de Jesus.
·
Os discípulos
estão diante da manifestação da glória de Deus, mas, em vez de orar, eles
dormem. A transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de Moisés e
Elias, a nuvem luminosa que os envolveu e a voz do céu que trovejava em seus
ouvidos.
·
Os discípulos
estão cheios de emoção, mas vazios de entendimento. Querem construir três tendas, querem viver ali. Eles queriam a
espiritualidade da fuga, do êxtase e não do enfrentamento. Queriam as visões
arrebatadoras do monte, não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se
desenvolve.
·
Os nove
discípulos de Jesus estavam no vale cara a cara com o diabo, sem poder
espiritual, colhendo um grande fracasso. A razão era a mesma dos três que estavam no monte: em vez de orar,
estavam discutindo. No vale, os
discípulos estão sem poder para confrontar os poderes das trevas porque não
tinham uma vida regular de oração.
·
A essência da oração é comunhão com Deus. O maior anseio de quem ora não são as bênçãos de Deus, mas o Deus das
bênçãos. Jesus muitas vezes saía
para os lugares solitários para buscar a face do Pai.
·
O que destaca na transfiguração de Jesus, o seu
rosto transfigurou, suas vestes brilhavam, ele refletia a glória de Deus. Mateus diz que o seu rosto resplandecia como o sol.
CONCLUSÃO:
·
Eis o convite do céu entra no quarto de guerra e
insista na oração até que a gloria de Deus esteja refletida em seus olhos, em
seus lábios, em seus atos, em seu ministério, em seus negócios, em sua família.
Pr. Nilton Jorge
Contato: (22)998746712 Whatsapp
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão lidos pelo autor, só serão respondidos os de grande relevancia teológica, desde já agradeço pela visita.