quarta-feira, 1 de maio de 2024

PÁSCOA A CELEBRAÇÃO DA MORTE E DA VIDA

TEMA: Ex 12:1-51

INTRODUÇÃO:

·      Israel estava deixo do chicote do carrasco. Não apenas com as costas debaixo do açoite, mas também com os pés no barro e as mãos calejadas no trabalho. Eram 430 anos de amarga escravidão.

·      Deus ouve o clamor do seu povo e envia o seu mensageiro com uma mensagem expressa a Faraó: DEIXA O MEU O POVO IR.

·      Faraó endureceu o coração e oprimiu ainda mais o povo. Deus enviou dos céus dez pragas, exerceu juízo sobre todos os deuses do Egito, quebrou o orgulho de Faraó, fez abalar as pirâmides milenares e tirou o seu povo do cativeiro com mão forte e poderosa.

·      O golpe final de Deus foi a matança dos primogênitos. Aquela era a décima praga. A morte visitaria o palácio e as choupanas, pobre e ricos, velhos e crianças. O anjo do juízo passaria à meia-noite. O único meio de salvação daquele dilúvio de juízo era o sangue do Cordeiro. Não havia outro meio de livramento. Onde encontrasse o sangue, passaria por cima, mas onde não visse o sangue, o primogênito morreria inapelavelmente.

·      A mesma noite da morte para os egípcios foi a noite de libertação para os hebreus. Para uns o juízo, para outros a salvação. A diferença entre o juízo e o livramento, a morte e a vida, a condenação e a salvação foi o sangue do Cordeiro.

·      A Páscoa foi o dia da independência de Israel. A noite do terror dos egípcios, foi a noite da libertação do povo de Deus. A mesma mão que feriu uns, resgatou os outros. A Páscoa não apenas trouxe unidade para Israel, salvação para os seus filhos, mas também libertação do cativeiro. Israel se tornou livre para servir a Deus.

·      O capítulo 12 de Êxodo é talvez o mais solene e importante de todo o Velho Testamento. Ele registra a instituição da Páscoa. O sacrifício da Páscoa inaugura um novo calendário: “Este mês vos será o principal dos meses…” (v. 2). A Páscoa era o começo de uma nova vida para o povo de Deus. A partir dali deixaram de ser escravos do Egito para serem peregrinos na direção da terra prometida. A Páscoa era o memorial de que ali cessava a escravidão e começava uma nova vida, livre!

ð A Páscoa judaica cumpriu-se em Cristo. No Cenáculo, antes dele ir ao Getsêmani Jesus celebra a Páscoa e instituiu a Ceia. Todo simbolismo e sombra tipológica termina ali. Agora, não imolamos mais cordeiros, pois Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o nosso Cordeiro Pascal. Ele é o Sacerdote e o sacrifício, o ofertante e a oferta.

TRANSIÇÃO: A PÁSCOA NÃO APONTA PRA O CHOCOLATE, MAS PARA O SANGUE VERTIDO, NÃO REVELA O COELHO, MAS O CORDEIRO.

1)             O CORDEIRO PASCOAL FOI APONTADO NAS ESCRITURAS v. 3-4.


·      A pergunta de Isaque a Abraão: Onde está o Cordeiro? Introduziu um dos principais temas do Velho Testamento, enquanto o povo aguardava o Messias. A pergunta foi respondida finalmente por João Batista: Jo 1:29 Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

·      Filipe disse para o eunuco que vinha lendo Isaías 53, que o Cordeiro era Jesus.

·      Paulo disse para a igreja de Corinto 1 Co 5:7 que Cristo é o nosso Cordeiro Pascal.

·      Pedro 1 Pe 1:18-20 disse que fomos remidos pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.

·      João Ap 5:6 o vê no céu e Jesus lhe é apresentado como o Cordeiro que foi morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos.

a)   Gn 22:13-14 Jesus é o Cordeiro suficiente para uma pessoa .

b)   Êx 12:3 Jesus é o Cordeiro suficiente para uma família.

c)    Is 53:8 Jesus é o Cordeiro suficiente para uma nação.

d)   Jo 1:29 Jesus é o Cordeiro suficiente para o mundo inteiro.

2)             O CORDEIRO PASCOAL É O CORDEIRO DO SANGUE APLICADO v. 7,12,13,21,23,24.

