terça-feira, 8 de abril de 2025

TEMA: SÉRIE – NA ROTA DO AVIVAMENTO - DIVISA: DE JERUSALÉM PARA OS CONFINS DA TERRA

TEXTO: At 2:1-13

INTRODUÇÃO:

·      O livro de atos é a dobradiça do Novo Testamento. Ele fecha os evangelhos e abre as epístolas. O livro de Atos é a segunda parte de uma obra cujo primeiro volume é o Evangelho de Lucas. Lucas reúne a história de Jesus e a história da igreja primitiva. Explica como as boas novas começaram e se espalharam a ponto de abranger o mundo mediterrâneo, desde Jerusalém até Roma.

·      Myer Pearlman afirma que Atos pode ser sintetizado em três palavras: ascensão, descida e expansão. A ascensão de Cristo é seguida pela descida do Espírito, que por sua vez é seguida pela expansão do evangelho.

·      John Stott está correto ao dizer que o livro de Atos trata de importantes questões para a igreja contemporânea, como o batismo do Espírito Santo, os dons espirituais, sinais e milagres carismáticos, a comunhão econômica da primeira comunidade cristã em Jerusalém, a disciplina na igreja, a diversidade de ministérios, a conversão cristã, o preconceito racial, os princípios missionários, o preço da unidade cristã, as motivações e os métodos na evangelização, o chamado para sofrer por Cristo, a relação entre a igreja e o Estado, e a providência divina.

·      O livro de Atos trata do crescimento espiritual e numérico da igreja. Para alcançar esse alvo, a igreja manteve, inseparavelmente, ortodoxia e piedade, doutrina e vida, palavra e poder.

·      O livro de Atos pode ser dividido em três partes bem distintas.

a)   Em primeiro lugar, a expansão da igreja em Jerusalém (capítulos 1-7). Depois da ascensão de Cristo, a igreja era composta por 120 membros que, em obediência à ordem de Cristo, perseveraram na oração até que do alto foram revestidos de poder. Com o derramamento do Espírito, Pedro cheio de ousadia pregou uma mensagem Cristocêntrica, e cerca de três mil pessoas foram convertidas, batizadas e agregadas à igreja. Deus fez grandes milagres por intermédio dos apóstolos e, em resultado da pregação poderosa, o número dos convertidos multiplicou-se em Jerusalém. A perseguição tornou-se ferrenha, e o diabo tentou impedir o avanço da igreja através de intimidação, infiltração e distração, mas a igreja, porém, encheu Jerusalém da doutrina de Cristo.

b)   Em segundo lugar, a expansão da igreja na Judeia e em Samaria (capítulos 8-12). A igreja foi perseguida e dispersada; e, por onde passavam, os crentes pregavam a Palavra de Deus. O evangelho chegou à cidade de Samaria por intermédio de Filipe. O muro de inimizade foi quebrado, o preconceito racial foi vencido e o evangelho penetrou naquela terra, outrora dominada pelo misticismo. Pela conversão de Saulo, o evangelho chegou a Damasco, na Síria. Por intermédio de Pedro, o evangelho atingiu a Cesaréia Marítima e alcançou o gentio Cornélio. A Palavra de Deus floresceu também em Antioquia da Síria, ultrapassando a fronteira de Israel.

c)    Em terceiro lugar, a expansão da igreja até aos confins da terra (capítulos 13-28). Com a conversão de Saulo ao cristianismo e suas subsequentes viagens missionárias, o evangelho alcança as províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e

Ásia Menor. O evangelho rompe barreiras linguísticas, culturais e religiosas. Mesmo em face de duras perseguições, a bandeira do evangelho é fincada em Roma, a capital do Império.

TRANSIÇÃO: Neste contexto de apresentação aparecem quatro cidades chaves que irão exportar o avivamento até chegar aos confins da terra. E nesses domingos falaremos sobre o Avivamento em Jerusalém, Samaria, Judéia e Éfeso.

