INTRODUÇÃO:
·
Deus colocou a responsabilidade sobre o homem de ser
o líder espiritual do lar: o sacerdote. O sacerdote é
uma espécie de mediador, ele está entre sua família e Deus. O
sacerdote intercede, clama e suplica a favor de sua família.
·
Jó era um homem que tinha consciência do seu papel
como sacerdote. Jó
1:4,5 Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes,
cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem
com eles. Decorrido o turno de dias de seus banquetes chamava Jó a seus filhos e os
santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o
número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e
blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.
·
Deus outorga esse privilégio ao homem. Mas é
o Senhor mesmo quem exige prestação de contas quanto ao que está acontecendo
espiritualmente com sua esposa e filhos.
·
Quando
no jardim do Éden, Deus ordenou que Adão e Eva não comessem do fruto da árvore
do conhecimento do bem e do mal, Adão não foi enganado pela serpente, mas Eva
foi enganada (1Tm 2:14). E
Deus chamou a Adão para acerto de contas do que tinha acontecido ali. Deus não
chamou Eva: Gn 3:9-11 E
chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi
a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que
te ordenei que não comesses?
·
Essa é nossa responsabilidade e não de nossa esposa, mas o que mais
vemos hoje são homens renegando a sua responsabilidade e jogando para cima de suas
esposas o papel sacerdotal. São elas que oram, tomam decisões,
educam, pagam as contas e administram os lares. É óbvio que a mulher deve
participar exercendo o sacerdócio juntamente com seu marido, mas a
responsabilidade maior não está sobre os seus ombros. Muitos
maridos se acomodam por ver sua esposa fazendo bem o seu papel, mas não
deveriam agir assim. Por melhor que seja a ajuda da mulher, o homem tem que
fazer a sua parte!
·
Diante da sociedade, o homem é que tem a
responsabilidade de representar o lar. É o que se observa quando se
muda o sobrenome da esposa passando a usar o nome da família do marido. Ele
assume o papel de representá-la, de cuidar e proteger a sua esposa e filhos.
Mas para isso ele deve estabelecer prioridades como sacerdote do lar:
a)
Deus antes de tudo e de todos.
b)
A família antes da profissão.
c)
A esposa antes dos filhos.
d)
Os filhos antes dos amigos.
e)
A profissão antes da igreja.
f) A igreja.
·
Quais as consequências de se negligenciar o
sacerdócio no lar?
ð
A primeira palavra profética que Samuel proferiu foi
contra alguém que ele certamente amava: o sacerdote
Eli, que o criava no templo. E o que Deus disse envolvia a casa dele e sua
negligência no sacerdócio familiar: 1Sm
3:13 Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com
respeito à sua casa; começarei e o cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei
sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque seus filhos
se fizeram execráveis, e ele não os repreendeu.
ð
O Senhor trouxe advertências anteriores, mas Eli não
deu ouvido.
Deus está falando de negligência aqui. Diz que embora conhecesse bem o pecado
dos filhos, Eli não os repreendeu. Toda omissão no sacerdócio do
lar sempre trará consequências sérias.
ð
Davi teve problemas com vários de seus filhos, e se
você estudar com calma a história dele, perceberá o quanto ele era negligente
em relação a seus filhos. Adonias, assim como Absalão, se
exaltou, querendo usurpar o trono. Mas por trás desta atitude de rebelião, a
Bíblia mostra a negligência de Davi como sacerdote em sua casa: 1Rs 1:6 Jamais seu pai o contrariou,
dizendo: Por que procedes assim?
·
Se
não quisermos sérios problemas futuros com os nossos filhos, e muito menos ver
a qualidade do relacionamento deles com Deus sendo comprometida, então
precisamos ser sacerdotes dedicados em ministrar e cobrir suas vidas.
1) O HOMEM COMO SACERDOTE DO LAR DEVE EXERCER LIDERANÇA SOBRE SUA CASA.
· Um dos aspectos
importantes que os sacerdotes dos lares precisam aprender é a liderança baseada
em princípios.
