terça-feira, 29 de agosto de 2017

PENTECOSTE E A OBRA MISSIONÁRIA

At 2:1
INTRODUÇÃO:
ð Estatísticas missionárias afirmam que, de cada seis habitantes no mundo, dois são cristãos (católicos, protestantes, ortodoxos e evangélicos), um já ouviu falar de Jesus pelo menos uma vez (mas, ainda não correspondeu), um é muçulmano e dois nunca ouviram falar de Jesus nenhuma vez.
ð Se olharmos o panorama mundial da Igreja evangélica perceberemos que o crescimento evangélico foi 1.5 % maior que o Islã na ultima década. O Evangelho já alcançou 22.000 povos nestes últimos 2 milênios. Temos a Bíblia traduzida hoje em 2.212 idiomas. As grandes nações que resistiam o Evangelho estão sendo fortemente atingidas pela Palavra, como é o caso da Índia e China, que em breve deverão hospedar a maior Igreja nacional sobre a terra.
ð No Brasil urbano a Igreja cresceu 267% nos últimos 10 anos. Apesar dos diversos problemas relativos ao crescimento e algumas questões de sincretismo que são preocupantes no panorama geral, vemos que o Evangelho tem entrado nos condomínios de luxo do Rio de Janeiro e nos vilarejos mais distantes do sertão, colocando a Palavra frente a frente com aquele que jamais a ouvira antes. Há um forte e crescente processo de evangelização no Brasil.
ð Porém o desafio da obra missionária persiste. Existem no mundo 1.700 línguas e dialetos que não têm sequer um versículo bíblico traduzido; mais de 210 milhões de alcoólatras, 110 milhões de homossexuais (gays e lésbicas), 53 milhões que morrem de fome por ano e 140 que morrem por dia devido doenças, violências, guerras, suicídios e etc. A obra da evangelização urbana e missões transcultural é urge com veemência.
·           O livro de atos dos apóstolos ou atos do Espírito Santo cobre um período de mais de 30 anos da história da Igreja.
·           No capítulo 1 e segundo, o doutor, evangelista e historiador Lucas faz uma narrativa que vai do calvário ao arrebatamento da Igreja.
·           Após narrar sobre a vida e morte de Jesus At 1:1, Ele faz uma narrativa sobre a ressurreição de Cristo e logo em seguida sobre a promessa cumprida em pentecoste.
·           No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas: a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.
·           Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento. Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
1.    Festa da Colheita ou Sega. Ex 23.16.
2.    Festa das Semanas. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá cinquenta dias depois da Páscoa.
3.    Dia das Primícias dos Frutos. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega Nm 28.26.
ð Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
4.    Festa de Pentecostes. Cujo significado é cinquenta dias depois (da Páscoa).
ð Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém.

ð Conforme Deuteronômio 16 há 6 características da celebração:
1.        A Festa das Colheitas era alegre e solene (Dt 16.11);
2.        A celebração era dedicada exclusivamente a Javé (Dt 16.10);
3.        Era uma festa aberta para todos os produtores e seus familiares, os pobres, os levitas e os estrangeiros (Dt 16.11).
4.        Agradecia a Deus pelo dom da terra e pelos estatutos divinos (Dt 15.12);
5.        Era uma "Santa Convocação". Ninguém trabalhava (Lv 23.21);
6.        Era celebrado o ciclo da vida, reconhecendo que a Palavra de Deus estava na origem da vida “da semente, da árvore, do fruto, do alimento, da vida”.

Porque a Igreja ainda celebra o pentecostes?
1.    Porque enquanto que a páscoa judaica comemora-se a morte do cordeiro, no Pentecostes cristão, comemora a ressurreição de Jesus dentre os mortos.
2.    No pentecoste se celebrava a entrega da lei, no pentecoste cristão comemora-se a entrega da nova aliança para a Igreja.
3.    No pentecoste judaico o sacerdote apresentava dois pães a Deus, no pentecoste cristão, Deus união judeus e gentios em um só corpo a Igreja.
4.    No pentecoste judaico comemorava-se o cumprimento da promessa. Conforme Dt 26:3 as primeiras palavras que os adoradores do A.T pronunciavam no dia de pentecoste diante do sacerdote eram “Declaro hoje ao Senhor, o seu Deus, que vim para a terra que o Senhor jurou aos nossos antepassados que nos daria”.
ð Obs: “Vim para a terra” ou seja “Declaro que entrei”. É justamente isso que o pentecoste cristão significa: Por meio de Jesus, obtivemos o direito a tudo que a terra prometida prenunciou, posso experimentar a plenitude de todas as coisas boas do céu. Eu entrei.

