sexta-feira, 26 de abril de 2024

AINDA HÁ ESPERANÇA QUEBRADAS

TEXTO: Ed 10:4

INTRODUÇÃO: 

·      O povo de Israel estava no exílio da Babilônia há setenta anos quando o rei Ciro tocado por Deus passa um pregão em todo o seu reino, dizendo que Deus o mandara edificar uma casa ao Senhor Deus em Jerusalém de Judá, (Ed 1:1-2), Esdras era um escriba encarregado dos negócios judaicos na corte da Pérsia, ele é o encarregado dessa reforma, junto a ele mais de 7 mil dos judeus obedeceram à voz de Deus e regressaram a Jerusalém. Em Ed 7:6-9 está o registro acerca da ida de Esdras para Jerusalém. Por isso que o capítulo nove inicia dizendo: “Acabadas, pois, estas coisas”, isto é, quatro meses e meio após a chegada. Esdras fora enviado a Jerusalém justamente para ensinar a Lei que Deus havia dado a Moisés, a cidade estava em total ruína, debaixo de vergonha, miséria e desprezo, foram longos anos de trabalhos intensos e de resistência à oposição dos samaritanos, arábios, amonitas e os asdoditas e a obra vai parar por 16 longos anos (Ed 4).

ð Em 587 Jerusalém cai, o Templo e destruído e o povo deportado.

ð Em 458: Esdras chega em jerusalém (Esdras 7,8).

ð Em 445: Neemias chega em Jerusalém (13 anos depois de Esdras - Neemias 2,1).

·      A obra só dará continuidade após a visita de Neemias, pois os muros seriam edificados, as cidades fortificadas, logo, os inimigos teriam dificuldades para entrar na cidade, pois, uma cidade destruída, sem muros, os inimigos, não se importam com ela, pois na hora que quiserem, eles entram sem maiores problemas, mas quando resolvemos fechar as brechas, restaurar os muros, restaurar o templo do Senhor, os inimigos se levantam, foi assim com Esdras e Neemias, os inimigos tentaram de tudo para impedir a reconstrução da cidade, e quando a cidade estava edificada, os muros erguidos, o templo restaurado, seria uma festa, mas os filhos de Israel se misturaram, se casando com outros povos, coisa esta que lhes não era licita, todo o povo, sacerdotes e levitas, haviam se misturado com os povos de outras nações. Ed 9:1.2 O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios, e dos amorreus. Porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a linhagem santa com os povos dessas terras; e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão.

 

·      Deus não queria que seu povo se misturasse, mas, aconteceu, Deus não abençoaria, Deus os havia entregado nas mãos de seus inimigos, no exílio da Babilônia, por causa dos mesmos pecados, Idolatria, prostituição, falta de justiça ao direito social, mistura com a cultura pagã cananéia, paganismo no templo, culto divorciado de quebrantamento, quebra das leis e ordenanças divinas, morte e perseguição aos profetas de Deus, entre outras coisas.

·      E agora de novo faziam e praticava o que trouxe o cativeiro, o que provocou as lágrimas pelas perdas de vida por ocasião do cativeiro. Sl 137 Eles se assentam, choram, lamentam e recordam. Agora livres voltam às mesmas práticas.

·      Pra quem lê o texto sem observar o contexto histórico vai ficar até irado ou confuso com a decisão, de mandar embora sem carta de divórcio as mulheres de relacionamento misto com seus filhos. Todavia isso representa voltar a estar debaixo do juízo de Deus.

 

ð No texto sagrado (9:3,4b,5;10:1,9), notamos as reações que Esdras teve o saber do pecado do povo, assim como alguns irmãos mais piedosos:

a)   Ficou muito chocado ao saber do que se passava na vida daquele povo.

b)   O temor invadiu o seu coração piedoso, e inicialmente ele agiu com muita tristeza e amargura de coração (vs.3).

c)    Os mais piedosos se ajuntaram a ele tremendo perante as Palavras do Senhor (4a).

d)   Esdras ficou atônito, isto é, pasmo, assombrado, espavorido, confuso e perturbado, sentou-se e permaneceu assim até a hora do sacrifício da tarde.

e)    Esdras se humilhou perante o Senhor, pois após o sacrifício ajoelhou-se e ergueu as mãos para orar a Deus.


