TEXTO: Ef 4:1-16
INTRODUÇÃO
·
Todas
as cartas de Paulo contêm um equilíbrio entre doutrina e dever. Nesta
carta não é diferente. Os três primeiros capítulos lidam com doutrina, nossas
riquezas em Cristo, enquanto os últimos três capítulos explanam o dever, nossas
responsabilidades em Cristo.
·
A
palavra chave nestes últimos três capítulos é ANDAR:
1) Andar em unidade (4:1-16);
2) Andar em pureza (4:17-5:17);
3) Andar em harmonia (5:18-6:9);
4) Andar em vitória (6:10-24).
v Paulo volta-se da exposição para a
exortação, daquilo que Deus tem feito para aquilo que devemos ser e fazer.
Paulo ensinou e orou pela igreja, agora dirige-lhe um solene apelo. A instrução, a intercessão e a exortação
constituem um trio fundamental na vida do cristão.
è Paulo vê a sua prisão como uma oportunidade de abençoar a igreja e não de se entregar a auto-piedade, Paulo é tanto um prisioneiro de Cristo como um prisioneiro por amor a Cristo. As prisões de Paulo foram uma bênção. Contribuíram para o bem da igreja. Estimularam os novos crentes. Paulo evangelizou os guardas de Nero e escreveu as cartas que perpetuaram. Ele é prisioneiro no Senhor.
è Paulo vê a sua prisão como uma oportunidade de abençoar a igreja e não de se entregar a auto-piedade, Paulo é tanto um prisioneiro de Cristo como um prisioneiro por amor a Cristo. As prisões de Paulo foram uma bênção. Contribuíram para o bem da igreja. Estimularam os novos crentes. Paulo evangelizou os guardas de Nero e escreveu as cartas que perpetuaram. Ele é prisioneiro no Senhor.
v Paulo faz um clamor veemente e não um
pedido indiferente. Deus em seu amor urge conosco para vivermos para a
sua glória. No VT lemos: “Se vocês me
obedecerem, eu abençoarei vocês”. Mas no NT a ênfase é: “Eu já tenho abençoado vocês. Agora, em
resposta ao meu amor e graça, obedeçam-me”.
·
Paulo
conecta doutrina com vida. A preposição, pois é uma ponte entre o que
Paulo tinha ensinado e o que ele vai pedir. A
vida é conseqüência da doutrina. A doutrina é a base da vida. O que nós cremos determina como nós
vivemos.
·
Paulo
ensina que o nosso andar precisa refletir a vida de Deus. Andar de modo
digno de Deus significa viver do mesmo jeito que Deus vive. A palavra “digno” traz a idéia de uma
balança, onde há um equilíbrio entre a vida de Deus e a nossa vida. A igreja tem duas características aqui:
1) É
um só povo: judeus e gentios, a única família de Deus;
2) É
um povo santo, distinto do mundo secular.
TRANSIÇÃO: A idéia básica deste
texto é a unidade dos crentes em Cristo. É uma aplicação prática da doutrina. Para entender essa unidade, devemos
entender quatro importantes fatos:
1.
A GRAÇA DA UNIDADE v. 1-3.
Discorrer sobre unidade é ao mesmo tempo
fácil e difícil, porque tudo no evangelho é unidade: unidade na fé, no
amor, no serviço, no destino, no caráter, nas virtudes; partilhamos unidade até
nas provações e tentações a fim de que sejamos aperfeiçoados.
ð O
que se observa nos dias de hoje, é que nunca a igreja esteve tão desunida e
despida do caráter de Cristo. Crentes que não amam, não perdoam, não têm
identidade, não têm destino, não têm propósito, não são nada mais do que aquilo
que ocupa um banco de templo, uma massa física inoperante para o reino de Deus,
que não estão dispostas a pagar o preço para a reconciliação em todas as áreas
de sua vida, resultando em uma série de pessoas que não experimentam uma vida
avivada pelos frutos e dons do Espírito Santo.
