quinta-feira, 11 de maio de 2023

A PERSEVERANÇA EM NÍVEIS DA ORAÇÃO

TEXTO: Mt 7:7-11

INTRODUÇÃO:

·      O Sermão do Monte revela a ética do Reino de Deus que forma o caráter do cristão. Nestes discursos, Jesus Cristo profere lições de conduta e moral, ditando os princípios que normatizam e orientam a vida cristã. Estes discursos podem ser considerados por isso como um resumo dos ensinamentos de Jesus a respeito do Reino de Deus, do acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz. Para quem deseja ser chamado discípulo de Jesus, não há alternativa senão praticá-lo.

·      Não é a primeira vez que no sermão do monte Jesus vai falar sobre a oração, no capítulo seis Jesus ensinou sobre como se deve orar nos versos 5 à 8, logo após ele nos deu um modelo de oração (a oração do Pai nosso), nos versos 9 à 13 Jesus incita a todos a orar e ele aqui nestes versos 7 à 11 Jesus vai ensinar sobre os níveis da oração. Por isso e para isso temos que observar três contextos pra entendermos os versos lidos:

ð O contexto da audiência é a hipocrisia judaica em ir às praças e esquinas para orar em voz alta para que todos vissem e as rezas ou vãs repetições na oração.

ð O contexto imediato, não julgar, ansiedade pela vida.

ð O contexto maior começa no 5:17 quando Jesus diz que não veio para abolir a Lei, mas para cumprir. Tudo que estava na Lei ele cumpriria e capacitaria seus seguidores para cumprir. Mas, o cumprir seria fruto de uma relação com Deus e não um processo para chegar a Deus.

·      A audiência estava cansada de uma religião falsa e focada apenas no exterior e em regras. Jesus queria liberta-los deste jugo religioso e prover a liberdade interior que eles nem entendiam que poderiam experimentar. Os Fariseus e escribas procuravam viver uma vida apenas externa e tinha ali mesmo a recompensa. Os da audiência haviam sido ensinados a orar de uma forma externa (orações prontas, longas, jejum de aparência). Ensinados a orar baseados na repetição, eles ainda carregam o livrinho da oração até hoje. 

·      Jesus queria ensinar um modelo e conceito de vida, como ter uma vida de oração que produz satisfação em qualquer tipo de estação.

·      Orar não envolve mais nada do que permitir que Jesus tenha livre acesso às nossas necessidades. Orar é dar a Jesus a permissão de empregar seus poderes para conceder alívio em meio às nossas angústias. Orar é deixar Jesus glorificar seu nome nas necessidades que nos cercam.

·      Contudo o texto não é uma receita secreta para que consigamos ter tudo o que queremos e sim um chamado para que busquemos a Deus e creiamos em sua providência. O texto não só fala para pedirmos, buscarmos e batermos, mas fala que Deus é o nosso pai, o pai não é alguém que dá de tudo ao seu filho, mas que supre do que ele precisa. Ele nos convida a pedir, mas também a confiar que como um bom pai, ele nos dará o melhor.

·      O que Jesus está dizendo é que tudo que pedirmos a Deus e Ele considerar como bom e em harmonia com sua vontade para nós, Ele nos dará.

·      Há orações que nunca serão respondidas, há buscas que nunca serão encontradas e há portas que nunca serão abertas. Deus só responderá, te fará encontrar e abrirá o que nos farão o bem e que contribui para os propósitos de Deus em nossas vidas.

·      Todos os “nãos” de Deus é uma demonstração de Seu amor e cuidado paternal.

 

TRANSIÇÃO: Nesse conceito quais são os níveis da oração?

1.             ORAR É UMA EXPERIENCIA DE INTIMIDADE COM DEUS (6:5-8).


·      Orar é uma relação de intimidade a dois v.6 Mas quando você orar vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará.

·      A ênfase no “quarto secretoNo grego mais antigo, o termo significava o depósito ou dispensa do administrador da casa. Lugar onde ninguém suspeitaria encontrar alguém orando. Só o administrador tinha acesso a este lugar, sendo assim o local era um lugar privativo.

·      Aprenda isso primeiro Jesus está fazendo um convite a entrar na dispensa de Deus. Segundo Ele está dando ênfase não no local mais na atitude. É entre eu e Deus. Deus conhece o nosso coração.

