TEXTO: Mateus 7:24-27
INTRODUÇÃO:
·
Jesus, ao final do Sermão do Monte, adverte seus
ouvintes quanto a uma fé nominal. Para Jesus, não basta apenas
professar a fé nele, ouvir suas palavras. É preciso, acima de tudo, que
seus ouvintes sejam praticantes de sua Palavra, para que tenham sucesso na
vida cristã. O cristão genuíno tem sua vida edificada sobre a prática
da Palavra de Deus. O cristão nominal, porém, ignora isso e
consequentemente arruinará sua vida.
·
Esta é uma parábola sobre construtores. (parábola é uma narrativa alegórica que
transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia), em
que compara uma pessoa prudente que ouve a Palavra de Deus e a pratica, e o
louco que ouve, mas não pratica a Palavra de Deus. Essa comparação é baseada na
construção de uma casa que é feita sobre a rocha ou que é feita sobre a areia. As
parábolas são ilustrações tiradas de situações do cotidiano dos ouvintes.
·
Jesus está sempre dividindo seus ouvintes em duas
classes.
Nesse sermão, ele fez isso algumas vezes. Por exemplo, em Mt 7:13-14, ele fala das duas portas, a estreita e a larga. Há os
que entram por uma e os que entram por outra. Em Mt 7:17-18, o Senhor fala da árvore boa, que dá bom fruto, e da
árvore má, que dá fruto ruim. Aqui no texto Jesus comparou seus ouvintes
a dois tipos de construtores, um prudente e outro insensato.
·
Para Jesus, viver é como construir ou edificar casas. Aquilo que
fazemos, falamos, pensamos, planejamos, executamos e
cada obra que realizamos é, por assim dizer, um tijolo que
assentamos em nossa construção. Cada um deve considerar
a maneira como edifica sua vida, pois, o sucesso na vida
cristã dependerá do modo como ela é edificada. Tudo o que fazemos
encontra-se em conformidade ou em oposição ao ensino de Cristo.
·
O escritor F. Bastos de Ávila em seu livro “Introdução
à Sociologia” diz: “A família é o único fenômeno social, além do
fenômeno religioso, que se encontra em todos os tempos e em todas as culturas”.
1. No plano de Deus a família é uma ordem
da criação (Gn 1:26-31; 2:18-25).
2. A família é uma economia sócio
comportamental ideal. Não existe outra que se possa comparar, ou seja,
ela é a origem de tudo o que se possa pensar sobre relacionamento interpessoal.
3. Para os judeus, a família sempre foi
o agente integrador de grupo, o estabilizador emocional, e
o corretivo psicológico. Eis a razão porque para eles,
preservar a família, era preservar a pureza do seu povo, da sua nação.
4. A família é o lugar privilegiado em que
se inicia a educação e o exercício da fraternidade e da solidariedade em suas
múltiplas formas. Aquilo que se aprende na experiência familiar, permanece por toda
a vida. Não existe uma outra oficina, que se possa comparar à família, na
modelagem do caráter do individuo.
5. Além desta função, a família também
serve como moderadora da ordem social. É nela que todos são chamados para
servir. É nessa convivência que aprendemos que: “quem não serve não
serve”.
6. A família também é o centro de promoção
e laboratório do desenvolvimento cultural, social e humano pela sua própria
vocação. Observe que tudo começa a partir da família. No caso da
família cristã, sua função é desenvolver as virtudes do homem em sua tríplice
dimensão: cultural, espiritual e material.
ð Deus criou a família com propósitos bem claros, procriação, recreação, unificação e glorificação. Quando a família vive para cumprir os propósitos de Deus, ela se torna o lugar da manifestação da sua glória. Isso nos ajuda a compreender o porquê a presença de Deus na família é imprescindível. O salmista escreveu Salmo 127:1a: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam…”.
TRANSIÇÃO: Quando edificamos o nosso lar sobre a rocha, somos levados a aprender as seguintes lições:
1.
EDIFICAR SOBRE A
ROCHA NÃO NOS ISENTA DE PROVAÇÕES NO LAR.
·
Embora fique demonstrado
que os dois construtores se distinguem basicamente na
escolha do solo em que alicerçam suas casas, no entanto, há algumas
semelhanças entre eles.
a)
Semelhança no tipo de casa que constroem. Na época de Jesus, as casas eram
bastante frágeis, devido ao tipo de material utilizado. As
paredes eram facilmente atravessadas por ladrões (Mt 6:19 Não ajunteis tesouros
na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e
roubam).
