TEXTO: Mt 6:16-18
INTRODUÇÃO:
· Do ponto de vista judaico, o jejum é uma
manifestação de piedade que surge a partir de um desejo para uma vida
meritória, em linha com a ênfase ética dos ensinamentos herdados. Pra nós os
salvos o Jejum é fome de Deus.
· Jejum Equivocado. Mateus 6:16 apanha um fio solto no verso 6. Dos versos 2 até ao 4,
Jesus adverte contra a esmola ostentosa, e nos versos 5 e 6 faz o mesmo
com relação à oração. Nos versos 7 e 8, ministra instruções importantes, e do verso 9 até o 13
apresenta um exemplo de oração. Agora Ele está no verso 16, para retornar a Seu
tema principal da adequada piedade verso
1. Dessa vez Sua instrução tem que ver com o jejum.
· Os versos 16 a 18 são a única instrução de Jesus a respeito desse assunto, e o propósito
Dele é mais advertir contra os abusos do que nos dizer como e quando deve ser
praticado.
· No Talmude babilônico se relata a antiga
tradição de jejuar o segundo e quinto dia da semana, isto é segunda-feira e
quinta-feira Lc 18:12.
· No geral, os antigos judeus jejuavam a fim
de ressarcir uma falta ou para assegurar-se uma resposta favorável a uma oração
ou o cumprimento de um desejo. Certamente, parece que muitos jejuavam porque
criam que este ato ganhava um mérito especial ante Deus.
· Um jejum não significa necessariamente uma
completa abstinência de alimento, mas uma limitação ao que é essencial para
manter a saúde e o vigor.
· O verdadeiro jejum não é um serviço meramente
formal. A Escritura
descreve o jejum preferido por Deus: Is
58:6 e 10 “que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo
... que deixes livres os quebrantados ou oprimidos e despedaces todo o
jugo...; abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita”. Aí
se expõe o próprio espírito e caráter da obra de Cristo.
· Jejuar era algo importante para os santos, tanto do AT quanto do NT. O
único jejum ordenado no AT ocorria no anual Dia da Expiação, embora no tempo de
Jesus os fariseus jejuassem dois dias por semana: nas segundas e nas
quintas-feiras.
· Por coincidência, esses também eram os dias de feira. Assim sendo,
chegava muita gente nas cidades e vilas nos dias semanais de jejum. Isto
acabava sendo uma tentação para alguns judeus que gostavam de auditórios
maiores para suas exibições de santidade. Havia muitos que tomavam medidas
deliberadas para que os outros não deixassem de perceber que eles estavam
jejuando.
· Alguns caminhavam pelas ruas com o cabelo propositadamente despenteado e
com roupas intencionalmente sujas e descompostas.
ð
QUAIS AS FORMAS
DE JEJUNS NO VELHO TESTAMENTO?
I. O jejum relacionado com o luto. Entre a morte e o enterro de uma pessoa
querida, os que estavam de luto tinham que abster de carne e de vinho.
II. O jejum para expiar um pecado. Se dizia, por exemplo, que Ruben jejuou
sete dias por sua responsabilidade na venda de José. Por arrependimento por
seu pecado com Tamar, se dizia que Judá, em sua velhice, não tomava nem vinho
nem comia carne, nem permitia nenhum prazer. Há que se dizer que o pensamento judeu não tinha nenhum valor ao jejum se não era acompanhado de arrependimento.
O jejum era a expressão externa de
uma aflição interna.
III.
O jejum era um ato de penitência nacional. Assim jejuou a
nação inteira depois do desastre da guerra civil com a tribo de Benjamim. Juízes 20:26. Samuel fez com que o
povo jejuasse porque haviam extraviado indo atrás de Baal. I Samuel 7:6. Neemias
fez que o povo jejuasse confessando seus pecados. Neemias
9:1.
IV.
Em certas ocasiões o jejum era uma preparação
para receber uma revelação. Moisés jejuou quarenta dias e quarenta noites na
montanha (Êxodo 24:15). Daniel
jejuou esperando a Palavra de Deus (Daniel 9:3).
V.
Às vezes o jejum era um chamado a Deus. Por exemplo:
Faltava chuva, e havia perigo de que se perdessem as colheitas, se proclamava
um jejum nacional para invocar a ajuda de Deus.
ð No jejum judaico havia três idéias
principais:
I.
O jejum era um
intento deliberado de chamar a atenção de Deus. Esta era uma ideia
muito primitiva. O jejum estava determinado para atrair a atenção de Deus e
fazer que o Senhor fixasse na pessoa que se afligia voluntariamente.
II. O jejum era um intento deliberado para
demonstrar que o arrependimento era autêntico. O jejum era a
garantia de sinceridade das palavras e das orações. Aqui havia um perigo; porque
o que se supunha que era uma prova de arrependimento podia chegar
a ser considerado um substituto do arrependimento.
III.
Muito do jejum
era vicário. Não estava
determinado para salvar a alma de uma pessoa tanto como para mover os
sentimentos a Deus e salvar a nação de suas angústias. Era como se os devotos
dissessem: As pessoas seculares não podem fazer isto. Estão imersos nas tarefas
do mundo. Nos faremos este jejum extra para compensar a necessária deficiência
da piedade dos demais.
