TEXTO: Mt 5:13-14
INTRODUÇÃO:
· Jesus já tinha
passado pela água do batismo e pelo fogo da tentação. Seu ministério já estava
suplantando o robusto ministério de João Batista em termos de adesão das
multidões. Então, Jesus deixou a Judéia para evitar conflitos precoces com as
autoridades religiosas e foi para a Galiléia. Sua fama transbordava além das
fronteiras de Israel. Multidões fluíam de todos os cantos da nação para
segui-lo.
· O contexto nos
mostra três áreas do ministério de Jesus: ensino, pregação e cura 4:23. Jesus converteu seus próprios
ensinamentos em ação, e em ação misericordiosa.
· Seu ministério
foi marcado pela compaixão. Ele estancou o sofrimento efêmero e resolveu o
problema eterno. Trouxe pleno perdão para os pecados e pleno alívio para as dores.
· Os milagres de
cura que Cristo realizou tinham um significado tríplice:
ð Confirmavam sua
mensagem;
ð Revelavam que de
fato ele era o Messias da profecia;
ð Provavam que, em
certo sentido, o reino já havia chegado, porque o reino inclui bênçãos tanto
para o corpo como para a alma.
· Mateus faz um
registro eloquente, do esplêndido sucesso do ministério de Jesus. Sua
fama avançou além das fronteiras de Israel, chegando à Síria. Levaram a Jesus
todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos:
endemoninhados, lunáticos e paralíticos, e a todos ele curou. Numerosas
multidões vinham a ele de Jerusalém, Judeia, dalém do Jordão, bem como de
Decápolis, ou seja, das dez cidades que se estendiam do nordeste de Samaria ao
nordeste da Galileia: Damasco, Canata, Diom, Hipos, Gadara, Abila, Citópolis,
Pela, Geresa e Filadélfia.
· Essa multidão
que vem pra ouvir a Jesus no Vale do Hula que fica e nos limites das Colinas de
Golan às margens do Mar da Galileia, ficando entre Tabgha e Cafarnaum irá
aprender sobre a constituição do Reino. Em Mt 5:1-12 Jesus sobe a colina ou monte e
irá falar sobre as credenciais dos súditos do reino. A lei prescrita por Jesus
não é nenhum código de regras exteriores que possa ser seguido ao pé da letra,
mas sim uma série de princípios, ideias e motivos para a conduta, à lei gravada
no coração. O sermão do monte é a ética absoluta do reino de Deus. No célebre
sermão do monte, Jesus mostrou, de forma eloquente, que o reino de Deus é um
reino de ponta-cabeça. A pirâmide está invertida.
a)
Feliz é aquele que nada
ostenta diante de Deus e ainda chora pelos seus pecados.
b)
Feliz é aquele que abre mão
dos seus direitos em vez de oprimir aqueles que reivindicam até direitos que
não têm.
c)
Feliz é o que abre a mão ao
necessitado, e não o que explora para enriquecer-se.
d)
Feliz é o que constrói pontes
de contato entre as pessoas, e não aquele que cava abismos de inimizades entre
as pessoas.
e)
Feliz é o que ama e pratica a
justiça, e não aquele que usa as filigranas da lei para auferir vantagens
próprias.
f)
Feliz é aquele que busca a
santidade, e não aquele que rasga a cara em ruidosas gargalhadas carregadas de
lascívia.
g)
No reino de Deus, ser perseguido
por causa da justiça é melhor do que fazer injustiça e posar de benemérito da
sociedade.
· Se, nos reinos
do mundo, o forte prevalece sobre o fraco e o poder da vingança esmaga até os
inocentes, no reino de Deus o perdão é maior do que a vingança e a busca da
reconciliação é melhor do que a vitória num
tribunal.
· Nos reinos do
mundo, os homens se satisfazem com as ações certas sob a investigação da lei,
no reino de Deus, até mesmo as motivações do coração são contadas. Odiar alguém é
matá-lo no coração; olhar para uma mulher com intenção impura é adulterar com
ela. Se os tribunais da terra só podem julgar palavras e ações, no reino de
Deus o tribunal divino julga até mesmo as intenções.
· Na ética do mundo, o casamento
está cada vez mais enfraquecido e o divórcio está cada vez mais robusto. No reino de Deus, divorciar-se por
qualquer motivo é entrar pelos corredores escuros do adultério e arruinar não
apenas a própria vida, mas também a família.
