sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

LEVANTE UM ALTAR EM TEMPO DE PROVAS

TEXTO: Gn 22:1-19

INTRODUÇÃO:

·      Em uma inscrição de um relógio de uma catedral estava escrito: Quando você é criança o tempo arrasta. Quando você é jovem o tempo anda. Quando você é adulto o tempo corre. Quando você é velho o tempo voa. Só mais um pouco e o tempo terá ido embora.

·      Aos 75 anos de idade Abraão foi matriculado na escola da fé. Agora, aos 100 anos ainda está enfrentando tremendas provas e desafios na vida. Você nunca é velho demais para enfrentar novos desafios, lutar novas batalhas e aprender novas verdades. Quando nós paramos de aprender, nós paramos de crescer; e quando nós paramos de crescer, nós paramos de viver.

·      Arthur Schopenhauer, disse que nos primeiros nos 40 a vida nos dá o texto e os próximos 30 anos a vida nos dá o comentário do texto. Para o crente o texto é Rm 1:17 O justo viverá pela fé. O comentário do texto está sendo escrito à medida que ouvimos a Palavra de Deus e a obedecemos a sua direção dia a dia. É triste que muitas pessoas não entendam nem o texto nem o comentário e terminam a vida sem mesmo começar a viver.

·      Estudando as escrituras iremos perceber três atitudes na vida dos três grandes patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó. Todos eles Edificaram um altar, viviam em tentas e cavavam poços. Gn 12:7 Abraão edificou altar: E apareceu o SENHOR a Abrão, e disse: À tua descendência darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera. Gn 12:8 Armou a sua tenda...e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente. Gn 21:30 cavou poço: E disse para que sejam em testemunho que eu cavei este poço.

·      Em Gn 26:25 vemos Isaque fazendo as três ações patriarcais: Então edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.

·       Jacó, filho de Isaque, agiu da mesma maneira como fez o pai e também o seu avô Abraão. Ele armou tenda Gn 31:25 e 33:18; edificou altar Gn 33:20; e cavou poço Jo 4:12.

·      Viver de tenda reflete que aqui somos peregrinos e não temos uma terra permanente, o poço reflete a uma vida de dependência do Espírito santo pra sobreviver e viver. Já o altar ele nos fala de: uma vida de sacrifício de louvor a Deus, consagração, renúncia, entrega, intimidade com Deus, aponta para a cruz e o sacrifício de Jesus, vida passada esquecida, oportunidade, escape do juízo e fala do próprio juízo.

ð Durante a vida de fé de Abraão nós constatamos a edificação de quatro altares e cada um destes altares aponta para um aspecto da obra da cruz em nossas vidas, ampliando nossa consagração, ou seja, o nosso relacionamento com Deus e nossa verdadeira espiritualidade.

 

a)   O PRIMEIRO ALTAR FOI EDIFICADO EM SIQUÉM Gn 12:6, 7 Apareceu o Senhor a Abrão… Alí edificou Abrão um altar ao Senhor que lhe aparecera, Siquém significa ombro, que é o lugar de maior força do homem. Uma coisa interessante é ver Deus tomando a iniciativa do relacionamento com o homem. Deus se apresentou a Abrão. Altar de adoração deve fruto de um encontro com Deus.

b)   O SEGUNDO ALTAR FOI EDIFICADO EM BETEL Gn 12:8 É interessante notar que Abrão edificou um altar entre Ai e Betel, e podemos chamá-lo de altar da separação. Abraão deixou Ai para trás e tinha Betel diante dele. Betel significava casa de Deus. Ai, significa montão ou ruína.

·      A cruz coloca o mundo para trás de nós e mantém viva e clara diante de nós a visão da Casa de Deus (Betel). Abrão voltou a Betel depois de passar pelo Egito. O Egito foi o lugar de sua falta de confiança na proteção divina, que o levou a mentir juntamente com sua esposa. Egito da idéia de trevas. No Egito tem riqueza, mas não tem altar.

c)    TERCEIRO ALTAR FOI EDIFICADO EM HEBROM Gn 13:18. Este altar foi erguido logo após um período de separação entre Abrão e seu sobrinho Ló, Hebrom é uma cidade montanhosa de Judá, à 36 km de Jerusalém. Os árabes a chamam de amigo. Podemos chamar este altar de Altar da Comunhão ou da Aliança. A cruz habilita-nos a ter aquela incessante comunhão com Deus, aquela amizade com Deus, aquela vida de união com Deus!

d)   O QUARTO ALTAR NA VIDA DE ABRAÃO FOI ERGUIDO EM MORIÁ Gn 22:1-14. Esse quarto altar é o da adoração, isso inclui entrega total. Vemos aqui um homem absolutamente rendido a Deus, a ponto de sacrificar seu único e amado filho, um homem que amava a Deus a ponto de confiar em Seus caminhos, um homem tão sensível à voz de Deus que pôde discernir cada instrução de Deus em cada passo do doloroso processo de sacrifício, um homem que adorou no momento em que oferecia o que tinha de mais precioso!