·      Em Isaías 22:22 lemosE porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá. Eliaquim, filho de Hilquias, foi um homem que serviu ao rei Ezequias como um mordomo fiel. Ele viveu num contexto histórico de turbulência no cenário político internacional. O Reino de Judá estava sendo ameaçado pela Assíria. Então ao invés de confiarem em Deus, líderes judeus estavam buscando aliança com o Egito. Um desses líderes era um homem chamado Sebna. Ele fazia uso de sua posição para propósitos egoístas e não para o bem do povo.

Sebna ensoberbeceu e quis eternizar o seu nome bem como seu titulo escrevendo em Pedras de sua Lápide sobre seu legado. E Deus o abateu colocando Eliaquim em seu Lugar.

ð Eliaquim foi exaltado e recebeu distintivos reais que identificavam sua autoridade sobre o reino de Judá. Ele foi vestido com o manto e o cinturão do mordomo real e recebeu a chave da casa de Davi sobre seus ombros. Como mordomo-chefe da casa real, Eliaquim cuidava dos negócios da dinastia de Judá. Ele também tinha autoridade para admitir ou negar acesso ao rei.

ð Ap 3:7 a igreja de Filadélfia, a Bíblia revela que Jesus é aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fechará, e que fecha e ninguém abrirá. A chave de Davi significa o acesso ao Reino de Deus e à vida eterna. Nesse sentido, a figura da chave é símbolo de poder e autoridade.

 

·      Deus sabe o que precisamos, mas se alegra conosco quando oramos. Ele sabe antes mesmo que expressemos, mas como Pai se alegra quando vamos a ele.

·      Mais do que bênçãos materiais e emocionais, Deus quer revelar a intimidade que só é encontrada no secreto.

·      Não pode haver intimidade sem conhecimento do que existe na alma, no coração, nos compartimentos secretos. Isso reflete nossos medos, tentações, seduções, fraquezas, pecados, impotências. Por isso a oração é um caminho de intimidade com Deus, Ele já sabe mais quer que você fale a Ele.

·      Somente Deus pode ver o que existe dentro do nosso coração e sem escândalo tratar do nosso coração.


2.             ORAR COLOCA-NOS EM CONTATO COM UM DEUS SENSÍVEL AOS SEUS FILHOS (7:7-11).

 

·      Orar é uma atitude contínua de busca por Deus Mt 7:7,8 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.

·      Pedir, buscar e bater não constitui um processo, mas uma ênfase de continuidade. Os verbos estão no presente contínuo. Sl 62:8 Confie nele em todos os momentos, ó povo; derrame diante dele o coração, pois ele é o nosso refúgio.

·      Jesus não está falando de uma ação de postura 24 horas, mas uma mente, uma atitude de estar continuamente na presença de Deus. Não para repetir a oração, mas para crescer na intimidade com Deus.

·      Fomos exortados a orar sem cessar em 1 Tess 5:17, a ter uma mente permeada por oração. Isto afetará a forma como vemos televisão ou navegamos na Internet. Isto afeta como nos dirigimos às pessoas quando estamos com raiva, usaríamos palavrão na presença de Deus. Isto afeta com nos comportamos no namoro, ou quando estamos fazendo negociações com clientes, etc.

·      Quando oramos interagimos com Deus em um contexto de uma relação de um Pai amoroso com seu filho, isto é graça.  Deus interage conosco como um pai interage com seus filhos. Na oração aprendemos a experimentar o melhor de Deus para conosco.

ð Deus promete ouvir nossas orações. (receber, achar, será aberto).

a)   Em primeiro lugar, para que alguém possa verdadeiramente pedir em oração algo a Deus é necessário ter fé; não qualquer tipo de fé, mas fé num Deus pessoal que ouve e responde a oração do crente.

b)   Em segundo lugar, é preciso ir além do estado de pedir; é preciso buscar. Buscar adiciona ação ao pedido. Uma pessoa que busca não apenas pede, mas se empenha ativamente na busca por seu objetivo.

c)    Em terceiro lugar, é preciso bater. Neste ponto fica clara a lição acerca da perseverança. É verdade que para pedir e para buscar, a perseverança se faz necessária. Mas nesta última exortação, batam, isto fica ainda mais intenso e explícito. O bater inclui o pedir o buscar e o perseverar.