ð
QUAIS OS TIPOS
DE JEJUNS BÍBLICO.
1 – O JEJUM NORMAL.
· Refere-se ao jejum onde a pessoa se abstém de
comida somente, não de água.
“Lc. 4:1-21 Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo
Espírito ao deserto, 2 onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo Diabo. Não
comeu nada durante esses dias e, ao fim deles, teve fome.”
· O texto fala de Jesus sentindo fome, mas não
fala nada sobre sede. O fato do ser humano não suportar mais do que 3 dias sem
água, nos leva a crer que Jesus tomou água durante os quarenta dias de jejum. O
mais comum dos jejuns praticado pelos cristãos, é abster-se de alimentos, mas
não de líquidos.
2 – O JEJUM PARCIAL.
· Refere-se a uma dieta limitada, mas não uma
total abstinência de comida ou água. Este tipo de jejum é apresentado em Daniel
1:12 onde vemos que Daniel e seus amigos comeram somente “vegetais e
beberam água”. “Peço-lhe que faça uma experiência com os seus servos durante
dez dias: Não nos dê nada além de vegetais para comer e água para beber.
3 – O JEJUM ABSOLUTO
· Refere-se ao jejum completo, nada de comida
nem água. Existem muitas referências na Bíblia sobre esse tipo de jejum. Esdras 10:6 “Então Esdras
retirou-se de diante do templo de Deus e foi para o quarto de Joanã, filho de
Eliasibe. Enquanto esteve ali, não comeu nem bebeu nada, lamentando a
infidelidade dos exilados”.
4 – O JEJUM PRIVATIVO.
· Este Jejum é apresentado em Mateus 6:6-18.
Jesus ensina a jejuar de forma que não seja notado pelos outros. Jejuar por atenção pública ou para conseguir
poder político não é razão para jejuar.
5 – O JEJUM CONGREGACIONAL (envolve toda a Igreja).
· Quando o profeta Joel convoca um jejum é um
exemplo disso: Joel 2:15-16 “Toquem a trombeta em Sião, decretem
jejum santo, convoquem uma assembléia sagrada. Reúnam o povo, consagrem a
assembléia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, mesmo as que mamam no
peito. Até os recém-casados devem deixar os seus aposentos”.
· A Igreja em Antioquia também utilizava essa
ferramenta: Atos 13:2 Enquanto
adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: “Separem-me Barnabé e
Saulo para a obra a que os tenho chamado”.
6 – O JEJUM NACIONAL.
· Havia, também, o jejum onde o país inteiro
estava envolvido. Vemos um exemplo disso quando o rei Josafá, em resposta a uma
invasão inimiga, convoca a nação a um jejum: 2Cr. 20:3 “Alarmado, Josafá decidiu consultar o SENHOR e
proclamou um jejum em todo o reino de Judá”.
ð
MINHA POSIÇÃO QUANTO A ESTAR JEJUANDO. Isaías 58:5,6 Será esse o
jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como
o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam de
jejum, um dia aceitável ao Senhor? O jejum que desejo não é este: soltar as
correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os
oprimidos e romper todo o jugo?
ð
As promessas do texto. A glória do
Senhor será minha retaguarda; cura; O Senhor responderá meu clamor, satisfará
meus desejos e me guiará constantemente fortalecendo meus ossos; Serei um
jardim regado cuja as águas nunca faltam; serei chamada restauradora; o Senhor
será minha alegria, cavalgarei os altos da terra e banquetearei com minha
herança dada aos meus pais.
ð
As condições no Jejuar. Entregar a Deus
o jejum correto que O agrada; ajudar ao próximo suprindo suas necessidades;
renunciar a mim mesma; vigiar meus pés; clamar ao Senhor; eliminar o jugo
opressor, o dedo acusador e a falsidade no falar.
*
O jejum que não agrada a Deus v. 1 ao 5. Ocorre quando
parecemos desejosos de buscar a Deus, de agradá-lo, como se sempre fizéssemos o
que é certo, como se fossemos “bonzinhos”, e às vezes nos pegamos dizendo: “ jejuei mas parece que Deus não viu, porque
nada mudou, nada aconteceu, me humilhei tanto para nada…” , como se o Senhor
nos devesse algo por causa do nosso “sacrifício”.
ð
E porque esse
jejum não agrada a Deus? Porque sempre buscamos agradar a nós mesmos,
sermos beneficiados, fazendo somente o que é do nosso agrado, ou seja, nossa
própria vontade, como se Deus tivesse a obrigação de nos atender. Diz à palavra
que agindo assim, minha voz nunca será ouvida do alto, e o meu jejum de nada
valerá, será apenas um dia que fiquei sem comer, que talvez “passei fome” mas
não será o verdadeiro jejum.
* O jejum que agrada a Deus = v.
6-14, Envolve:
*
Renúncia = v. 9-10. É quando nos
dispomos a matar a nossa carne para que a vontade de Deus se realize em nós,
colocando nossas vidas perante o altar de Deus, em humilhação, nos separando
totalmente para Ele, disposto não somente a servi-lo, mas a servir aqueles que
estão ao nosso redor.
