quinta-feira, 18 de junho de 2020

SÉRIE - IDENTIDADE X MISSÃO (1) TEMA: A ORIGEM DA DISTORÇÃO DA IDENTIDADE DIVINA


TEXTO: Mc 3:13
INTRODUÇÃO:

·      Os judeus têm o costume de dá nomes próprios aos seus filhos a partir de uma característica ou um fato ocorrido com eles. Ao dar o nome aos filhos (as), eles(as) recebem duas coisas: uma identidade um decreto.
a)   Identidade é aquilo que caracteriza, qualifica e identifica um indivíduo. É aquilo que rotula a personalidade de alguém.
b)   Decreto é aquilo que rege, influencia e condiciona o comportamento de alguém.
Quem é você? O que o define? Qual é a sua verdadeira identidade? Saber responder corretamente pode ser a diferença entre viver uma vida com significado ou simplesmente existir.
·      Em nosso texto cuja base é a escolha dos 12 apóstolos o verso 13 parece ser uma transição para o verso 14, ele faz separação entre o fato da cura de um homem que tinha uma mão mirrada e os seguidores de Jesus e o fato do discipulado e convocação ao apostolado e a perseguição a missão. Isso porque o verso 13 vai abordar uma convocação a todos os que estão seguindo a Jesus, tanto os discípulos como os seguidores para a formação de uma nova família a Igreja, é dessa multidão que o segue que sairá os que vieram a Ele.
·      Isso está revelado no texto todo, a Cura da mão direita do Homem, na libertação dos oprimidos e a ordem de Jesus aos demônios que não revelassem a sua identidade de Filho de Deus, na forma distorcida que os religiosos viam Jesus (aliado do inferno), na falta de compreensão da família de Jesus em não saber sobre o propósito de Sua vinda e vida a este mundo. A crise de identidade me leva a uma crise do fazer, se eu não tiver uma definição do meu papel nessa vida o fazer sofrerá crise existências destrutivas.
·      Nossa identidade é inicia-se ao nascermos pois, a herança adâmica nos atinge com força, criando forma em nosso convívio familiar, sendo acertada em nosso convívio social e corrompida em nosso distanciamento de Deus. De maneira que aquilo vamos ser, sofre suas alterações até se ajustar as escolhas e padrões de vida que estabelecemos.

1.             AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA NA VIDA DA HUMANIDADE, GEROU UMA IDENTIDADE DISTORCIDA A SEMENTE DE ADÃO.

·      Deus criou o homem à sua imagem e conforme a sua semelhança (Gn 1:26). Muitos empregaram, e ainda empregam esforços para entender o significado destes termos “imagem/semelhança”. Será que devemos entender literalmente, ou em sentido moral?
·      A posição mais coerente é que os termos devem ser entendidos como sinônimos, isso é; que eles enfatizam a mesma ideia e que o seu significado é moral, mas, quais aspectos morais de Deus foram impressos no homem, no momento de sua criação?
·      O conceito pleno de “imagem e semelhança” se aplicam apenas a Adão e Eva antes da queda. O pecado foi o agente responsável por macular a criação perfeita de Deus, o homem. O pecado contaminou toda a nossa composição, corpo, alma e espírito, pois isso a reconstrução espiritual deve alcançar o homem nesses tríplices aspectos (1 Ts 2:23).
ð Com base no relato de Gênesis podemos estabelecer o conceito elementar de “imagem e semelhança”.
a)   A natureza espiritual do homem. O homem herdou de seu criador “Deus” a natureza espiritual. Por ser espiritual, o homem também se tornou imortal. O corpo físico se degrada com a morte, mais a alma e o espírito “que forma a nossa natureza espiritual” é eterno. A Morte, portanto, não é um fim da vida humana, mas o começo de um estado eterno, com Deus ou sem Deus. Cabe ao homem escolher o seu destino (Dt 30:15,19).
b)   Perfeição. “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1:31b)”. A expressão “bom” aqui em Gênesis, traz a ideia de “perfeito”. O Homem foi criado perfeito por Deus Eclesiastes 7:29 “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias”. A perfeição divina no homem foi desvirtualizada  por causa da queda “pecado”.
c)    Pureza. Após Adão e Eva terem comido do fruto proibido, perceberam que estavam nus (Gn 3:7). Quando Deus veio visita-los, se esconderam. Sentiram vergonha pela primeira vez (Gn 3:8-11). Esse foi um sinal evidente que haviam perdido sua inocência.
d)   Comunhão. A comunhão fala da capacidade de se relacionar perfeitamente com Deus. Quando o pecado entrou no mundo, afastou o homem de Deus. A primeira ação de Adão e Eva ao deparar-se com presença de Deus após o pecado, foi de esconder-se. A natureza caída do homem não pode comungar com a natureza pura e justa de Deus (1 Co 2:14-16). A não ser por meio do novo nascimento operado por Cristo (Jo 3:3,5).
ð A queda, ou o pecado de Adão foi o maior desastre da história. Teve abrangência universal e consequências eternas para todos os homens. O pecado de Adão atingiu a todos os seus descendentes trazendo a morte em um aspecto tríplice, “física, espiritual e eterna”. O pecado trouxe como consequência a separação do homem com Deus. A separação resultou na morte (Rm 6:23). A morte como consequência do pecado abrange três dimensões: física, espiritual e eterna. O pecado destruiu tudo aquilo que a imagem de Deus construiu no homem; a perfeição, a pureza e a comunhão. Nenhum esforço humano ou religião pode mudar o quadro que se encontra a humanidade, “destituída da glória de Deus” (Rm 3:23). Apenas Cristo tem a solução (Ef 2:8,9). Jesus nos reconcilia com Deus, e nos dá novamente a oportunidade de mantermos comunhão Ele.

