Ap 1:9-20
INTRODUÇÃO:
·
O livro de Apocalipse pode ser sintetizado em nove características
básicas:
1.
É um livro centrado na Pessoa de Cristo - Este livro magnífica a grandeza e a glória de Cristo. Esse livro é a
revelação de Jesus, da sua glória, da sua majestade e triunfo, e não
simplesmente a revelação de eventos futuros.
2.
É um livro aberto - João recebeu a ordem para não
selar este livro (22:10), porque o povo de Deus necessita da mensagem que ele
contém.
3.
E um livro cheio de símbolos - Este é um livro
claro para uns e misterioso para outros. Os símbolos eram janelas abertas para
os salvos e fechadas para os ímpios.
4.
É um livro de profecia
5.
E um livro com uma bênção completa - Este livro
fala de sete bem-aventuranças.
6.
É um livro relevante - Este livro trata das
coisas que em breve devem acontecer (1:3), porque o tempo está próximo (1:3).
Veja também 22:7,10,12,20. Breve aqui não é imediatamente, mas pronto. Deus não
mede o tempo como nós (2 Pe 3:10). Ninguém sabe o tempo da volta de Cristo, por
isso, precisamos estar preparados.
7.
É um livro majestoso - Apocalipse é o livro
do Trono. A palavra "trono” aparece 46 vezes no livro. Cristo é apresentado
em sua glória e domínio.
8.
É um livro universal - João vê nações e
povos como parte do programa de Deus.
9.
É um livro apoteótico - Apocalipse é o
clímax da Bíblia. Tudo que começou em Gênesis irá se completar e se consumar em
Apocalipse. Jesus é o alfa e o ômega. Tudo o que ele começa, ele termina.
·
As
circunstâncias que foram escrito o livro de Apocalipse v.9.
ð
O livro foi escrito provavelmente nos anos 90 da
era cristã. O imperador Domiciano, que reinou entre 81 a 96, ferozmente
perseguia a Igreja de Cristo na Ásia Menor.
ð
João foi banido para a ilha de Patmos, uma
colônia penal romana, onde se exilavam prisioneiros políticos. Ali esses
prisioneiros perdiam todos os seus direitos civis e toda possessão material. Os
prisioneiros eram obrigados a trabalhar nas minas daquela ilha, vestindo-se de
trapos. A ilha ficava no Mar Egeu e tinha 16 km de comprimento por 10 km de
largura, uma ilha nua, vulcânica, com elevações de até 300 metros.
ð
Ao lado do nome bíblico antigo de irmão, o qual
manifesta a comunhão de fé, apresenta-se uma expressão mais objetiva: companheiro.
A causa em comum é definida de três
maneiras:
a)
Companheiro
na tribulação.
b)
Companheiro no reino.
c)
Companheiro na perseverança na fé em Jesus
·
A VISÃO É
APRESENTADA v.10
W
“no dia do
Senhor”. Existem quatro
expressões técnicas no que diz respeito ao “dia do Senhor” no Novo Testamento, sendo
que, cada uma delas, aponta para uma época diferente; por exemplo:
1. Analisemos os quatro pontos seguintes no
que diz respeito ao: (a) Dia do
Senhor Jesus Cristo; (b) Dia do
Senhor, Cristo ou Filho do homem; (c)
Dia de Deus ou do Senhor: no sentido próprio; (d) Dia do Senhor, do texto em foco:
a) O
Dia do Senhor Jesus Cristo. O dia do Senhor Jesus se relaciona
exclusivamente com o arrebatamento da Igreja;
b) O dia de Cristo, do Senhor ou do
Filho do homem, está relacionado com seu retorno à terra com poder e grande
glória;
c) O dia de Deus ou Senhor, no
sentido próprio, está relacionado com o Juízo Final;
d) O dia do Senhor do texto em
foco, está relacionado com o dia da ressurreição de Cristo. A presente
expressão “dia do Senhor”, significa;
“O
dia da Ressurreição” do Senhor Jesus Cristo, visto que, a expressão
“Senhor
Jesus” só ocorre no Novo Testamento depois da sua ressurreição Lc 24.3, sendo identificado entre os
cristãos como “o primeiro dia da semana” Mc 18.9.
