TEXTO: 1Pd 4:10
INTRODUÇÃO:
·
Quando você pensa em valores, princípios e crenças
que valoriza e das quais não abre mão, está diante de uma cultura. Uma cultura é
aquilo que faz parte de você e que não se tem como negar, trata-se muito mais
de como fazemos as coisas, portanto, é o retrato exato do que as
pessoas percebem. É a cultura que atrai as pessoas para o ambiente
ou as afasta completamente.
·
A
cultura tem implicações em qualquer organização e, em se tratando de igreja, é
aí que pesa a nossa responsabilidade, porque a cultura que transforma o ser
humano e consequentemente a sociedade é a cultura do reino de Deus.
·
Para criar uma cultura, é necessário investir tempo,
ensinar com eficácia, ter constância e disciplina, e muita responsabilidade, ou
seja, saber por que se faz o que se faz.
·
A cultura do voluntariado não se trata de um método,
mas de um princípio do Reino de Deus. Há necessidade de entender que ela não
acontece da noite pra o dia, leva tempo de maturação e processo.
ð
Como se aplica
essa cultura no corpo de Cristo ou Igreja?
a)
A cultura vem
pelo ensino:
No ensino, mostra-se o que é servir, porque servir, como servir e a quem
servir. Quando essa cultura é ensinada pela Palavra, não tem como não haver
transformação.
b)
A cultura vem
pela inspiração:
Da mesma forma que a excelência chama a atenção dos demais, a cultura do
voluntariado deixa impressionado o mais simples mortal. Depois de muito ensino,
é preciso inspirar pelo exemplo. Pega
essa verdade, ensinamos o que sabemos, mas somente reproduzimos o que somos.
c)
A cultura vem
pelo treinamento:
O treinamento precisa ser direto, objetivo e claro.
d)
A cultura vem
pela repetição constante: Não se esqueça disso: o óbvio que não
é dito não é óbvio!
TRANSIÇÃO: Quais são as marcas que da identidade ao
voluntariado cristão?
1. O VOLUNTARIADO É UM CHAMADO.
·
Rm 12:8 Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o
que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que
exercita misericórdia, com alegria. Entre os dons mencionados aqui neste
verso, há dois relacionados ao cuidado, que acompanham o chamado divino ao
voluntariado, repartir e misericórdia.
a)
Repartir tem haver com o diaconato, esses foram
chamados pra servir as mesas das viúvas e órfãos, necessitados da igreja e a
mesa do pastor, por isso devem fazer com generosidade.
b)
Misericórdia, e aqui não é
um sentimento é um dom que vem acompanhado de riqueza ou suprimentos
financeiros e habilidades profissional, é o ato de eu usar o que Deus me deu
pra auxiliar ao pobre ou necessitado.
·
Precisamos nos posicionar de forma a encontrar e ser
resposta de Deus para a necessidade das pessoas.
1)
Porque servimos? Responder a essa pergunta vai revelar
como e onde está o seu coração. Entenda que,
o eterno sempre vai julgar e pesar as motivações, e isso está ligado
diretamente ao coração.
a)
Servimos porque Jesus fez isso e, como seus
imitadores, vamos perceber que é impossível pagar o que ele fez por nós, desse
modo, o verdadeiro voluntário é aquele que serve fundamentado pelo amor. Sem o combustivo do amor, o serviço fica
pesado, torna-se obrigação, desistimos facilmente, não assumimos compromisso.
·
Quer
saber se uma pessoa é líder de acordo com o padrão de Deus? Veja se o coração
dele vibra ao servir.
·
Jo 3:16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna. Há nesse verso, duas palavras que definem o caráter de
Deus e a mensagem que transforma o mundo: amar e dar. Não existe amor sem doação.
Quando servimos, expressamos esse amor com a própria vida.
b)
Servimos porque a fé sem obras é morta. Tg 2:14-17, 26 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as
obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e
tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz,
aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o
corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta
em si mesma. Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também
a fé sem obras é morta.
·
Ter fé também é servir. A fé e o serviço andam
juntos.