O teto, geralmente era feito de barro e palha, podia facilmente ser
aberto. Os quatro amigos do paralítico abriram um buraco no teto da casa
onde Jesus estava, para que o homem tivesse acesso a Jesus e ter a chance de
ser curado. Portanto, no caso dos dois construtores, suas casas eram
semelhantes na maneira como foram construídas. A técnica para a construção foi
a mesma, bem como o material utilizado. Jesus não destaca a diferença entre o
tipo de material ou a arquitetura. Não são nessas coisas que os dois
construtores se diferenciam, sendo um chamado prudente, e o outro, insensato.
b)
Semelhança quanto ao local escolhido
para a construção. Aí também não há
diferenças entre
eles, pois ambos constroem próximo ao
leito seco de um rio. Enquanto a estação das chuvas
não vem, ambas as casas permanecem sem sofrer risco
algum. As coisas mudam quando chegam às chuvas,
quando aquele leito de rio seco se transforma em um rio de rio com
fortes correntezas. Só então, a diferença entre os dois
construtores é colocada em relevo.
c)
Semelhança quanto às circunstâncias
enfrentadas.
Ambas as construções estarão sujeitas às mesmas circunstâncias climáticas.
Em certas áreas da Palestina, as tempestades não são frequentes, no entanto,
elas podem vir repentinamente e transformar drasticamente a paisagem.
Ambas as casas sofrerão com as tempestades. Os
ventos baterão com força contra suas paredes. A
chuva fará com que os rios transbordem e coloquem em perigo a
ambas. Não há diferença entre esses construtores, quanto a circunstâncias que
haverão de enfrentar, pois, segundo o texto, as construções de ambos sofrerão
os ataques das tempestades.
·
As tempestades são figuras das provas que todos nós
enfrentamos, mais não viera sozinhas, elas estão acompanhadas de ventos fortes
e rios que transbordaram pelas enchentes. As provas
podem chegar de várias maneiras, tais como tribulação (exemplo de Jó, tentação
ou pornografia que quebrará a aliança, luto na família ou morte que se aproxima
por enfermidades).
· São diversas as circunstâncias que servem para nos provar. Para que serve, ou que diferença faz uma fé que ainda não foi provada? Em outras palavras, é diante das provações que o valor de nossa fé é testado e aprovado. É na provação que a diferença entre as casas é realçada. As provações vêm sobre todos os edificadores prudentes ou insensatos. Mas é diante delas que se sabe quem é quem. Ninguém está isento da tempestade! Nenhuma família está isenta da tribulação.
2. EDIFICAR SOBRE A ROCHA NOS DÁ CONDIÇÃO DE SUPORTAR E VENCER AS DIFICULDADES DO LAR.
·
Jesus demonstra que a diferença entre os dois
construtores está em como lançam os alicerces de suas casas.
a)
O construtor prudente. O construtor
prudente sabe que, no futuro, aquele leito de rio seco poderá, com a
chegada de uma tempestade, transformar-se em um rio com forte correnteza. Por
isso ele é prudente, lançando o alicerce de sua casa num local que ofereça segurança.
Conforme o registro de Lucas, o construtor prudente “abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha”.
·
Chegando as provas da vida, porém, fica evidente
quem construiu sua casa sobre a rocha. As tempestades colocam em descoberto os
alicerces.
Quem ouve e pratica as palavras de Jesus, em chegando as lutas e tribulações,
permanece com sua vida inabalada, firme e segura.
· Muitos são os desafios de uma família nos dias atuais, mas talvez os maiores desafios sejam manter-se ilesos e firmes em seus princípios e valores sem qualquer influência das vozes que gritam fora das nossas casas, tentando nos dizer como devemos ser, o que devemos ter, como devemos pensar e educar a nosso família. Sl 127:1 Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção.
·
Veja
o que Jesus diz na parábola em Mateus 7.25 e caiu à
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra
aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
As tempestades, tribulações, calamidades, tragédias da vida podem até se abater
sobre o nosso lar e família, mas quando estamos edificados sobre a rocha, temos
condições de suportar e vencer as dificuldades que nos sobrevém.
· Quando praticamos a palavra que temos ouvido do Mestre, fica muito mais fácil suportarmos e superarmos as tribulações que acometem o nosso lar. É na palavra e na sua prática que experimentamos o agir de Deus em nossas vidas. Deus muitas vezes age nos dando condições para lidarmos com os problemas e encontrarmos a solução para as dificuldades.
3. EDIFICAR SOBRE A ROCHA NOS LIVRA DA RUINA NO LAR.
Mt 7:26-27 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.
· Jesus deixa
claro nesta parábola que mesmo passando pelas tempestades, os que conhecem e
praticam a palavra estão livres da ruína resultante de se passar pelos
vendavais da vida. Aquele que ouve e não pratica ou despreza os
ensinos do Senhor é comparado ao homem que edificou sobre a areia. A tempestade
se abateu e foi grande a sua ruína. A casa não só cai, mas o Senhor acrescenta:
…e foi grande a sua ruína. Não foi
uma simples queda, mas sua ruína total.
CONCLUSÃO:
Para pensar, onde a sua casa está edificada?
Pr. Nilton Jorge - Contato (22) 998746712 Whatsapp
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