Jamais esqueça que sua família é o
resultado da qualidade de sua liderança. A liderança de um homem determina
a qualidade de vida da sua família.
Ef 5:23 Porque
o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este
mesmo o salvador do corpo. Quem nasceu primeiro? Eva ou Adão?
1 Co 11:9 Porque
também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do
homem.
· Adão foi
colocado na família para ser o líder, o cabeça. A Escritura
declara o princípio de autoridade inequívoco: 1 Co 11:3 Mas
quero que entendam que Cristo tem autoridade sobre todo marido, que o marido
tem autoridade sobre a esposa e que Deus tem autoridade sobre Cristo. Percebe-se
que muitos homens não assumem a posição de liderança em sua casa.
Se o homem falha na sua liderança, toda a sua família pode fracassar. Afinal,
o líder é o sacerdote da família, é a autoridade constituída por Deus, e essa
autoridade tem a ver com sucesso administrativo, organização e proteção.
· Os maridos devem
se preocupar com a nota que Deus está dando para sua liderança. O esposo deve
liderar e dirigir a viagem da família, tornando seu casamento uma bênção de
Deus para a sociedade.
· Quando o homem
transfere a liderança para a esposa, ele transgride a ordem estabelecida por
Deus.
Nem a esposa, a sogra ou mesmo sua mãe deve liderar sua casa e sua família. No
momento em que o homem se casa e estabelece seu lar, a responsabilidade da
condução da casa é dele, não é dos pais nem dos sogros.
·
Isso é o que
acontece quando o marido se anula. O primeiro efeito colateral que ocorre é na
esposa. E isso gera nela insegurança e essa insegurança a empurra para
tentar ocupar o espaço do marido.
·
Quanto
mais o marido se abdica da sua autoridade, tentando amenizar os conflitos com a
esposa, tudo o que ele consegue é injetar cada vez mais insegurança nela em
relação a ele. Essa insegurança, por sua vez, leva a mulher a desrespeitar o
marido. Tudo o que ela queria é que o marido fosse firme com ela, e não um
banana desculpe a expressão. No casamento, o ponto fraco da mulher é
não se sentir segura e o ponto fraco do homem é não se sentir respeitado.
A insegurança da mulher produz falta de respeito em relação ao marido, que
tende a se anular ou reagir agressivamente, subtraindo ainda mais o senso de
segurança da mulher.
·
Esse processo é
cíclico e produz a inversão de papéis no casamento. O culpado
nesse tipo de esquema “Jezabel” não é a mulher, como muitos supõem. É comum
ouvirmos comentários como este: “Aquela mulher é terrível, é uma Jezabel que
domina todas as coisas e manda no marido”. Porém, só existe uma “Jezabel” onde existe
um “Acabe”. O principal responsável pela situação é o marido que se
ausentou e não teve força moral de sustentar sua autoridade e manter-se na sua
posição de liderança. Sem liderança os relacionamentos no lar
são corrompidos. A postura do sacerdote no lar equilibra ou
desequilibra todos os relacionamentos no lar.
· Ao tentar suprir o que o marido deveria suprir, a mulher se torna frustrada e amargurada. É o conflito do pai gerando uma crise existencial na mãe, e os primeiros a sentirem os duros efeitos colaterais são os filhos.
2) O HOMEM COMO SACERDOTE DO LAR EXERCE LIDERANÇA SOBRE OS FILHOS.
·
É
importante esclarecer que os filhos levam a consequência, e não a culpa dos
pecados dos pais. Muitas vezes serão os filhos que, de alguma forma, sofrerão devido
o pecado dos pais.
·
O homem como sacerdote de sua casa tem
responsabilidade pela educação e disciplina dos filhos. Nenhum sucesso
profissional ou ministerial justificará o fracasso na criação dos filhos.