ð Paulo neste texto aborda a unidade sobre três
ângulos: a
unidade na identidade, no amor e no serviço.
ð Obs : Paulo
fala de unidade e não Uniformidade. Unidade vem de dentro, é uma graça
espiritual; enquanto uniformidade é o resultado de uma pressão de fora. Esta
unidade não é externa nem mecânica, porém interna e orgânica. Paulo
usa mais uma vez a figura do corpo para descrever a unidade. Paulo lista quatro virtudes que
caracterizam o andar digno do cristão.
a)
Humildade. A palavra humildade foi cunhada pela fé cristã.
A humildade era desprezada pelas romanos. Era sinal de fraqueza. A
megalopsiquia, o contrário de humildade é que era considerada virtude. Humildade
significa colocar Cristo em primeiro lugar, os outros em segundo lugar e o eu
em último lugar. A humildade provêm:
1) Do conhecimento que temos de nós mesmos.
Quem sabe que veio do pó, é pó e voltará ao pó não pode orgulhar-se;
2) Do confronto da própria vida com a vida
de Cristo à luz das exigências de Deus. Quando reconhecemos que Cristo é santo e puro e somos desafiados
a imitá-lo, então, precisamos ser humildes;
3) Da consciência que somos criaturas
totalmente dependentes de Deus. Não podemos viver um minuto sequer
sem o cuidado de Cristo. Nosso dinheiro, saúde, amigos não podem nos valer.
Cristo é o exemplo máximo de humildade: ele esvaziou-se a si mesmo.
b) Mansidão. Uma pessoa mansa é aquela que é lenta para
insistir nos seus direitos. Ela abre mão dos seus direitos. Ela prefere sofrer
o dano. Imitando a Abraão ele prefere deixar Ló fazer a melhor escolha
(Gn 13:7-18). A mansidão é poder sob controle.
É a virtude daqueles que não perdem o controle. Era o termo usado para um
animal adestrado: controla seu temperamento, impulsos, língua,
desejos. É a pessoa que possui completo domínio de si mesma.
c) Longanimidade. A
palavra aqui é paciência com pessoas. É um ânimo espichado ao máximo.
Crisóstomo dizia que longanimidade é o espírito que tem o poder de vingar-se,
mas nunca o faz. É a pessoa que aguenta o insulto sem amargura nem lamento.
d)
O amor que suporta. A
palavra suportar aqui não é aguentar o outro com resignação estóica, mas servir
de amparo e suporte para o outro. Isso não por um dever amargo, mas com amor.
2.
O FUNDAMENTO DA UNIDADE – V. 4-6
·
Muitas
pessoas hoje se esforçam para unir as religiões de forma não bíblica. Eles dizem: “Nós não estamos interessados em doutrinas,
mas no amor.” Dizem: “Vamos esquecer doutrinas, elas só nos
dividem. Vamos simplesmente nos amar uns aos outros.” Mas, Paulo não discute a
unidade cristã sem antes falar do Evangelho (1-3). Unidade edificada sobre outra base que não a verdade bíblica é o
mesmo que edificar uma casa sobre a areia.
·
Paulo
nomeia aqui algumas realidades básicas que unem todos os cristãos:
a)
Um só corpo. Só existe uma
igreja verdadeira, o corpo de Cristo, formada de judeus e gentios, a única
família no céu e na terra. Uma pessoa só começa a fazer parte desse corpo
quando é convertida e batizada pelo Espírito nesse corpo. Nenhuma igreja local
ou denominação pode arrogar para si a pretensão de ser a única igreja
verdadeira.
b)
Um só Espírito. É o
mesmo Espírito que habita na vida de cada crente.
c)
Uma só Esperança. É a
esperança da volta de Jesus para reinar com a sua igreja.
d)
Um só Senhor. Este é o
nosso Senhor Jesus Cristo que morreu por nós, vive por nós, e um dia virá para
nós. É
difícil crer que dois crentes que dizem obedecer o mesmo Senhor sejam incapazes
de andar juntos em unidade. Alguém perguntou a Gandi, o líder
espiritual da Índia: “Qual é o maior
impedimento para o Cristianismo na Índia?” Ele respondeu: “Os cristãos”.