·      Não basta saber que o Cordeiro foi morto. Não é também o sangue do Cordeiro que livra do juízo, mas o sangue do Cordeiro aplicado. Deus disse v. 13 Quando eu vir o sangue, passsarei por sobre vós.

·      A apropriação da expiação precisa ser pessoal Gl 2:20 Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim.
a) O sangue é sinal de distinção. O que distinguia os egípcios dos israelitas naquela noite do juízo era o sangue. Na verdade só existem duas categorias de pessoas: os que pertencem à igreja dos comprados pelo sangue da redenção e aqueles que ainda estão debaixo de seus pecados. O que vai importar naquele dia não é a sua religião, suas obras, seus méritos, seus dons, mas se você está ou não debaixo do sangue.

b) O sangue é sinal de salvação. Onde o anjo da morte via o sangue não entrava, pois o sangue lhe dizia: Aqui já foi realizado o juízo, aqui a obra já está feita. Só o sangue do Cordeiro retinha a espada do juízo. Os filhos de Jacó não eram melhores, nem mais hábeis, nem mais santos, nem mais justos. O que os distinguia era o sangue. Quem está debaixo do sangue do Cordeiro está justificado. Agora já não há mais nenhuma condenação.

c) O sangue é sinal de segurança. O centro do Cristianismo é a cruz e o significado da cruz é a substituição. Cristo morreu por nós. Ele carregou os nossos pecados em seu próprio corpo. O castigo que nos trás a paz estava sobre ele. No sangue de Cristo temos segurança de perdão, de purificação.

3)             O CORDEIRO PASCOAL É O CORDEIRO SUSTENTADOR v. 8-11.

 

·      Aqueles que são salvos pelo sangue do Cordeiro, alimentam-se do Cordeiro. O sangue nos livra do cativeiro e da morte. O cordeiro nos sustenta para a caminhada rumo à Canaã celestial. Cristo é o alimento.


a)   O conteúdo da refeição (v. 8). A refeição da Páscoa era feita do Cordeiro assado, ervas amargas e pão sem fermento.

ð O CORDEIRO ASSADO NO FOGO. O nosso Cordeiro sofreu na cruz o fogo da justiça de Deus. Cristo foi ferido e moído na cruz.

ð ERVAS AMARGA. Falam do sofrimento que deixaram no Egito e das provas que teriam pela frente.

ð PÃO SEM FERMENTO. O fermento é símbolo de impureza, pecado oculto, falso ensino, hipocrisia e vida pecaminosa.

b)   A maneira de participar da refeição (v. 11). A Páscoa precisa ser comida com pressa. Era hora de sair do Egito. Prontidão para marchar. Lombos cingidos, sandálias nos pés, e cajado na mão. Como-lo-eis à pressa. Deus tem pressa que você saia do Egito. Faraó quis deter o povo:

1) Sirvam a Deus no Egito mesmo (8:25);

2) Fiquem perto (8:28);

3) Fiquem os jovens (10:10,11);

4) Fiquem os rebanhos (10:24-26).

Moisés não negocia, No Egito não ficará uma unha. O Egito não é o lugar para o povo de Deus permanecer.

 

CONCLUSÃO:

A páscoa não é apenas celebração de morte do cordeiro. A pascoa é a festa da vida. O Cordeiro da Páscoa é o Cordeiro Vivo Ap 1:18 O Apocalipse nos aponta o Cordeiro de Deus, como aquele que está vivo. Que está no trono. Que reina. Aquele diante de quem todo joelho se dobra. O Apocalipse nos aponta o Cordeiro que tem sete chifres, onipotente; que tem sete olhos, onisciente. O Cordeiro que voltará para julgar as nações. 



Pr. Nilton Jorge

CRISTO EM VÓS, A ESPERANÇA DA GLÓRIA

TEXTO: Cl:1:26-27

INTRODUÇÃO:

·      A carta de Paulo aos colossenses é o maior tratado cristológico do Novo Testamento. A carta de Colossenses tem sido especial em sua afirmação sobre o senhorio e suficiência de Cristo para a vida da Igreja. Vivemos num tempo de tolerância com o erro e de intolerância com a verdade. Ao mesmo tempo em que as heresias se aninham confortavelmente na Igreja, embaladas nos braços da tolerância e do sincretismo religioso, a verdade e atacada com rigor excessivo. Esse é tempo relativismo e das quebras de absolutismos e princípios bíblicos, onde os muros de proteções são tirados pra viver-se a Deus dará, sem remorso ou arrependimento.