ð
Para o
cristianismo o primeiro dia da semana, contrasta bastante com o sétimo (o
sábado): O sábado recorda o descanso de Deus na criação (Êx 20.11;
31.17); o domingo a ressurreição de Cristo (Mc 16.1,9). No sétimo dia Deus
descansou; no primeiro dia da semana Cristo esteve em atividade incessante. O
sábado comemora uma criação acabada; o domingo rememora uma redenção consumada.
O sábado era um dia de obrigação legal para Israel; o domingo, o culto
espontâneo para o cristão. O sábado é mencionado nos Atos dos Apóstolos somente
com referências aos judeus, e no resto do Novo Testamento, só duas vezes (Cl 2.16 e Hb 4.4). O sábado era um dia
de repouso total para Israel; para o crente em Cristo, esse repouso teve lugar
no momento que ele aceitou Cristo como Salvador. Hb 4.3.
W
JOÃO
TEVE TRÊS VISÕES:
1. João tem a visão da Noiva de Cristo como
CANDELABROS DE OURO - v. 12
ð
O candelabro, cujo nome de origem é menorah, é
também chamado nas Escrituras Sagradas de “castiçal”, “candeeiro”, “candeia”,
ou simplesmente “lâmpada”. Constitui-se num dos objetos mais importantes e
significativos da cultura e da religião judaica. O candelabro era todo
esculpido em ouro puro (“... uma peça só...”). Pesava um talento, o que,
acredita-se, correspondesse entre 30 e 35 kg. Alguns estudiosos pretendem que
suas medidas fossem 1,65 m de altura por 1 m de comprimento, de uma extremidade
a outra.
ð
O candelabro consistia numa coluna central, da
qual saíam seis hastes, três dum lado e três do outro, sendo que a peça inteira
era sustentada por um pedestal. Ao todo, o candelabro tinha sete lâmpadas, que
eram acesas através de um pavio, embebido de azeite. O candelabro tinha função
vital dentro do tabernáculo; ficava do lado esquerdo de quem entreva no Santo
Lugar, o segundo compartimento (dentro da tenda), e era a única iluminação que
se tinha dentro daquele recinto sagrado.
ð
Na visão de João os castiçais representavam as igrejas, que
agora era a luz do mundo. Apesar de ter o Castiçal da antiga aliança sete
braços, mesmo assim eram ligados por uma só peça (o pedestal). Israel, mesmo
dividido geograficamente em doze tribos, contudo, eram ao mesmo tempo unidos
por um só pedestal: A Lei do Senhor Nm
9.14. Na Nova Aliança o Senhor Jesus interpretou para João que os sete
castiçais representam as “sete Igrejas” (v.
20).
ALGUMAS LIÇÕES DOS CANDELABROS DE OURO:
ð
O
CANDELABRO E A NECESSIDADE DE ILUMINAR Mt
5.13. A função da Igreja é, portanto, dar luz ao mundo, e se uma
lâmpada deixasse de proporcionar luz ela era afastada. Cada igreja local é
reputada responsável pelo uso da luz de Deus, a fim de iluminar a comunidade
onde se encontra. Isso significa que cada igreja precisa cumprir com sua parte,
com sua missão, nunca esquecendo seu propósito, seu objetivo, caso contrário,
será afastada do candeeiro.
ð
OS
CANDELABROS E A PLURALIDADE NA UNIDADE. Embora cada candeeiro se
destaque, eles compõem uma unidade. A igreja é uma entidade com uma manifestação
plural. Os candeeiros são sete em número, número perfeito e sagrado na
literatura apocalíptica, número que fala da participação da Igreja nas
perfeições divinas, além de representarem a Igreja de toda a Terra. Precisamos
compreender que embora sejamos várias igrejas, de várias convenções e
denominações diferentes, somos uma única Igreja de Jesus Cristo, devemos ser
uma unidade, pois todos os candeeiros estão unidos a Cristo e dele recebem
luz, vida e plenitude.