1.             A IGREJA DE JERUSALÉM NASCEU DEBAIXO DE UMA PROMESSA.


·      Lucas faz uma transição da ressurreição de Cristo para a promessa do Espírito. A descida do Espírito estava condicionada à subida de Cristo. Três verdades devem ser aqui observadas.

a)   Em primeiro lugar, a promessa era do Pai. At 1:4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. O Pai prometeu o Espírito e a igreja deveria esperá-lo. Jesus reafirmou essa promessa várias vezes Jo 14.26: Mas, o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. Jo 15:26 Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim. Jo 16:7 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for eu vo-lo enviarei.

ð Essa espera deveria ser, com obediência irrestrita. Eles não poderiam ausentar-se de Jerusalém. O lugar do fracasso haveria de ser o território da vitória. O mesmo lugar onde Cristo foi humilhado, ali deveria também ser exaltado. O palco do padecimento deveria ser também o cenário do derramamento do Espírito.

ð Essa espera deveria ser com perseverança inabalável. Eles deveriam esperar até que do alto fossem revestidos de poder Lc 24:49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.  

ð Por fim, essa espera deveria ser com expectativa triunfante. Eles deveriam receber o revestimento de poder.

b)   Em segundo lugar, a promessa  tem nome o batismo com o Espírito Santo At 1:5 Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. A terminologia batismo com o Espírito Santo tem sido muito debatida e gerado discussões acaloradas e muita distorção nas últimas décadas. Muitos estudiosos acreditam que o batismo com o Espírito é uma experiência distinta da conversão. Há aqueles, porém, que entendem que o batismo com o Espírito se dá na conversão, quando somos batizados no corpo de Cristo pelo Espírito. Nós cremos e defendemos que sua evidência é o falar em outras línguas. Embora o Espírito já estivesse agindo antes do Pentecostes, sua dispensação plena começa ali.

·      Lucas está falando da vinda definitiva do Espírito para habitar na igreja e também da capacitação de poder para testemunhar o evangelho.

c)    Em quarto lugar, a promessa é de revestimento de poder At 1:8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.

·      Jesus redireciona os olhos dos discípulos para a ação missionária e dá-lhes um esboço geral da obra que deveriam fazer.  Em vez de conhecer tempos ou épocas, eles seriam revestidos com o poder do Espírito para serem testemunhas.

ð Não lhes bastaria o poder do intelecto, da vontade ou da eloquência humana. Era preciso que o Espírito agisse neles, dentro deles e através deles.

ð Para que os discípulos precisariam do revestimento de poder?

1. Para sair do campo da especulação para o terreno da ação. Não podemos viver com um mapa profético nas mãos, especulando o futuro. Somos desafiados a testemunhar aqui, ali, alhures, no poder do Espírito Santo.

2. Para viver a unidade. O mapa traçado por Jesus incluía Samaria. Aonde o evangelho chega, os muros de inimizade são derrubados.

3. Para pregar até aos confins da terra. Os horizontes são ampliados. Os limites dilatados. O projeto de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo.

·      Já se passaram mais de 2000 anos a pentecoste já passou, mas a promessa continua. Como o Calvário, o Pentecostes no seu sentido pleno foi um acontecimento único e irrepetível. Agora, todos os outros avivamentos decorrem daquele que aconteceu em Jerusalém. Nesse sentido, não há mais Pentecoste. Todavia, a promessa de novos derramamentos do Espírito para despertar a igreja é uma promessa viva à qual devemos agarrar-nos.

2.             OS EFEITOS DO PENTECOSTE AVIVA OS DE DENTRO E RESTAURA OS DE FORA.

·      Quando o Espírito de Deus é derramado sobre a igreja, produz efeitos gloriosos, e as pessoas que olham para o fato têm diferentes reações. O Pentecoste não foi algo produzido, ensaiado, fabricado, teatralizado ele aconteceu movido pelo céu.