2.             COMO LIDARMOS COM AS CRISES EXISTENCIAIS PROVOCADA PELA CRISE DO SER OU DE IDENTIDADE? 

a)   A nossa identidade será questionada frequentemente pelo nosso adversário (Mc 3:22). O inimigo de Deus, e nosso adversário, lançou mão de uma crise de identidade para enganar Adão e Eva ao pecado. A tentação de Jesus foi na sua identidade, “Se tu és o Filho de Deus…”.
b)   A nossa identidade não é baseada naquilo que temos ou possuímos (Mc 3:27). Bens materiais normalmente, esquecemos quem realmente somos em Cristo, e por isso, buscamos preencher esse vazio existencial com coisas passageiras que são incapazes de preencher o vazio da nossa alma. Quando o ter vem antes do ser, nos tornamos insatisfeitos, ansiosos, mundanos e materialistas. 
c)    A nossa identidade não é baseada naquilo que fazemos com nossos dons e talentos (Mc 3:14,15). A vida é uma lista de afazeres, começa com nossos deveres domésticos, nossas exigências devocionais, igreja, casamento e até mesmo a nossa responsabilidade coma família, mas não o definem, pois sua identidade não é determinada pelo que você faz. O fato de você ser alguém em Cristo o ajuda a buscar fielmente seus deveres e usar suas capacidades sem permitir que essa seja a essência de sua dignidade e identidade.
d)   A nossa identidade não é baseada nas pessoas que estão ao nosso redor (Mc 3:33-35). Deus nos criou para a amizade e comunhão é bom ter pessoas em nossa vida.  No entanto, assim como em todas as coisas isso pode se converter em algo ruim, caso essas pessoas se tornem a fonte de nossa identidade. Em termos amplos isso ocorre em nossa identificação com uma tribo coletiva de pessoas. Em termos restritos isso acontece em nosso relacionamento com os outros. 
e)    A nossa identidade invariavelmente vai determinar nosso destino (Mc 3:29).  
f)    A nossa identidade deve estar fundamentada naquilo que cristo fez por nós (Mc 3:28). O pior lugar para começar construir uma identidade é em você mesmo, justamente o ponto de onde parte a maioria dos conselhos. O melhor lugar para começar construir sua identidade é em Jesus de Nazaré’, justamente de onde parte as Escrituras. Conhecer Jesus e ter um relacionamento íntimo com Ele é a chave para construir uma identidade saudável.
O 1º Adão se afastou do Pai num Jardim. O último Adão se voltou para o Pai no Jardim do Getsêmani.
O 1º Adão estava nú e envergonhado. O último Adão estava nu na cruz e carregou a nossa vergonha.
O 1º Adão nos trouxe abrolhos e espinhos. O último Adão suportou por nós uma coroa de espinhos.
O 1º Adão caiu, quis ser igual a Deus. O último Adão não usou por usurpação o ser igual a Deus.
O 1º Adão pecou junto a árvore. O último Adão carregou nossos pecados no madeiro.
O 1º Adão morreu como pecador. O último Adão morreu pelos pecadores.
·      De acordo com a Bíblia Sagrada, nós morremos em Adão, mas renascemos em CRISTO.