ð
OS
CANDELABROS SÃO FEITOS DE OURO. No oriente antigo ao ouro se vinculava
certo censo de caráter sagrado e até mesmo de divindade. O ouro é um metal que fala de:
grande valor, duração, incorruptibilidade e força. Quando os magos foram
ofertar presentes a Jesus, a primeira coisa que ofertaram foi ouro. É
disso que consiste o evangelho de Cristo: transforma os homens, as
mulheres, em ouro. Transforma prostitutas em santas, ladrões e assassinos em
novos seres, em novas criações.
ð
OS CANDELABROS
BRILHAM ENQUATO SÃO DOADORES DE ÓLEO Zc 4.2,3.
ð
O
CANDELABRO E A COLUNA CENTRAL. E
no meio dos candeeiros está Jesus Cristo. Este fato de estar no meio
significa não apenas presença, mas sua permanente proteção e orientação. Os
cristãos não estavam abandonados, não eram pó, não eram areia, eram rochas
vivas na presença de Deus, pois Jesus está presente, vivo com eles. A Igreja
não está abandonada, não está sozinha, Cristo está entre nós, com seu poder,
nos protegendo e nos guiando.
O mundo vê Cristo através da igreja e no
meio da igreja. Isso significa que ninguém verá a Jesus em glória senão por
meio da sua igreja aqui na terra.
2.
João tem a visão do NOIVO na sua glória excelsa - v. 13-18.
ð
Filho
do homem. Este título, que freqüentemente é aplicado à pessoa de
Cristo, lembra sua humanidade Jo 1.14.
Cerca de 79 vezes esta expressão ocorre somente no Novo Testamento e com
exclusividade, nos Evangelhos, e vinte e duas vezes no livro do Apocalipse. Em
Ezequiel (por toda a extensão do livro), a frase é empregada por Deus 91 vezes.
ð
Este
título: O Filho do Homem Jo 3.13 havia se tornado uma figura messiânica
mais corrente. O Senhor Jesus escolheu esse título, evidentemente, menos
comprometido pelo nacionalismo judaico e pelas esperanças bélicas. Havia também
uma esperança judaica do “Homem dos últimos tempos” Rm 5.12-21; 1 Co 15.22, 45, 47; 2.5-11.
João vê dez características distintas do
Noivo da igreja em sua glória e majestade:
1. Suas Vestes v. 13 - Falam de Cristo
como Sacerdote e Rei. Ele nos conduz a Deus e reina sobre nós. A veste comprida de Cristo era uma vestimenta talar,
usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de duas funções. É
isso realmente, a dupla função do Filho de Deus atualmente (2 Tm 2.8 e Hb 3.1).
“O
cinto de ouro cingido a altura do peito era também usado pelo sacerdote quando
este ministrava no santuário, estava à altura do peio e não nos
rins, para ajustar as vestes de modo a facilitar os movimentos; assim, quando o
cinto está em volta de seus lombos, o serviço é proeminente. Jo 13.4, mas quando o cinto está em
volta do peito implica juízo sacerdotal dignificado, coisas que são inerentes
ao Filho de Deus tanto no passado como no presente.
2.
Sua Cabeça v. 14 - Falam da
sua divindade, da sua santidade e da sua eternidade.
3.
Seus Olhos v. 14 - Falam da
sua onisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante de quem tudo se
desnuda.
4.
Seus Pés v.15 - O latão reluzente seria um bronze de mui excelente
qualidade. Esse bronze pareceria rubro, vermelho, de tão quente. Quando
esse metal é usado nas Escrituras, simboliza o juízo prestes a sobrevir.
Seus pés como bronze derretido indicam a ira e o julgamento contra o pecado,
devido à santidade de Deus. Os pés como latão reluzente era também símbolo de
fortaleza, pois nos dias de João o latão era conhecido com o mais resistente
dos metais. Esse elemento, sem dúvida, aponta para a fortaleza de Cristo, rocha
eterna, inabalável que hoje continua firme, ninguém pode detê-lo, destruí-lo,
nem mesmo minimizar o seu poder e o seu domínio.
5.
Sua Voz v. 15 - Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu
julgamento. No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última
palavra e é a única a ter razão.
6.
