TEXTO: Fp 4:19
INTRODUÇÃO:
· Na última lição
estudamos a relação do chamado missionário com o campo profissional da pessoa
chamada. A lição desta semana traz o assunto do sustento financeiro da obra
missionária. Ela está fundamentada em Fp
4:10-20 que aborda a perspectiva bíblica do sustento financeiro da obra
missionária na visão de Paulo, os princípios básicos para esse sustento
financeiro e um estímulo para se investir na obra missionária.
· A igreja de
Filipos, por seu testemunho demonstrou ser o modelo de uma igreja que
compreendeu a sua missão missionária, não apenas na comunicação do evangelho,
mas, sobretudo, na prontidão em prover o sustento necessário do apóstolo Paulo
em sua missão, ainda que servindo em outra cidade.
· Você entende que
participar do sustento financeiro da obra missionária é privilégio ou obrigação?
· Paulo não enfatiza a obrigação nem aos
crentes de Coríntios e muito menos aos irmãos de Filipos, porém ele
aborda sobre a disposição voluntária e prazerosa dos irmãos filipenses e de
Coríntios em financiar o ministério missionário e pastoral.
1) A IGREJA DE FILIPOS E O SUSTENTO MISSIONÁRIO.
· Originalmente conhecida como Krenides “As pequenas fontes” devido ao grande número de fontes que havia em seus arredores, Filipos “cidade de Filipe” recebeu o seu nome de Filipe II da Macedônia (o pai de Alexandre, o Grande) em 360 a.C.
· Atraído pelas
minas de ouro que havia no local, Filipe conquistou a região no século IV a.C.
No século II a.C, Filipos tornou-se parte da província da Macedônia. Lucas nos
mostra em At 16:12 a cidade de
Filipos como a “...primeira cidade desta
parte da Macedônia, e é uma colônia...”, o que nos deixa claro que era
cidade de grande importância política.
· Como colônia
romana, Filipos tinha autonomia do governo provincial e os mesmos direitos que
tinham as cidades na Itália, incluindo o uso da lei romana, isenção de alguns
impostos e cidadania romana para seus habitantes (At 16:21). Os filipenses tinham muito orgulho dos seus privilégios
de cidadãos romanos e eram fiéis a Roma, algo que Paulo usou como ilustração em
Fp 3:20. As mulheres na província da
Macedônia eram tratadas com respeito. Como se vê na epístola (Fp 4:2-3), elas eram ativas na vida
pública.
· A igreja
filipense foi fundada no ano de 50 ou 51, mais ou menos uma década antes de a
epístola ser escrita, durante a segunda viagem missionária de Paulo (At 16:12-40).
· Paulo e Silas
chegaram a Filipos e, aparentemente, não encontraram uma sinagoga judaica.
Havia, porém, um lugar de oração à margem do rio, onde algumas mulheres
reuniam-se no sábado para orar. Uma dessas mulheres, Lídia, creu na mensagem do
evangelho que Paulo pregava. Como resultado da sua gratidão para com Deus e
para com os missionários, Lídia abriu sua casa para eles. Pelo ministério de
Paulo e Silas, muitos se tornaram cristãos em Filipos, e uma igreja foi fundada
ali.
FILIPENSES: UMA IGREJA MISSIONÁRIA.
1-
Paulo e a igreja de Filipos. O texto de nossa Leitura Bíblica em
Classe mostra que o apóstolo Paulo aceitou a oferta dos crentes da igreja de
Filipos, que foi entregue voluntariamente ao apóstolo, de modo que serviu para
o seu sustento. As palavras do apóstolo Fp
4:14, mostram-nos que suas aflições também eram as da igreja em Filipos “Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição”.
A expressão “tomar parte” no grego sunkoinoneo,
que quer dizer “associar-se com”, “compartilhar”, “ser sócio em”, deixa
evidente que, os cristãos filipenses sentiam comunhão com Paulo, em uma aflição
comum.
· No trecho de Filipenses 4:10-20 vemos um obreiro que
havia experimentado a abundância e a escassez na vida. Sentiam a tensão da
situação do apóstolo e fizeram o que estava ao alcance deles, como se eles
mesmo estivessem sendo afligidos, I Co
12:26 pois como Corpo de Cristo, quando um membro sofre, todos sofrem
igualmente.
2- O privilégio de participar do sustento missionário. À luz do exemplo da igreja de Filipos, os membros e os obreiros da igreja local têm o privilégio de serem participantes do sustento financeiro e do apoio aos missionários e suas famílias por meio da secretaria ou do departamento de Missões da igreja. Ora, os filipenses faziam isso com alegria e de maneira voluntária (Fp 4:15). Assim, conforme já estudamos, orar, interceder, acompanhar e financiar o ministério dos missionários é um privilégio específico dos membros da igreja local. Aqui, ocorre uma relação espiritual de muita confiança em que o Corpo de Cristo sustenta e apoia os obreiros transculturais.