·      O importante é ser feliz, nem que seja feliz a margem da igreja e longe da comunhão com Deus. Mas essa é uma alegria passageira, alegria sem esperança e sem graça. A doutrina de Cristo, a doutrina da igreja, a doutrina da santificação e a família cristã te sido atacada de uma forma bem orquestrada pelo diabo. Quando não são as autoridades parlamentares com novas leis, é o STF com seus absurdos, quando não esses, são as feministas e demais ideológicos, quando pensamos que a poeira baixou ai vem os de dentro, gente da gente que se levanta com pensamentos teológicos liberais, querendo aprovação onde Deus reprova, querendo mudar o caminho pra facilitar os meus pecados e com eles eu o ser aceito por Deus, porque Deus é amor e eu sou o alvo desse amor. EVANGELHO NÃO É E NUNCA FOI INCLUSIVO, ELE É EXCLUSIVO. A GRAÇA É DE GRAÇA MAIS CUSTOU UM ALTO PREÇO.

·      Colossenses é uma carta de defesa doutrinária, ela é apologética. Nela se descobrem as quatro Solas:

a)   O SOLA SCRIPTURA.

b)   O SOLA GRATIA.

c)    O SOLA FIDE.

d)   O SOLUS CHRJSTUS.

e)    O SOLI DEO GLORIA.

·      Estou convencido de que esta carta e absolutamente pertinente e necessária para a Igreja contemporânea por algumas razoes:

a)   Porque a doutrina de Cristo tem sido atacada ao longo dos séculos. Nos primeiros séculos da era cristã, muitos e acirrados debates foram feitos em torno da doutrina de Cristo. Por acreditarem que a matéria era essencialmente má, os gnósticos diziam: se Jesus Cristo e Deus não pode ser humano; se Ele e humano não pode ser Deus. O arianismo pregava que Jesus não era co-igual, co-eterno e con-substanciai com o Pai.

b)   Porque a doutrina da criação tem sido atacada com grande virulência. A carta de Paulo aos colossenses acentua a verdade primaria do cristianismo, de que o universo não é resultado de uma geração espontânea, nem de uma explosão cósmica, muito menos de uma evolução de bilhões e bilhões de anos. Antes, o mundo visível e invisível é obra da criação de Deus, por meio de Cristo.

c)    Porque a doutrina da redenção tem sido atacada com incansável persistência. Os falsos mestres, como lobos vorazes, sempre se infiltraram na Igreja e outras serpentes peçonhentas permanecem do lado de fora destilando seu veneno mortal. A ideia de que o homem pode chegar a Deus pelos seus esforços, méritos, esoterismo e sincretismo, sem o sacrifício expiatório de Cristo, não é apenas enganosa, mas também satânica. E uma falsa humildade acreditar que o homem pode chegar ate Deus por meio de seus esforços.

d)   Porque a doutrina da santificação tem sido atacada por várias idéias equivocadas. Não faltam ideias erradas e falsas acerca do estilo de vida que pode agradar a Deus. Paulo escreve a carta aos colossenses para corrigir esses desvios como o gnosticismo, o misticismo, o legalismo e o ascetismo.

ð A igreja estava sendo ameaçada pela chamada “heresia de Colossos”. A igreja de Colossos era formada, na sua maioria, de pessoas egressas do paganismo (1:21). Também faziam parte dessa igreja aqueles que procediam do judaísmo. Dessa mistura surgiu uma heresia, que ficou conhecida como “a heresia de Colossos”. Segundo Donald Guthrie, a heresia de Colossos era um sincretismo Judaico-Gnóstico. O gnosticismo ensinava que a salvação podia ser obtida através do conhecimento, em vez da fé. Esse “conhecimento” era esotérico e somente poderia ser adquirido por aqueles que tinham sido iniciados nos mistérios do sistema gnóstico.

·      O ponto nevrálgico da heresia gnóstica e que eles pensavam que a matéria em si fosse essencialmente má, razão pela qual Deus sendo santo, não poderia criar o universo. Os anjos, diziam eles, eram os criadores da matéria.

