TEXTO: Mc 3:13
INTRODUÇÃO:
·
Os
judeus têm o costume de dá nomes próprios aos seus filhos a partir de uma
característica ou um fato ocorrido com eles. Ao dar o nome aos filhos (as), eles(as)
recebem duas coisas: uma identidade e um decreto.
a)
Identidade é aquilo que caracteriza,
qualifica e identifica um indivíduo. É aquilo que rotula a
personalidade de alguém.
b)
Decreto é aquilo que rege, influencia
e condiciona o comportamento de alguém.
Quem
é você? O que o define? Qual é a sua verdadeira identidade? Saber responder
corretamente pode ser a diferença entre viver uma vida com significado ou
simplesmente existir.
·
Em
nosso texto cuja base é a escolha dos 12 apóstolos o verso 13 parece ser uma
transição para o verso 14, ele faz separação entre o fato da cura de um homem
que tinha uma mão mirrada e os seguidores de Jesus e o fato do discipulado e
convocação ao apostolado e a perseguição a missão. Isso porque o verso 13 vai
abordar uma convocação a todos os que estão seguindo a Jesus, tanto os discípulos
como os seguidores para a formação de uma nova família a Igreja, é dessa
multidão que o segue que sairá os que vieram a Ele.
·
Isso
está revelado no texto todo, a Cura da mão direita do Homem, na libertação dos
oprimidos e a ordem de Jesus aos demônios que não revelassem a sua identidade
de Filho de Deus, na forma distorcida que os religiosos viam Jesus (aliado do
inferno), na falta de compreensão da família de Jesus em não saber sobre o
propósito de Sua vinda e vida a este mundo. A crise de identidade me leva a uma
crise do fazer, se eu não tiver uma definição do meu papel nessa vida o fazer sofrerá
crise existências destrutivas.
·
Nossa
identidade é inicia-se ao nascermos pois, a herança adâmica nos atinge com
força, criando forma em nosso convívio familiar, sendo acertada em nosso convívio
social e corrompida em nosso distanciamento de Deus. De maneira que aquilo vamos
ser, sofre suas alterações até se ajustar as escolhas e padrões de vida que
estabelecemos.
1.
AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA NA VIDA DA HUMANIDADE, GEROU
UMA IDENTIDADE DISTORCIDA A SEMENTE DE ADÃO.
·
Deus
criou o homem à sua imagem e conforme a sua semelhança (Gn 1:26).
Muitos empregaram, e ainda empregam esforços para entender o significado destes
termos “imagem/semelhança”. Será que devemos entender literalmente, ou em
sentido moral?
·
A
posição mais coerente é que os termos devem ser entendidos como sinônimos, isso
é; que eles enfatizam a mesma ideia e que o seu significado é moral, mas, quais
aspectos morais de Deus foram impressos no homem, no momento de sua criação?
·
O
conceito pleno de “imagem e semelhança” se aplicam apenas a Adão e Eva antes da
queda. O pecado foi o agente responsável por macular a criação perfeita de
Deus, o homem. O pecado contaminou toda a nossa composição, corpo, alma e
espírito, pois isso a reconstrução espiritual deve alcançar o homem nesses
tríplices aspectos (1 Ts 2:23).
ð Com base no relato
de Gênesis podemos estabelecer o conceito elementar de “imagem e semelhança”.
a)
A natureza espiritual do homem. O homem herdou de
seu criador “Deus” a natureza espiritual. Por ser espiritual, o homem também se
tornou imortal. O corpo físico se degrada com a morte, mais a alma e o espírito
“que forma a nossa natureza espiritual” é eterno. A Morte, portanto, não é um
fim da vida humana, mas o começo de um estado eterno, com Deus ou sem Deus.
Cabe ao homem escolher o seu destino (Dt 30:15,19).
b)
Perfeição. “E viu Deus
tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1:31b)”. A expressão “bom” aqui em
Gênesis, traz a ideia de “perfeito”. O Homem foi criado perfeito
por Deus Eclesiastes 7:29 “Eis aqui, o que tão-somente achei: que
Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias”. A perfeição
divina no homem foi desvirtualizada por
causa da queda “pecado”.
c)
Pureza. Após Adão e Eva
terem comido do fruto proibido, perceberam que estavam nus (Gn 3:7).
