quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

SAL DA TERRA, O TESTEMUNHO SILENCIOSO

TEXTO: Mt 5:13-14

INTRODUÇÃO:

·      Jesus já tinha passado pela água do batismo e pelo fogo da tentação. Seu ministério já estava suplantando o robusto ministério de João Batista em termos de adesão das multidões. Então, Jesus deixou a Judéia para evitar conflitos precoces com as autoridades religiosas e foi para a Galiléia. Sua fama transbordava além das fronteiras de Israel. Multidões fluíam de todos os cantos da nação para segui-lo. 

·      O contexto nos mostra três áreas do ministério de Jesus: ensino, pregação e cura 4:23. Jesus converteu seus próprios ensinamentos em ação, e em ação misericordiosa.

·      Seu ministério foi marcado pela compaixão. Ele estancou o sofrimento efêmero e resolveu o problema eterno. Trouxe pleno perdão para os pecados e pleno alívio para as dores.

·      Os milagres de cura que Cristo realizou tinham um significado tríplice:

ð Confirmavam sua mensagem;

ð Revelavam que de fato ele era o Messias da profecia;

ð Provavam que, em certo sentido, o reino já havia chegado, porque o reino inclui bênçãos tanto para o corpo como para a alma.

·      Mateus faz um registro eloquente, do esplêndido sucesso do ministério de Jesus.  Sua fama avançou além das fronteiras de Israel, chegando à Síria. Levaram a Jesus todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos, e a todos ele curou. Numerosas multidões vinham a ele de Jerusalém, Judeia, dalém do Jordão, bem como de Decápolis, ou seja, das dez cidades que se estendiam do nordeste de Samaria ao nordeste da Galileia: Damasco, Canata, Diom, Hipos, Gadara, Abila, Citópolis, Pela, Geresa e Filadélfia.

·      Essa multidão que vem pra ouvir a Jesus no Vale do Hula que fica e nos limites das Colinas de Golan às margens do Mar da Galileia, ficando entre Tabgha e Cafarnaum irá aprender sobre a constituição do Reino. Em Mt 5:1-12 Jesus sobe a colina ou monte e irá falar sobre as credenciais dos súditos do reino. A lei prescrita por Jesus não é nenhum código de regras exteriores que possa ser seguido ao pé da letra, mas sim uma série de princípios, ideias e motivos para a conduta, à lei gravada no coração. O sermão do monte é a ética absoluta do reino de Deus. No célebre sermão do monte, Jesus mostrou, de forma eloquente, que o reino de Deus é um reino de ponta-cabeça. A pirâmide está invertida. 

a)   Feliz é aquele que nada ostenta diante de Deus e ainda chora pelos seus pecados.

b)   Feliz é aquele que abre mão dos seus direitos em vez de oprimir aqueles que reivindicam até direitos que não têm.

c)    Feliz é o que abre a mão ao necessitado, e não o que explora para enriquecer-se.

d)   Feliz é o que constrói pontes de contato entre as pessoas, e não aquele que cava abismos de inimizades entre as pessoas. 

e)    Feliz é o que ama e pratica a justiça, e não aquele que usa as filigranas da lei para auferir vantagens próprias. 

f)    Feliz é aquele que busca a santidade, e não aquele que rasga a cara em ruidosas gargalhadas carregadas de lascívia. 

g)   No reino de Deus, ser perseguido por causa da justiça é melhor do que fazer injustiça e posar de benemérito da sociedade.

·      Se, nos reinos do mundo, o forte prevalece sobre o fraco e o poder da vingança esmaga até os inocentes, no reino de Deus o perdão é maior do que a vingança e a busca da reconciliação é melhor do que a vitória num  tribunal. 

·      Nos reinos do mundo, os homens se satisfazem com as ações certas sob a investigação da lei, no reino de Deus, até mesmo as motivações do coração são contadas. Odiar alguém é matá-lo no coração; olhar para uma mulher com intenção impura é adulterar com ela. Se os tribunais da terra só podem julgar palavras e ações, no reino de Deus o tribunal divino julga até mesmo as intenções.

·      Na ética do mundo, o casamento está cada vez mais enfraquecido e o divórcio está cada vez mais robusto. No reino de Deus, divorciar-se por qualquer motivo é entrar pelos corredores escuros do adultério e arruinar não apenas a própria vida, mas também a família.

