TEXTO: Provérbios
25:28 Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem
que não pode conter o seu espírito.
INTRODUÇÃO:
· O
termo fruto usado nas páginas do Novo Testamento é a tradução do original
karpos, que tanto pode significar
“o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12:33;
13:23; At 14:17). A palavra é usada em sentido figurado para indicar a
produção e o resultado de algo, de acordo com a natureza própria da planta ou
da pessoa. Segundo Gn 1:11, a árvore produz fruto segundo a sua
espécie. O termo “espécie”, no original mim, designa
“especificação” ou “ordem”, por esta razão a árvore boa não gera fruto mau, e a
má, fruto bom (Mt 7:16-20). Portanto, é de se esperar que da natureza
regenerada do crente, pelo Espírito Santo que nele habita, origine-se fruto que
dignifique e espelhe o caráter moral de Cristo.
ALGUMAS
OBSERVAÇÕES.
ð O
Espírito Santo capacita o discípulo a produzir fruto. É impossível produzir fruto santo sem a
graça e cooperação do Santo Espírito.
ð O
fruto é santo porque procede da natureza santa do Espírito de Deus. O fruto do Espírito refere-se à virtude
tanto espiritual quanto moral cultivada pelo Espírito Santo no caráter e
personalidade do crente, que se manifesta na vida particular e nos
relacionamentos.
ð É o
próprio caráter santo de Cristo na vida do discípulo. O fruto é produzido pela ação do Espírito
Santo, por meio da comunhão com Cristo, a Videira verdadeira, e pela intimidade
com a Palavra de Deus.
· Distinção
entre os dons e o fruto do Espírito. Não obstante os dons e o fruto procederem do mesmo Espírito, ambos são
diferentes entre si.
a)
Os dons são concedidos pelo Espírito,
enquanto o fruto é gerado no discípulo. Os dons acompanham o batismo com o Espírito Santo, enquanto o fruto
começa com a obra do Espírito Santo na regeneração (At 19:6).
b)
Os dons são dotações de poder para o serviço,
o fruto é uma expressão do caráter de Cristo na vida do cristão.
c)
Os dons manifestam-se imediatamente
perfeitos, enquanto o fruto requer tempo para crescer e desenvolver-se;
d)
Os dons revelam concessão de poder e graça
especial, enquanto o fruto se relaciona com o caráter do portador.
O cristão deve conservar em perfeita sintonia os
dons e o fruto do Espírito. Ele deve manter-se sempre cheio do Espírito, tanto
do poder quanto do fruto. Crente cheio de poder, mas sem fruto (se for
possível) é como uma linda arquitetura sem fundamento.
· Entre as virtudes cristãs elencadas pelo
apóstolo Paulo, está a do domínio próprio. Quando relaciona as qualidades
de um cristão, Paulo inclui o domínio próprio (Tt 1:8), junto com hospitalidade, benignidade, sobriedade, justiça
e piedade. O apóstolo Pedro segue na mesma trilha, colocando como uma das virtudes
a ser buscada pelo cristão, ao lado do conhecimento, da perseverança e da
piedade (2Pe 1:6).
O sentido do
domínio próprio.
·
O apóstolo dava
muita importância ao termo (egkrateia), uma vez que o usa várias vezes. Em 1Coríntios 9:25, trata-se da virtude de
um atleta em disciplinar seu corpo em busca da vitória; em 1Coríntios 7:9, trata-se da capacidade do cristão em controlar sua
sexualidade.
·
A
expressão “domínio próprio” aparece sob diferentes palavras nas versões
bíblicas, tendo então como sinônimos principais autocontrole e temperança.
·
Podemos entender
melhor o que é domínio próprio pensando no seu oposto.
è Quem tem domínio próprio se
auto-domina. Quem não tem é dominado por algo ou por alguém. Domínio
próprio, portanto, é a capacidade efetiva que o cristão deve ter de controlar
seu corpo e sua mente.
·
Quando fez o
homem, Deus deu-lhe o privilégio de dominar sobre todas as coisas: Gn 1:26. O salmo 8:6 o salmista relembra esta competência humana, ao dizer que
Deus deu ao homem domínio sobre todas as obras das suas mãos e dos seus pés.
Esta competência, no entanto, nem sempre se realiza quando se trata do homem dominar
a si mesmo. Embora possa estar em nós desejar fazer o bem, nem sempre o fazemos Rm 7:18-19. Por isso, parecemos, por
vezes, em cidades derrubadas, pois que cidade “que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Pv 25:28).
·
Esta
percepção não é um convite à passividade, mas um desafio a nos conhecermos mais
e a nos esforçarmos mais para viver segundo o padrão de Deus, por difícil que
seja.
Alguns sinais da falta de Domínio
Próprio são:
a)
Orgulho: Sl 19:13 Quando a
pessoa não tem autodomínio, o primeiro sinal é ser orgulhosa e não reconhecer o
seus erros. Com isso, a pessoa prossegue fazendo coisas erradas sem reconhecer.
b)
Impaciência: Pv 16:32 Quem não sabe esperar
também não se domina e logo comete erros inconsequentes.
c)
Descontrole: Pv 25:28 A pessoa sem
domínio fica descontrolada e não tem mais condições de saber sobre suas
próprias ações.
d)
Ignorância: Sl 32:9 O pior nível
de uma pessoa sem domínio é quando se torna ignorante ao ponto de ignorar as
pessoas e as consequências de suas ações.
