TEXTO: At 9.37ª
INTRODUÇÃO:
·
O nome Tabita é
a forma Aramaica do vocábulo grego Dorcas. Tabita, em aramaico,
e Dorcas, em grego, significavam “corça”, um animal que anda pelas alturas, protegendo o
rebanho e estando alerta para adverti-lo dos perigos. Assim era comparada a
solicitude daquela mulher: sempre pronta a proteger alguém, do alto de sua alma
nobre. Dorcas poderia ser chamada pelos dois nomes, porque a cidade de Jope,
onde morava, sendo um porto marítimo era habitada por judeus e gentios.
·
Não se sabe qual
a razão pela qual o escritor sacro apresenta o nome nos dois idiomas. Os dois
nomes indicam que esta mulher tinha trânsito em duas culturas. Sua ressurreição é uma das sete da Bíblia, incluindo a
de Jesus. As outras foram efetuadas por Elias (1Rs 17.22), Eliseu (2Rs 4.35),
Jesus (Mc 5.42, Lc 7.14, Jo 11.44) e Paulo (At 20.10).
·
Dorcas
é um modelo não apenas para mulheres, mas para todos os crentes em geral. Dorcas era
fervorosa e abnegada, não agia por interesse; renunciava as suas próprias
vontades em função de outra pessoa; Para ela, tudo era fácil. Ela não contava o
tempo, nem media esforços. Não barganhava com as pessoas, nem com Deus. O que
ela tinha não era absolutamente dela e sentia um prazer tremendo em ajudar os
outros, em deixar os outros felizes.
v NO VERSO 36 HÁ QUATRO QUALIDADES NA VIDA
DE DORCAS:
1)
DORCAS ERA UMA
DISCIPULA
v. 36. Discípulo quer dizer: O
que recebe disciplina ou instrução de outro; O que segue as ideias ou imita os
exemplos de outro. Como Igreja necessitamos formar discípulos que irão
alimentar a próxima geração, é a única chance de ver algo diferente
acontecendo.
2)
DORCAS GOZAVA DE
BOA REPUTAÇÃO
v. 36. A versão Revista e Atualizada
diz que Tabita "era notável".
a)
Ser notável é
ser acima da média.
b)
Ser notável é
fazer algo mais do que todos estão fazendo.
c)
Ser notável
implica em ser uma pessoa agradável de bom caráter. Tabita era tão
notável que o apóstolo Pedro não poderia deixar de atender ao chamado para
estar ali em seu sepultamento. Há poucos relatos de ressuscitação na bíblia,
portanto, jugo que Tabita era tão notável que sua ótima reputação
influenciou até o céu.
3)
DORCAS PRATICAVA
BOAS OBRAS
v. 36. O ver. 36 na Versão
Almeida Revista e Atualizada nos faz menção algo que precisa ser destacado.
O texto diz que “ela [Dorcas] era notável
pelas boas obras que fazia”. Podemos
aprender que Dorcas era conhecida por suas boas obras.
v
As
boas obras não salvam (Ef 2. 8) mas
devem ser parte da vida de uma alma salva, pois refletimos o caráter de Jesus (Ef 2. 10).
v
Dorcas
pregava com a agulha. A pregação sem as boas obras é fraca e sem eficácia.
Como
cristãos necessitamos ser despertados para a prática das boas obras, por que
elas tocam os céus e podem mudar a história das pessoas.
4)
DORCAS ERA MUITO
QUERIDA
v. 36. A Palavra de Deus afirma que
há pessoas de quem “o mundo não é digno”
(Hb 11.38 O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas
cavernas e grutas). Ou seja,
gente especial, útil, que dignifica a existência humana.
v
Prova disto é
que a igreja em Jope decidiu buscar em Deus algo até então inédito: a ressurreição
da discípula morta. Inédito porque, desde que Jesus fora para o céu, este
milagre ainda não havia acontecido.
v
Havia se passado
oito anos após o Pentecostes, Lucas escreve o verso 37 como a transição das
características de Dorcas para o drama vivido. E o auxiliador de Paulo o
discípulo e doutor Lucas diz “E naqueles dias”, quais dias?
a)
Dias que marcaram a conversão, vocação e chamado de
Paulo.
b)
Dias de um avivamento poderoso na Judéia, Galiléia e
Samaria v.31.
c)
Dias em que os Sinais e Milagres Confirmam o
apostolado v.34.
d)
Depois de quase
oito anos após o Pentecostes, temos o Apóstolo Pedro visitando vários crentes
das partes da Judéia At 9. 32.