·      Deus ainda não terminou conosco. Algumas coisas precisam ser deixadas no altar. O único meio de se descobrir a glória é tendo a disposição de perder ou deixar tudo no altar e submeter-se a soberania de Deus.


TRANSIÇÃO: Gênesis 22 nos mostra a maior de todas as provas que Abraão enfrentou. E em meio a essa prova o convite foi de levantar um altar. Há algumas verdades a serem aplicadas aqui no texto:

 

1.             ESPERE TESTES DA PARTE DE DEUS v. 1-2.

ð Na escola da fé nós teremos testes ocasionais ou jamais saberemos onde estamos na caminhada espiritual. Abraão enfrentou vários testes na caminhada com Deus:

a)   O teste da família. Quando Deus lhe ordenou a sair do meio da sua parentela para uma terra desconhecida.

b)   O teste da fome. Neste teste Abraão fracassou porque duvidou de Deus e desceu ao Egito para buscar ajuda.

c)    O teste da comunhão. Quando ele deu a Ló a oportunidade de fazer a escolha primeiro para ele e seus pastores.

d)   O teste da luta. Quando ele derrotou os reis confederados que sequestraram.

e)    O teste da riqueza. Quando ele disse Não às riquezas do rei de Sodoma.

f)    O teste da paciência. Quando ele fracassou em ceder às pressões de Sara, arranjando um filho com a escrava Hagar.

g)   O teste do maior amor. Este foi o supremo teste que Abraão enfrentou em Gn 22.

·      Nem toda situação difícil que vivemos é um teste de Deus. Às vezes sofremos por causa do nosso próprio pecado. Abraão sofreu no Egito e em Gerar por seu próprio pecado. Mas as provas enviadas por Deus são para o nosso bem.

·      Precisamos distinguir entre provação e tentação. As tentações vem dos desejos pecaminosos que estão dentro de nós, enquanto as provações vem do Senhor. As tentações são usadas pelo diabo para arrancar o pior que está em nós; as provações são usadas por Deus para levar-nos ao melhor.

·      Muitas vezes, as tentações parecem lógicas e as provações sem sentido: Por que esperaria Abraão 25 anos por um filho? Por que daria Deus um filho a Abraão para depois pedir a Abraão para sacrificá-lo num altar?

·      João Crisóstomo disse que aqui parece que as coisas de Deus estavam lutando contra as coisas de Deus, a fé contra a fé e o mandamento contra a promessa. Por isso o altar é a resposta pra aquilo que não entendemos, é melhor entregar.

2.             PONHA SEUS OLHOS NAS PROMESSAS E NÃO NAS EXPLICAÇÕES v. 3-5.

·      A nossa fé não será realmente testada até que: Deus nos peça para suportar o que parece insuportável, a fazer o que parece exagerado e a esperar o que parece impossível.

·      Se você olhar para Abraão caminhando para Moriá com seu filho Isaque; para José na prisão, para Moisés e Israel defronte do Mar Vermelho, para Davi na caverna ou Jesus no Calvário, a lição é a mesma: Nós vivemos pelas promessas, não pelas explicações. Considere quão irrasoável era o pedido de Deus:

a)   Isaque era o filho da promessa em quem descansava o futuro do pacto;

b)   Abraão amava Isaque e tinha construído todo o seu futuro ao redor dele;

c)    Quando Deus pediu Isaque para Abraão, ele estava testando não apenas a sua fé, mas também a sua esperança e o seu amor. Deus parecia tirar tudo o que Abraão amava na vida.

ð Abraão ouviu a Palavra de Deus e imediatamente a obedeceu pela fé. Nós sabemos que a vontade de Deus jamais contradiz a promessa de Deus. Abraão já tinha escutado: Gn 21:12 Por Isaque será chamada a tua descendência. Hb 11:17-19 nos informa que Abraão se dispôs a sacrificar o seu filho na certeza de que Deus o ressuscitaria dentre os mortos. Fé não exige explicações, a fé descansa nas promessas.

ð A fé de Abraão triunfou porque ele se recusou a ver incoerência ou infidelidade da parte de Deus. Deus não queria Isaque, queria o amor de Abraão. Quando se sabe o que Deus quer não há razão pra divagações, testes, perguntas, para ficar parado. A procrastinação convida à ruína. Protelar aquilo que se sabe ser a vontade de Deus é um laço do diabo.

ð Abraão cria em Deus ele não tinha a intenção de trazer de volta um cadáver. Abraão fez da prova, um ato de adoração. Ele esperava nada menos do que um milagre. Ele sabia que Deus é totalmente confiável.