Sua Mão v. 16 - A mão direita é a mão de ação, com a qual age e governa.
Isso mostra o seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de
Cristo (Jo 10:28).
7.
Sua Boca v. 16 - Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas
a Palavra do juízo. A única arma de guerra usada pelo Cristo
conquistador no capítulo 19 é a Espada que saía da sua boca (19:5). Essa é a
cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial, e precisamente sem
contestação.
E sua espada tem dois fios, o que significa que ele brande poder especial para
cumprir o julgamento; trata-se de terrível arma. Não haverá como escapar ao
juízo de Cristo, porquanto será perfeitamente exato.
8.
Seu Rosto v. 16 - A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido,
preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A
luz do sol supera o brilho dos candeeiros. Essa figura mostra que seu poder desconhece limites, sua glória e
majestade não tem igual, ele ilumina os homens, é o Sol da justiça e o
resplendor da justiça divina.
9.
Sua Perenidade - O Primeiro e o Último v. 17 - Ele é o criador, sustentador e
consumador de todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as
coisas. Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a
morte.
10.
Sua Vitória Triunfal v. 18 - João está diante do Cristo da cruz, que venceu a morte.
Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou,
ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Quem tem as chaves tem
autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra Mt 28:18. Há um provérbio rabínico que
diz que existem quatro chaves aninhadas na mão de Deus, que ele não outorga nem
a anjo nem a serafim: a chave da chuva, a chave do alimento, a
chave da mulher estéril e a chave da morte e do hades. Portanto, Cristo, por
ser o portador das chaves da morte e do hades, possui toda a autoridade final.
Essa autoridade reside nele e só nele.
3.
João tem a visão dos PASTORES das Igrejas v.16.
ð Ele tem na sua mão direita sete estrelas, que são os sete anjos das igrejas.
a)
Estando as sete estrelas em sua mão direita, significa que estão
completamente sujeitas a Cristo, para serem usadas em
Seu trabalho. Estão em sua mão e não em seus dedos, como se fossem anéis de
adorno.
b)
Hoje está complicado ser pastor sem ver perto pessoas interessadas em sua
destruição: Nm 12:1-2
1)
Confundiram a vida pessoal com a
eclesiastica Nm 12:1
2)
Confundiram Ministério com
competição que geram ciumes Nm 12:2
3)
Toda rebelião e Formentação tem que
ser resolvida Nm 12:3,
4)
Deus coloca distinção nos
ministérios Nm 12:6-8.
AS QUALIDADES DE UM PASTOR OU MINISTRO DE DEUS.
1.
Há de ser um homem manso, temperamento tratado v.3
2.
Há de ser um homem de intimidade para com Deus v. 8
3.
Há de ser alguém protegido por Deus v.8.
4.
Há de ser alguém escolhido por Deus v.8
4 COISAS ACONTECEM QUANDO HÁ
LEVANTE CONTRA A LIDERANÇA.
1.
Deus se Ira e torna adversário de quem se levanta contra v.8
2.
A presença de Deus vai embora v.9,10
3.
Os desobedientes e rebeldes ficam leprosos v.10
4.
A obra de Deus fica parada e o povo não sai do lugar v.15
CONCLUSÃO: Esse parágrafo pode
ser sintetizado em três aspectos:
1)
O que João ouviu (v. 9-11).
2)
O que João viu (v. 12-16).
3)
O que João fez (v. 17-18).
·
A reação de João diante da visão do Cristo da glória:
W Profundo quebrantamento (v. 18) - "Quando o vi, cai a seus pés
como morto". O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai
aos seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8;
At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus.
Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele habita em luz imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória
do Senhor sem se prostrar. Ilustração: as pessoas que dizem cair diante da
glória de Deus e se levantam do mesmo jeito.
W Gloriosamente
restaurado (v. 18) - Jesus toca e fala. A mesma mão que segura (v. 16), é a mão que toca e restaura (v. 18). O mesmo Jesus que acalmou os
discípulos muitas vezes, dizendo-lhes, não temas, agora diz a João: Não temas.
A revelação da graça de Jesus o põe de pé novamente para cumprir o seu
ministério.
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