Quando Deus veio visita-los, se esconderam. Sentiram vergonha pela primeira vez
(Gn 3:8-11). Esse foi um sinal evidente que haviam perdido sua inocência.
d)
Comunhão. A comunhão fala
da capacidade de se relacionar perfeitamente com Deus. Quando o pecado entrou
no mundo, afastou o homem de Deus. A primeira ação de Adão e Eva ao deparar-se
com presença de Deus após o pecado, foi de esconder-se. A natureza caída do
homem não pode comungar com a natureza pura e justa de Deus (1 Co 2:14-16).
A não ser por meio do novo nascimento operado por Cristo (Jo 3:3,5).
ð A queda, ou o pecado de Adão foi o maior desastre da
história.
Teve abrangência universal e consequências eternas para todos os homens. O
pecado de Adão atingiu a todos os seus descendentes trazendo a morte em um
aspecto tríplice, “física, espiritual e eterna”. O pecado trouxe como consequência a separação do
homem com Deus. A separação resultou na morte (Rm 6:23).
A morte como consequência do pecado abrange três dimensões: física, espiritual
e eterna. O pecado destruiu tudo aquilo que a imagem de Deus construiu no
homem; a perfeição, a pureza e a comunhão. Nenhum esforço humano ou religião
pode mudar o quadro que se encontra a humanidade, “destituída da glória de
Deus” (Rm 3:23). Apenas Cristo tem a solução (Ef 2:8,9).
Jesus nos reconcilia com Deus, e nos dá novamente a oportunidade de mantermos
comunhão Ele.
2.
COMO LIDARMOS COM AS CRISES EXISTENCIAIS PROVOCADA
PELA CRISE DO SER OU DE IDENTIDADE?
a)
A nossa identidade será questionada frequentemente
pelo nosso adversário (Mc 3:22). O inimigo de Deus, e nosso adversário,
lançou mão de uma crise de identidade para enganar Adão e Eva ao pecado. A tentação
de Jesus foi na sua identidade, “Se tu és o Filho de Deus…”.
b)
A nossa identidade não é baseada naquilo que temos ou
possuímos (Mc 3:27). Bens materiais normalmente, esquecemos quem realmente
somos em Cristo, e por isso, buscamos preencher esse vazio existencial com
coisas passageiras que são incapazes de preencher o vazio da nossa alma. Quando
o ter vem antes do ser, nos tornamos insatisfeitos, ansiosos, mundanos e
materialistas.
c)
A nossa identidade não é baseada naquilo que fazemos
com nossos dons e talentos (Mc 3:14,15). A vida é uma lista de afazeres,
começa com nossos deveres domésticos, nossas exigências devocionais, igreja,
casamento e até mesmo a nossa responsabilidade coma família, mas não o definem,
pois sua identidade não é determinada pelo que você faz. O fato de você ser
alguém em Cristo o ajuda a buscar fielmente seus deveres e usar suas
capacidades sem permitir que essa seja a essência de sua dignidade e
identidade.
d)
A nossa identidade não é baseada nas pessoas que estão
ao nosso redor (Mc 3:33-35). Deus nos criou para a amizade e comunhão é
bom ter pessoas em nossa vida. No entanto, assim como em todas as coisas
isso pode se converter em algo ruim, caso essas pessoas se tornem a fonte de
nossa identidade. Em termos amplos isso ocorre em nossa identificação com uma
tribo coletiva de pessoas. Em termos restritos isso acontece em nosso
relacionamento com os outros.
e)
A nossa identidade invariavelmente vai determinar
nosso destino (Mc 3:29).
f)
A nossa identidade deve estar fundamentada naquilo que
cristo fez por nós (Mc 3:28). O pior lugar para começar construir uma
identidade é em você mesmo, justamente o ponto de onde parte a maioria dos
conselhos. O melhor lugar para começar construir sua identidade é em Jesus de
Nazaré’, justamente de onde parte as Escrituras. Conhecer Jesus e ter um
relacionamento íntimo com Ele é a chave para construir uma identidade saudável.
O 1º
Adão se afastou do Pai num Jardim. O último Adão se voltou para o Pai no Jardim
do Getsêmani.
O 1º
Adão estava nú e envergonhado. O último Adão estava nu na cruz e carregou a
nossa vergonha.