· O relacionamento com nosso pai é uma preparação para um relacionamento livre com a paternidade divina. O modelo de autoridade paterna é responsável em relação aos filhos pelos elementos que fundamentam a capacidade de liderança: direção, limites e segurança.
a)
Direção. O perfil do
referencial do pai produz nos filhos o senso de orientação e propósito na vida,
uma facilidade ou dificuldade de discernir e estabelecer as prioridades certas:
a capacidade ou incapacidade de desfrutar da identidade, discernir a vocação,
saber o que é e o que não é saber o que quer e o que não quer na vida.
·
Pessoas que tiveram um pai presente têm uma
facilidade natural e sobrenatural de entender o propósito para qual elas
existem.
Facilmente, cedo na vida, elas já sabem o que serão no futuro.
·
O relacionamento
íntimo com a figura paterna estabelece um referencial de orientação. Em
contrapartida, pessoas que tiveram um pai ausente se sentem frequentemente
perdidas e desorientadas em relação às coisas mais importantes da vida.
Invariavelmente fazem uma série de tentativas vocacionais frustradas.
· A vida emocional é desestabilizada por uma carência crônica. Lutam por alcançar a direção certa, mas sentem-se sempre deslocadas de alguma forma. Um pastor estava pregando em uma faculdade quando mencionou com toda convicção de que os alunos universitários queriam que seus pais os beijassem e abraçassem. Para surpresa dele, a plateia o aclamou seu comentário.
b)
Limites. Dos
limites vem nosso quadro interno de valores. Limites estabelecem a
noção de santidade moral. Uma presença sadia dos limites certos vai assegurar
que faremos as escolhas corretas na vida. Este é o aspecto fundamental da
formação do caráter. O caráter é o somatório das nossas escolhas. E nossas
escolhas estão relacionadas com a forma pela qual assimilamos os conceitos de
lei e de autoridade. Nossos conceitos de lei e autoridade têm
como referencial principal o modelo de paternidade.
·
Os limites estabelecidos pelo estilo de vida do pai
vão determinar o nível de proteção ou desproteção moral e espiritual dos filhos. O pai vai
afirmar a consciência moral dos filhos.
·
O homossexualismo ou lesbianismo são disfunções
ligadas à figura paterna. Um dos principais motivos de
lesbianismo, por exemplo, é quando o pai sonhou com um filho homem e veio uma
menina. Ele trata essa menina como “o seu garoto”. Ao invés de afirmar sua
feminilidade, acaba incentivando a masculinidade.
·
Não
são poucos os jovens que lutam com questões de identidade sexual, até mesmo
desejos homossexuais. Qual é o denominador comum desses jovens?
Anseiam por um pai. O dano sofrido pelas crianças criadas num lar
cujo pai é ausente, cruel ou indiferente é uma ferida aberta na vida dessas
pessoas. Quando isso ocorre a mãe assume a função que seria do pai e
isso gera perdição, perversão sexual e insegurança no lar.
·
Homossexualismo (vínculos sem limites). A ausência de
valores e princípios morais por parte do pai e a superproteção da mãe geram
vínculos sem limites. Praticamente todos homossexuais têm uma hiperidentificação
com a mãe e uma carência do pai. Ele tenta suprir esse déficit do
pai com outros homens, mas o que encontra é perversão e imoralidade.
· É importante compreendermos que o homossexualismo é uma construção que envolve a combinação de uma série de fatores associados à desfuncionalização familiar e a outros fatores que o tempo não nos permite abordarmos aqui, rejeição do sexo da criança por pais, abuso ou molestação homossexual na infância, relacionamentos incestuosos entre irmãos, consagração espiritual, forte rejeição do pai. Esses são alguns exemplos.
c) Proteção. O senso de proteção e confiança que constrói a autoestima vem pelo perfil do pai. O posicionamento, o espírito de presença, a iniciativa e provisão comunicam segurança e descanso. A maneira como o pai desempenha a sua função no lar pode comunicar descanso e segurança aos filhos, ou produzir uma ansiedade compulsiva que estressa a alma e provoca distúrbios emocionais. O perfil do pai vai determinar o nível de segurança ou de insegurança na personalidade dos filhos.