“E
aconteceu naqueles dias”, O
que aconteceu? Dorcas ficou doente, morreu e começaram prepará-la para
sepultá-la.
v
O verso 39 fala
de um legado que deixa saudade. O capítulo 21 do segundo livro de
Crônicas apresenta para nós a história de Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá.
Este monarca foi tão maligno e cruel que morreu sem deixar saudades em ninguém
(2Cr 21.20 Jeorão tinha trinta e dois anos de idade quando começou a reinar, e
reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem que ninguém o lamentasse, e foi
sepultado na cidade de Davi, mas não nos túmulos dos reis.).
ð
Em
contraste com a história de Jeorão, a vida de Dorcas foi bem diferente.
Ela
era discípula, santa e amorosa. Sua morte trouxe profundo pesar à Igreja. Ela
era tão querida e estimada que enviaram emissários até o apóstolo Pedro para
que viesse urgentemente a Jope.
ð AQUELES DIAS ERAM DIAS DE COISAS
EXTRAORDINÁRIAS.
TRANSIÇÃO: QUAIS
AS LIÇÕES DESSES DIAS EXTRAORDINÁRIOS?
1.
NAQUELES DIAS DE
COISAS EXTRAORDINÁRIAS, ACONTECEM COISAS RUINS COM GENTE BOA v.37.
v
Se
Deus é bom, por que coisas ruins acontecem a pessoas boas? Essa é, com certeza,
a pergunta mais inquietante de toda a Escritura. O que mais nos perturba é ver
o sofrimento do inocente. É difícil entender o porquê que o justo, muitas
vezes, recebe como pagamento da justiça a injustiça.
v
Está em voga
hoje a Teologia da Retribuição. É uma teologia que leva o homem a
buscar e servir a Deus pela recompensa que pode receber. Também chamada de
Teologia da Barganha. Porém
Biblicamente:
a)
O Sofrimento tem
sua origem no pecado. A enfermidade,
a dor, o sofrimento e as demais mazelas que assolam a vida tiveram sua origem
no pecado.
ð
O
pecado contaminou toda humanidade. E, por causa disso, todos nós estamos
sujeitos e vulneráveis ao sofrimento. O sofrimento é uma praga que afeta todas
as pessoas. Ela não respeita idade, sexo, religião nem status social. O rico
sofre, o pobre sofre, o homem sofre, a mulher sofre, a adulto sofre, a criança
sofre. O sofrimento é um problema universal.
b)
O Sofrimento
“pode ser” provocado pelo diabo por permissão divina. O inimigo de nossas almas é incansável
na arte de tentar. Ele está sempre procurando uma brecha em nossas vidas para
arruiná-las.
c)
O sofrimento
pode ser produzido por nós.
Muitos dos nossos sofrimentos são consequências de escolhas incertas. São
desdobramentos de atitudes erradas. São consequências de pecados que, embora
perdoados, ainda assim geram seus efeitos. Deus anula nossos pecados, mas não
as consequências que ele traz.
d)
O sofrimento tem
um propósito divino. Rm 8:28 “todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus”. Assim, nada em nossa vida acontece por acaso.
Todas as coisas que nos sucedem estão debaixo do controle absoluto de Deus. É
possível perceber que Deus estava trabalhando nos bastidores para um bem maior.
e)
O sofrimento
revela quem realmente nós somos. O sofrimento revela nossa fragilidade
e vulnerabilidade. No sofrimento a nossa fé é testada. É exatamente no deserto
que colocamos para fora aquilo que está no nosso coração. São exatamente em
dias de crise que temos a grande oportunidade de vislumbrar a profundidade do
nosso relacionamento com Cristo.
2.
NAQUELES DIAS DE
COISAS EXTRAORDINÁRIAS, POSSO ESTAR NO LUGAR DA INTIMIDADE SEM SER ÍNTIMO v.37.
v
Onde
colocaram Dorcas? Levaram-na para o cenáculo, um lugar semelhante ao lugar onde
os apóstolos receberam o Espírito Santo. O cenáculo era um aposento que ficava
no piso superior de uma casa. Caracterizava-se por ser um lugar amplo, acima do
nível da rua, com pouca mobília. Era usado para festas, reuniões e também para
a hospedagem de visitantes.
ð
Foi no Cenáculo que Jesus realizou a Páscoa com os
discípulos.
ð
Foi no Cenáculo que Jesus se revelou aos discípulos após
ressuscitar.
ð
Foi no Cenáculo que os discípulos se reuniram no
cenáculo para juntos orar e esperar a promessa da vinda do Espírito Santo.
ð
Foi no Cenáculo que Puseram o corpo de Dorcas depois que
morreu.
v
Podemos aprender
três lições com o cenáculo.