·      Outro ponto terrível, os gnósticos diziam que é impossível que aquele que é essencialmente santo possa ter comunhão com aquele que é essencialmente mau. A heresia diz que do Deus essencialmente santo emanou um ser um pouco menos santo, e que deste segundo ser santo emanou um terceiro ainda menos santo, e deste terceiro um quarto e assim por diante, com um enfraquecimento cada vez maior, até que apareceu um (Jesus) que estava tão despojado de divindade e tão semelhante ao homem, que podia entrar em contato com ele. Negando a divindade de Jesus. E a humanização do verbo como encarnado.

ð Russell Shedd corretamente afirma que, enquanto o gnosticismo colocou a matéria em oposição a Deus, a encarnação traz o Deus transcendente para dentro da nossa humanidade.

ð Não é a matéria o obstáculo ao progresso, mas o veiculo pelo qual Deus nos salva por meio da cruz e do túmulo vazio.

ð Silas Alves Falcão destaca que, entre os erros que se espalhavam entre os colossenses, estava o particularmente supersticioso culto aos anjos, pelos quais os adeptos esperavam alcançar uma ciência mais profunda e uma perfeição mais alta que aquelas prometidas pelo evangelho.

·      Russell Champlin diz que essa heresia foi tao devastadora que oito livros do Novo Testamento foram escritos para combatê-la: Colossenses, 1 e 2Timoteo, Tito, 1, 2, 3Joao e Judas.

ð O apostolo Paulo refuta essa heresia, afirmando que Jesus e o criador do mundo visível e invisível, inclusive dos anjos. Sem perder Sua santidade, Ele se encarnou, e Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele é o sustentador do universo e o redentor da humanidade. Ele é o primeiro na natureza, na Igreja, na ressurreição, na ascensão e na glorificação. Ele e o único Mediador, Salvador e Fonte da Vida.

ð O apostolo Paulo ensina que aquele que crê em Cristo e vive Nele não precisa de sabedoria mundana nem de filosofia falaciosa. Porque em Cristo “estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”. Todos os poderes cósmicos dependem do Cristo preexistente que enche totalmente o universo e não deixa lugar para agentes concorrentes, visto terem sido derrotados por Ele e serem subservientes a Ele. Somente Cristo da significado ao universo. Nele tudo subsiste, portanto, somente Ele da relevância e proposito a vida.

 

TRANSIÇÃO: Os mestres do engano, os emissários da heresia, os paladinos da mentira haviam chegado a Colossos disseminando seu veneno. Eles atacaram as doutrinas da criação e da redenção. Eles negavam tanto o fato de Cristo ser o criador quanto o fato de Cristo ser o redentor. Refutando as teses dos falsos mestres, Paulo destaca quatro grandes verdades a respeito da salvação que temos em Cristo.

1.    Em primeiro lugar, Deus nos libertou do império das trevas (1.13). O verbo “libertou” esta no tempo passado, significando que a obra de libertação foi absolutamente consumada. Estamos livres; somos verdadeiramente livres!

2.    Em segundo lugar, Deus nos transportou para o Reino do Seu Filho Amado (1.13). Houve um traslado, uma transferência imediata do império de trevas para o reino da luz. A salvação implica uma mudança radicai de domínio sobre a nossa vida. Agora temos outro dono, outro senhor, outra vida, dentro de outro reino. Fomos transladados de uma vez por todas.  Isso e escatologia realizada. Já estamos no antegozo da gloria.

3.    Em terceiro lugar, Deus nos redimiu por meio do Seu Filho (1.14). Não pertencemos mais ao império das trevas, nem somos de nos mesmos. Somos propriedade exclusiva de Deus.

4.    Em quarto lugar, Deus nos perdoou por intermédio do Seu Filho (1.14b). A igreja e a comunidade dos perdoados. Só gente perdoada pode entrar no céu. Nossa divida foi paga, nossa culpa foi cancelada e nossa justificação declarada. A palavra “perdão” significa “mandar embora” ou “cancelar uma divida”.


COMO RESULTADO DA OBRA RECONCILIADORA DE CRISTO NA SAVAÇÃO, PAULO ENFATIZA TRÊS BENÇÃOS DA RECONCILIAÇÃO vss. 20,22,23.

1)   Quanto ao passado, temos paz com Deus v.20.

2)   Quanto ao presente, temos vida de santidade v.22.

3)   Quanto ao futuro, temos a esperanca do evangelho v.23. A reconciliação corrige uma alienação passada, oferece-nos bênçãos presentes e garante-nos a glorificação futura. A esperança do evangelho e a esperança da gloria.