Renunciar,
morrer para si é estar disposto a pagar o preço pela obra e pelo Senhor, é a
disposição `a beneficiar outras pessoas, não fazer somente o que quero, mas o
que Deus espera, o que Ele deseja para que assim a cada dia Ele cresça e eu
diminua.
*
Vigiar meus pés = v.13. Os pés nos falam de caminhos, e só
existem 2 caminhos: um de vida e um de morte, por isso devemos ter cuidado onde
colocamos nossos pés, por onde temos andado, como estão nossas atitudes. Não é
tempo de permitir o pecado, o mau caráter em nós, mas de nos consagrarmos, ou seja,
nos santificarmos no falar, no agir, no pensar, cuidando dos nossos corações e
atitudes, vigiando nossa conduta diante do Senhor para que não profanarmos o
jejum, nem a consagração e santidade, para isso é necessário estabelecermos
tempo de intimidade e comunhão com o Senhor, através da Palavra, orações, das
intercessões no templo, da leitura de livros, permitindo que Deus seja Senhor
das nossas vidas.
*
Liberdade = v6.
Precisamos nos decidir sair do jugo das trevas, das impossibilidades, sair da
opressão, da solidão, depressão, dos pensamentos que nos separam de Deus,
decidir sair do fracasso, das correntes da injustiça, das mentiras do inimigo,
e assim servirmos de instrumentos para libertar a outros.
*
Ajudar ao próximo = v.7. Partilhar o alimento que temos
recebido do Senhor com os necessitados, abrigar os pobres e vestir o nu nos
fala de suprirmos as necessidades das pessoas, tanto no espírito: através do
poder da palavra, da salvação que há em Jesus Cristo e do poder de Seu sangue,
levando-os ao perdão para que recebam novas vestes espirituais de filhos de
Deus; na alma curando suas enfermidades emocionais, levando-os ao verdadeiro
amor; e em suas necessidades físicas, ajudando-os a romperem em suas
limitações.
ð
BENEFÍCIOS DO VERDADEIRO JEJUM.
*
A gloria do Senhor será minha retaguarda = v. 8 e 10 A unção, os
dons, o fruto do espírito, a vida de Deus nos respaldarão, Sua luz irromperá
como a alvorada e arrancará as trevas. Chega de escuridão: de tristeza,
solidão, amargura, fracasso, a noite será como o meio dia, o Sol da Justiça
brilhará sobre nós.
*
Serei curado = v.8. A palavra diz que PRONTAMENTE o Senhor curará o
nosso coração, seja dos sentimentos ruins, das situações do passado, da
competição, inferioridade ou superioridade, do medo e até mesmo da
infertilidade, ou seja de todos os problemas que possam nos impedir de alcançar
os sonhos de Deus para as nossas vidas.
*
O Senhor responderá meu clamor = v.9 e 11. Ele ouvirá
cada palavra dos nossos lábios, não passarão desapercebidas e Ele nos ajudará,
pois o Senhor é o socorro sempre presente, que não nos deixa só, e cada questão
que apresentarmos em jejum, cada plano, sonhos e propósitos serão respondidos,
a palavra diz que o Senhor satisfará os desejos dos nossos corações, e nos
abençoará em uma terra ressequida pelo sol (problemas e crises do pais) ainda
que a terra esteja machucada e que tudo pareça difícil Ele nos ajudará e
sustentará, pois Seus olhos e ouvidos estão atentos `as nossas orações e o
Senhor é Deus perfeito que não chega atrasado!
*
Constantemente serei guiada pelas mãos de Deus = v.11. As mãos do
Senhor estarão sobre cada um de nós em todos os momentos, em cada decisão, em
tudo o que fizermos não seremos enganados, pois abrirão caminhos de vitória,
nos guardando no centro de Sua vontade.
*
Meus ossos serão fortalecidos = v.11. O Senhor nos sustentará, não nos
deixará machucar, desanimar ou voltar atrás, mas dará forças para permanecermos
em vigor e ir adiante em conquista da vitória.
*
Serei como um jardim regado = v.11. A provisão de Deus estará
presente em tudo o que fizermos. A nossa terra, ou seja, cada área das nossas
vidas, não mais ressecarão , nem perecerão por falta de nutrientes e de vida,
pois as águas do Espírito fluirão em nós saciando toda a sede, trazendo
refrigério ao calor das provações.

*
Serei chamado Restaurador = v.12. Reconstruiremos as velhas ruínas que
são os sonhos antes derrubados; restauraremos os alicerces antigos ou seja,
ergueremos aqueles que já estavam abatidos e desanimados; restauraremos muros
de proteção através das orações e intercessões; e reconstruiremos ruas e
moradias, ou seja, as famílias serão alcançadas pelo poder do sangue,
restauradas e chamadas Lugares de Paz.
“
Então terei no Senhor a minha alegria, e Ele me fará cavalgar nos
altos da terra e banquetearei com minha herança dada aos meus
pais”
Pr. Nilton Jorge
Contatos pelo telefone: (55) 22 998746712 whatsapp
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