TEXTO: Pv 9:9
INTRODUÇÃO:
· As origens da
Escola Dominical remontam aos tempos bíblicos quando o Senhor ordenou ao seu
povo Israel que ensinasse a Lei de geração a geração. Dessa forma a história do
ensino bíblico descortina-se a partir dos dias de Moisés, passando pelos tempos
dos reis, dos sacerdotes e dos profetas, de Esdras, do ministério terreno do
Senhor Jesus e da Primitiva Igreja.
· Não fossem esses
inícios tão longínquos, não teríamos hoje a Escola Dominical.
· Houve grandes vultos do Cristianismo que muito contribuíram para o ensino e divulgação da Palavra de Deus. Homens como Orígenes, Clemente de Alexandria, Justino o Mártir, Gregório Nazianzeno, Agostinho e outros doutores conhecidos como pais da igreja. Todos eles magnos discipuladores e insinadores. E o que dizer do Dr. Lutero? O grande reformador do século XVI, apesar de seus grandes e inadiáveis compromissos, ainda encontrava tempo para ensinar as crianças. Haja vista o catecismo que lhes escreveu. Foram esses piedosos de Cristo abrindo caminho até que a Escola Dominical adquirisse os atuais contornos.
· A Escola Dominical
do nosso tempo nasceu de visão de um homem que, compadecido com as crianças de
sua cidade, quis dar-lhes um novo e promissor horizonte. Como ficar insensível
ante a situação daqueles meninos e meninas que, sem rumo, perambulavam pelas
ruas de Gloucester? Nesta Cidade, localizada no Sul da Inglaterra, a delinquência
infantil era um problema que parecia insolúvel. Aqueles menores roubavam,
viciavam-se e eram viciados; achavam-se sempre envolvidos nos piores delitos. É
nesse momento tão difícil que o jornalista episcopal Robert Raikes entra em
ação. Tinha ele 44 anos quando saiu pelas ruas a convidar os
pequenos transgressores a que se reunissem todos os domingos para aprender a
Palavra de Deus. Juntamente com o ensino religioso, ministrava-lhes Raikes
várias matérias seculares: matemática, história e a língua materna - o inglês.
· Não demorou muito,
e a escola de Raikes já era bem popular. Entretanto, a
oposição não tardou a chegar. Muitos eram os que o acusavam de estar quebrantando
domingo. Onde já se viu comprometer o dia do Senhor com esses moleques? No
Parlamento chegou a ser apresentado um decreto para proibir Escolas Dominicais
em toda a Inglaterra. Tal decreto jamais foi aprovado. Será que o Sr. Raikes
não sabe que o domingo existe para ser consagrado a Deus?
· Robert Raikes
sabia-o muito bem. Ele também sabia que Deus é adorado através de nosso trabalho
amoroso incondicional. Embora haja começado a trabalhar em 1780, foi somente em
1783, após três anos de oração, observações e experimentos, que Robert Raikes
resolveu divulgar os resultados de sua obra pioneira.
· Robert Raikes,
após três anos de experiência com 7 Escolas Dominicais em casas particulares e
com 30 alunos em cada uma delas, alcança êxito em seu trabalho com a
transformação na vida de duas crianças. A Escola Dominical passou das casas
particulares para os templos, os quais passaram a encher-se de crianças. Quatro
anos após a fundação, a Escola Dominical já contava com 250 mil alunos
matriculados.
· No dia três de
novembro de 1783, Raikes publica, em seu jornal, o que Deus operara e continuava
a operar na vida daqueles meninos Gloucester. Eis porque a data foi escolhida como
o dia da fundação da Escola Dominical.
· Em 1797 na
Inglaterra chega a mil o número de Escolas Dominicais.
· Em 1810 o
movimento já contava com mais de três mil Escolas Dominicais e com
aproximadamente 275 mil alunos matriculados.
· Em 1811 começa a
separação de classes para que adultos analfabetos, assim como as crianças,
também pudessem aprender a ler a Bíblia. O movimento chega a 400 mil alunos
matriculados só na Inglaterra. 5/04/1811 morre Robert Raikes, aos 76 anos de
idade, tendo a Escola Dominical se espalhado por toda a Inglaterra e em outras
partes do mundo.
· Em 1831 as Escolas
Dominicais chegam a 1.250.000 alunos matriculados, cerca de 25% da população da
Inglaterra na época.
· Mui
apropriadamente, escreve o pastor Antonio Gilberto: “Mal sabia
Raikes que estava lançando os fundamentos de uma obra espiritual que atravessaria
os séculos e abarcaria o globo, chegando até nós, a ponto de ter hoje dezenas de
milhões de alunos e professores, sendo a maior e mais poderosa agência de
ensino da Palavra de Deus de que a Igreja dispõe”.