· Na relação dos
crentes de Filipos com o ministério do apóstolo Paulo há um contexto de
liberalidade e voluntariedade. Paulo com gratidão relembra o apoio
que os crentes filipenses lhe concederam, e isto mais de uma vez (Fp 4:15,16). E agora, aprisionado em
Roma, observamos que a preocupação dos crentes de Filipos com Paulo, não se
resumiu a estar ciente de suas aflições, nem apenas em orar pelo apóstolo, mas
principalmente em obras, enviando-lhe uma oferta para sustentar o seu pastor a
fim de aliviar o seu sofrimento (Fp 4.18). “Naquela época, as prisões não eram
como as de nossos dias. Os presos eram responsáveis por seu próprio sustento
dentro das prisões. Aqueles que não tivessem o apoio de familiares e amigos estavam
sujeitos a morrer de fome ou por enfermidades, pois os cuidados médicos também
não eram fornecidos”.
3- Esferas de sustento missionário. O trabalho missionário envolve muitas esferas que precisam ser financiadas economicamente. Quando uma igreja envia um missionário para determinado país, deve haver um planejamento financeiro que custeie alimentação, moradia, transporte e demais necessidades de diferentes naturezas de acordo com o contexto cultural em que o missionário e sua família estão inseridos. É uma tarefa de grande responsabilidade em que, caso não haja o cumprimento rigoroso do sustento financeiro, o trabalho missionário pode ser gravemente comprometido. Por isso, aqui, devemos relembrar de que Deus recebe a oferta que oferecemos aos missionários, e se compromete a abençoar-nos e suprir todas as nossas necessidades por causa desse investimento santo (Fp 4:18,19).
· Embora Paulo
abrisse mão do sustento que deveria receber da igreja por “direito” em Corinto (1Co 9:6), Ele lembra, a esta igreja, que
outras igrejas lhe sustentaram para que ele pudesse abrir mão do sustento
naquela cidade (2Co 11:8,9)
reafirmando a doutrina da responsabilidade da igreja em prover o sustento dos
obreiros que vivem exclusivamente para a obra (1Co 9:6-12; Gl 6:6; 1 Tm 5:18). Paulo cita o exemplo do agricultor
que é o primeiro que experimenta dos frutos, e do criador de gado que se
alimenta do seu leite (I Co 9:7). Na
visão paulina não é diferente no âmbito espiritual, pois o sacerdote da antiga
aliança que ministrava no altar dele também se alimentava (I Co 9:13; Lc 6:4), e de acordo com a Lei, os dízimos deveriam ser
entregues aos sacerdotes e levitas constituídos para o ministério do culto (Nm 18:21-32).
· Por fim, o
apóstolo apoia esta prática sob o ensinamento de Moisés (1Co 9:9; Dt 25:4) e também do próprio Senhor
Jesus (I Co 9:14; Mt 10:9,10).
· A igreja em
Filipos era dotada de uma profunda consciência no que dizia respeito ao
sustento dos obreiros. Quando o evangelho começou a avançar
na Macedônia e adjacências, foram esses crentes que proveram as necessidades do
apóstolo Paulo (Fp 4:15); depois,
quando estava em Tessalônica, por duas vezes foi ajudado pelos filipenses (Fp 4:16). Quando escreveu a epístola,
Paulo agradeceu novamente por mais uma ajuda a ele enviada (Fp 4:10). Muito diferente da
consciência dos filipenses, era a dos crentes de Corinto. Alguns deles chegavam
a duvidar do apostolado de Paulo e se esqueciam de que fora ele quem fundara
aquela igreja (1Co 9:1). Paulo teve
ainda que justificar o direito que ele tinha como apóstolo, de ser sustentado
pela igreja (1Co 9:2-10).
2) PRINCÍPIOS BÁSICOS ACERCA DO SUSTENTO MISSIONÁRIO PELA IGREJA.
1- O custo do sustento financeiro. Antes de se lançar em qualquer projeto missionário, a igreja local deve fazer os cálculos de custos, conforme mencionado por Jesus no Evangelho de Lucas (Lc 14:28). Por exemplo, é necessário estudar o padrão de vida do país para onde o missionário será enviado. É prudente que, previamente, seja estabelecido um contrato entre a igreja e o missionário, estabelecendo todas as tratativas acordadas com o missionário e sua família, antes do envio deles (Mt 5:37).
· Tudo deve ser
feito com muita clareza e correção. Nesse sentido, a igreja local
envia e assume a responsabilidade financeira com o missionário. Esse
compromisso deve ser ajustado periodicamente, de acordo com o exame criterioso
dos custos da obra a ser desenvolvida, tais como: transporte do missionário até
o local da atuação da obra, moradia, educação, saúde da família e tudo que esteja
relacionado à instalação do missionário com sua família naquele país. Isso
respaldará a obra missionária até que esta adquira condições de
se auto-sustentar e dar assistência ao obreiro em todas as áreas de
sua vida.