· Na ética do mundo, o sexo
tornou-se banal e promíscuo. Toda sorte de aberrações sexuais é aplaudida e
incentivada, mas no reino de Deus se
exigem a pureza no coração e a fidelidade nos relacionamentos.
· Na ética do mundo, a
espiritualidade é uma encenação na passarela da vaidade. Os homens são
aplaudidos por aquilo que aparentam ser, e não pelo que de fato são. No reino de Deus, a espiritualidade
verdadeira não busca holofotes nem aplauso dos homens, porque visa
exclusivamente agradar a Deus, que tudo vê em secreto e a todos sonda.
· Na ética do mundo, os homens
julgam temerariamente, ao mesmo tempo em que expõem os pecados do próximo,
promovendo a si mesmos. No reino de Deus,
o indivíduo é rigoroso ao tratar seus próprios pecados, mas é compassivo em
lidar com os pecados do próximo.
· Na ética do mundo, ser grande é acumular riquezas
na terra, construir impérios financeiros e ostentar poder econômico. No reino de Deus, ser rico é ajuntar
tesouros no céu, onde os ladrões não roubam nem a traça e a ferrugem corroem.
Nos reinos do mundo, os homens vivem ansiosos pelas coisas que perecem,
enquanto os filhos de Deus buscam em primeiro lugar o reino de Deus, que é
eterno.
· Na ética do mundo, os falsos
profetas são tidos em alta conta e recebem dos homens todo prestígio e
acolhida. Mas, para os filhos do reino,
eles são falsos ministros, que pregam um falso evangelho, produzindo falsos
crentes.
· Na ética do mundo, o que importa
é a aparência. Por isso, a insensatez prevalece. Os homens escutam a verdade, mas não a põem
em prática. Constroem sua casa sobre a areia, para vê-la desmoronar na chegada
da tempestade. No reino de Deus, não
basta ouvir ou conhecer; é preciso praticar. Não basta construir sua casa, é
preciso construí-la sobre a rocha.
· O reino de Deus
está em oposição aos reinos deste mundo. Os reinos deste mundo são aplaudidos
agora, mas entrarão em colapso depois. Ostentam sua riqueza agora, mas depois
ficarão completamente desamparados. Drapejam suas bandeiras de sucesso agora,
mas serão cobertos de opróbrio na manifestação de nosso redentor. Então,
todos os reinos deste mundo passarão, mas o reino de Cristo, mesmo sendo agora
um reino de ponta cabeça, jamais findará.
TRANSIÇÃO: No texto em tela, Jesus deixa de pronunciar bênçãos e passa a comunicar responsabilidades, Jesus faz uma transição daquilo que somos para aquilo que fazemos. Jesus usa duas metáforas para descrever a influência da igreja no mundo.
·
A primeira delas é o sal, que trata de sua
influência interna. A segunda é a luz, que descreve sua influência externa.
a)
O sal influencia sem ser visto. A luz influencia sem
deixar de ser vista.
b)
O sal influencia ao infiltrar-se. A luz influencia
ao irradiar-se.
c)
O sal, embora não possa ser visto, é sentido. A luz,
embora não possa deixar de ser vista, é reveladora.
O SAL DA TERRA
EXERCE UM TESTEMUNHO SILENCIOSO, PORÉM MARCANTE.
O sal tem um valor significativo, vem de tempos
imemoriais.
Os soldados romanos, por exemplo, eram pagos com sal. Se algum deles não
realizasse bem o seu trabalho, dizia-se que "não valia o seu sal" e é
daí a expressão para salário.
· Em todas as
sociedades antigas o sal era tido como sinal de amizade ele estava presente no
final das alianças, quem nunca ouviu dizer que pra conhecer bem uma pessoa
"é preciso comer um quilo de sal junto com ela".
· Ele estava
presente nos banhos dos recém-nascidos que eram banhados com uma salmoura e se
esfregava o sal sobre as enfermidades pra curá-las, ele estava presente nas
ofertas dos sacrifícios, ele estava presente na bolsa do viajante no deserto
pra de vez enquanto ser levado à boca pra provocar sede. É bom sabermos disso,
para entender que Jesus não nos comparou com algo sem nenhum valor.