·      Na ética do mundo, o sexo tornou-se banal e promíscuo. Toda sorte de aberrações sexuais é aplaudida e incentivada, mas no reino de Deus se exigem a pureza no coração e a fidelidade nos relacionamentos.

·      Na ética do mundo, a espiritualidade é uma encenação na passarela da vaidade. Os homens são aplaudidos por aquilo que aparentam ser, e não pelo que de fato são. No reino de Deus, a espiritualidade verdadeira não busca holofotes nem aplauso dos homens, porque visa exclusivamente agradar a Deus, que tudo vê em secreto e a todos sonda. 

·      Na ética do mundo, os homens julgam temerariamente, ao mesmo tempo em que expõem os pecados do próximo, promovendo a si mesmos. No reino de Deus, o indivíduo é rigoroso ao tratar seus próprios pecados, mas é compassivo em lidar com os pecados do próximo. 

·      Na ética do  mundo, ser grande é acumular riquezas na terra, construir impérios financeiros e ostentar poder econômico. No reino de Deus, ser rico é ajuntar tesouros no céu, onde os ladrões não roubam nem a traça e a ferrugem corroem. Nos reinos do mundo, os homens vivem ansiosos pelas coisas que perecem, enquanto os filhos de Deus buscam em primeiro lugar o reino de Deus, que é eterno. 

·      Na ética do mundo, os falsos profetas são tidos em alta conta e recebem dos homens todo prestígio e acolhida. Mas, para os filhos do reino, eles são falsos ministros, que pregam um falso evangelho, produzindo falsos crentes.

·      Na ética do mundo, o que importa é a aparência. Por isso, a insensatez prevalece.  Os homens escutam a verdade, mas não a põem em prática. Constroem sua casa sobre a areia, para vê-la desmoronar na chegada da tempestade. No reino de Deus, não basta ouvir ou conhecer; é preciso praticar. Não basta construir sua casa, é preciso construí-la sobre a rocha. 

·      O reino de Deus está em oposição aos reinos deste mundo. Os reinos deste mundo são aplaudidos agora, mas entrarão em colapso depois. Ostentam sua riqueza agora, mas depois ficarão completamente desamparados. Drapejam suas bandeiras de sucesso agora, mas serão cobertos de opróbrio na manifestação de nosso redentor. Então, todos os reinos deste mundo passarão, mas o reino de Cristo, mesmo sendo agora um reino de ponta cabeça, jamais findará.

TRANSIÇÃO: No texto em tela, Jesus deixa de pronunciar bênçãos e passa a comunicar responsabilidades, Jesus faz uma transição daquilo que somos para aquilo que fazemos. Jesus usa duas metáforas para descrever a influência da igreja no mundo.

·      A primeira delas é o sal, que trata de sua influência interna. A segunda é a luz, que descreve sua influência externa.

a)   O sal influencia sem ser visto. A luz influencia sem deixar de ser vista. 

b)   O sal influencia ao infiltrar-se. A luz influencia ao irradiar-se. 

c)    O sal, embora não possa ser visto, é sentido. A luz, embora não possa deixar de ser vista, é reveladora.


O SAL DA TERRA EXERCE UM TESTEMUNHO SILENCIOSO, PORÉM MARCANTE.


O sal tem um valor significativo, vem de tempos imemoriais. Os soldados romanos, por exemplo, eram pagos com sal. Se algum deles não realizasse bem o seu trabalho, dizia-se que "não valia o seu sal" e é daí a expressão para salário.

·      Em todas as sociedades antigas o sal era tido como sinal de amizade ele estava presente no final das alianças, quem nunca ouviu dizer que pra conhecer bem uma pessoa "é preciso comer um quilo de sal junto com ela".

·      Ele estava presente nos banhos dos recém-nascidos que eram banhados com uma salmoura e se esfregava o sal sobre as enfermidades pra curá-las, ele estava presente nas ofertas dos sacrifícios, ele estava presente na bolsa do viajante no deserto pra de vez enquanto ser levado à boca pra provocar sede. É bom sabermos disso, para entender que Jesus não nos comparou com algo sem nenhum valor. 