e)
Uma só Fé. Esta fé
tanto é o conteúdo da verdade em que cremos (Jd 3; 2 Tm 2:2), como é a nossa confiança pessoal em Cristo como
Senhor e Salvador.
f)
Um só Batismo. Este é o
batismo pelo Espírito no corpo de Cristo.
g)
Um só Deus e Pai. Deus é o
Pai de toda a igreja tanto a terra como a do céu.
1) Deus é sobre todos, esta frase
implica no domínio de Deus;
2) Deus age por meio de todos, esta
frase implica na providência de Deus;
3) Deus está em todos, esta frase
implica na presença de Deus.
3.
OS DONS DA UNIDADE v. 7-11.
·
Variedade
na Unidade. Paulo move
daquilo que todos os cristãos têm em comum para aquilo que difere um cristão do
outro, os dons espirituais. Os dons são dados para unir e edificar a
igreja. Os dons são habilidades dadas aos crentes para que eles sirvam a Deus e
aos irmãos de tal modo que Cristo seja glorificado e os crentes sejam
edificados.
1) Todo cristão possui algum dom;
2) Existe grande variedade de dons;
3) O Senhor glorificado é soberano na
distribuição dos dons.
v Como você pode descobrir e desenvolver
os seus dons? Pela comunhão na sua igreja.
Os dons não são brinquedos particulares para o nosso próprio deleite, mas são
ferramentas com as quais devemos trabalhar em prol dos outros. Se os dons não forem usados para a edificação dos outros,
transformam-se em armas de combate aos outros como aconteceu na igreja de
Corinto.
v Cristo levou cativo o cativeiro e deu
dons aos homens. Cristo ascendeu ao céu como o supremo vencedor. A figura aqui é de um conquistador militar conduzindo
seus cativos e distribuindo os espólios com os seus seguidores.
Aqui, entretanto, os cativos não são os inimigos, mas o seu próprio povo. Os
pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo, agora são
cativos de Cristo. Quando Cristo veio à terra foi ao profundo da
humilhação. Quando ascendeu ao céu alcançou o máximo da exaltação.
v Então, ele deu dons aos homens.
Que dons são esses, chamados dons de Cristo à igreja?
a)
Apóstolos. Jesus tinha muitos discípulos,
mas apenas doze apóstolos. Um discípulo é um seguidor, um
apóstolo é um comissionado. Os
apóstolos tinham que ter três qualificações:
1) Ver pessoalmente a Cristo (1 Co
9:1-2);
2) Ser testemunha da ressurreição (Atos
1:21-23);
3) Ter o ministério autenticado com
milagres especiais (Hb 2:1-4). Nesse sentido não temos mais apóstolos hoje. Num sentido
geral, todos nós fomos chamados para sermos enviados (Jo 20:21)
b)
Profetas. Os profetas não era apenas aqueles que
previam o futuro, mas, sobretudo, aquele que proclamavam a Palavra de Deus.
Eles recebiam suas mensagens diretamente do Espírito Santo. Nós temos mais mensagens
revelacionais. O cânon da Bíblia está completo. Hoje não
temos mais profetas, mas dom de profecia, que é a exposição das Escrituras ou a
inspiração pra consolar, exortar e edificar, pelo Espírito.
c)
Evangelistas. Todos os ministros devem fazer a obra do
evangelista (2 Tm 4:5). Os apóstolos e profetas lançaram o fundamento da igreja e
os evangelistas edificaram sobre este fundamento, ganhando os perdidos para
Cristo. Cada membro da igreja deve ser uma testemunha de
Cristo (At 2:41-47; 8:4; 11:19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o
dom especial de ser um evangelista. O fato de não termos
esse dom, não nos desobriga de evangelizarmos.
d)
Pastores e Mestres. Constitui um só ofício com dupla função.