É terrível ter uma igreja apenas de clientes, na qual o som, as cadeiras, a
iluminação, a palavra, o louvor e praticamente tudo são para eles. De forma
inconsciente, eles estão ali pra receber. Sabe o que acontece com uma igreja
assim? As pessoas se tornam críticas e reclamam de tudo e de todos. O texto é
bem claro: de que adianta dizer que temos fé e não temos obras?
c)
O serviço está no DNA de uma igreja madura. Quer ver a
igreja avivada, animada, unida? Comece a inspirar as pessoas ao serviço. Elas
se sentirão participantes, assumirão a igreja como sua própria casa, verão na
própria pele a dificuldade de lidar com as inúmeras críticas de irmãos que, no
culto, adoram a Deus, mas são grosseiros com as pessoas.
2)
Como
servimos?
a)
Com amor. É praticamente impossível
servir se o amor não for o combustível e a real intenção do coração.
Voluntários cheios de amor servem com dedicação, eficiência, presteza e
constância. Quando o combustível da alma é o amor de Deus, nenhum obstáculo é
grande o suficiente para o que nos é proposto.
b)
Com excelência. Fazer mais do
que bem feito. Fazer dando o seu melhor. A excelência tem um preço, custa caro.
Mas, o preço que se paga por algo mal feito é muito maior. Acredito que a
excelência é também uma questão de decisão.
c)
Com compromisso. Um voluntário
comprometido produz mais voluntários comprometidos. Servir não é fazer algo de
qualquer jeito. Servir é comprometer-se com uma causa.
3)
A quem servimos? A todos, sem distinção. O perigo de
servir aqueles que são leais a nós é ficar na zona de conforto, ter receio de
uma atitude não apropriada de algumas pessoas. Nosso grupinho é o nosso gueto;
pessoas queridas com as quais queremos estar o tempo todo, são os que muitas
vezes retribuem o que recebem. Precisamos servir o grupo dos “Pedros”,
aqueles que por mais boa vontade que tenham, falham quando mais necessitamos.
Elas nos defendem, estão ao nosso lado, aprendem rápido, mais infelizmente são pessoas
do momento, não de jornada.
ð
Devemos também servir ao grupo dos “Tomés”, são aqueles
que sempre estão pedindo provas de amor.
São reativos, ficam olhando para ver o que vai acontecer. Precisam ver para
crer e exigem que cumpramos o que prometemos, mas, eles não se envolvem. São
extremamente carentes. É bom saber que esse grupo de pessoas se transforma em
fiéis companheiros quando percebem que realmente são amadas.
ð
Devemos também servir o grupo dos “Bartolomeus”. Você já leu
algum escrito desse discípulo? Sabia que ele foi um dos doze? Sabia que ele
esteve com Jesus em todos os momentos? Três anos inteirinhos com o senhor. Foi
escolhido, ensinado, cooperou, mas nunca percebemos nada de extraordinário na
vida dele. Os que fazem parte desse grupo são os anônimos, invisíveis, aqueles
cujos nomes desconhecemos, cuja história são desconhecidas, mas são pessoas
pelas quais Cristo morreu na cruz.
·
O voluntariado é servir às pessoas por aquilo que
elas são, não por aquilo que possuem ou fazem.
·
Sem
contar que ainda há o grupo de Judas, que são os críticos, os que tentam
boicotar, atrapalhar, todos eles são um campo de treinamento
para aprofundar o fruto do Espírito em nossa vida.
2. O VOLUNTARIADO É UM ALISTAMENTO.
·
Nesse
sentido de marca a igreja é vista como um grande exército que Deus levanta. O
pastor falou dos filmes dos quais sou apaixonado, filmes de guerras. Filmes de
grupo militares entram em situações de risco em prol de um alvo ou em favor de
uma minoria. (filmes Até o ultimo homem). De forma bem direta, comparar os
voluntários a essa elite das forças armadas me leva a destacar alguns
princípios determinantes quando o assunto é servir às pessoas.
a)
Liderança. Todo
voluntário tem espírito de liderança. Insisto em dizer que cada voluntário
precisa entender essa realidade: servir liderando e liderar servindo.
ð
Algo
que você verá ao servir é que todo voluntário percebe a necessidade de formar
equipe. Obs: sucesso
é sucessão, toda liderança deve estar pronta pra passar o bastão,
portanto, preparar seu substituto é a primeira atitude de um bom líder
voluntário.
b)
Disciplina. Gosto da definição
de disciplina segundo a qual a constância é a marca em uma pessoa que
permanece firma até que a tarefa para a qual foi designada seja feita. Disciplina
e fidelidade andam juntas, em outras palavras, é a capacidade de iniciar,
continuar e terminar quantas vezes forrem necessárias.