1)
O cenáculo é um
aposento elevado.
Para ter acesso a ele é necessário subir. Por ficar em um lugar mais alto, quem
está lá tem uma visão melhor. Se quisermos maiores experiências com Deus,
temos que subir para um nível acima.
2)
O cenáculo é um
lugar espaçoso, amplo. Não havia muita coisa para se distrair no cenáculo,
a mobília era pouca. Havia bastante espaço para se movimentar. O Espírito Santo
que nos encher da Sua presença. Precisamos dar espaço a Ele, ter tempo para
Deus, ter espaço em nossa agenda para buscar aquilo que é realmente importante.
Ficamos distraídos com tantas coisas e, muitas vezes, nos esquecemos do que
realmente é importante: a presença do Senhor.
3)
O cenáculo era
um lugar de encontro. Aquele lugar lembrava algo.
·
Lembrava
o lugar onde a Igreja nasceu; ali puseram Tabita. Como ninguém subia mais ao
cenáculo, levaram o seu caixão para lá.
·
A oração que tremia o lugar havia acabado a misericórdia
e o poder já não se manifestavam.
Lição: Se o
cenáculo não for mais usado, será transformado em cemitério de esperanças que
morreram pela frustração.
ð
VOLTE AO
CENÁCULO.
Aquele lugar de luto voltou a ser lugar de vida; um lugar de festa. Onde Deus
está operando, torna-se um lugar bom para viver. Todos querem estar onde o
poder de Deus é sentido.
3.
NAQUELES DIAS DE
COISAS EXTRAORDINÁRIAS, O EXTRAORDINÁRIO OPERADO EM MIM VISA GLÓRIA PRA DEUS v.39,40, 42.
v
Quando
Pedro chega no Cenáculo, as viúvas trouxeram os vestidos e túnicas que Dorcas
havia feito, Pedro as coloca pra fora do Cenáculo e chama a discípula pelo
nome.
LIÇÃO: No Cenáculo
Lugar de intimidade o que eu faço, não pode ser maior de quem eu sou. No
Lugar da intimidade não há espaço para glórias humanas.
v
No Lugar da
intimidade tenho que colocar fora o que impede a glória de Deus se revelar,
porque todo milagre é feito de porte fechada.
ð Três fatores foram essenciais para que o
milagre ocorresse.
a)
O poder da
compaixão.
(sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem,
acompanhado do desejo de minorá-la;). Este sentimento fez com que Pedro
tomasse uma atitude e assim houve uma reviravolta no episódio.
ð
Se Pedro não tivesse se deixado afetar pela dor daquelas
viúvas, Tabita teria sido sepultada.
b)
O poder da
oração.
Por quê? Porque por melhores que sejam nossos desejos, eles não têm o poder de
mudar as coisas. Por isso, Pedro precisava orar. Pedro mandou que todos
saíssem, porque a compaixão era dele, o sonho era dele e portanto, a luta em
oração era dele.
c)
O agir pela fé. Pedro não orou
e ficou esperando desconfiado para ver o que iria acontecer. Uma vez convicto
de que Deus ouvira sua oração, ele começou a agir, ordenando àquele corpo
inerte que se levantasse.
ð
O CENÁRIO DA DOR
SE TORNARÁ O PALCO DE MILAGRE. Todo cristão por mais caridoso e bom
que seja pode ser surpreendido pela dor de uma perda, pode ser assaltado pela
angustia. Dorcas de modo inesperado foi assaltada por uma enfermidade que lhe
causou a morte.
ð
Desta vez vemos
a fé para o milagre, não da pessoa que precisava dele, mas dos que estavam ao
seu redor.
Precisamos crer para o bem de outros, não só para o nosso próprio bem.
CONCLUSÃO:
v A Igreja adiou o
sepultamento da amada discípula Dorcas na esperança da intervenção divina.
O
apóstolo Pedro havia pouco tempo antes curado o paralítico Enéas e os devotos
cristãos esperavam que ele, através da oração e da fé, restituísse a vida de
Dorcas na autoridade do nome de Jesus.
v
Neste
momento temos toda uma comunidade alegre pela ressurreição de uma discípula.
Esta tinha uma marca em sua vida, uma agulha e vestes feitas para a obra do
Senhor.
v
Cada um tem uma
marca.
Moisés, uma vara. Sansão uma queixada de jumento, Paulo um lenço, Pedro sua
sombra. Mas esta mulher tinha uma
agulha. Por mais insignificante que pareça os recursos que temos para
servirmos ao Senhor, será de grande serventia.
Contatos com o Pr. Nilton Jorge
Tel. (22) 998746712 Whatsapp
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