ð Pregar sobre um texto como esse é uma das tarefas difíceis do pregador. Este texto é policromático, polisemântico. Fôssemos abordar, todos os seus ângulos, vertentes e nuances, levaríamos, quem sabe cinquenta dias...
ð Quero, porém, falar a partir da perspectiva dos paradoxos que se encontram no texto. A palavra paradoxo vem do grego e significa: parecer ou aparentar. O paradoxo não é uma contradição. Na contradição uma coisa nega a outra. No paradoxo, há uma aparente contradição, não, uma real contradição. Jesus usou paradoxos: Mt. 10.39 Quem perde a sua vida por minha causa acha-la-á.

1.             PENTECOSTE É O PARADOXO DO FIM DO COMEÇO E O COMEÇO DO FIM At 2. 17

ð O derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é início e fim.
ü É o fim da antiga aliança e o surgimento de uma nova.
ü É o fim de uma velha era e o início de uma nova.
ü O que era escrito em pedras agora é escrito no coração.
ü O povo de Deus agora já não é uma questão de raça (ser judeu), mas de roça (é a colheita do Espírito Santo que semeia a palavra no coração do homem) .
ð Pedro, ao citar o profeta Joel, deixa claro: o fim já começou há muito tempo.
A compreensão de que o pentecostes marca o tempo do fim e o fim dos tempos, traz para nós duas aplicações.
a)   Somos chamados à vigilância, pois o fim se abrevia, o tempo da nossa partida para chegarmos enfim à nossa Canaã está cada dia mais próximo.
b)   Devemos repreender todo espírito de alvoroço e de confusão daqueles que querem conhecer os tempos e épocas que Deus reservou para si. Com expectativa, mas sem ansiedade; com certeza no coração, mas, sem confusão na mente.

2.             PENTECOSTE É O PARADOXO DO ESPERADO ACONTECENDO INESPERADAMENTE. At 1.4 e At 2:2.

ð Eles esperavam, mas não sabiam quando. Eles tinham a certeza, não a previsão.
ð O Espírito Santo não é companheiro de encontros programados, de horas marcadas anunciadas em cartazes e divulgados em todos os lugares. Ele vem quando não esperamos. E não vem da forma que esperamos. Quem quiser andar com o Espírito tem que estar preparado para surpresas, para o inesperado. 

3.    PENTECOSTE É O PARADOXO DO INCONTROLÁVEL SENDO CONDUZIDO.

ü Quando o Espírito Santo vem ninguém se controla. Mas ele controla a todos. Naquela hora ninguém escolheu nem determinou os seus atos. Mas ninguém estava sem controle. O Espírito Santo controlava a todos. Era conforme o Espírito Santo concedia.
ü Ser cheio do Espírito Santo não é ser como um trem desgovernado ou um avião sem piloto. Ser cheio do Espírito Santo é ser conduzido por ele que na sua soberania faz o que quer quando quer e como quer.

4.             PENTECOSTE É O PARADOXO DO SOBRENATURAL ENCHENDO O NATURAL.

·      A experiência de ser visitado pelo Espírito Santo é a mais fascinante experiência do ser humano. É ser invadido por uma alegria desmedida; é ser tomado por um poder incomparável; é ser seduzido por uma glória irresistível, é ser inundado por uma onda de amor jamais experimentado. É ser transformado para sendo o mesmo nunca mais ser igual. Pedro ainda era Pedro, mas já não era o que foi. O medo deu lugar à coragem.
·      O rude pescador era o grande pregador. O Espírito Santo deu àqueles homens a estatura que não tinham e os projetou a dimensão que nunca sonharam.

CONCLUSÃO: O Pentecostes é um evento único e inrrepetível, como foi o nascimento, morte e ressurreição de Cristo, mas os seus efeitos são permanentes. 

·      Finalmente, podemos crer, que a despeito das nossas limitações. O finito é tomado pelo infinito; que o temporário é tomado pelo que é perene; que o fraco é invadido pelo Todo-poderoso; o tangível pelo intangível; o imanente pelo transcendente; o mortal pelo imortal; o visível pelo invisível; o contaminado pelo incontaminado e que é Santo, Santo, Santo; o pó e a cinza pelo eternamente glorioso e sublime. Podemos crer, que eu, que você, que nós, podemos ser tão cheios do Espírito Santo a ponto de transbordar continuamente como foram os discípulos. Pois Deus não nos dá o Espírito com limitações.

Contatos com o Pr. Nilton Jorge
Tel. (22) 998746712 whatzapp
Email. niltondalani@gmail.com
https://www.facebook.com/Pr.NiltonJorge

Um comentário:

Os comentários serão lidos pelo autor, só serão respondidos os de grande relevancia teológica, desde já agradeço pela visita.