·      Esdras representando o povo diante de Deus ora como se ele tivesse pecado, ainda que ele não tivesse participação naqueles pecados, ainda assim ele se identificou com o povo de Deus e assumindo uma postura de compromisso perante Deus, orou confessando os pecados do povo de Deus.

 

·      A oração de Esdras passa por alguns pontos:

a)   Abrir o coração a Deus (vs.6);

b)   Reconhecimento dos pecados cometidos (vs.6-7,10,15);

c)    Confiança na graça de Deus (vs.8);

d)   Exaltar a bondade e da soberania de Deus (vs.9,13,15);

e)    Lembrar-se da Palavra de Deus (vs.10);

f)     Pedido de uma solução para essa situação (vs.14).

 

·      Esdras chorar e intercede pelo povo na Casa de Deus, mas não chora sozinho, pois v. 1 ajuntou-se a ele de Israel mui grande congregação de homens, de mulheres e de crianças; pois o povo chorava com grande choro”. Todos estavam envolvidos nesta confusão criada por eles mesmos.

·      A solução para o problema era drástica e causaria muito sofrimento. Eles teriam que despedir tanto as mulheres pagãs quanto os filhos que com elas tiveram. Que dias terríveis eles devem ter enfrentado! Como esposo e pai, não consigo imaginar a intensa angústia que certamente sentiram. Também não tenho como lhes dizer que entendi esta atitude, mas, certamente, Deus não permitiria que os Seus filhos enfrentassem algo que não pudessem suportar.

·      Apesar de tudo, aquela correção severa foi encarada como uma fonte de esperança (v. 2). O fato de despedirem as mulheres não judias com os filhos gerados destes relacionamentos também gerou um sentimento de genuíno arrependimento (v. 12).

ð Meus irmãos, o que foi realizado naquele tempo não pode ser aplicado como um princípio hoje. A Bíblia não está dizendo que quem tem marido ou esposa incrédulos devem abandoná-los. De forma alguma! Para tanto, você pode ler ICo 7:10-14 e IPd 3:1 e 2, e perceberá que o princípio bíblico predominante é que o cristão deve se unir a uma cristã, mas caso já esteja casado(a) com um(a) descrente, que o seu procedimento seja um instrumento de Deus para alcançá-lo(a).


·      A aplicação deste texto é evite erros, decisões precipitadas e erradas, evite os pecados domésticos e as repetições dos mesmos e evitará arrependimentos.

·      E aqui há duas coisas a serem pensadas.

a)   A teologia determina a vida. Os sacerdotes e lideres deixaram de ensinar a Palavra e pecaram e o povo se corrompeu. Práticas erradas é fruto de princípios errados.

b)   A família determina a igreja. Os casamentos mistos estavam pondo em risco a teocracia judaica, a integridade espiritual da nação. Famílias desestruturadas e quebradas desembocam em igrejas fragilizadas.


TRANSIÇÃO: Temos que entender o casamento via bíblia da seguinte forma:

a)   O casamento é uma união heterossexual. O casamento é a união entre um homem e uma mulher. Este é o princípio da criação. Todo o resto é arranjo.

b)   O casamento é uma união monogâmica. A monogamia foi instituída na criação, sancionada na lei, reafirmada na graça. A incidência da poligamia foi fruto da desobediência e trouxe graves consequências.

c)    O casamento é uma união monossomática. O sexo no casamento é ordem, é bom, é santo, é puro, é deleitoso. A deslealdade à aliança implica na infidelidade sexual.

d)   O casamento é uma união indissolúvel. A quebra da aliança conjugal é deslealdade. Jesus reafirmou Mt 19:6 que “o que Deus uniu não o separe o homem”.