· Tornou-se a Escola
Dominical tão importante, que já não podemos conceber uma igreja sem ela. Haja
vista que, no dia universalmente consagrado à adoração cristã, nossa primeira
atividade é justamente ir a esse prestimoso educandário da Palavra de Deus. É aqui
onde aprendemos os rudimentos da fé e o valor de uma vida inteiramente
consagrada ao serviço do Mestre.
· A. S. London
afirmou, certa vez, mui acertadamente: “Extinga a Escola Bíblica
Dominical, e dentro de 15 anos a sua igreja terá apenas a metade dos seus
membros”. Quem haverá de negar a gravidade de London?
· Os missionários
escoceses Robert e Sara Kalley são considerados os fundadores da Escola
Dominical no Brasil. Em 19 de agosto de 1855, na cidade imperial de
Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles dirigiram a primeira Escola Dominical em
terras brasileiras. Sua audiência não era grande; apenas cinco crianças
assistiram àquela aula. Mas foi suficiente para que seu trabalho florescesse e
alcançasse os lugares mais retirados de nosso país. Essa mesma Escola Dominical
deu origem à Igreja Congregacional no Brasil. Houve, sim, reuniões de Escola
Dominical antes de 1855, no Rio de Janeiro, porém, em caráter interno e no idioma
inglês, entre os membros da comunidade americana. Hoje, no local onde funcionou
a primeira Escola Dominical do Brasil, acha-se instalado um colégio. Mas ainda
é possível ver o memorial que registra este tão singular momento do ensino da
Palavra de Deus em nossa terra.
· Em 1911 dois meses
após a fundação das Assembléia de Deus, é realizada a primeira aula de Escola
Dominical, na casa do irmão José Batista Carvalho, na Av. São Jerônimo, em
Belém, PA.
· Em 1930 foi lançada
a revista Lições Bíblicas para adultos, inicialmente comentada pelos
missionários suecos Samuel Nyström e Nils Kastberg. A CPAD ainda não tinha sido
fundada.
· O número de alunos
em todo o mundo‚ é estimado em 120 milhões, com cerca de 2 milhões de Escolas
Dominicais (não nos moldes do modelo britânico de Raikes) e 8 milhões de
professores.
TRANSIÇÃO: A Escola Dominical está inserida em um amplo contexto educacional denominado, Educação cristã. A educação cristã, como instrumento de formação e aperfeiçoamento do caráter cristão, não ocorre apenas no ambiente da Escola Dominical, mas em todos os setores e seguimentos da igreja local. Nesta rica oportunidade, apresentarei algumas razões que justifiquem a relevância da ED como principal ferramenta de Educação Cristã na igreja.
a) A Escola Dominical não é uma atividade educativa opcional, é essencial. Em razão de a igreja estar intrinsecamente associada à educação cristã, a Escola Dominical como departamento principal de ensino, não é opcional, é vital, pois, incrementa e dinamiza todas as atividades e iniciativas educacionais e evangelísticas dos demais setores. A Escola Dominical não pode ser considerada apenas um apêndice, anexo ou acessório na estrutura geral da igreja ou mero departamento secundário. Ela se confunde com a própria essência da Igreja. Não é apenas parte da igreja; é a própria igreja ministrando ensino bíblico metódico, sistemático.
· Desde os primórdios a Igreja Cristã perseverava na doutrina e instrução dos apóstolos. No primeiro século não havia templos. As famílias se reuniam em suas casas para orar, comungar e estudar a Palavra de Deus. Os crentes mais experientes ensinavam os neófitos basicamente de forma expositiva e em tom familiar, explicando e interpretando os pontos mais difíceis das Escrituras de acordo com a orientação dos apóstolos e diretamente do Espírito Santo. E hoje? A Igreja está realmente interessada em estudar a Bíblia?
b) Onde fica a ED no programa geral de nossas igrejas? Qual a sua importância? Há algumas décadas, na maioria das igrejas tradicionais, era comum o número de matriculados na Escola Dominical ultrapassar ao de membros da igreja. O que podemos dizer das nossas Escolas Dominicais atualmente? Enquanto as igrejas tradicionais estão repensando a ED, grande parte das igrejas pentecostais somente começaram a pensar na relevância do ensino bíblico sistemático de algumas décadas para cá. (A CPAD através do Setor de Educação Cristã e especificamente do CAPED vem realizando um excelente trabalho de conscientização nesta área).
c) A relevância da Escola Dominical está explicita no seu principal conceito. A Escola Dominical conjuga os dois lados da Grande Comissão dada à Igreja (Mt 28:20; Mc 16:15). Ela evangeliza enquanto ensina.
· O cumprimento da
Grande Comissão através da ED, pode ser visto em quatro etapas:
1)
Alcançar. A EBD é o instrumento que cada igreja possui
para alcançar todas as faixas etárias. (A audiência do culto à noite, além de
ser heterogênea, não tem oportunidade de refletir, questionar e interiorizar o
conteúdo recebido).