Deus chama alguns para serem pastores e mestres. O pastor ensina e exorta. Ele
alimenta, cuida, protege, vigia e consola as ovelhas (At 20:28). Ele faz isso através da Palavra. A Palavra é o alimento,
é a vara e também o cajado que o pastor usa. Nenhum entretenimento ou
novidade pode substituir a Palavra de Deus na igreja.
4.
O CRESCIMENTO DA UNIDADE v. 12-16.
·
Os
dons de Cristo à igreja são têm objetivos claros:
1) Aperfeiçoamento
dos santos. A palavra é a mesma usada para “remendar as redes” (Mc 1:19)
em como restaurar um osso quebrado.
Em política o termo era usado para pôr de acordo as facções opostas.
2) O
desempenho do serviço. A função principal dos pastores e mestres não é
fazer a obra, mas treinar os crentes para fazer a obra;
3) A
edificação do Corpo de Cristo. A finalidade é a edificação da igreja.
v As evidências do crescimento espiritual
da igreja podem ser vistos em quatro aspectos:
1. A
maturidade espiritual ou semelhança com Cristo v. 13. O
nosso alvo é o crescimento espiritual. Cristo é a nossa vida. Ele é o nosso
exemplo. Ele é o nosso alvo. Dever imitá-lo e chegar à sua semelhança. A
igreja impõe aos seus membros nada menos que a meta da perfeição.
Precisamos ser um reflexo do próprio Cristo. Um crente é alguém em quem Cristo
vive de novo.
2. Estabilidade espiritual v. 14. Um crente maduro não é jogado de um lado para o outro pelas novidades espirituais que surgem. Há crentes que vivem embarcando em todas as ondas de novidade e jamais se firmam na verdade. Vivem atrás de experiências e não têm discernimento para identificar os falsos ensinos. As modas vêm e passam. As novidades religiosas são como goma de mascar, perdem logo o doce e então as pessoas começam a mascar borracha e logo precisam de outra novidade.
3. Seguir a verdade em amor v. 15. A verdade sem amor é brutalidade, mas amor sem amor sem verdade é hipocrisia. “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27:6).
4. Cooperação espiritual v. 16. Cada membro do corpo, não importa o quão insignificante pareça ser, tem um ministério importante a exercer para o bem do corpo. O corpo cresce, quando os membros crescem. E eles crescem quando eles alimentam uns aos outros com a Palavra de Deus. Crianças não podem se cuidar sozinhas. Precisamos uns dos outros. Um cristão isolado não pode ministrar aos outros.
2. Estabilidade espiritual v. 14. Um crente maduro não é jogado de um lado para o outro pelas novidades espirituais que surgem. Há crentes que vivem embarcando em todas as ondas de novidade e jamais se firmam na verdade. Vivem atrás de experiências e não têm discernimento para identificar os falsos ensinos. As modas vêm e passam. As novidades religiosas são como goma de mascar, perdem logo o doce e então as pessoas começam a mascar borracha e logo precisam de outra novidade.
3. Seguir a verdade em amor v. 15. A verdade sem amor é brutalidade, mas amor sem amor sem verdade é hipocrisia. “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27:6).
4. Cooperação espiritual v. 16. Cada membro do corpo, não importa o quão insignificante pareça ser, tem um ministério importante a exercer para o bem do corpo. O corpo cresce, quando os membros crescem. E eles crescem quando eles alimentam uns aos outros com a Palavra de Deus. Crianças não podem se cuidar sozinhas. Precisamos uns dos outros. Um cristão isolado não pode ministrar aos outros.
CONCLUSÃO:
Temos aqui a visão
de Paulo para a igreja. A nova sociedade de Deus deve demonstrar amor, unidade,
diversidade, e uma maturidade sempre crescente. Estas são as características de
uma vida digna da vocação a que Deus nos chamou.
Pr. Nilton Jorge
Contatos: Tel: (55) 22 998746712 Whatsapp
Email. niltondalani@gmail.com

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