·      O Sal nos Dias de Jesus brotava em veios expostos ao sol e à chuva e se misturava com a areia. Por falta de condições ideais o mesmo deteriorava rapidamente. Podia também ser obtido pela evaporação da água no Mar Morto. O sal produzido no Mar Morto é, na realidade, uma combinação de: Cloreto de Sódio + Cloreto de Potássio + Cloreto de Magnésio.

 

·      Na primeira metáfora, a igreja exerce um papel restringidor na corrupção do mundo e denunciador do pecado, a igreja é o sal da terra:

a)   O sal coíbe a decomposição: A maior marca do ser sal é a sua influencia invisível, o seu testemunho silencioso, sem alarde, sem extravagancias, mas perceptível ao estar no meio. O valor primário do sal, naqueles tempos, não era temperar, mas preservar. Os seguidores de Jesus devem ser obstáculo à corrupção do mundo. Devem viver de maneira que sinalizem aos demais a presença de Cristo em suas vidas. Devemos ser um freio à maldade, à corrupção, à presença do maligno nesta sociedade. O evangelho não é repressivo, como pessoas sem Deus gostam de dizer. O evangelho mostra por onde andar para não se frustrar mais tarde. Não é um par de algemas, mas uma trilha que orienta por onde caminhar.

b)   O sal dá sabor: O sal tem haver com o ser, com uma transformação na personalidade caráter e emoções, a essência do sal só é sentida quando inserida em um contexto sem sabor. Como qualquer sabor é perceptível, a Igreja salga bem sendo inserida, mostrando ao mundo e ao pecador que nossa mensagem não é adocicada, não é amarga e nem azeda a alma, mas é salgada como um bom tempero.

a)   O sal provoca sede: Ser sal é dar o ponto de e equilíbrio entre o que não tem sabor e o que pode ficar saboroso, então o sal é um elemento de equilíbrio que provoca a sede. Se formos sal e saboreamos esse mundo, logo haverá por parte dos outros a sede por Deus. Quando a Igreja prega a mensagem da cruz, provoca sede de Deus de arrependimento, avivamento e regeneração. A igreja é o grande freio moral do mundo.

·      Jesus ensina que o menor pode agir sobre o maior. A quantidade de sal é menor que a do alimento que ele deve salgar. Não se usam três xícaras de sal para três xícaras de arroz! Basta uma pitada. Não se põe um quilo de sal num quilo de carne.

·      As figuras mais usadas por Jesus dão a idéia do menor agindo sobre o maior (sal, luz, fermento e chave). Não precisamos ser maioria. Devemos ser marcantes e influenciar a maioria. Devemos marcar o mundo e não sermos omissos ou marcados por ele. Não é a quantidade, mas o caráter do seguidor de Jesus que importa.

 

CONCLUSÃO:

·      O sal, se perder  sua salinidade perde o valor, para nada presta. Para muitos o sal não perde seu sabor, por causa do cloreto de sódio. Mas o sal dos charcos, pântanos e rochas próximos ao Mar Morto tem um alto teor de gipsita e de outras impurezas. Ele perde seu sabor e se torna arenoso. Assim, era usado como areia, jogado nas ruas enlameadas das cidades da Palestina, para diminuir a lama. Como se fosse areia. Ao invés de salgar o mundo, era pisado por ele. Perdeu o se valor, sua posição, e ficou em estado de humilhação.

·      Toda a vez que o sal entra em contato com a terra, com o passar dos dias ele perde a sua identidade de sal.

·      O sal, para atingir o sabor ideal, necessita de bastante vento, muito calor e muita luz.

·      Numa exposição de sal mineral um fragmento foi tirado da rocha e colocado numa vitrina para exposição. Nos primeiros dias, quem passasse o dedo na pequena pedra e o levasse à boca sentia a sua salinidade. Mas com o decorrer do tempo este sabor ia desaparecendo progressivamente até deixar de existir por completo. Um perito informava os visitantes que isso acontecia porque o fragmento tinha sido separado da rocha.

·      A lição é óbvia: quando perdemos o contato, a nossa comunhão, com a Rocha ferida, o nosso Senhor Jesus Cristo, perdemos também o Seu sabor.


Pr. Nilton Jorge - Contatos (22) 998746712 Whatsapp

 

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão lidos pelo autor, só serão respondidos os de grande relevancia teológica, desde já agradeço pela visita.