·      A igreja de Jerusalém conjugava doutrina e vida, credo e conduta, palavra e poder, qualidade e quantidade. Quais são os efeitos do avivamento em Jerusalém?

a)   Em primeiro lugar, a igreja de Jerusalém era comprometida com a fidelidade à Palavra de Deus. A igreja de Jerusalém nasceu sob a égide da verdade. A igreja começou com o derramamento do Espírito, a pregação Cristocêntrica e a permanência dos novos crentes na doutrina dos apóstolos. Stott diz que o Espírito Santo abriu uma escola em Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera e havia 3 mil alunos no jardim da infância. Deus tem um compromisso com a Palavra. Ele tem zelo pela Palavra. Uma igreja fiel não pode mercadejar a Palavra.

b)   Em segundo lugar, a igreja de Jerusalém era perseverante na oração. Uma igreja cheia do Espírito ora com fervor e constância. A igreja de Jerusalém não apenas possuía uma boa teologia da oração, mas efetivamente orava. Ela dependia mais de Deus do que dos próprios recursos:

ð Em Atos 1:14 - Todos unânimes perseveravam em oração;

ð Em Atos 2:1 - Havia unanimidade de concordância na oração;

ð Em Atos 3:1 - Os líderes da igreja vão orar às 3 horas da tarde;

ð Em Atos 4:31 - A igreja sob perseguição ora, o lugar treme e o Espírito desce;

ð Em At 5:12 - A igreja com unanimidade ora no alpendre de Salomão e há operações de maravilhas.

ð Em Atos 6:4 - A liderança entende que a sua maior prioridade é oração e a Palavra;

ð Atos 7:60 - Estevão ora e vê o céu aberto e Jesus assentado a direita de Deus;

ð Atos 11 - Pedro da um testemunho do que acontece após um período de oração.

ð Atos 12:5 – Pedro está preso, mas há oração incessante da igreja em seu favor e ele é miraculosamente libertado. A oração precede ao avivamento e o avivamento nos leva a orar mais constantemente.

c)    Em terceiro lugar, a igreja de Jerusalém tinha uma profunda vida de comunhão. Em uma igreja cheia do Espírito os irmãos se amam profundamente. Na igreja de Jerusalém os irmãos gostavam de estar juntos.

·      Eles partilhavam seus bens. Eles apreciavam estar no templo e também nos lares.

·      Onde desce o óleo do Espírito, aí há união entre os irmãos, aí ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre. Os crentes eram sensíveis para ajudar os necessitados. Eles converteram o coração e o bolso. Tinham desapego dos bens e apego às pessoas.

d)   Em quarto lugar, a igreja de Jerusalém adora a Deus com entusiasmo. Uma igreja cheia do Espírito canta com fervor e louva a Deus com entusiasmo. O culto era um deleite. Eles amavam a casa de Deus.

·      Uma igreja viva tem alegria de estar na casa de Deus para adorar. A comunhão no templo é uma das marcas da igreja ao longo dos séculos.

·      Uma igreja viva tem um louvor fervoroso, contagiante, restaurador, sincero, verdadeiro.

e)    Em quinto lugar, a igreja de Jerusalém temia a Deus e experimentava os seus milagres. Uma igreja cheia do Espírito é formada por um povo cheio de reverência.

·      Hoje as pessoas estão acostumadas com o sagrado. Há uma banalização do sagrado. Há saturação, comercialização e paganização das coisas de Deus. Quem conhece a santidade de Deus não brinca com as coisas de dele. A igreja de Jerusalém era reverente e também receptiva ao agir soberano de Deus. Tinha a agenda aberta para as soberanas intervenções do Senhor. Acreditava nos milagres de Deus.

f)     Em sexto lugar, a igreja de Jerusalém tinha a simpatia dos homens e a

bênção do crescimento numérico por parte de Deus. Essa igreja é simpática e amável. Ela é sal e luz. É boca de Deus e monumento da graça. Essa igreja tem qualidade e também quantidade. Cresce para o alto e também para os lados.

·      A igreja de Jerusalém produziu impacto na sociedade por causa de seu estilo de vida. Era uma igreja comprometida com a verdade, mas não legalista; era uma igreja santa, mas não farisaica; era uma igreja piedosa, mas não com santorronice.

·      O estilo de vida da igreja impactava a sociedade: melhores maridos, esposas, filhos, pais, estudantes, profissionais. Se uma pessoa diz ter sido avivada, mas não houve mudanças em seu caráter, seus relacionamentos, vida profissional, vida social e vida com Deus, tal pessoa teve uma grande emoção mais não um grande avivamento.