·      Werner de Boor diz que evangelho sem escatologia nao e evangelho. A esperança do evangelho e a “bendita esperança” da volta de nosso Senhor.

 

ð Antes do pecado, o homem tinha plena comunhão com Deus. O pecado, entretanto, rompeu essa intimidade. Deus decidiu então fazer morada entre o Seu povo através de um santuário móvel. Mais tarde a presença de Deus se fez perceber no templo de Jerusalém. Mas foi na plenitude dos tempos que o próprio Deus desceu ao mundo e se fez carne e habitou entre nós. Agora, Paulo diz que Cristo não apenas habita entre nós, mas habita em nós. Essa habitação e pela fé. A habitação de Cristo em nós não é uma estada temporária, mas permanente. Cristo não e um inquilino, mas o dono da casa. A habitação de Cristo no cristão é a garantia da glória.


CONCLUSAO:

Cristo é esperança de cada família, entender essa verdade e viver nela é ter Cristo como centro, vivendo Nele e mantendo a comunhão do Ele viver em nós, nos faz ter a esperança para a gloria eterna.  


Pr. Nilton Jorge

sexta-feira, 26 de abril de 2024

AINDA HÁ ESPERANÇA QUEBRADAS

TEXTO: Ed 10:4

INTRODUÇÃO: 

·      O povo de Israel estava no exílio da Babilônia há setenta anos quando o rei Ciro tocado por Deus passa um pregão em todo o seu reino, dizendo que Deus o mandara edificar uma casa ao Senhor Deus em Jerusalém de Judá, (Ed 1:1-2), Esdras era um escriba encarregado dos negócios judaicos na corte da Pérsia, ele é o encarregado dessa reforma, junto a ele mais de 7 mil dos judeus obedeceram à voz de Deus e regressaram a Jerusalém. Em Ed 7:6-9 está o registro acerca da ida de Esdras para Jerusalém. Por isso que o capítulo nove inicia dizendo: “Acabadas, pois, estas coisas”, isto é, quatro meses e meio após a chegada. Esdras fora enviado a Jerusalém justamente para ensinar a Lei que Deus havia dado a Moisés, a cidade estava em total ruína, debaixo de vergonha, miséria e desprezo, foram longos anos de trabalhos intensos e de resistência à oposição dos samaritanos, arábios, amonitas e os asdoditas e a obra vai parar por 16 longos anos (Ed 4).

ð Em 587 Jerusalém cai, o Templo e destruído e o povo deportado.

ð Em 458: Esdras chega em jerusalém (Esdras 7,8).

ð Em 445: Neemias chega em Jerusalém (13 anos depois de Esdras - Neemias 2,1).

·      A obra só dará continuidade após a visita de Neemias, pois os muros seriam edificados, as cidades fortificadas, logo, os inimigos teriam dificuldades para entrar na cidade, pois, uma cidade destruída, sem muros, os inimigos, não se importam com ela, pois na hora que quiserem, eles entram sem maiores problemas, mas quando resolvemos fechar as brechas, restaurar os muros, restaurar o templo do Senhor, os inimigos se levantam, foi assim com Esdras e Neemias, os inimigos tentaram de tudo para impedir a reconstrução da cidade, e quando a cidade estava edificada, os muros erguidos, o templo restaurado, seria uma festa, mas os filhos de Israel se misturaram, se casando com outros povos, coisa esta que lhes não era licita, todo o povo, sacerdotes e levitas, haviam se misturado com os povos de outras nações. Ed 9:1.2 O povo de Israel, os sacerdotes e os levitas, não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos perizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios, e dos amorreus. Porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a linhagem santa com os povos dessas terras; e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão.

 

·      Deus não queria que seu povo se misturasse, mas, aconteceu, Deus não abençoaria, Deus os havia entregado nas mãos de seus inimigos, no exílio da Babilônia, por causa dos mesmos pecados, Idolatria, prostituição, falta de justiça ao direito social, mistura com a cultura pagã cananéia, paganismo no templo, culto divorciado de quebrantamento, quebra das leis e ordenanças divinas, morte e perseguição aos profetas de Deus, entre outras coisas.