3.             NAS PROVAÇÕES PROCURE GLORIFICAR AO SENHOR.

·      Se existe um fato que revela a glória de Deus no VT é a história de Abraão e Isaque. Essa experiência de Abraão e Isaque é o mais belo tipo da Bíblia sobre a caminhada do Pai e do Filho ao Calvário:

a) Isaque foi o filho do coração, Jesus foi o Filho amado do Pai;

b) Isaque foi até Moriá sem reclamar, Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz;

c) Isaque foi filho de profecias, Jesus é o Filho prometido;

d) Isaque teve seu sacrifício preparado, o sacrifício de Cristo foi preparado na eternidade;

d) Abraão cria na ressurreição de Isaque, Deus proveu a ressurreição de Jesus.

·      Jesus disse para os Judeus Jo 8:56: Abraão, vosso Pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.

a)   No miraculoso nascimento de Isaque, Abraão viu o dia do nascimento de Cristo;

b)   No casamento de Isaque, ele viu o dia da vinda de Cristo para a sua noiva, a igreja;

c)    Mas no Monte Moriá, quando Isaque foi colocado no altar, Abraão viu o dia da morte e da ressurreição de Cristo. Várias verdades sobre a expiação são vistas neste texto:

a)   O Pai e o Filho agiram juntos. Em Gn 22:2,8 somos informados duas vezes que Pai e Filho andaram juntos. A Bíblia diz Jo 3:16 que Deus amou o mundo e 1 Jo 3:16 Jesus amou aqueles por quem morreu. Mas a Bíblia Mt 3:17 também diz que o Pai amava o Filho e o Filho amava o Pai. Abraão não negou o seu único filho e Rm 8:32 o Pai não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós.

b)   O Filho tinha que morrer. Abraão pegou o cutelo e o fogo, ambos instrumentos de morte. No caso de Isaque houve um substituto, mas ninguém pode tomar o lugar de Cristo na cruz. Só ele podia morrer por nós na cruz. Só ele podia oferecer um sacrifício perfeito em nosso lugar. Só ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O fogo é símbolo da santidade e do juízo de Deus. Na cruz Jesus experimentou mais do que a morte, experimentou o juízo de Deus pelos pecados do mundo. Isaque não suportou nem o cutelo nem o fogo, mas Jesus suportou ambos. O pai de Isaque estava lá, mas o Pai de Jesus o desemparou na cruz, quando ele se fez pecado por nós. Que tremendo amor!

c)    O Filho teve que carregar o fardo do pecado sobre os seus ombros. A lenha é mencionada 5 vezes nesse texto. No v. 6 diz que Abraão colocou sobre Isaque, seu filho, a lenha do holocausto. Deus fez cair sobre Jesus a iniquidade de todos nós. Ele foi transpassado pelas nossas transgressões.

d)   O Filho foi levantado da morte. Isaque morreu apenas num sentido figurado (Hb 11:19), mas Jesus realmente morreu e ressuscitou. Não diz o texto de Gn 22:19 que Isaque retorna com Abraão aos seus dois servos. A próxima vez que ouvimos falar em Isaque é quando ele se encontra com sua noiva em Gn 24:62. Isso mostra-nos que o próximo glorioso evento no calendário de Deus é o retorno de Jesus Cristo para encontrar com a sua noiva, a igreja. O Calvário não é apenas o lugar que Cristo morreu, mas também o lugar onde o Senhor santifica o nosso sofrimento e transforma o nosso sofrimento em glória.


CONCLUSÃO:

·      Existe sempre um fim glorioso depois das provas de Deus. Ele não desperdiça sofrimento. Jó disse 23:10: Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro. Aquele altar no Moriá habilitou Abraão a viver coisas extraordinárias.

a) Ele viveu um novo nível em Deus. Abraão descreveu toda aquela dramática experiência como ADORAÇÃO (v. 5). Ele obedeceu à vontade Deus e procurou agradar a Deus. E Deus lhe disse: Agora eu sei que temes a Deus. Ele é um homem aprovado pelo céu.

b) Ele entendeu que o altar não toma, ele devolve. Abraão e Isaque tinham estado no altar juntos, mas Isaque era agora um sacrifício vivo. Deus deu Isaque a Abraão e Abraão deu Isaque de volta para Deus. Precisamos ter cuidado para que os dons de Deus não tomem o lugar do doador.

c) Deus deu a Abraão uma nova segurança. Abraão já tinha ouvido essas promessas antes, mas agora elas têm um toque especial para ele. Charles Spurgeon disse que as promessas de Deus jamais são tão brilhantes como na fornalha da aflição.

d) Abraão aprendeu um novo nome de Deus. Jeová-Jiréh, O Senhor proverá, no monte do Senhor, o Senhor proverá. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Deus o proveu para você e para mim. Deus provê o que você precisa, sempre!

·      Hudson Taylor colocou na porta da sua casa: EBENEZER E JEOVA-JIRÉH – Quando olha para trás, vê a mão de Deus. Quando olha para frente, vê a promessa de Deus, portanto não precisa temer!

Quero te convidar a vir ao altar.

Pr. Nilton Jorge - Contatos (22) 998746712 Whatsapp

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