3) TODO SACERDOTE DO LAR DEVE TER UMA DISCIPLINA DE ORAÇÃO PELO SEU LAR.
· Todo o sacerdote
do lar deve cobrir os seus com oração. A Palavra de Deus nos mostra Gn 25:21 que Isaque orava a Deus para
que abrisse a madre de Rebeca, sua mulher. E Deus ouviu suas orações.
· As Escrituras
ainda nos falam acerca de Jó1:5 que
periodicamente chamava seus filhos para um culto e sacrificava ao Senhor em
favor deles, com medo de terem pecado contra Deus.
· O homem de Deus
precisa ter um uma vida de oração voltada para cobrir e proteger a sua família.
Vemos
este exemplo na vida de Esdras: Ed
8:21 Então, apregoei ali um jejum junto ao Rio Aava, para nos
humilharmos perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós,
para nossos filhos, e para tudo o que era nosso.
· Em I Samuel 30
lemos acerca de Davi e seus homens saindo para a batalha e deixando suas
mulheres e crianças desprotegidas em Ziclague. Enquanto eles
estavam fora, os amalequitas incendiaram a cidade e levaram suas mulheres e
filhos em cativeiro. Três dias depois, eles chegaram e se
desesperaram pelo ocorrido. Finalmente, se fortaleceram no Senhor e
foram atrás dos seus, conseguindo resgata-los.
· Aprendemos duas lições aqui. Primeiro que precisamos proteger os
nossos familiares, cobrindo-os em oração e não permanecendo distantes deles. Segundo, que algumas vezes nos tornamos
descuidados, e o inimigo pode se aproveitar de nosso descuido.
· Mas também
aprendemos junto que Deus é fiel, e mesmo quando falhamos, sua misericórdia ainda
pode nos ajudar a consertar aquilo em que erramos.
· O Sacerdócio envolve proteção. Deus nos
mostrou isto em sua Palavra desde o início, com o que ordenou a Adão, no Jardim
do Éden: Gn 2:15 Tomou, pois, o
Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar.
Note
que além de cultivar o jardim, o homem deveria também guarda-lo, protege-lo.
Mas guardar de quem, se nem mesmo Eva ainda havia sido criada? Penso
que Deus já estava indicando a Adão que Satanás, o inimigo de nossas almas,
tentaria destruir o que o Senhor estava colocando nas mãos do homem.
Se Adão tivesse protegido a Eva, em vigilância, bem como ministrando-lhe sobre
a importância da obediência ao Senhor, provavelmente aquilo não teria
acontecido. Também nós precisamos guardar e proteger nossas famílias, e isto
envolve oração e vigilância, bem como a ministração da Palavra de Deus em
nossos lares.
· Muita gente fala
da forma maravilhosa como Deus visitou a casa de Cornélio (At 10) com salvação e enchimento do Espírito Santo. Mas isto não
aconteceu de graça. Este homem orava continuamente a Deus. E onde há uma semeadura de
oração, sempre haverá uma colheita da manifestação do poder de Deus!
· Se cobrirmos
nossa casa de oração, veremos feitos grandiosos acontecendo em nosso favor,
pois o Senhor SEMPRE age num ambiente de muitas orações.
· A "correria" é um dos maiores inimigos deste tempo de oração que o sacerdote, marido e pai deve ter. E cada um deve aprender a "driblar" suas dificuldades e conseguir praticar este princípio de alguma forma.
CONCLUSÃO:
Quando à figura do pai como pessoa presente no lar. Como sacerdote e como figura presente no cuidado dos seus, faz uma gigantesca diferença na vida da esposa e dos filhos. Por isso fica esta palavra para você homem, pai e marido: não fuja das suas responsabilidades, assuma o seu papel que Deus estabeleceu para que seu lar seja um lugar agradável de viver e para que se cumpram nele as promessas do Senhor.
Que o Senhor nos ajude a ordenar nossos passos nesta área.
Pr. Nilton Jorge (22) 998746712 Whatsapp
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