·      O que recebereis ao pedir, buscar e bater? Com base no texto do Evangelho de Lucas 11:13, fica claro que ao dizer “pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” o que Jesus promete é que o Pai dará aos seus filhos o Espírito Santo e todos os seus benefícios. Ele suprirá as necessidades de seus filhos e lhes concederá tudo o que lhe for pedido, desde que esteja de acordo com sua soberana vontade. Devemos pedir, buscar e bater sabendo que nosso Deus Soberano atenderá nossas orações da melhor forma, não com base em nossos desejos pessoais e muitas vezes egoístas, mas segundo os seu bom propósito.

3.             ORAR TAMBÉM RESULTA NUMA VIDA QUE REFLETE DEUS (7:12).

·      Observe a transição no versículo “… assim…”, Ele vai aplicar o principio da oração num contexto surpreendente.

ð As dores da audiência. Ansiedade, pressão financeira e religiosa, problemas familiares, abandono físico e emocional.

·      O normal era desistir, retaliar ou viver sem esperança. Ao mesmo tempo em que Deus prometeu ouvir, Deus promete capacitar para uma vida ativa em refletir o que Deus é. Oração também resulta em um estilo de vida que reflete o que Deus é.

·      Quando andamos com Deus, passamos a parecer com Deus, onde não comunicamos Deus em nossas vidas nessas áreas precisamos concentrar em nossas orações, para que deixemos de causar dano em outros, para que reflitamos Deus.

·      Durante a peregrinação de Israel no deserto, Moisés mantinha contato regular com o Senhor, na tenda da congregação. Sempre que Moisés entrava para falar com o Senhor, sua face começava a brilhar, refletindo a glória da presença de Deus. Quando ele saía, tinha que cobrir seu rosto para que o povo não cegasse com o fulgor. O brilho começava a desvanecer gradativamente, mas os israelitas não o percebiam por causa do véu que Moisés usava. Quando ele retornava à tenda da congregação, sua face começaria a luzir, novamente, com a glória do Senhor. Este evento histórico, registrado em Êx 34:33-35.

2 Co 3:18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. Deus nos comparou com espelhos, porque está à procura de pessoas que reflitam a glória dEle nesta terra. Ele quer usar as nossas vidas como instrumento para fazer maravilhas e testemunhar a respeito de Cristo para este mundo!

 

·      Mc 9:2-8 oferece-nos um modelo de refletir a glória de Deus. Jesus subiu o Monte da Transfiguração para orar. A motivação de Jesus era estar com o Pai. A oração era o oxigênio da sua alma. Todo o seu ministério foi regado de intensa e perseverante oração. Jesus está orando, mas em momento nenhum os discípulos estão orando com ele. Eles não sentem necessidade nem prazer na oração. Eles não têm sede de Deus. Eles estão no monte a reboque, mas não estão alimentados pela mesma motivação de Jesus.

·      Os discípulos estão diante da manifestação da glória de Deus, mas, em vez de orar, eles dormem. A transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de Moisés e Elias, a nuvem luminosa que os envolveu e a voz do céu que trovejava em seus ouvidos.

·      Os discípulos estão cheios de emoção, mas vazios de entendimento. Querem construir três tendas, querem viver ali. Eles queriam a espiritualidade da fuga, do êxtase e não do enfrentamento. Queriam as visões arrebatadoras do monte, não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se desenvolve.

·      Os nove discípulos de Jesus estavam no vale cara a cara com o diabo, sem poder espiritual, colhendo um grande fracasso. A razão era a mesma dos três que estavam no monte: em vez de orar, estavam discutindo. No vale, os discípulos estão sem poder para confrontar os poderes das trevas porque não tinham uma vida regular de oração.

·      A essência da oração é comunhão com Deus. O maior anseio de quem ora não são as bênçãos de Deus, mas o Deus das bênçãos. Jesus muitas vezes saía para os lugares solitários para buscar a face do Pai.

·      O que destaca na transfiguração de Jesus, o seu rosto transfigurou, suas vestes brilhavam, ele refletia a glória de Deus. Mateus diz que o seu rosto resplandecia como o sol.

 

CONCLUSÃO:

 

·      Eis o convite do céu entra no quarto de guerra e insista na oração até que a gloria de Deus esteja refletida em seus olhos, em seus lábios, em seus atos, em seu ministério, em seus negócios, em sua família.


Pr. Nilton Jorge

Contato: (22)998746712 Whatsapp



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão lidos pelo autor, só serão respondidos os de grande relevancia teológica, desde já agradeço pela visita.