·
O Sal nos Dias
de Jesus brotava em veios expostos ao sol e à chuva e se misturava com a areia. Por falta de condições ideais o mesmo deteriorava rapidamente. Podia
também ser obtido pela evaporação da água no Mar Morto. O sal produzido no Mar
Morto é, na realidade, uma combinação de: Cloreto de Sódio + Cloreto de
Potássio + Cloreto de Magnésio.
· Na primeira
metáfora, a igreja exerce um papel restringidor na corrupção do mundo e
denunciador do pecado, a igreja é o sal da terra:
a) O sal coíbe a decomposição: A maior marca do ser sal é a sua influencia invisível, o seu testemunho silencioso, sem alarde, sem extravagancias, mas perceptível ao estar no meio. O valor primário do sal, naqueles tempos, não era temperar, mas preservar. Os seguidores de Jesus devem ser obstáculo à corrupção do mundo. Devem viver de maneira que sinalizem aos demais a presença de Cristo em suas vidas. Devemos ser um freio à maldade, à corrupção, à presença do maligno nesta sociedade. O evangelho não é repressivo, como pessoas sem Deus gostam de dizer. O evangelho mostra por onde andar para não se frustrar mais tarde. Não é um par de algemas, mas uma trilha que orienta por onde caminhar.
b)
O sal dá sabor: O sal tem haver com o ser, com uma
transformação na personalidade caráter e emoções, a essência do sal só é
sentida quando inserida em um contexto sem sabor. Como
qualquer sabor é perceptível, a Igreja salga bem sendo inserida, mostrando ao
mundo e ao pecador que nossa mensagem não é adocicada, não é amarga e nem azeda
a alma, mas é salgada como um bom tempero.
a)
O sal provoca sede: Ser sal é
dar o ponto de e equilíbrio entre o que não tem sabor e o que pode ficar
saboroso, então o sal é um elemento de equilíbrio que provoca a sede. Se formos
sal e saboreamos esse mundo, logo haverá por parte dos outros a sede por Deus.
Quando a Igreja prega a mensagem da cruz, provoca sede de Deus de arrependimento,
avivamento e regeneração. A igreja é o grande freio moral do mundo.
· Jesus ensina que o menor pode agir sobre o maior. A quantidade de sal é menor que a do alimento que ele deve salgar. Não
se usam três xícaras de sal para três xícaras de arroz! Basta uma pitada. Não
se põe um quilo de sal num quilo de carne.
· As figuras mais usadas por Jesus dão a idéia do menor agindo sobre o
maior (sal, luz, fermento e chave). Não
precisamos ser maioria. Devemos ser marcantes e influenciar a
maioria. Devemos marcar o mundo e não sermos omissos ou marcados por ele. Não é a quantidade, mas o caráter do seguidor de
Jesus que importa.
CONCLUSÃO:
· O sal, se
perder sua salinidade perde o valor, para nada presta. Para muitos o
sal não perde seu sabor, por causa do cloreto de sódio. Mas o sal dos charcos,
pântanos e rochas próximos ao Mar Morto tem um alto teor de gipsita e de outras
impurezas. Ele perde seu sabor e se torna arenoso. Assim, era usado
como areia, jogado nas ruas enlameadas das cidades da Palestina, para diminuir
a lama. Como se fosse areia. Ao invés de salgar o mundo, era pisado
por ele. Perdeu o se valor, sua posição, e ficou em estado de
humilhação.
· Toda a vez que o
sal entra em contato com a terra, com o passar dos dias ele perde a sua
identidade de sal.
· Numa exposição
de sal mineral um fragmento foi tirado da rocha e colocado numa vitrina para
exposição. Nos primeiros dias, quem passasse o dedo na pequena pedra e o
levasse à boca sentia a sua salinidade. Mas com o decorrer do tempo este sabor
ia desaparecendo progressivamente até deixar de existir por completo. Um
perito informava os visitantes que isso acontecia porque o fragmento tinha sido
separado da rocha.
· A lição é óbvia: quando perdemos o contato, a
nossa comunhão, com a Rocha ferida, o nosso Senhor Jesus Cristo, perdemos
também o Seu sabor.
Pr. Nilton Jorge - Contatos (22) 998746712 Whatsapp
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