2)
Conquistar. Através do
testemunho e da exposição da Palavra. Disse Jesus: Jo 6:45 "...serão
todos ensinados por Deus...todo aquele que do pai ouviu e aprendeu vem a
mim". A conversão é perene quando acontece através do ensino.
3)
Ensinar. Há quem diga que
o ensino metódico e sistemático é contrário à espiritualidade? Isto é verdade? O
ensino das doutrinas e verdades eternas da Bíblia, na Escola Dominical deve ser
pedagógico e metódico como numa escola, sem contudo deixar de ser profundamente
espiritual. Isto significa que devemos ensinar a Palavra de Deus
com seriedade e esmero, apropriando-nos dos mais eficazes recursos educacionais
que estejam à nossa disposição: Rm 12:7b “...se é ensinar haja
dedicação ao ensino”.
4) Treinar. devemos treiná-los para que instruam a outros. Estas 4 etapas estão conjugadas aos 3 principais objetivos da Escola Dominical que são: ganhar almas para Jesus; desenvolver a espiritualidade dos alunos e treinar o cristão para o serviço do Mestre.
· A EBD é a maior
agência de ensino da Igreja. Nenhuma outra reunião tem um programa de estudo
sistemático da Bíblia com a mesma abrangência e profundidade. Ajustado a cada faixa
etária, o currículo da ED possibilita um estudo completo das Escrituras em
linguagem acessível a cada segmento, criando raízes profundas na vida de cada
crente. É UMA ESCOLA QUE TRANSFORMA.
· Foi a criação da Escola Dominical, da forma como é conhecida atualmente, que mudou a face da Inglaterra. Crianças que antes tinham comportamento marginalizado, abandonadas à sua própria sorte, começaram a ser atraídas por Robert Raikes para reuniões sistemáticas com tríplice ênfase: social, bíblica e evangelística.
· A EBD não cuida
apenas da formação espiritual, mas preocupa-se com a edificação geral, que inclui: Bons costumes,
exercício da cidadania e a formação do caráter
· A ED complementa
e, às vezes corrige a educação ministrada nas escolas seculares. A ED
complementa a educação cristã ministrada nos lares.
· No Antigo Testamento, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis pelo ensino das Escrituras:
Dt 6:6,7 E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimará (inculcarás) a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.
Dt 11:18,19 Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos, e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.
Dt 31:12 Ajunta o povo, homens, e mulheres, e meninos, e os teus estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam, e aprendam, e temam ao Senhor, vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta lei.
Dt 17:19 E o terá consigo (o livro da Lei), e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos para cumpri-los.
· O objetivo final é
sempre cumprir:
Tg 1:22 Sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes enganando-vos
com falsos discursos.
· A grande maioria
das famílias recebe pouca ou nenhuma instrução na Palavra de Deus, no lar, sob
a liderança do seu chefe. Em função de a Bíblia perder seu lugar no seio da
família, a igreja ficou com a grande responsabilidade de providenciar
educação religiosa.
· Todo o impacto
desta responsabilidade caiu sobre a ED e seus oficiais. Além de aproximar pais
e filhos na comunhão do corpo de Cristo, A ED introduz crianças, adolescentes, jovens
e adultos no conhecimento bíblico, afastando-os da ociosidade e das más companhias.
CONCLUSÃO:
· Planejamento é
fundamental para ser bem sucedido. Prepare seu conteúdo da melhor maneira
possível. Ninguém, tem o dever de saber tudo, mas o tem de se esforçar ao máximo
possível.
· Obs: se
atenha apenas ao assunto da aula, não se perca com coisas paralelas.
· Administre bem o do tempo de aula. Exemplo: 50 minutos de aula
1. Introdução (10min) = Cumprimentos, apresentação dos visitantes, estabelecer relação entre o que vai ser estudado e o que foi estudado na semana anterior; buscar atrair atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado; falar sobre a importância do assunto a ser estudado (“para que serve”). “Se o professor não conseguir captar a atenção de seus alunos e deixar claro para ele o que vai ser ensinado na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo mais.”
2. Desenvolvimento (25min) = utilização de métodos e recursos didáticos para estudar a Palavra, sempre aplicando o conteúdo à realidade do aluno. “Uma aula sem aplicação é como se uma pessoa fosse ao médico, recebesse a receita, mas não fosse instruída como usar os medicamentos.”3. Integração (10min) = Dinâmica de grupo, atividade de reflexão/aplicação.
4. Conclusão (5min) = Recapitulação das principais informações transmitidas e repassar os ensinamentos aprendidos, estimular os alunos a pesquisarem mais sobre o assunto.
Pr. Nilton Jorge - Contatos (22) 998746712 Whatsapp
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