·
Outra
forma de enxergar disciplina é encarar a dor, em outras palavras, é não fugir
daquilo que vai requerer esforço, quer físico, quer emocional, ou qualquer
situação que custe suor. Tem que haver muito amor quando um obreiro fica em pé duas horas em
pé depois de um dia cansativo de trabalho, enquanto que pessoas estão bem
acomodadas em sua poltrona pra adorar a Deus, não é fácil aguentar horas de
ensaio para apresentar uma dança profética de cinco minutos, o que dizer quando
o assunto é tomar conta de crianças naqueles dias em que elas estão a 220
volts? ou vir limpar e arrumar uma igreja toda onde após o culto os desavisados
vão jogar papel no chão, vão deixar o lixo transbordando, banheiro sem dar a
descarga etc? Ou, mesmo deixar um dia pra passear com a família pra servir
cuidando de células pra adolescentes, jovens, irmãs ou varões e assim por diante?
·
A palavra para que isso aconteça se chama disciplina. Um voluntário
cheio de amor não foge da dor, pois o amor é sacrificial.
c)
Capacidade. 1Pd 4:11 Se alguém serve faça-o com toda a força que Deus provê. Quando
estamos no lugar certo e com a motivação certa, todos somos capazes. Agimos por
saber exatamente a quem e por que servimos. Isso faz toda a diferença.
·
O
verso é claro “faça-o com a força que
Deus provê”, ou seja, com a orientação do Pai. Fico incomodado com pessoas
que não buscam capacitar-se, que não querem expandir, buscar ser melhor,
crescer. Quando você olha ao redor, perceba quanto você pode influenciar os
demais com seus dons e talentos, quanto você pode fazer pelas pessoas com
apenas uma decisão que depende somente de você.
·
E
uma coisa é certa: buscar conhecimento fará toda a diferença. Buscar se
capacitar através de cursos vai te fazer ir mais longe e fazer um pouco mais
daquilo que os outros estão fazendo.
3.
O VOLUNTARIADO É
UM INSTRUMENTO DA GRAÇA.
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Você se imagina
sendo a extensão do que Jesus faria? É justamente
isso que acontece quando amamos e servimos às pessoas, e o resultado dessa
atitude é que o próprio Deus será reconhecido por meio de nós.
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Servir é ser um
instrumento da graça para suprir as necessidades das pessoas, sejam elas
emocionais, físicas ou materiais.
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Servir
não é uma questão de ter para fazer, e sim uma atitude daquilo que somos.
Servir também é um instrumento de sustento e consolo. Muitas pessoas em meio a problemas
conjugais, de saúde, perda de entes queridos ou questões financeiras agem com
um coração de servo para trazer a graça do sustento.
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Servir no
fundamento da graça é ter coragem de quebrar a religiosidade. A religiosidade faz uma pessoa fazer sem
motivo. Ela julga a pessoa pela aparência e pelos interesses. Quando alguém
serve porque se sente obrigado a fazer isso por motivos religiosos, cai no erro
de direcionar suas atitudes pela aparência, pela manipulação, por interesses
pessoais e com acepção de pessoas.
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Na
religiosidade, o medo impera. Caso não se
faça o bem a alguém, torna-se digno da punição de Deus, como se Deus agisse
pelo que fazemos ou lhe damos.
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Servir pela
graça vai exigir de nós entender que tudo que somos, recebemos e seremos é por
meio da graça.
CONCLUSÃO:
Imagine
você sendo os braços, as mãos, os olhos, os ouvidos, sendo literalmente a
extensão de Jesus neste mundo. O voluntariado é um reflexo de Jesus.
·
Servir
é o efeito, a causa é a natureza que temos. Se esta é a de Jesus, não há como
não servir. É um imperativo refletir Jesus nas escolas, nas empresas, nas
praças, no ambiente familiar, nas ruas, nos mais variados lugares e alcançar
pessoas por meio do serviço voluntário.
·
Somos
representantes do Reino de Deus aqui na terra e, quando servimos, estabelecemos
outro padrão, outro governo, outra cultura.
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