·      E agora de novo faziam e praticava o que trouxe o cativeiro, o que provocou as lágrimas pelas perdas de vida por ocasião do cativeiro. Sl 137 Eles se assentam, choram, lamentam e recordam. Agora livres voltam às mesmas práticas.

·      Pra quem lê o texto sem observar o contexto histórico vai ficar até irado ou confuso com a decisão, de mandar embora sem carta de divórcio as mulheres de relacionamento misto com seus filhos. Todavia isso representa voltar a estar debaixo do juízo de Deus.

 

ð No texto sagrado (9:3,4b,5;10:1,9), notamos as reações que Esdras teve o saber do pecado do povo, assim como alguns irmãos mais piedosos:

a)   Ficou muito chocado ao saber do que se passava na vida daquele povo.

b)   O temor invadiu o seu coração piedoso, e inicialmente ele agiu com muita tristeza e amargura de coração (vs.3).

c)    Os mais piedosos se ajuntaram a ele tremendo perante as Palavras do Senhor (4a).

d)   Esdras ficou atônito, isto é, pasmo, assombrado, espavorido, confuso e perturbado, sentou-se e permaneceu assim até a hora do sacrifício da tarde.

e)    Esdras se humilhou perante o Senhor, pois após o sacrifício ajoelhou-se e ergueu as mãos para orar a Deus.


·      Esdras representando o povo diante de Deus ora como se ele tivesse pecado, ainda que ele não tivesse participação naqueles pecados, ainda assim ele se identificou com o povo de Deus e assumindo uma postura de compromisso perante Deus, orou confessando os pecados do povo de Deus.

 

·      A oração de Esdras passa por alguns pontos:

a)   Abrir o coração a Deus (vs.6);

b)   Reconhecimento dos pecados cometidos (vs.6-7,10,15);

c)    Confiança na graça de Deus (vs.8);

d)   Exaltar a bondade e da soberania de Deus (vs.9,13,15);

e)    Lembrar-se da Palavra de Deus (vs.10);

f)     Pedido de uma solução para essa situação (vs.14).

 

·      Esdras chorar e intercede pelo povo na Casa de Deus, mas não chora sozinho, pois v. 1 ajuntou-se a ele de Israel mui grande congregação de homens, de mulheres e de crianças; pois o povo chorava com grande choro”. Todos estavam envolvidos nesta confusão criada por eles mesmos.

·      A solução para o problema era drástica e causaria muito sofrimento. Eles teriam que despedir tanto as mulheres pagãs quanto os filhos que com elas tiveram. Que dias terríveis eles devem ter enfrentado! Como esposo e pai, não consigo imaginar a intensa angústia que certamente sentiram. Também não tenho como lhes dizer que entendi esta atitude, mas, certamente, Deus não permitiria que os Seus filhos enfrentassem algo que não pudessem suportar.

·      Apesar de tudo, aquela correção severa foi encarada como uma fonte de esperança (v. 2). O fato de despedirem as mulheres não judias com os filhos gerados destes relacionamentos também gerou um sentimento de genuíno arrependimento (v. 12).

ð Meus irmãos, o que foi realizado naquele tempo não pode ser aplicado como um princípio hoje. A Bíblia não está dizendo que quem tem marido ou esposa incrédulos devem abandoná-los. De forma alguma! Para tanto, você pode ler ICo 7:10-14 e IPd 3:1 e 2, e perceberá que o princípio bíblico predominante é que o cristão deve se unir a uma cristã, mas caso já esteja casado(a) com um(a) descrente, que o seu procedimento seja um instrumento de Deus para alcançá-lo(a).


·      A aplicação deste texto é evite erros, decisões precipitadas e erradas, evite os pecados domésticos e as repetições dos mesmos e evitará arrependimentos.

·      E aqui há duas coisas a serem pensadas.

a)   A teologia determina a vida. Os sacerdotes e lideres deixaram de ensinar a Palavra e pecaram e o povo se corrompeu. Práticas erradas é fruto de princípios errados.

b)   A família determina a igreja. Os casamentos mistos estavam pondo em risco a teocracia judaica, a integridade espiritual da nação. Famílias desestruturadas e quebradas desembocam em igrejas fragilizadas.