2- Princípios básicos do sustento missionário. Com base no texto bíblico de Filipenses 4:10-20, apresentamos alguns princípios básicos a respeito do sustento missionário. Vejamos:
a) O suporte financeiro deve ser
feito de modo organizado sem ignorar a carência e as necessidades dos missionários
no campo;
b) O sustento deve ser coletado: nas
igrejas e entregue regularmente aos missionários de um modo eficiente e
responsável;
c) O sustento de missões é uma
resposta voluntária dos fiéis que, em gratidão a Deus pela salvação, apoiam a
proclamação do Evangelho e, por isso, doam voluntariamente ofertas
para sustentar os missionários enviados;
d) O sustento deve ser mais do que o
básico, deve ser amplo de acordo com a natureza daquele trabalho missionário;
e) O sustento de missões deve ser
feito de um modo constante e permanente.
3- Um apoio fiel e permanente. O apóstolo Paulo elogiou os Filipenses pelo apoio fiel e permanente ao seu ministério (Fp 4:16). Nesse sentido, as necessidades dos missionários não podem ser ignoradas por causa da falta de um planejamento bem feito (Fp 4:15). O fato é que os missionários dependem da fidelidade dos fiéis em quem eles confiam para perseverar no apoio, oração e doação. Nesse aspecto, o desafio da igreja local não é somente enviar, mas também manter o sustento missionário, não abandonando o obreiro e sua família no campo de trabalho.
3)
APRENDENDO A INVESTIR NA OBRA
MISSIONÁRIA.
1- Igreja de Filipos x Igreja de Corinto. Ao contrário da igreja de Corinto, a igreja de Filipos era um exemplo de generosidade missionária (Fp 4:15-19), pois como vimos, ela enviava oferta para o sustento do apóstolo Paulo. Não obstante a igreja de Corinto ter deixado um exemplo na abundância dos dons espirituais e no conhecimento das coisas de Deus (1 Co 1:4-7; 12:1-31; 2 Co 8:7; 12:7), seus membros demonstraram insensibilidade quanto ao sustento financeiro do seu missionário, o apóstolo Paulo.
· Infelizmente,
por não ser generosa, a igreja de Corinto precisou da intervenção de outras
igrejas para que o apóstolo pudesse exercer suas atividades (2 Co 11:8,9; cf. Fp 4:15). Portanto,
precisamos compreender de forma plena a importância da contribuição financeira
em favor da obra missionária.
· Pelas palavras
do apóstolo em (Fp 4:10-20),
percebemos que não foi a oferta em si enviada pela igreja de Filipos que chamou
a sua atenção, mas as nobres virtudes que impulsionaram esta comunidade cristã
a tomar esta atitude. Aqueles crentes filipenses, na concepção paulina, haviam
demonstrado a regra da preocupação fraternal, a lei do amor, o princípio que
rege a família de Deus (Rm 12:10; 1Pd
1:22). A missiva enviada aos filipenses é também uma “carta de
agradecimento” em retribuição ao gesto daqueles cristãos.
2- Tendo consciência de nosso dever. Contudo, o apóstolo Paulo ensinou à igreja de Corinto que contribuir para a obra missionária é um investimento espiritual que Deus “credita” na “conta” dos doadores (2 Co 9:6-8). Hoje não é diferente, pois a oferta que oferecemos para o sustento missionário, o Senhor a recebe com alegria. Esse ato nos dá a certeza de que Ele irá suprir todas as nossas necessidades (Fp 4:19). Assim, investir na obra missionária é a certeza de que estamos ajuntando tesouros no céu.
·
Fp 4:19-a “O meu Deus, segundo as suas riquezas”. O apóstolo
estava por causa da prisão e de suas condições, impedido de recompensá-los por
seu feito, mas o Senhor de Paulo poderia pagá-los “segundo as suas riquezas”. Por certo, aquela comunidade cristã de
Filipos ofertara ao apóstolo o que pudera, pois também tinham limitações.
Paulo, sabedor disto, lhes diz que Deus
não tem estas limitações, porque é dono de tudo.
3- Pessoas financiando a obra divina. Em Lucas 8:1-3 um grupo de mulheres acompanhava nosso Senhor e o serviam com seus bens, ou seja, sustentava financeiramente o ministério de Jesus e seus discípulos. Assim, a responsabilidade do financiamento para a expansão da mensagem do Reino de Deus é algo que podemos rastrear antes mesmo da origem histórica da Igreja. Isso nos revela que, apesar da impossibilidade de a maioria dos cristãos fazer missões transcultural diretamente no campo, ela pode sustentar o ministério de um missionário e, a partir dessa resolução, garantir a execução da obra Missões Transculturais.
· Portanto,
atentemos para as palavras de Hudson Taylor, missionário inglês na china:
“A obra de Deus feita segundo a vontade
de Deus, jamais terá falta dos recursos de Deus”.
CONCLUSÃO:
Nossos dízimos e ofertas são uma maneira de reconhecermos a soberania de Deus em nossa vida e é a vontade divina a salvação dos perdidos da Terra (1 Tm 2:4). Para que essa meta seja alcançada, Deus conta com cada um de seus filhos, com todos os seus dons e talentos. Deus conta com você para entrar no seleto grupo de mantenedores da obra missionária. O Senhor nosso Deus conta conosco para fazermos chegar Bíblias, literaturas e missionários aos povos que ainda não foram alcançados com a mensagem de vida eterna.
Pr. Nilton Jorge - Contatos (22) 998746712 Whatsapp
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