 

·      O CASAMENTO MISTO É UMA VIOLAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS

 

a)   O casamento misto é uma deslealdade à paternidade de Deus. Deus é o Pai do seu povo e chamou Israel para ser o seu povo particular. Nós pertencemos à família de Deus. Fomos adotados e também somos gerados do Espírito. Deus fez conosco uma aliança de ser o nosso Deus e nós o seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade.

·      O casamento misto levava a idolatria e a adoração de outros deuses era uma espécie de infidelidade conjugal com o Deus da aliança. Era uma traição e uma quebra da aliança. O apóstolo Paulo 2 Co 6:15-16 pergunta: Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?

·      O casamento misto era uma porta de entrada para o desvio da fé:

ð A decadência da geração ante-diluviana foi devido ao casamento entre uma geração piedosa com uma geração que não temia a Deus.

ð Os casamentos mistos foram o fator principal da apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato.

ð O casamento misto foi duramente reprovado por Esdras (Es 9:1-2), Neemias (Ne 10:30; 13::23-27) e Malaquias (Ml 2:10-16).


b)   O casamento misto é a quebra da aliança feita pelos Pais. Quando o povo recebeu a lei de Deus no Sinai, eles prometeram a Deus que não dariam seus filhos ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Ex 34:16; Dt 7:3).

·      A questão não era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de deuses estranhos. O problema não era racial, mas religioso. Raabe casou-se com Salmon, Boaz casou-se com Rute, uma moabita. Hoje, quando uma pessoa se casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito bíblico.


c)    O casamento misto implica em infidelidade a Deus.

a) Porque atenta contra o propósito da família viver para a glória de Deus. O casamento é uma demonstração do casamento de Cristo com a Igreja. O lar precisa ser uma igreja santa, adorando ao Deus santo. Uma casa dividida não pode prevalecer. Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo.

b) Porque conspira contra a criação dos filhos no temor do Senhor. Um casamento misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Os filhos passam a falar meio asdodita (Ne 13:24).

c) Porque é uma aberta desobediência ao mandamento de Deus. Tanto no Antigo como no Novo Testamento a ordem de Deus é clara: o casamento misto não faz parte do projeto de Deus para o seu povo.

d)   O casamento misto é um alvo certo do juízo de Deus. A desobediência traz juízo. Deus não premia a desobediência. As consequências podem ser amargas para aqueles que entram na contra-mão da vontade de Deus.

CONCLUSÃO:

·      Esdras é um exemplo de valentia de coragem, ele e os lideres que com ele estavam não se apequenaram, não fingiram estar tudo bem, não camuflaram o erro, nem aplaudiram os pecados. Eles oraram, confessaram, se arrependeram e como exemplos reuniram o povo debaixo de chuva pesada pra fazerem o mesmo. Porque o arrependimento muda o destino.

·      Mas no tocante a isto, ainda há uma esperança para Israel. Secanias emerge como uma figura chave, propondo o pacto para renovação espiritual. Sua liderança moral inspira o povo a seguir um caminho de arrependimento e renúncia, marcando um momento de unidade e determinação coletiva para corrigir os erros passados. 

·      A proposta de Secanias destaca a importância de enfrentar os pecados de forma direta, sugerindo que a comunidade deve fazer um acordo diante de Deus para repudiar o que Deus reprova.

·       Saímos de debaixo do juízo, quando entramos debaixo do arrependimento e oração.

·      Disse Secanias ainda há Esperança. Esperança quer dizer expectativa, ato de ter confiança em algo. Muitos já perderam as suas esperanças, em qualquer coisa que se possa imaginar, nas pessoas, nos relacionamentos, na vida e até mesmo em Deus.

·      No livro de Jó 14:7-9 lemos, Ainda há esperança para a árvore cortada. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó. Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.



Pr. Nilton Jorge

 

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