3.             O QUE QUERO VIVER COMO IGREJA NA ROTA DO AVIVAMENTO?


·      Antes de receberem o Espírito Santo e dele serem cheios, os discípulos estavam trancados com medo dos judeus. Contudo, cheios do Espírito, foram trancados por falta de medo. Antes de serem revestidos com poder, os discípulos estavam transtornados; agora transtornavam o mundo. Antes tinham o Espírito Santo; agora o Espírito Santo os tinha. Antes tinham o Espírito residente; agora, tinham o Espírito presidente. Antes o Espírito estava neles; agora, estava sobre eles.

·      Ninguém pode deter os passos de uma igreja cheia do Espírito. Ninguém pode intimidar uma igreja cheia do poder do alto. Jesus falou a respeito de igrejas mornas, igrejas mortas, igrejas sem amor, igrejas tolerantes ao pecado, mas aqui há uma igreja irresistível.

·      PENSANDO NISSO ME QUESTIONO NO AVIVAMENTO QUE A IGREJA PRECISA. No texto de Ezequiel 47: 1 a 12 ás águas purificadoras nos mostra que:

a)   Tudo começa no templo. É do templo que saem as águas. A Água frequentemente significa a bênção e o refrigério espirituais outorgados por Deus. E o anseio pelas águas indica a necessidade espiritual do que a deseja. As águas significa também purificação. A visão de Ezequiel é, certamente e sem a menor dúvida, o que Deus está querendo realizar e vai realizar no meio do seu povo. Deus quer nos abençoar, mas é fundamental que entendamos que o Senhor quer que nos purifiquemos. Isto é SANTIDADE.

·      Há dois tipos de pecado que precisamos enfrentar como igreja: A hipocrisia (mentir aos outros) e a duplicidade (mentir a nós mesmos). Precisamos emendar nossos caminhos. Jeremias 7 Há muitas palavras na Bíblia que traduzem a idéia de pecado. O que é pecado na Bíblia?

·      Conversa vã é pecado, omissão é pecado, desprezo ao próximo é pecado,  mentira é pecado. Pensamentos tolos é pecado, sentir e ter ódio e ira é pecado, rebelião é pecado, falsidade é pecado, idolatria é pecado, desobediência é pecado, incredulidade é pecado, fofoca é pecado, murmuração é pecado, injustiça é pecado, glutonaria é pecado.

b)   Avivamento é gradual. Vocês nunca verão um caso, em que a igreja subitamente passa de um estado de pecado ou fracasso, a um de poderoso avivamento. Há passos intermediários, e é importante que entendamos quais são. Não há atalhos no avivamento. Primeiros às águas atingiam os artelhos, depois os joelhos, os lombos e por fim só à nado. Como as águas foram aumentando aos poucos, assim também é o avivamento. Não há avivamento sem oração. Não há avivamento sem retorno à Palavra de Deus. Oração e a Palavra são o combustível que provoca e alimenta o avivamento.

c)    Avivamento produz frutos. Ezequiel 1: 8 e 9 O Mar Morto, também conhecido como lago Asfaltite, situa-se no Oriente Médio, na região interior da Palestina, banhando a Jordânia, Israel e Cisjordânia. É alimentado pelo rio Jordão. Do ponto de vista climático e geográfico, esta região apresenta clima subtropical e semi-árido, com verões de altas temperaturas e muito seco. A região é praticamente desértica. Mar Morto é o ponto mais baixo do planeta Terra. A visão de Ezequiel é de um rio que nasce no templo e desagua no Mar Morto. Sua densidade de sal é tanta que não há possibilidade de vida. Na visão de Ezequiel o rio, gradualmente, leva consigo a saúde, a vida a prosperidade. Assim também é o avivamento.

1. Avivamento gera busca de santidade.

2. Avivamento gera quebrantamento.

3. Avivamento gera retorno à Palavra de Deus.

4. Avivamento gera uma nova perspectiva de oração.

5. Avivamento gera preocupação social.

6. Avivamento gera consciência missionária.

 

CONCLUSÃO:

O verdadeiro avivamento abençoa a Família, a Cidade, o Estado, o País e o Mundo. “Quando a maré sobe, todos os barcos sobem junto”.


Pr. Nilton Jorge

Contatos: (22) 998746712 Whatsapp

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