3.             RESGATANDO A IMAGEM E IDENTIDADE DIVINA.

·      Quando entregamos nossas vidas a Cristo, Deus começa a nos reconstruir conforme a imagem original de Adão. Esta imagem está refletida perfeitamente em Jesus “o segundo Adão” (1 Co 15:45). O homem/Deus Jesus, se tornou carne e habitou entre nós (Jo 1:13). Ele era perfeitamente homem e perfeitamente Deus. Como homem feito à imagem de Adão, Jesus não herdou, todavia, o pecado original. Ele nasceu, viveu e morreu sem pecado (1 Jo 3:5). Jesus é a representação perfeita da humanidade original criada por Deus, pura, inocente, perfeita.
·      Ser Cristão, significa nos identificar com Cristo em todos os aspectos. Essa identificação nos é possível graças a morte de Jesus na cruz do Calvário. Na Cruz, Jesus pagou o preço de resgate da humanidade. Redenção fala de resgate. Mas, de quem ou do que somos resgatados? Por meio do sacrifício de Cristo somos resgatados do poder do Diabo, o deus deste século, e do poder da morte e do pecado. A partir do momento que somos resgatados por Cristo inicia-se o processo divino de reconstrução da identidade humana perdida em Adão. Aos poucos vamos sendo reconstruídos ou reconstituídos conforme a imagem do Deus perfeito. O processo de reconstrução será realizado por etapas, com base nas diversas fases da vida cristã que eu denomino de: AS QUATROS FASES DO PROCESSO DE RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DIVINA.
1.    A CONVERSÃO: Conversão significa “dar meia volta”. Quando vivemos no pecado, caminhamos em direção oposta a Deus. Quando nos convertemos, damos meia volta, isso é; passamos a caminhar em direção a Ele. Após a experiência da salvação inicia-se um longo processo de reconstrução espiritual do crente. Essa reconstrução será manifestada por meio da vivência e experiência cristã. Sempre em um processo de mútua cooperação entre o crente e Deus.
2.    O NOVO NASCIMENTO. O novo nascimento fala da transformação experimentada pelo salvo após sua conversão a Cristo. Essa transformação envolve todos os aspectos de nossa personalidade: Corpo, Alma e Espírito. Quando nos convertemos a Cristo recebemos a semente que dará início a formação da nova criação de Deus em nós, o Espírito Santo. O Espírito Santo será o agente principal no processo de reconstrução de nossa nova identidade.
3.    A SANTIFICAÇÃO. A santificação pode ser tanto posicional, quanto progressiva. A santificação posicional fala de uma condição que Cristo nos outorgou. É um termo usado para referir-se à salvação. A santificação progressiva fala de nossa contínua separação e consagração a Deus.
4.    A CULTIVAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO. O fruto do Espírito é a operação do Espírito Santo no interior do crente que nos faz ou nos torna semelhantes a Cristo em sua natureza moral. O fruto do Espírito nos molda a forma de Jesus, isso é, faz com que nos identifiquemos com Ele. Se os elementos do fruto do Espírito se manifestam em nossas vidas é uma prova evidente de que somos salvos, e que somos verdadeiramente uma nova criatura na presença de Deus.

CONCLUSÃO:
·      Tudo o que foi perdido mediante a queda de Adão, nos é restaurado por intermédio de Cristo. Isso não significa que seremos perfeitos, ou que nunca mais vamos errar. A natureza humana caída ainda estará em nós, mas estará subjugada à lei do Espírito de Vida, o qual Cristo nos outorgou e que forte o suficiente para nos fazer triunfar sempre sobre o pecado e sobre o mal. Aleluia.
·      Em Cristo seremos aperfeiçoados até ao seu retorno, onde seremos revestidos de sua natureza eterna e perfeita. Seja mais dependente da graça de Deus e você encontrará o que você precisa para ser um crente vitorioso.

Pr. Nilton Jorge
Contatos: Tel: (22) 998746712 Whatsapp 
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