TRANSIÇÃO: Temos que entender o casamento via bíblia da seguinte forma:

a)   O casamento é uma união heterossexual. O casamento é a união entre um homem e uma mulher. Este é o princípio da criação. Todo o resto é arranjo.

b)   O casamento é uma união monogâmica. A monogamia foi instituída na criação, sancionada na lei, reafirmada na graça. A incidência da poligamia foi fruto da desobediência e trouxe graves consequências.

c)    O casamento é uma união monossomática. O sexo no casamento é ordem, é bom, é santo, é puro, é deleitoso. A deslealdade à aliança implica na infidelidade sexual.

d)   O casamento é uma união indissolúvel. A quebra da aliança conjugal é deslealdade. Jesus reafirmou Mt 19:6 que “o que Deus uniu não o separe o homem”.

 

·      O CASAMENTO MISTO É UMA VIOLAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS

 

a)   O casamento misto é uma deslealdade à paternidade de Deus. Deus é o Pai do seu povo e chamou Israel para ser o seu povo particular. Nós pertencemos à família de Deus. Fomos adotados e também somos gerados do Espírito. Deus fez conosco uma aliança de ser o nosso Deus e nós o seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade.

·      O casamento misto levava a idolatria e a adoração de outros deuses era uma espécie de infidelidade conjugal com o Deus da aliança. Era uma traição e uma quebra da aliança. O apóstolo Paulo 2 Co 6:15-16 pergunta: Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?

·      O casamento misto era uma porta de entrada para o desvio da fé:

ð A decadência da geração ante-diluviana foi devido ao casamento entre uma geração piedosa com uma geração que não temia a Deus.

ð Os casamentos mistos foram o fator principal da apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato.

ð O casamento misto foi duramente reprovado por Esdras (Es 9:1-2), Neemias (Ne 10:30; 13::23-27) e Malaquias (Ml 2:10-16).


b)   O casamento misto é a quebra da aliança feita pelos Pais. Quando o povo recebeu a lei de Deus no Sinai, eles prometeram a Deus que não dariam seus filhos ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Ex 34:16; Dt 7:3).

·      A questão não era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de deuses estranhos. O problema não era racial, mas religioso. Raabe casou-se com Salmon, Boaz casou-se com Rute, uma moabita. Hoje, quando uma pessoa se casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito bíblico.


c)    O casamento misto implica em infidelidade a Deus.

a) Porque atenta contra o propósito da família viver para a glória de Deus. O casamento é uma demonstração do casamento de Cristo com a Igreja. O lar precisa ser uma igreja santa, adorando ao Deus santo. Uma casa dividida não pode prevalecer. Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo.

b) Porque conspira contra a criação dos filhos no temor do Senhor. Um casamento misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Os filhos passam a falar meio asdodita (Ne 13:24).

c) Porque é uma aberta desobediência ao mandamento de Deus. Tanto no Antigo como no Novo Testamento a ordem de Deus é clara: o casamento misto não faz parte do projeto de Deus para o seu povo.

d)   O casamento misto é um alvo certo do juízo de Deus. A desobediência traz juízo. Deus não premia a desobediência. As consequências podem ser amargas para aqueles que entram na contra-mão da vontade de Deus.

CONCLUSÃO:

·      Esdras é um exemplo de valentia de coragem, ele e os lideres que com ele estavam não se apequenaram, não fingiram estar tudo bem, não camuflaram o erro, nem aplaudiram os pecados. Eles oraram, confessaram, se arrependeram e como exemplos reuniram o povo debaixo de chuva pesada pra fazerem o mesmo. Porque o arrependimento muda o destino.

·      Mas no tocante a isto, ainda há uma esperança para Israel. Secanias emerge como uma figura chave, propondo o pacto para renovação espiritual. Sua liderança moral inspira o povo a seguir um caminho de arrependimento e renúncia, marcando um momento de unidade e determinação coletiva para corrigir os erros passados. 

·      A proposta de Secanias destaca a importância de enfrentar os pecados de forma direta, sugerindo que a comunidade deve fazer um acordo diante de Deus para repudiar o que Deus reprova.

·       Saímos de debaixo do juízo, quando entramos debaixo do arrependimento e oração.

·      Disse Secanias ainda há Esperança. Esperança quer dizer expectativa, ato de ter confiança em algo. Muitos já perderam as suas esperanças, em qualquer coisa que se possa imaginar, nas pessoas, nos relacionamentos, na vida e até mesmo em Deus.

·      No livro de Jó 14:7-9 lemos, Ainda há esperança para a árvore cortada. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó. Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.



Pr. Nilton Jorge