· Uma pessoa que está tomada de orgulho, impaciência,
passando a não ter controle sobre suas ações e se torna ignorante, não tem o
domínio de si.
Desenvolvendo o
auto-controle (domínio próprio)
è Dominando nossos sentimentos. Somos movidos
pelos nossos sentimentos. Se, por exemplo, amamos a Deus, ao próximo ou a nós
mesmos, somos levados a querer bem, adorando a Deus, respeitando o outro e
gostando de nós mesmos. Se, de outro lado, em nós o ódio é forte, seja a Deus
pela figura do pai que representa, seja ao próximo, por ser a fonte de nosso
sofrimento (o inferno são os outros,
já dizia Sartre), seja a nós mesmos, pela incapacidade de ser o que
gostaríamos de ser, somos levados ao vale do vazio.
·
Ter domínio
próprio é fazer com que os sentimentos bons sejam fortalecidos e canalizados
para que possam ser aperfeiçoados.
·
Desde Platão, existe uma modalidade de amor silencioso. Há homens que
amam mulheres que jamais retribuirão o seu amor pelo simples fato de não
saberem que são amadas. Há, pois, um amor erótico platônico. Há também um amor
fraternal platônico, que é aquele que nunca passa ao campo da ação. Há ainda um
amor espiritual platônico. Há gente que só Deus, que sonda os
corações, sabe que é amado por ela, porque dos lábios desse tipo de
adorador não sai um cântico, não sai uma palavra de gratidão ou de exaltação a
Deus. Quando temos domínio sobre o sentimento do amor, fazemos com que ele
se torne operativo.
·
Se o Espírito Santo habita em nosso coração, ele não pode
conviver com o ódio. Contudo, sabemos que, embora não o desejando, nós
odiamos. Por isto, a recomendação bíblica é que, mesmo nos irando, não devemos
pecar e nem permitir que o sol se ponha sobre a nossa raiva. Antes, consultemos
nosso travesseiro e sosseguemos (Salmo
4:4). Em outras palavras, o ódio não pode ser um sentimento permanente em
nós, para que não nos destrua. O ódio é, portanto, um sentimento a ser
controlado ou ele nos dominará e nos levará a fazer o que não queremos.
·
A ambição é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos
ser acomodados; antes, devemos querer o máximo para nós. A ambição destrói
quando não vê métodos e se baseia na comparação com o que os outros são ou
alcançaram. Controle a sua ambição e ela não controlará você.
·
A vaidade é um sentimento que também deve ser controlado. Não devemos
achar que nada valemos e que os outros são melhores ou fazem as coisas melhores
que nós. A vaidade mata quando nos leva a nos achar onipotentes e oniscientes,
acima da média humana. Controle a sua vaidade e ela não o controlará.
·
As
nossas vontades precisam ser dominadas por Deus. Para isso é necessário ter
conhecimento de si mesmo e das fraquezas para saber se dominar Gn 4:7. As vontades da carente
precisam ser controladas (I Cor 7:9), pois a vontade é algo
que “dá e passa”.
è Dominando a língua: Tg 3:2-8 Um grande desafio é controlar a própria
língua. Isso só é possível entregando totalmente a Deus (Sl 141:3). Não
adianta ter religiosidade e não saber controlar a língua (Tg 1:26).
è Dominando os pensamentos: Fp 4:8 Devemos nos armar com o capacete da salvação (Ef
6:17) e levar “cativo todo pensamento à obediência
de cristo” 2 Co 10:5. Precisamos pensar
somente o que é bom para nossas vidas e ocupar nossa cabeça com coisas que
edificam. Como diz o ditado popular: ‘mente vazia é oficina do diabo’.
è Dominando nossas ações: 1 Co 9:25 Rm
6:14. Os nossos atos devem ser colocados a serviço e obediência de
Deus. Portanto, as nossas ações devem ser inspiradas no exemplo de Cristo 1
Pd 2:21.
CONCLUSÃO:
·
Aprenda a tomar
atitudes diferentes das que toma hoje. Faça com que seus sentimentos e
desejos não redundem sempre nos mesmos atos. Você nasceu assim, mas não precisa
morrer assim. Abra-se para o diferente. Faça o que nunca fez antes.

·
Deixe-se
conduzir pelo Espírito de Deus. Como fruto do Espírito, o domínio
próprio tem seu gênesis no relacionamento do Cristão com o Espírito Santo. Deixe-se
dirigir pelo Espírito. O domínio próprio só é possível por meio de Sua ação em
nós.
·
Sl 119:133 “Firma os meus passos na
tua Palavra, e não me domine iniquidade alguma”.
Contato com Pr. Nilton Jorge
Tel. (22) 998746712 Whatsapp
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