O 1º
Adão nos trouxe abrolhos e espinhos. O último Adão suportou por nós uma coroa
de espinhos.
O 1º
Adão caiu, quis ser igual a Deus. O último Adão não usou por usurpação o ser
igual a Deus.
O 1º
Adão pecou junto a árvore. O último Adão carregou nossos pecados no madeiro.
O 1º
Adão morreu como pecador. O último Adão morreu pelos pecadores.
· De acordo com a
Bíblia Sagrada, nós morremos em Adão, mas renascemos em CRISTO.
3.
RESGATANDO A IMAGEM E IDENTIDADE DIVINA.
·
Quando entregamos nossas vidas a Cristo,
Deus começa a nos reconstruir conforme a imagem original de Adão. Esta imagem está
refletida perfeitamente em Jesus “o segundo Adão” (1 Co 15:45). O
homem/Deus Jesus, se tornou carne e habitou entre nós (Jo 1:13). Ele era
perfeitamente homem e perfeitamente Deus. Como homem feito à imagem de Adão,
Jesus não herdou, todavia, o pecado original. Ele nasceu, viveu e morreu sem
pecado (1 Jo 3:5). Jesus é a representação perfeita da humanidade original criada por
Deus, pura, inocente, perfeita.
·
Ser Cristão, significa nos identificar com
Cristo em todos os aspectos. Essa identificação nos é possível graças
a morte de Jesus na cruz do Calvário. Na Cruz, Jesus pagou o preço de resgate
da humanidade. Redenção fala de resgate. Mas, de quem ou do que somos resgatados?
Por meio do sacrifício de Cristo somos resgatados do poder do Diabo, o deus
deste século, e do poder da morte e do pecado. A partir do momento que somos resgatados por
Cristo inicia-se o processo divino de reconstrução da identidade humana perdida
em Adão. Aos poucos vamos sendo reconstruídos ou
reconstituídos conforme a imagem do Deus perfeito. O processo de reconstrução
será realizado por etapas, com base nas diversas fases da vida cristã que eu
denomino de: AS QUATROS
FASES DO PROCESSO DE RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DIVINA.
1.
A CONVERSÃO: Conversão
significa “dar meia volta”. Quando vivemos no pecado, caminhamos em direção
oposta a Deus. Quando nos convertemos, damos meia volta, isso é; passamos a
caminhar em direção a Ele. Após a experiência da salvação inicia-se um longo
processo de reconstrução espiritual do crente. Essa reconstrução será
manifestada por meio da vivência e experiência cristã. Sempre em um processo de
mútua cooperação entre o crente e Deus.
2.
O NOVO NASCIMENTO. O novo nascimento
fala da transformação experimentada pelo salvo após sua conversão a Cristo.
Essa transformação envolve todos os aspectos de nossa personalidade: Corpo, Alma
e Espírito. Quando nos convertemos a Cristo recebemos a semente que dará início
a formação da nova criação de Deus em nós, o Espírito Santo. O Espírito Santo
será o agente principal no processo de reconstrução de nossa nova identidade.
3.
A SANTIFICAÇÃO. A santificação pode ser tanto posicional, quanto
progressiva.
A santificação posicional fala de uma condição que Cristo nos outorgou. É um
termo usado para referir-se à salvação. A santificação progressiva fala de
nossa contínua separação e consagração a Deus.
4.
A CULTIVAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO. O fruto do
Espírito é a operação do Espírito Santo no interior do crente que nos faz ou
nos torna semelhantes a Cristo em sua natureza moral. O fruto do Espírito nos
molda a forma de Jesus, isso é, faz com que nos identifiquemos com Ele. Se os
elementos do fruto do Espírito se manifestam em nossas vidas é uma prova
evidente de que somos salvos, e que somos verdadeiramente uma nova criatura na
presença de Deus.
CONCLUSÃO:

·
Em Cristo seremos aperfeiçoados até ao seu
retorno, onde seremos revestidos de sua natureza eterna e perfeita. Seja mais
dependente da graça de Deus e você encontrará o que você precisa para ser um
crente vitorioso.
Pr. Nilton Jorge
Contatos: Tel: (22) 998746712 Whatsapp
Email. niltondalani@gmail.com
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