TEXTO: Gn 50:24-26
INTRODUÇÃO:
·
José
viveu de modo fantástico. O patriarca havia salvado o Egito do caos instaurado
por sete anos de fome e, por consequência, salvo sua própria família, os
descendentes de Abraão. José faleceu aos 110 anos e o embalsamaram
no Egito e o puseram num caixão. Quando os israelitas saíram do Egito, 430 anos depois de lá haverem chegado,
levaram consigo os ossos de José (Êxodo 13:19). Quarenta anos depois
foi a vez de sepultá-lo em Canaã: Josué
24:32 “Os ossos de José, que os
filhos de Israel trouxeram do Egito, foram sepultados em Siquém, da parte do
campo que Jacó havia comprado dos filhos de Hemor, pai de Siquém, por cem peças
de prata e que veio a ser propriedade dos filhos de José”. Lembremos que José e seus irmãos haviam
feito trajeto semelhante para sepultar Jacó (Gênesis 50:10,11). Esses
versículos, aliás, mostram que os judeus, do tempo de José, ao menos, conheciam
a estrada mais curta para Canaã. (Nem sempre o caminho é por onde Deus nos conduzirá).
·
Carregar ossos não parece uma tarefa atraente. Mas os judeus
tiveram que se revezar para carregar tais ossos. Não se passaram menos que 100
anos entre a morte de José e a saída do povo de Israel do Egito, e eles
continuavam guardando os ossos de José, enquanto pensavam: “Um dia nós sairemos daqui!”.
·
A ordem da saída dos ossos sem dúvidas foi um ato de fé,
uma fé que vai além da vida Hebreus
11:22 Pela fé José, próximo da morte,
fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos.
Não é à toa que José entrou para a galeria dos heróis da fé de Hebreus 11.
TRANSIÇÃO: Almejo enumerar
algumas lições que essa atitude de José pode nos comunicar.
1.
AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO TEMPORAIS, MAS A
PALAVRA DE DEUS É ETERNA.
·
José disse: E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas
Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a
Abraão, a Isaque e a Jacó.
·
José estava
levando em conta dias posteriores aos seus. Acredito que de
algum modo José sabia que os dias que viriam posteriormente seriam ruins, seja por
imaginação ou por revelação divina. Mas as circunstâncias do presente por certo
passariam, porém, a palavra de Deus não. José almejava dar esperança ao povo, dar
motivos para caminhar nos dias vindouros, quando os algozes
chicoteassem o povo, quando escravizassem os Israelitas em dias posteriores,
quando faraó ordenasse a morte de todos os primogênitos, o povo lembraria: “Deus
nos visitará”.
·
O que estava
diante dos olhos deles certamente ia passar, o que ainda não
se via era permanente. 2 Coríntios 4:17,18 Porque a
nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui
excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
·
As tribulações são
leves,
mesmo quando dizemos que o seu peso excede nossa capacidade de carregar. As tribulações são momentâneas,
mesmo que pensemos que os momentos de dor durarão para sempre. Porém o que vai
durar é o peso de glória.
·
As tribulações têm tempo determinado.
Todo o cativeiro tem tempo de duração e o que José queria deixar claro ao povo
era justamente isso, os tempos de tribulação, angústia, açoites iriam passar,
mas havia uma palavra sobre eles “Deus
nos visitará”.
2.
DEVEMOS PENSAR ALÉM DO AQUI E DO AGORA.
·
Um olhar somente
voltado ao presente nos leva ao imediatismo, a falta de planejamento. Há um lado bom
em se concentrar no presente, que é o de não viver ansioso, mas só esse. Viver
com os olhos exclusivamente no presente pode nos fazer ser inconsequentes, não
planejar os próximos passos, ou ainda cair num Hedonismo.
·
Manter o olhar
apenas no presente pode em outros casos nos causar um pessimismo terrível, por não pensar
que o amanhã será melhor somos muitas vezes desmotivados. As situações do
presente parecem sem fim e as forças não são concedidas em igual proporção.
Se o povo pensasse somente na situação atual se desesperariam, pois, os açoites
doíam muito, os algozes pareciam irredutíveis, os Faraós cada vez mais
intolerantes, ao ponto de que foi ordenado a todos que os meninos abaixo de 2
anos deveriam ser mortos, pensando somente no momento atual não havia como
acreditar em dias melhores, todos que se concentrassem no
aqui e no agora desejariam a morte.
·
José lhes diz “Eu
morro, mas Deus nos visitará”. Ele pensou em um futuro que ele
sequer viu, ele almejou algo que desconhecia, mas José teve a virtude de ver
além do horizonte que lhe saltava aos olhos, com uma fé indescritível ele
morre em paz por saber que Deus estava de contínuo agindo na história e que num
momento posterior visitaria o seu povo.
·
Quando algum Israelita fosse tentado a desanimar, ele
olharia para os ossos e se lembraria: “Deus
nos visitará”.
3.
NÓS PRECISAMOS DE ESPERANÇA PÓSTUMA.
·
A esperança que
José falava, estava para além da própria vida. Precisamos ter
esperança de modo que até gerações posteriores olhem para nossos exemplos e
pensem consigo: “não podemos parar”. Paulo
fez isso com Timóteo ao lhe dizer: “O que vistes, ouvistes e aprendestes de mim,
confia a homens fiéis para que também ensinem a outros”. “Porque eu já estou
sendo oferecido como aspersão de sacrifício e o tempo da minha partida está
próximo, combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé, desde agora a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Justo Senhor me dará naquele dia,
não somente a mim, mas a todos quanto amarem a promessa de sua vinda”.
Veja que nessas palavras Paulo deixa o exemplo de uma fé póstuma,
uma fé de alguém que sebe seu destino final e incentiva seu próximo, seu
sucessor a fazer o mesmo, a continuar a obra. Os homens
naturalmente fazem seus planos para os próximos 1, 5, 10 anos, José, Moisés,
Paulo, tem planos para além da própria vida, pensam num legado, na posteridade.
·
Qual o legado que estamos deixando? João Huss, faz
parte da história dos heróis da fé, pois, sua profecia apontou para o
nascimento de Martinho Lutero o reformador. Ele foi um dos precursores da
reforma, infelizmente acabou sendo julgado, no dia 06 de Julho de 1415 foi condenado
e executado sendo queimado em uma fogueira, mas ao ser queimado ele gritava “Podem
matar um ganso (na sua língua, 'huss' é ganso ), mas daqui a cem anos, Deus
suscitará um cisne que não poderão queimar” . 100 anos após sua morte Deus levantou Martinho Lutero para terminar o
que João Huss havia começado.
CONCLUSÃO:

a) Deus cumpre as suas promessas.
b) Na travessia dos desertos da vida
sempre haverá presença de Deus.
c)
Apesar das tragédias e lutas ninguém toma a herança que Deus nos deu.
Pr. Nilton Jorge
Contatos pelo telefone:
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